ENCONTRE AQUI

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

OS 10 MELHORES FILMES DE 2.009

Bom, como anda um pouco compliado eu postar alguma crítica mais detalhada por aqui, neste corridíssimo mês de dezembro, decidi colocar esta pequena lista como ingrediente para dicas do que assistir e coisas do tipo. Bom, a lista não é minha, e sim de Ricardo Calil um dos mais respeitados críticos de cinema do Brasil, e o que eu vou fazer então? Farei um breve comentário de suas escolhas e direi se concordo ou não e verifique que o crítico em questão coloca em ordem de preferência. Pretendo em pouco tempo postar a minha lista, mas por enquanto vai este pequeno aperitivo. A opinião completa com os comentários do crítico está disponível no endereço: http://colunistas.ig.com.br/ricardocalil/2009/12/16/os-10-melhores-filmes-de-2009/. Vamos a eles então:

1. “Bastardos Inglórios"
2. “Entre os Muros da Escola”
3. “O Lutador”
4. “Desejo e Perigo”
5. ”Amantes”
6. “Gran Torino”
7. “Se Beber, Não Case”
8. “Polícia, Adjetivo”
9. “O Fantástico Sr. Raposo”
10. “Bruno”

Bom, primeiro algumas ressalvas: Destes filmes eu assisti apenas a 4. Sim, isto mesmo, somente 4. 2.009 em minha opinião foi um ano bem fraco, principalmente se o compararmos a 2.008, mas vamos então a alguns pequenos comentários dos que eu não vi, mas li, ou espero e coisas do tipo.
Bastardos Inglórios é o bem falado do ano. Dizem que Tarantino finalmente conseguiu fazer algo incorporado e concreto e com Brad Pitt no elenco, será? Bom, eu vou assistir, e acho que vale tentar uma conferida.
Desejo E Perigo é um filme de Ang Lee, o diretor é bom, mas bem irregular, então pode ser que você dê de cara com uma obra-prima ou com algo descartável.
Se Beber, Não Case teve críticas excelentes, apesar de não ter caído nas graças do público, e Amantes, Polícia, Adjetivo e o Fantástico Sr. Raposo, desculpem a minha ignorância, mas eu não tinha ouvido falar deles ainda.
Bom, dos que eu vi, o melhor é mesmo Entre Os Muros Da Escola. Filme francês que relata a batalha de professores e alunos (principalmente dos primeiros)para conseguir superar todos os obstáculos que interferem na capacitação das pessoas. Se duvidar este aqui pode até agarrar o primeiro lugar da lista que pretendo fazer dentro de alguns dias.
O Lutador e Gran Torino são mais comerciais e já tiveram seu momento, são bons filmes, e que valem a pena serem vistos, principalmente o segundo, já que Clint Eastwood parece ficar melhor com a idade.
O décimo colocado Bruno é um filme que não me desceu muito bem. Apesar de bem realizado e ser bem inteligente é um filme para usar bem o termo da palavra "esquisito". Mas, tem bastante gente que gostou.
Colocações a parte, senti falta apenas de Frost/Nixon, que é ainda pra mim o melhor filme do ano, e acredito que apesar de ser extremamente controverso, O Anticristo de Lars Von Trier poderia aparecer por aí, mas opinião é opinião, e pretendo colocar a minha em pouco tempo por aqui, enquanto isso divirtam-se com estes.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MUDANÇAS

Bom, depois de muito matutar aqui, decidi alterar o formato do blog e o motivo foi simples, achei que estav sendo injusto por encaixar filmes em apenas três categorias, já que filmes muito bons ficavam no mesmo ponto que filmes bons e coisa do tipo. Devido a isso, as sessões PARA VER, PARA PENSAR DUAS VEZES E PARA PASSAR LONGE deixaram de existir, assim como a sessão FILMOGRAFIAS, e darão lugar a uma avaliação dos filmes no modelo clássico e clichê das notas que me parece mais justo.
Assim sendo considerarei o seguinte critério:

9,6 a 10,0 = Clássico
9,0 a 9,5 = Excelente
8,0 a 8,9 = Muito Bom
7,0 a 7,9 = Bom
5,0 a 6,9 = Regular
4,0 a 4,9 = Ruim
3,0 a 3,9 = Muito Ruim
1,0 a 2,9 = Péssimo
0,0 a 0,9 = Horrível

Na organização antiga ficaria da seguinte maneira:

PARA VER = 7,0 a 10,0
PARA PENSAR DUAS VEZES = 5,0 a 6,9
PARA PASSAR LONGE = 0,0 a 4,9

Assim sendo, a mudança será fita aos poucos e os filmes ficarão divididos nos marcadors do blog por seus nomes e gêneros.

Qualquer dúvida deixem no comentário, e espero que gostem do novo formato.

Obrigado!

OS PÁSSAROS



Ficha Técnica

Título Original:The Birds
Gênero:Ficção
Duração:01 hs 54 min
Ano De Lançamento:1963
Estúdio:Universal Pictures / Alfred J. Hitchcock Productions
Distribuidora:Universal Pictures
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro:Evan Hunter, baseado em estória de Daphne Du Maurier
Produção:Alfred Hitchcock
Fotografia:Robert Burks
Figurino:Edith Head
Edição:George Tomasini


Elenco

Rod Taylor (Mitch Brenner)
Jessica Tandy (Lydia Brenner)
Suzanne Pleshette (Annie Hayworth)
Tippi Hedren (Melanie Daniels)
Veronica Cartwright (Cathy Brenner)
Ethel Griffies (Sra. Bundy)
Charles McGraw (Sebastian Sholes)
Ruth McDevitt (Sra. MacGruder)
Lonny Chapman (Deke Carter)
Doodles Weaver (Pescador)
Malcolm Atterbury (Deputado Al Malone)
Alfred Hitchcock (Homem saindo da loja de animais)


Sinopse

A pacata cidade de Bodega Bay, na Califórnia, vive momentos de terror quando milhares de pássaros se instalam na localidade e começam a atacar as pessoas.



CRÍTICA


Bom, eis que reapareço para fazer a primeira postagem de dezembro, e o motivo é simples: falta de tempo. Qualquer pessoa mais próxima a mim sabe que estudo na Uel e a mesma ainda está em aula devido a paralisação em agosto motivada pela gripe suína; sendo assim, me encontro tendo vários trabalhos e provas para fazer, além do meu trampo, e nestes momentos os hobbys ficam em segundo plano. Mas explicação dada vamos ao filme que escolhi.

Estou com o blog a quase um ano e um dos meus diretores favoritos ainda não havia aparecido aqui, e este é o gênio Alfred Hitchcock. Eu poderia ter escolhido vários filmes dele que eu particularmente julgo melhores que este os Pássaros e que eu gosto mais, como Janela indiscreta, Festim Diabólico e o meu favorito Psicose, entre outros, dessa maneira, o motivo que me levou a escolher este Os Pássaros é que o mesmo, talvez seja, o filme mais intrigante de todos os tempos, e digo isto sem medo de exagerar.

O filme é bizarro no quesito sentido, já que o enredo não segue aqueles padrões clássicos bonitinhos e tão prezados pelos críticos e pelos metidos a críticos ( incluem-se nisso, eu mesmo). Se você ainda não viu esta fita pode acreditar quando eu digo que o filme só tem meio, e não possui nenhum problema em deixar isto bem estampado na cara do espectador.A falta de explicação para a atitude dos pássaros que invadem a cidade, deixa um mistério no ar, que perpassa desde 1.963 quando a fita foi lançada, e confesso que até hoje não ouvi e nem consegui formular nenhum hipótese que me levasse a crer que poderia ser isto ou aquilo, ou seja, pelo menos para mim, o mistério continua.

Ninguém nunca mais manipulou o espectador como Hitchcock, e aqui ele chega em seu auge, pois transformou em clássico um filme que venhamos e convenhamos, não possui sentido explícito, e até o momento, nem implícito. Provavelmente deve existir algo por trás de todo aquele movimento dos pássaros, agora como eu ainda não encontrei, fico com a impressão que o filme passa, os pássaros simplesmente atacaram, sem motivo aparente, simplesmente atacaram e fizeram a vida de algumas pessoas um belo inferno.

Hitchcock é genial na direção como sempre, e o modo com conduz a câmera,e entrelaça os movimentos dá todo um clima a mais para a fita, mas falar bem de Hitchcock é chover no molhado. O roteiro já foi comentado, e a falta de início e fim não é fala, é proposital, premeditado, em outras palavras, algo que só se passa na mente de gênios como o cineasta da fita em questão.

O único entrave problemático da fita tem relação com os efeitos do filme. É claro que não podemos ser anacrônicos, mas os efeitos que para a época eram extremamente avançados, hoje soam "falsos" e sim prejudicam o impacto da fita, principalmente para olhos de pessoas quem não conseguem se livrar do já citado anacronismo. Tirando isto, não há nada que prejudique o rotulo de clássico deste cultuado, complexo e intrigante filme de Hitchcock.

Não é a melhor fita do diretor, nem a mais popular e nem a que eu mais gosto, mas a qualidade de Os Pássaros é indiscútivel, ainda mais pelo seu já citado caráter intrigante por que não dizer, irritante pelo fato de a fita não resolver a questão a que todo espectador já está se perguntado desde a primeira hora da fita. Eis que então passo a bandeira para mais algumas pessoas, mas afinal, qual o motivo que levou àquele ataque proporcionado pelos pássaros? Por que começou aconteceu tudo aquilo? O domínio de Hitchcock da linguagem cinematográfica chega a seu auge e aquele que souber a resposta levante a mão.


NOTA: 9,5

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

VICKY CRISTINA BARCELONA



Ficha Técnica

Título Original:Vicky Cristina Barcelona
Gênero:Drama
Duração:96 min
Ano De Lançamento:2008
Site Oficial:http://www.vickycristina-movie.com/
Estúdio:Mediapro / Gravier Productions / Antena 3 Films
Distribuidora:The Weinstein Company / MGM / Imagem Filmes
Direção: Woody Allen
Roteiro:Woody Allen
Produção:Letty Aronson, Stephen Tenenbaum e Gareth Wiley
Fotografia:Javier Aguirresarobe
Direção De Arte:Iñigo Navarro
Figurino:Sonia Grande
Edição:Alisa Lepselter
Efeitos Especiais:Big Film Design


Elenco

Javier Bardem (Juan Antonio)
Scarlett Johansson (Cristina)
Rebecca Hall (Vicky)
Penélope Cruz (Maria Elena)
Chris Messina (Doug)
Patricia Clarkson (Judy Nash)
Kevin Dunn (Mark Nash)
Julio Perillán (Charles)
Pablo Schreiber (Ben)
Carrie Preston (Sally)
Zak Orth (Adam)
Abel Folk (Jay)
Josep Maria Domenech (Julio Josep)
Christopher Evan Welch (Narrador)


Sinopse

Vicky (Rebecca Hall) e Scarlett Johansson (Cristina) são amigas e passam férias em Barcelona. Vicky está noiva e é sensata nas questões do amor. Cristina é pura emoção e movida a paixão. Durante uma exposição de arte, as duas se encantam pelo pintor Juan Antonio (Javier Bardem), que as convida mais tarde, durante um jantar, para uma viagem. O que elas não sabiam é que o galante sedutor mantém um relacionamento problemático com sua ex esposa Maria Elena (Penélope Cruz). E as coisas ainda ficam piores porque as duas, cada uma de sua forma, se interessam por ele, dando início a um complicado "quadrado" amoroso.


Premiações

- Ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Penélope Cruz)
- Ganhou o Globo De Ouro de Melhor Filme - Comédia/Musical, além de ser indicados nas categorias de Melhor Ator - Comédia/Musical (Javier Bardem), Melhor Atriz - Comédia/Musical (Rebecca Hall) e Melhor Atriz Coadjuvante (Penélope Cruz);
- Ganhou o Bafta de Melhor Atriz Coadjuvante (Penélope Cruz);
- Ganhou o Independent Spirit Awards de Melhor Atriz Coadjuvante (Penélope Cruz) e Melhor Roteiro. Foi indicado també na categoria de Melhor Ator (Javier Bardem);
- Indicado ao Goya de Melhor Atriz Coadjuvante (Penélope Cruz);



CRÍTICA


Durante muito tempo o nome Woody Allen causava furor, levava milhares ao cinema e fazia críticos vibrarem com a iminência de mais uma obra-prima do cinema, só que infelizmente esta época já passou, e o diretor parece ter entrado em uma crise das bem grandes, quase tão grande quanto a do gênero que sempre defendeu e elevou como grande.

Não sei muito bem explicar o que aconteceu com o diretor, mas o fato é Allen precisa se renovar. Seu estilo está um pouco batido, e sem seus lampejos de gênio, tudo fica muito igual. Aquelas sensações que tínhamos de que aquilo que estava acontecendo na tela fazia parte de nós, e que poderia acontecer conosco a qualquer momento, que sempre foi o grande trunfo do diretor não existe mais, e tudo passa ser meras bobagens jogadas a situações inesperadas.

Confesso que até gostei um pouco de O Sonho De Cassandra, mas a crítica em geral preferiu este aqui: Vicky Cristina Barcelona. Considerado por muitos o melhor Woody Allen em anos, a história de um "quadrado" amoroso protagonizado por um pintor malicioso, uma ex-atual namorada histérica, uma mulher que está prestes a se casar e uma jovem totalmente sem rumo, se impõe muito mais pela impossibilidade real da coisa, do que pela sua qualidade em si.

Pode até ser que Vicky Cristina Barcelona tenha algumas coisas boas, como o bom trabalho de direção de arte e fotografia, e a trilha sonora bem centrada e que acompanha o tema do filme, cheios de citações e declarações a cidade de Barcelona. Allen até está bem com a câmera nas mãos e consegue gerar algumas situações engraçadas e polivalentes, mas ainda é muito pouco, pelo menos para mim. O roteiro peca pelos exageros e pela presunção podemos dizer; já que a história parece querer mostrar a você que ela é boa e pronto, e que você só está ali para apreciar algo que é bom por si só.

Bardem me desapontou um pouco, e não chega nem perto das interpretações de Mar Adentro e de Onde Os Fracos Não Têm Vez, realmente ele está bem contido e nem um pouco a vontade, mesmo assim consegue ser o melhor do elenco. Não consigo ver todo esse auÊ que fizeram na atuação de Penélope Cruz, inclusive dando a ela o Oscar de atriz coadjuvante, não vi e não encontrei nada demais em sua atuação, pelo contrário, achei extremamente exagerada e com excessivas caretas e tiques que eu já vi em outros filmes. Johansson parece que está o tempo inteiro bêbada de tão vaga que está.

Agora, o grande problema desta fita é na verdade uma pergunta: Qual o seu sentido? Não dá pra captar no filme o argumento de Allen, o que ele quer nos passar, o que ele pretende com a realização da fita. O filme não é crítico, não é psicologicamente, nem fisicamente, nem intelectualmente tocante, trocando em miúdos, o filme não tem objetivo, é apenas uma história, que parece ter sido feita em um final de tarde fraco de inspiração. A verdade é que Allen parece ter feito um começo, o desenvolveu, mas em nenhum momento chegou perto de encontrar um fim. Se colocarmos em evidência a premissa de que todas as nossas ações possuem um fim, por menor ou mais sem sentido que seja, Vicky Cristina Barcelona, não adquire o status de ação, já que não tem fim, ele acaba do mesmo jeito que começou, sem lhe causar nada.

Depois de tudo isto resta a dúvida, em que sessão colocá-lo? O filme é médio para ruim, mas vale tentar uma conferida para verificar se não é viagem minha, já que a fita tem muitos e muitos fãs, mas pense bem antes,e mesmo se tratando de uma fita de Woody Allen vale uma reflexão antes de gastar seu dinheiro com ela.

NOTA: 6,0

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO



Ficha Técnica

Título Original:The Boy in the Stripped Pyjamas
Gênero:Drama
Duração:94 min.
Ano De Lançamento:2008
Site Oficial:http://www.boyinthestripedpajamas.com/
Estúdio:BBC Films / Miramax Films / Heyday Films
Distribuidora:Miramax Films / Buena Vista International
Direção: Mark Herman
Roteiro:Mark Herman, baseado em livro de John Boyne
Produção:David Heyman
Música:James Horner
Fotografia:Benoît Delhomme
Direção De Arte:Mónica Esztán, Rod McLean, Razvan Radu e Szilvia Ritter
Figurino:Natalie Ward
Edição:Michael Ellis


Elenco

Asa Butterfield (Bruno)
Zac Mattoon O'Brien (Leon)
Domonkos Németh (Martin)
Henry Kingsmill (Karl)
Vera Farmiga (Mãe)
David Thewlis (Pai)
Cara Horgan (Maria)
Amber Beattie (Gretel)
László Áron (Lars)
Béla Fesztbaum (Schultz)
Attila Egyed (Heinz)
Rupert Friend (Tenente Kotler)
David Hayman (Pavel)
Jack Scanlon (Schmuel)
László Nádasi (Isaak)


Sinopse

Alemanha, 2ª Guerra Mundial. Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista que assume um cargo em um campo de concentração. Isto faz com que sua família deixe Berlim e se mude para uma área desolada, onde não há muito o que fazer para uma criança de sua idade. Ao explorar o local ele conhece Shmuel (Jack Scanlon), um garoto aproximadamente de sua idade que sempre está com um pijama listrado e do outro lado de uma cerca eletrificada. Bruno passa a visitá-lo frequentemente, surgindo entre eles uma amizade.



CRÍTICA


Muito legal quando um filme de surpreende de maneira positiva, pena que isso acontece cada vez menos, entretanto acontece, e estamos diante de um caso desses, já que O Menino Do Pijama Listrado é realmente um filme muito bonito e tocante, sem ser meloso e por que não dizer idiota.

O cenário é o já conhecido e explorado nazismo na época da Segunda Guerra Mundial, e é lógico que O Menino Do Pijama Listrado não é o melhor filme sobre o tema, e nem mesmo é o melhor quando envolve-se crianças e coisas do tipo, já que nesse quesito (apesar de diferentes), O Tambor parece imbatível. Além disso, a fita possui algumas falhas, afinal , por menor que fosse o campo de concentração, a vigilância ferrenha que estes possuíam jamais permitiriam as visitas e a manutenção da amizade entre os dois, mas esta não me parece ser a questão central.

A verdade, é que O Menino Do Pijama Listrado, trabalha o tempo inteiro com a luta entre a visão pessoal e a verdadeira realidade, seja com a amizade dos meninos, seja com a fissura que a menina incorpora por Hitler, ou mesmo nas relações entre marido e mulher e destes para com o movimento e seus filhos. Tudo gira em torno do " o que eu acredito, ou interpreto" contra " o que realmente é". Quase que uma luta entre o bem e o mal, um dualismo entre ficção e realidade, que tem seu auge principalmente na visão que o Bruno, o menino alemão tem do campo de concentração e da idéia dele sobre o velho judeu que trabalha em sua casa.

Tecnicamente falando, o filme é muito bem conduzido pelo diretor Mark Herman (que eu particularmente não conhecia, ou pelo menos não me lembro de imediato de nenhum outro filme dele), e o roteiro é muito bem escrito, todavia, eu não li o livro em que se baseou a fita, então não vou tentar adentrar muito neste âmbito. Gosto da fotografia, com tons claros, que de certo modo inovam, já que em filmes sobre nazismo normalmente a fotografia tenta chocar mais, enquanto esta parece querer brilhar ou coisa do tipo. As atuações são interessantes,e o menino Jack Scanlon me agrada muito no papel do judeu Schmuel, já que seu personagem me parece ser ujma síntese entre essa luta da inocência com a realidade, já que ele possui um pouco dos dois.

O filme é realmente bonito, emocionante e devido ao seu final no meu ponto de vista surpreendente e de excessiva, porém encaixada carga dramática, o Menino Do Pijama Listrado se torna uma das boas opções de cinema que chegaram às nossas mãos nos últimos anos, já que a fita desperta sensações, cria condutas e instiga reflexões, coisa muita rara em uma fita hoje, e mesmo tratando de uma tema já saturado pela sétima arte, o filme consegue ter lá sua dose de originalidade, o que só aumenta seus méritos.

NOTA: 8,5

sábado, 14 de novembro de 2009

O PAGADOR DE PROMESSAS



Ficha Técnica

Título Original:O Pagador de Promessas
Gênero:Drama
Duração:95 min.
Ano de Lançamento:1962
Estúdio:Cinedistri / Produções Francisco de Castro
Distribuidora:Lionex Films Inc. / Embrafilme
Direção: Anselmo Duarte
Roteiro:Anselmo Duarte, baseado em peça teatral de Dias Gomes
Produção:Francisco de Castro e Oswaldo Massaini
Música:Gabriel Migliori
Fotografia:H.E. Fowle
Direção de arte:José Teixeira de Araújo
Edição:Carlos Coimbra


Elenco

Leonardo Villar (Zé do Burro)
Norma Bengell (Marli)
Glória Menezes (Rosa)
Dionísio Azevedo (Padre Olavo)
Geraldo Del Rey (Bonitão)
Roberto Ferreira (Dedé)
Othon Bastos (Repórter)
Maria Conceição (Tia)
Antônio Pitanga (Coca)
Canjiquinha
João Desordi (Detetive)
Américo Coimbra


Sinopse

Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com oc afetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de macumba.


Premiações

- Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
- Ganhou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes.



CRÍTICA



Todo mundo sabe que eu não sou um grande fã do cinema nacional, muito pelo contrário, sou na verdade um grande crítico, pois acredito faltar ao cinema nacional uma ambição, que torna a frieza e mesmice dos filmes algo imperdoável. Entretanto, admito que existam algumas pouquíssimas exceções a esta regra, e aí sim, os brazucas até conseguem produzir alguns bons filmes. Decidi então, para fazer aparecer pela primeira vez no blog um filme nacional, lhes escrever sobre aquele que acredito ser o melhor dos petardos nacionais quando o assunto é a produção de filmes.

Me lembro de ter assistido a este filme no colegial, e assim como faço com qualquer filme nacional, já "torci o nariz" quando soube de sua origem, todavia, eis que sou pego de surpresa e me deparo com um filme muito bom, e que vai contra a minha grande crítica ao cinema nacional: O Pagador De Promessas tem ambição.

Eu concordo com alguns críticos de que o filme possui alguns defeitos, entre eles o fato de a produção ser bem fraca, algumas atuações não se encaixarem muito bem e que a direção do recém-falecido Anselmo Duarte é bem nula e instável, agora o ponto central do filme e o que o transforma em um clássico não tem nada a ver com o aparato técnico que o envolve, já que este realmente é fraco.

O Pagador De Promessas, é crítico e direto, sem parecer exagerado e sem se envolver em um "brasileirismo" que atinge a alguns e deixa outros totalmente de fora. O filme acaba representando todo tipo de pessoa, desde o sertanejo simples, a pessoas curiosas, aproveitadoras, compreensíveis, hipócritas e ignorantes, vemos uma miscelânea de características, enquanto que a história simples de um homem que quer pagar a promessa, pois seu burro foi salvo, entrando em uma igreja carregando uma cruz, não se cumpre.

Logicamente, que o alvo de Anselmo era bem mais uma crítica a igreja e ao sensacionalismo desnecessário (se é que esta expressão não acaba como um pleonasmo) que algumas situações totalmente simples de se resolver, podem gerar única e exclusivamente pelo exagerado, pela ignorância, e pelo modo absurdo como algumas pessoas levam e se portam em determinadas situações.

Não há como negar, O Pagador De Promessas é um dos grandes do cinema nacional, um clássico obrigatório, que o destaca entre os poucos filmes nacionais que vale seu dinheiro e seu tempo, e com certeza um dos poucos filmes nacionais que ocuparia um lugar na sessão Para Ver aqui no blog.

NOTA: 9,5

sábado, 7 de novembro de 2009

GUERRA DOS MUNDOS



Ficha Técnica

Título Original:War of the Worlds
Gênero:Ficção Científica
Duração:116 Min
Ano De Lançamento:2005
Site Oficial:http://www.waroftheworlds.com/
Estúdio:DreamWorks SKG / Paramount Pictures / Amblin Entertainmnt / Cruise/Wagner Productions
Distribuidora:DreamWorks SKG / Paramount Pictures / UIP
Direção: Steven Spielberg
Roteiro:David Koepp, baseado em livro de H.G. Wells
Produção:Kathleen Kennedy e Colin Wilson
Música:John Williams
Fotografia:Janusz Kaminski
Direção De Arte:Tony Fanning, Andrew Menzies, Tom Warren e Edward Pisoni
Figurino:Joanne Johnston
Edição:Michael Kahn
Efeitos Especiais:Industrial Light & Magic / Harlow Effects


Elenco

Tom Cruise (Ray Ferrier)
Justin Chatwin (Robbie Ferrier)
Dakota Fanning (Rachel Ferrier)
Tim Robbins (Ogilvy)
Miranda Otto (Mary Ann Ferrier)
David Alan Basche (Tim)
Yul Vazquez (Júlio)
Morgan Freeman (Narrador - voz)
James DuMont
Daniel Franzese
Ann Robinson
Channing Tatum


Sinopse

Ray Ferrier (Tom Cruise) é um homem divorciado que trabalha nas docas. Ele não se sente à vontade no papel de pai, mas precisa cuidar de seus filhos, Robbie (Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning), quando eles lhe fazem uma de suas raras visitas. Pouco após eles chegarem Ray presencia um evento que mudará para sempre sua vida: o surgimento de uma gigantesca máquina de guerra, que emerge do chão e incinera tudo o que encontra. Trata-se do primeiro golpe de um devastador ataque alienígena à Terra, que faz com que Ray pegue seus filhos e tente protegê-los, levando-os o mais longe possível das armas extra-terrestres.



CRÍTICA



Confesso que não tinha menor idéia de que filme colocar aqui no blog nesta rara oportunidade que tive hoje para atualizá-lo, quando recebi um sinal hehehe. Chegando a minha casa, encontrei um dos camaradas que moram na República comigo assistindo a este filme, sendo que o mesmo me fez a seguinte pergunta, esse Guerra dos Mundos é bom? E respondi prontamente: Não! E o porquê desta minha resposta é o que vocês lerão a partir de agora.

Ser um gênio deve ser algo complicado, pois como exige uma capacidade muito rara e peculiar, esta mesma capacidade não se faz presente nas pessoas em todos os momentos, ou seja, é difícil ser um gênio a todo o momento. Entretanto, o gênio sempre será cobrado pelos meros mortais, para criar obras geniais, e como eu me encaixo entre os meros mortais e considero Spielberg um gênio, eu o cobro como gênio, e em Guerra Dos Mundos ele não só deixou a genialidade em casa, como também parece ter deixado o bom senso e arte de fazer cinema também. É impossível não notar os problemas gigantes que o filme possui, principalmente em seu andamento e em sua desenvoltura junto ao espectador. Spielberg é lento com a câmera, e as cenas de ação e aventura perdem muita força com isso, e se unem a uma mescla de suspense e terror que não encaixam e acabam gerando uma sensação esquisita no espectador, definindo o esquisito aqui como ruim.

A adaptação do livro de H.G. Wells acabou ficando até interessante, já que o roteiro consegue afirmar bem a idéia e os argumentos do livro, mas o que nos já dissemos acima, aliado a um final totalmente desfigurado e mal explicado, transformam esta versão atual, em um filme bem inferior à versão de 1.953, que apesar de ter se tornado um ícone do cinema cult, também não é lá um filme muito bom.

O elenco se apóia na figura de Tom Cruise, que por incrível que pareça não está mal no filme, e tenta de todas as maneiras salvar um pouco a pele de Spielberg, todavia, esbarra logo ao seu lado Justin Chatwin que vai muito mal no papel do filho de Cruise e da irreconhecível e exagerada Dakota Fanning no papel da filha; e olha que eu realmente acreditava que essa menina tinha talento. Vale lembrar também a participação de Tim Robbins como o enigmático Ogilvy.

Logicamente que os efeitos especiais impressionam, ainda mais quando falamos de Spielberg fazendo ficção científica, basta ver E.T – O Extraterrestre ou Contatos Imediatos de Terceiro Grau, mas ao contrário dos dois filmes citados anteriormente, Guerra dos Mundos é um filme perdido, incompleto e muito , mais muito abaixo da genialidade e inspiração que Spielberg pode dar tanto ao cinema quanto aos telespectadores, para sintetizar minha decepção com esse filme em uma frase, basta apenas dizer : “ Um erro imperdoável”.

Não perca seu tempo com este filme não, afinal na sessão do próprio Spielberg aonde quer que você vá, seja em uma loja de DVD´s, em uma locadora, em um camelô (hehehehe), você vai encontrar no mínimo uns 15 filmes que são obrigatórios para qualquer cinéfilo ou apreciador estético na sétima arte, e não, eu não estou exagerando, basta ver a filmografia deste gênio chamado Steven Spielberg para comprovar tudo o que eu disse nesta crítica, tanto sobre sua genialidade quanto sobre o caráter decepcionante deste Guerra Dos Mundos.

NOTA: 3,5

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

AS 10 MAIORES ANIMAÇÕES DE TODOS OS TEMPOS!

O gênero de animação é facilmente um dos melhores e um dos poucos que parece não se afundar em uma crise sem fim, quando consideramos o quesito atualidade. A verdade é que o setor de animação é o que melhor soube aproveitar as inovações tecnológicas e se utilizar delas para fazer grandes filmes. Entretanto, animações mais "antigas" no âmbito da tecnologia, continuaram sendo feitas e com grande qualidade. Assim sendo, ao contrário das comédias no post anterior desta mesma categoria, a maioria dos escolhidos para figurar entre os 10 melhores são mais atuais, até por que se trata de um gênero que esteve sempre presente ma história do cinema, mas que teve o seu "boom" nos anos 90.

Como minha intenção aqui é escolher aqueles que julgo os maiores na história do cinema, e isso conta vários critérios não pessoais, ficaram de fora algumas de minhas animações favoritas (Vida De Inseto, A Nova Onda Do Imperador, Irmão Urso), para darem lugar a animações que revolucionaram ou criaram no imaginário das pessoas algo que vai além de simples preferência, eis aqui então minhas escolhas.


10 - SPIRIT - O CORCEL INDOMÁVEL (Spirit: Stallion of the Cimarron)- 2.002



Uma animação muito pouco conhecida, até pelo fato de fugir um pouco do eixo comercial. Entretanto, isso não prejudica toda a beleza e sensibilidade desta ótima fita, que conta a história de um corcel maltratado por seu dono e que encontra em um índio um amigo e companehiro. Vale destaque o fato de que não há falas pela parte dos animais e a belíssima trilha-sonora, daquele que é facilmente uma das mais belas histórias produzidas no cinema de animação.


09 – PERSEPÓLIS (Persepolis)- 2.007



Animação francesa que se difere de todo o resto da lista por não ter como público alvo as crianças. Crítica ferrenha às hipocrisias políticas e à forma de vida outorgada pelo governo iraniano quando se refere à religiosidade e a maneira de viver que as mulheres devem assumir. O filme é brilhante mesmo com traços bem simples, já que a estética do desenho não é sua principal função. Persepólis é uma história muito bem contada e muito bem desenvolvida, mas é para adultos, não tem nada de infantil aqui.


08 – MOGLI –O MENINO LOBO ( The Jungle Book)- 1.967



"Somente o necessário, somente o necessário..." e por aí vai; e aquele que nunca ouviu ou cantou esta música que atire a primeira pedra. Mogli é simplesmente um dos ícones mais marcantes da história do cinema mesmo fora do âmbito da animação. É o segundo representante mais antigo de nossa lista, e um dos maiores clássicos da animação, sendo sua presença aqui mais do que justa.


07 - PROCURANDO NEMO ( Finding Nemo)- 2.003



Provavelmente Nemo seja o maior clássico do cinema de animação, desde que os traços computadorizados dominaram os fabricantes de animação; e não é para menos, já que Procurando Nemo é um filme completo, que viaja desde a infância inocente, passa pela comédia bem dosada, o drama típico das animações e logicamente um bela lição de moral. Em outras palavras, Procurando Nemo é uma animação completa que encanta tanto a jovens como a adultos.


06 - A VIAGEM DE CHIHIRO (Sen to Chihiro No Kamikakushi)- 2.001



Representante maior da entrada do traço japonês característico do mangá na produção cinematográfica de animação do circuito americano, A Viagem De Chihiro ainda é a melhor produção desta nova investida. Toda a magia colocada ao longo da fita, com um paixão descomunal do ótimo Hayao Miyazaki, fazem de Chihiro um filme cativante como poucos, e obrigatório na coleção de qualquer fã de animação ou do próprio cinema em si. Diferente, bonito e tocante, Chihiro foi com certeza um grande marco no cinema de animação, e isto faz com que sua sexta posição seja totalmente plausível.


05 - WALL-E (Wall-e)- 2.008



O representante mais atual de nossa lista. Wall-E se tornou clássico antes mesmo de cair nas graças do público, devido ao seu caráter totalmente inovador se levarmos em consideração o cinema de animação. O aspecto visual e o excelente roteiro, aliado ao carisma de todos os personagens e principalmente de seu protagonista, transformam Wall-e não só em uma animação de primeiro nível, mas também em uma das melhores fitas da década.


04 – A BELA E A FERA ( Beauty And The Beast)- 1.991



A mais bela de todas as animações já produzidas e uma das marcantes produções do cinema de mesmo gênero. A Bela e a Fera é charmoso, tocante, sem parecer chato ou meloso. Com uma história fascinante, boas intervenções dramáticas e cômicas e uma trilha sonora espetacular, fizeram com que este filme fosse o único em toda a história do cinema de animação a concorrer ao Oscar de Melhor Filme em seu ano, e olha que tem gente que defende até hoje que ele deveria ter vencido.


03 – TOY STORY ( Toy Story)- 1.995



A história de uma turma de brinquedos e suas aventuras entra muito mais neste pódio por seu caráter inovador e sua importância para a história do cinema. A animação com o adjunto da computação gráfica se faz presente pela primeira vez e revoluciona todo o gênero de animação, fazendo com que nos dias de hoje, esta técnica tenha passado de exceção à regra. Por ser o primeiro de muitos, Toy Story leva a medalha de bronze.


02 – BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (Snow White and the Seven Dwarfs)- 1.937



Bom, pelo mesmo critério que Toy Story levou o bronze, Branca de Neve leva a medalha de prata. O primeiro longa de animação é aquela história que todos nós conhecemos e que passamos a admirar, por ter sido a criadora de um gênero que leva milhares de pessoas aos cinemas e por ser extremamente engraçada, ingênua e bela de uma forma única. Dificilmente alguém que não entenda muito bem a importância de um filme como esse para a história do cinema concordará comigo, mas não tem como discutir muito isso, afinal é fácil copiar, mas criar é sempre um processo complicado.


01 – O REI LEÃO ( The Lion King)- 1.994



Sim, esta escolha eu me dei ao luxo de seguir o caráter subjetivo deste mesmo que vos escreve. O Rei Leão é minha animação favorita, um dos meus filmes favoritos, além do fato de ter marcado minha infância de forma única. Parcialidades a parte, talvez muitos discordem do primeiro lugar, mas poucos discordariam de incluir este clássico do cinema em uma lista dos melhores do seu gênero. Até por que, O Rei Leão é completo, bem desenhado, um ótimo roteiro, bem conduzido, personagens marcantes, engraçados e sagazes e uma trilha sonora como poucas. É difícil entender o porquê alguns filmes causam coisas tão fortes em você, mas é fácil entender o que causam, e O Rei Leão é um destes, pelo menos para mim e para várias pessoas com quem já conversei. Um clássico, um marco e para este que vos fala a melhor animação de todos os tempos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ADEUS, LÊNIN!



Ficha Técnica

Título Original:Good Bye, Lenin!
Gênero:Drama
Duração: 118 min.
Ano De Lançamento:2003
Site Oficial:http://www.good-bye-lenin.de/
Estúdio:arte / Westdreutscher Rundfunk / X-Filme Creative Pool
Distribuidora:Sony Pictures Classics
Direção: Wolfganger Becker
Roteiro:Wolfganger Becker e Bernd Lichtenberg
Produção:Stefan Arndt
Música:Yann Tiersen
Fotografia:Martin Kukula
Edição:Peter R. Adam
Efeitos Especiais:Das Werk


Elenco

Katrin Sab (Christine Kerner)
Chulpan Khamatova (Lara)
Florian Lukas (Denis)
Alexander Beyer (Rainer)
Burghart Klaubner (Robert Kerner)
Michael Gwisdek (Diretor Klapprath)
Christine Schom (Frau Schäfer)
Rudi Völler (Rudi Völler)
Helmut Kohl (Helmut Kohl)
Daniel Brühl (Alexander Kerner)


Sinopse

Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada, Alex não tem muitos problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos.


Premiações

- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao César de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou o Goya de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou 6 prêmios no European Film Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel Brühl), Melhor Diretor – Prêmio do Público, Melhor Ator – Prêmio do Público (Daniel Brühl), Melhor Atriz – Prêmio do Público (Katrin Sab) e Melhor Roteiro. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Atriz (Katrin Sab).
- Ganhou o Prêmio Blue Angel, no Festival de Berlim.



CRÍTICA


Vários dias depois do meu último post, eis que me sobrou um tempinho para realizar mais uma de minhas aventuras neste pequeno espaço conhecido blog. Dramatizações presentes na frase acima deixadas de lado, vamos ao comentário deste filme alemão de grande repercussão e de grande prestígio entre cinéfilos e críticos, porém praticamente desconhecido do grande público.

Dentre as grandes forças do cinema europeu, o cinema alemão se mostra, juntamente com o cinema dinamarquês, o meu programa favorito, quando colocamos em pauta a sétima arte produzida no velho continente. Assim sendo, sempre procuro ver e analisar bem os filmes destes dois países que sempre nos brindaram com clássicos. Rotular esta fita como um clássico pode até soar um pouco exagerado, mas com certeza Adeus, Lênin! é um dos bons momentos produzidos pelo cinema nos anos 2.000.

O filme possui caráter nostálgico, e ao mesmo vivo e alegre, isso faz com que não se saiba ao certo o gênero da fita, sendo vista por uns como uma comédia e por outros como um drama. Acredito que o segundo seja mais correto, e também me parece ser a intenção do filme, levando-se em conta que a fita mostra o drama de se reavivar na mente alguém algo que já foi superado, simplesmente classificá-lo como uma comédia pode ser um erro até considerável.

A fita em si é muito interessante, o filme é dinâmico, direto e muito bem editado e produzido. São quase duas horas que passam de uma maneira muito cativante, levando o espectador a um êxtase em vários momentos da fita. Não existe nenhuma estrela conhecida, seja na direção, ou seja no elenco, e Adeus, Lênin! prova que nome não faz falta nenhuma, pois tanto o diretor Becker quanto todo o elenco da conta do recado de forma perfeita.

Entretanto, o grande trunfo da fita é seu roteiro. De uma originalidade descomunal, o filme consegue se livrar de todos os clichês sem soar forçado. A história do filho, que tenta reconstruir o mundo comunista, depois do momento em que este é derrotado pelo capitalismo, para não agravar a saúde de sua mãe, uma comunista assídua e que estava em coma no momento da transição da Alemanha Oriental do comunismo para o capitalismo. A reconstrução, e as idéias nas quais os personagens se colocam para recriar este mundo é simplesmente genial.

O filme é um golpe de mestre nos saudosistas do socialismo, que parecem continuar vivendo em um mundo dividido e que não conseguem encarar a nova realidade, e o genial da fita vem aqui, já que Becker consegue isto, sem defender em nenhum momento o capitalismo, ou seja, a crítica é feita de forma pura, sem se fazer necessário a defesa do capitalismo para se mostrar a estupidez que ainda existe no mundo de hoje por parte destes saudosistas.

Adeus, Lênin! é um filme brilhante, e a analogia de seu título, mostra bem a proposta e a temática, deste que talvez seja, (junto com o excelente A Vida Dos Outros e com A Queda - As últimas Horas De Hitler) o melhor filme alemão dos anos 2.000. Um filme obrigatório, principalmente para cinéfilos e pessoas mais interessadas em questões políticas e sociais. Um tapa na cara para muitos e um deleite para outros, a carapuça serve de qualquer jeito, só cabe a você escolher qual das duas vestir.

NOTA: 9,0

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

TERRA DE NINGUÉM



Ficha Técnica

Título Original:Land of the Blind
Gênero:Drama
Duração:110 min
Ano De Lançamento:2006
Estúdio:Lucky 7 Productions LLC / Templar Films / Brooklyn Films / Avnet/Kerner Productions / Defender Production / Bauer Martinez Studios / Studio Eight Productions
Distribuidora:California Filmes
Direção: Robert Edwards
Roteiro:Robert Edwards
Produção:Jon Avnet, Cerise Hallam Larkin, Alan Latham, Philippe Martinez e Stanley Roup
Música:Guy Farley
Fotografia:Emmanuel Kadosh
Direção De Arte:Mike Stallion
Figurino:Phoebe De Gaye
Edição:Ferne Pearlstein


Elenco

Ralph Fiennes (Joe)
Donald Sutherland (Thorne)
Lara Flynn Boyle (Primeira-Dama)
Tom Hollander (Maximilian)
Camilla Rutherford (Tania)
Marc Warren (Pool)
Robert Daws (Jones)
Don Warrington (Primeiro Sargento)
Ron Cook (Médico)
Laura Fraser (Madeleine)
Miranda Raison (Daisy)
Michael Smiley (Tenente)
Jonathan Hyde (Smith)
Mackenzie Crook (Editor)


Sinopse

Em uma penitenciária de um país distante está Thorne (Donald Sutherland), um prisioneiro político. Com o tempo ele cria amizade com Joe (Ralph Fiennes), o guarda da prisão, para quem conta seu passado de resistência política e sua tentativa em acabar com o sistema ditatorial local. Até que um pedido de Thorne gera um grande conflito entre ele e Joe, que faz com que os companheiros do guarda achem melhor apagá-lo da história.



CRÍTICA


Existem vários filmes que foram traduzidos para o português sob o nome de Terra De Ninguém, o mais famoso deles é um excelente filme vindo da Bósnia; entretanto já deu pra perceber, que neste momento não me dedico a escrever algo sobre este a qual me referi a pouco. Este Terra De Ninguém é um filme bem menos inspirado, um pouco confuso, e por que não dizer desinteressante.

Apesar de contar com dois atores muito respeitados (no caso Donald Sutherland e Ralph Fiennes), o filme não consegue se impor e acaba passando como algo pouco influente pela vida cinematográfica de qualquer espectador. Tentar explicar isto, seria quase que uma frustrada tentativa de encontrar paixão em um filme gélido e pesado, que causa impacto apenas pelo caráter cru e grotesco de algumas de suas passagens.

O argumento é muito parecido em síntese, com A Revolução Dos Bichos de George Orwell, ou seja, aquele que era para ser um reformador e mudar a vida das pessoas para melhor, no momento que tem a chance de fazer isso, se mostra pior que seu antecessor. É inevitável essa comparação,já que mesmo com algumas diferenças na construção dos personagens, muda-se muito pouco. Talvez a diferença mais perceptível, é que este Terra De Ninguém dá um acento maior no que envolve a traição em si, já que ele perpassa o filme em toda a sua extensão.

Sutherland é um bom ator, apesar de estar longe de ser um dos meus favoritos, mas nesta fita está muito "longe" no termo popular da expressão. Sua presença é simples demais, e falta equilíbrio nas cenas com Fiennes, que é, por característica, um ator mais seco e duro. Não é possível que o diretor não tenha percebido ao longo das filmagens que a fita estava burocrática demais, e que não ia provocar nenhum tipo de reação em seu espectador. Vale também elevar aqui como ponto negativo, a péssima e por que não dizer idiota atuação de Tom Hollander como Maximilian; simplesmente uma coisa horrorosa.

Bom, a verdade é que temos uma fita muito pequena, e que trilha por um caminho que não deu certo. Fiennes mostra toda a sua frieza, e tenta melhorar um pouco o negócio(já que seu personagem, tinha esse ar de frieza), e Sutherland que deveria fazer um certo contraponto, parece que se contagiou com o espírito de Fiennes; aliemos isso a uma direção bem burocrática e que não nos mostra nada de diferente e um roteiro quase plagiado, e temos um filme fraco e que se não é tão ruim quanto alguns filmes que frequentam a sessão dos Para Passar Longe, ainda precisaria corrigir muitas coisas, para subir para a sessão dos Para Pensar Duas Vezes.

NOTA: 4,0

sábado, 10 de outubro de 2009

AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD



Ficha Técnica

Título Original:The Adventures of Robin Hood
Gênero:Aventura
Duração:102 min
Ano De Lançamento:1938
Estúdio:Warner Bros. / First National Pictures Inc.
Distribuidora:Warner Bros.
Direção: Michael Curtiz , William Keighley
Roteiro:Norman Reilly Raine e Seton I. Miller
Produção:Hal B. Wallis
Música:Erich Wolfgang Korngold
Fotografia:Tony Gaudio e Sol Polito
Figurino:Milo Anderson
Edição:Ralph Dawson


Elenco


Errol Flynn (Robin Hood)
Olivia de Havilland (Marian)
Basil Rathbone (Sir Guy de Gisbourne)
Claude Rains (Príncipe John)
Patric Knowles (Will Scarlett)
Eugene Paulette (Frei Tuck)
Alan Jole (João Pequeno)
Melville Cooper (Xerife de Nottingham)
Ian Hunter (Rei Ricardo Coração-de-Leão)
Una O'Connor (Bess)
Leonard Willey (Sir Essex)
Robert Noble (Sir Ralf)
Kenneth Hunter (Sir Mortimer)
Robert Warwick (Sir Geoffrey)
Colin Kenny (Sir Baldwin)
Lester Matthews (Sir Ivor)


Sinopse

No século XII, quando o rei da Inglaterra Ricardo Coração-de-Leão (Ian Hunter) é sequestrado na Áustria ao retornar das Cruzadas, o príncipe John (Claude Rains) tenta usurpar o trono, favorecendo os normandos invasores em detrimento dos saxões. Contra esta situação o nobre Robin Hood (Errol Flynn) organiza nas florestas de Sherwood um bando de salteadores e rebeldes. Enquanto ataca os normandos e rouba dos ricos para dar aos pobres, Robin se apaixona por Marian (Olivia de Havilland), protegida do rei Ricardo, que o príncipe quer casar com o arrogante Sir Guy (Basil Rathbone).


Premiações

- Vencedor De 3 Oscars: Direção de Arte, Música e Edição. Foi indicado ainda na categoria de Melhor Filme.



CRÍTICA


Escrever sobre alguns filmes realmente é algo prazeroso de se fazer. Em alguns momentos isto se deve ao fato de se gostar muito do filme, e em outros de achar o filme muito bom; contudo o melhor mesmo é quando os dois se unem. Já fazia algum tempo que eu não dedicava meu tempo neste blog para falar de um filme que facilmente está entre os meus favoritos, e não é muito difícil explicar o por que do caráter de gosto que eu tenho por esta fita.

Primeiro que Robin Hood sempre foi para mim, um dos maiores personagens do imaginário não só inglês, mas de toda a humanidade. Seja no âmbito cinematográfico, mitológico, literário ou outro qualquer, Robin Hood sempre ficou dividido entre herói e vilão com seu clássico comportamento de "homem que rouba dos ricos para distribuir aos pobres", e este caráter de bom e mau ao mesmo tempo sempre me intrigou no personagem em questão. Em segundo ponto, o gênero shasbuckler (espadachim)de filmes sempre me agradou, e vendo esta fita, estamos simplesmente diante do melhor do gênero em todo o movimento "cineástico", construído até os dias de hoje.

Bom, explicado o por que Robin Hood me agrada tanto, vamos aos motivos que fazem com que o filme As Aventuras De Robin Hood me agrade tanto. Primeiramente o fato de o filme ser extremamente fiel às histórias consideradas "oficiais" sobre o anti-herói da floresta de Sherwood. Segundo, pelo fato de a fita mesclar com maestria aventura, drama, romance, toques de comédia, sem perder o rumo, e sem pender para nenhum tipo de parcialidade relacionada a algumas das características acima. Tudo é muito bem dosado, o trabalho dos diretores Michael Curtiz (o mesmo de Casablanca) e William Keighley é espetacular, conduzindo a câmera de modo convincente e compactante ao ótimo trabalho de edição para deixar o filme veloz e astuto, dando ênfase às ótimas cenas de luta entre os espadachins, acompanhados de uma trilha sonora excelente.

Vale a pena destacar também o ótimo trabalho de figurino e direção de arte, que conseguiram criar uma reconstrução excelente da Inglaterra do século XII, e também a excelente fotografia em tons amarelados que hoje soam envelhecidos (criando mais charme ainda para a fita), mas que para uma época que começava a conviver com o cinema colorido, era algo de extrema dificuldade e que exigia muita competência, algo que sobrou por aqui.

O elenco é simplesmente majestoso. Claude Rains está ótimo como o egoísta e inescrupuloso Príncipe John, assim como seu companheiro de quase todas as tomadas Basil Rathbone, que cria um Sir Guy de respeito e que condiz muito bem com os traços do personagem. Entretanto, o grandiosidade do elenco está no par principal. Olivia de Havilland esbanja talento na construção de uma Lady Marian perfeita, tanto nas cenas românticas quanto nas cenas em que se exige um pouco de furor. Errol Flynn por sua vez dispensa comentários. Um dos maiores galãs do cinema nos final dos anos 30 e nos anos 40, o ator dá um show, e seu Robin Hood é simplesmente perfeito, não há nada que tirar, nem colocar, tudo está ali em perfeita sincronia, incluindo um genuíno e espontâneo sotaque inglês ( ao contrário de Kevin Costner na versão moderna da fita) e um modo bem peculiar de expressão, seja ela corporal ou linguística, tudo para caracterizar Robin Hood de uma maneira jamais superada na história do cinema.

Bom, não preciso nem dizer que o filme é obrigatório né? Seja como aventura, como comédia, como romance, como filme de capa e espada como alguns gostam de chamar, este As Aventuras de Robin Hood é um tiro tão certeiro quanto as façanhas do próprio personagem central e seu arco e flecha. Um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempos e que deve ser apreciado de todas as formas. Robin Hood é imortal e ganhou nesta versão cinematográfica a imortalidade pela sétima arte que já possuía a tanto tempo na literatura. Muito mais do que merecido, e que mais pessoas no futuro apreciem um filme de 70 anos atrás, que jamais foi superado, mesmo em tempos de tanta evolução; provando mais uma vez que o cinema é muito mais do que milhões de pessoas comentando ou milhões de dólares na produção, o cinema é atemporal, assim como seus clássicos, assim como As Aventuras De Robin Hood.

NOTA: 10,0

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O PRIMEIRO ANO DO RESTO DE NOSSAS VIDAS



Ficha Técnica

Título Original:St. Elmo's Fire
Gênero:Drama
Duração:104 min
Ano De Lançamento:1985
Estúdio:Columbia Pictures Corporation / Delphi III / Channel
Distribuidora:Columbia Pictures
Direção: Joel Schumacher
Roteiro:Joel Schumacher e Carl Kurlander
Produção:Lauren Schuler Donner
Música:David Foster
Fotografia:Stephen H. Burum
Direção De Arte:William Sandell
Figurino:Susan Becker
Edição:Richard Marks


Elenco

Emilio Estevez (Kirby Keger)
Rob Lowe (Billy Hicks)
Andrew McCarthy (Kevin Dolenz)
Demi Moore (Jules Jacoby)
Judd Nelson (Alec Newbary)
Ally Sheedy (Leslie Hunter)
Mare Winningham (Wendy Beamish)
Martin Balsam (Sr. Beamish)
Andie MacDowell (Dale Biderman)
Joyce Van Patten (Sra. Beamish)
Jenny Wright (Felicia)
Blake Clark (Wally)
Jon Cutler (Howie Krantz)
Matthew Laurance (Ron Dellasandro)
Gina Hecht (Judith)
Anna Maria Horsford (Naomi)


Sinopse

Sete amigos recém-formados se deparam com a amarga realidade do mundo real, tendo que conviver com a insegurança profissional e emocional nesta nova fase da vida. Este novo momento pode pôr em risco a amizade existente entre eles, a qual acreditavam que seria eterna.



CRÍTICA


Nadando contra uma corrente que em sua época ainda não era muito forte, mas que ganharia muita força nos anos 90, que são os filmes que relatam a vida de jovens em seus últimos anos de colégio, e todas as angústias que os afligem pela mudança de fase, no casa, a saída do colegial para a entrada em uma faculdade; O Primeiro Ano Do Resto De Nossas Vidas, mostra esses jovens já passando por estas angústias nos primeiros anos após o fim do colegial.

Desse modo, encontramos aqui, um grupo de amigos que continuam unidos mesmo ao fim do colegial, e quase que por "coincidência", encontramos os mesmos estereótipos dos filmes de adolescente ainda no colegial, ou seja, temos desde o casal complexo, até o rebelde, do obcecado a menina problemática, nos passando uma certa imagem de que na verdade as angústias permanecem, elas só mudam de objeto, criando quase que um clima bucólico e depressivo ao longo da fita.

O fato de encontrarmos aqui um Schumacher ainda inexperiente explica alguns problemas da fita. Se levarmos em consideração que mesmo experiente Schumacher ainda deixa muito a desejar na condução de sua câmera, nos seus primeiros filmes suas limitações são ainda mais visíveis. Os planos utilizados não se encaixam, e a sequência das cenas em alguns momentos é um pouco desconexa. Schumacher tem sérias dificuldades em unificar as histórias, o que passa a impressão de que a fita é contada em capítulos, e isto não é muito legal.

O roteiro consegue segurar um pouco a onda, e apesar de Schumacher brigar contra isso, é nítido que a intenção daquele é mostrar tanto as individualidades, quanto a convivência em grupo dos sete personagens. O que filme tem de melhor mesmo é a trilha sonora, uma mistura de jazz, hard rock e um pouco de flash back característico das trilhas dos anos 80, dão um clima muito interessante para inúmeras cenas, e salvando um pouco a pele do inconsistente Schumacher.

O elenco é formado por mini astros, e este mini entra tanto no quesito conhecimento perante ao público e capacidade interpretativa. O primeiro ponto não me interessa, então vamos a uma breve análise do segundo. Não há em O Primeiro Ano Do Resto De Nossas Vidas (ufa!), um grande ator. Emilio Estevez e Demi Moore são as mais conhecidos, mas nem por isso são os melhores, e esta afirmação vale mais para ela do que para ele. Estevez é o melhor do elenco; e juntamente com Judd Nelson mostram as melhores atuações da fita, enquanto que Moore se não entra entre as atuações ruins (como o fraco trabalho de Andie MacDowell, que ficaria conhecida posteriormente pelo bom Quatro Casamentos e Um Funeral, mas que aqui está totalmente apagada), também não convence como a jovem rebelde. Rob Lowe está muito exagerado e Andrew McCarthy, está longe do engraçadíssimo Larry de Um Morto Muito Louco.

No conjunto da obra um filme que hoje possui um caráter muito mais nostálgico do que clássico´. É praticamente um cult, principalmente para pessoas que viveram época e situações parecidas, e ao contrário do que muitos acham; esta fita se caracteriza muito mais pelo seu caráter dramático do que propriamente uma comédia romântica. O filme em alguns momentos soa bonito, e tem muita cara de Cinema Em Casa, não no sentido pejorativo, mas no sentido daqueles filmes que marcam um época da nossa vida. O Primeiro Ano Do Resto De Nossas Vidas é muito mais sentimento do que técnica, porém, não é desculpa para fraquejar tanto neste segundo item, dessa maneira, seu lugar aqui no blog é mesmo na sessão Para Pensar Duas Vezes.

NOTA: 6,5

terça-feira, 29 de setembro de 2009

DE OLHOS BEM FECHADOS



Ficha Técnica

Título Original:Eyes Wide Shut
Gênero:Drama
duração:159 min
Ano De Lançamento:1999
Site oficial:http://www.eyeswideshut.com/
Estúdio:Warner Bros. / Hobby Films
Distribuidora:Warner Bros.
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro:Stanley Kubrick e Frederic Raphael, baseado em livro de Arthur Schnitzler
Produção:Stanley Kubrick
Música:Jocelyn Pook
Fotografia:Larry Smith
Direção De Arte:John Fenner e Jevin Phipps
Figurino:Marit Allen
Edição:Nigel Galt
Efeitos Especiais:The Computer Film Company


Elenco


Tom Cruise (Dr. William Harford)
Nicole Kidman (Alice Harford)
Madison Eginton (Helena Harford)
Jackie Sawris (Roz)
Sydney Pollack (Victor Ziegler)
Leslie Lowe (Illona)
Peter Benson (Lr da Banda)
Todd Field (Nick Nightingale)
Radd Serbedzija (Milich)
Leelee Sobieski (Filha de Milich)
Marie Richardson (Marion)
Allan Cumming
Peter Benson (Líder da banda)


Sinopse


Bill Harford (Tom Cruise) casado com a curadora de arte Alice (Nicole Kidman). Ambos vivem o casamento perfeito até que, logo após uma festa, Alice confessa que sentiu atração por outro homem no passado e que seria capaz de largar Bill e sua filha por ele. A confissão desnorteia Bill, que sai pelas ruas de Nova York assombrado com a imagem da mulher nos braços de outro.


Premiações

- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, de Melhor Trilha Sonora.
- Recebeu uma indicação ao César, como Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, como Melhor Filme Estrangeiro.



CRÍTICA


Olhe bem de perto na capa deste filme e você encontrará um nome ali que impõe um respeito monstruoso e que é garantia de coisa de qualidade. Com estas duas afirmações feitas damos início ao meu pequeno comentário, colocando em cheque a segunda afirmação e ratificando a primeira delas. Se você está pensando que o nome é o de Cruise ou de Kidman se enganou; afinal estes dois teriam que nascer de novo para chegarem aos pés de Stanley Kubrick, e deste nome que citei por último que minhas duas afirmações se referem.

Falamos aqui daquele que para muitos é simplesmente o maior diretor da história do cinema, e que criou clássicos indiscutíveis como 2.001 - Uma Odisséia No Espaço, Laranja Mecânica entre tantos outros. Simplesmente a citação destes dois filmes já cria aquela ratificação que eu me propus a fazer um pouco acima. Assim sendo, falta explicar por que eu coloquei em cheque a segunda afirmação, e é com este fim, que esta crítica se refere a este De Olhos Bem Fechados.

Não dá pra fechar os olhos ( sem nenhuma intenção de trocadilho), para a baixa qualidade deste filme , levando-se em conta o que este gênio já fez. Logicamente, que não exijo aqui outro Laranja Mecânica, nem ao menos outro Barry Lindon ou filmes menos badalados, mas exijo algo que condiga com o mínimo de talento que Kubrick tem de sobra, mesmo no fim de sua vida. O último filme de Kubrick é infelizmente seu pior trabalho, e isto é algo que deve ter deixado o diretor bem chateado, já que o mesmo deve ter percebido que não foi bem sua culpa.

Claro que Kubrick tem sua parcela de culpa na pouca qualidade deste filme, já que um dos grandes problemas da fita é o roteiro pouco inspirado, com situações mal explicadas e preguiçosas, que tem a participação do diretor. Entretanto no que diz respeito a direção em si, se Kubrick já não é o mesmo gênio do seu auge nas décadas de 60 e 70, pelo menos não compromete e dirige com competência, e com vários de seus movimentos característicos.

Frisemos também, que mesmo fora de forma, Kubrick ainda dirige como poucos e sua mão poderosa pode ser vista, até mesmo aonde parece que o filme vai se perder como um cachorro sem dono. Quando digo isto, tanto fazer uma ponte para chegar nos grandes responsáveis por este filme não ser outro grande prodígio de Kubrick. Eles atendem pelos nomes de Tom Cruise e Nicole Kidman. Falta química, o casal não se acerta, as cenas entre elas são pouco convencionais e não se sente sentimento nenhum ali, uma frieza totalmente desnecessária. Em vários momentos vemos Kubrick pedindo força, sentimento, sensualidade, vontade ao par e não recebendo nenhuma resposta positiva dos dois. Kidman está simplesmente irreconhecível. Só não consigo entender como estes dois puderam perder de forma tão grotesca a chance de trabalhar com um gênio como Kubrick.

O filme ainda tenta buscar na parte técnica um perfeccionismo que é uma das marcas de Kubrick, e chega bem perto, já que o filme conta com excelentes ambientações, um bom figurino, fotografia e trilha sonora consistente e bem encaixada, mas tudo isso acaba por se tornar detalhes em um filme que tinha quase tudo para dar certo, mas acabou virando seu rumo de forma bem firme.

É fato, que De Olhos Bem Fechados, acaba se saindo um pouco melhor que filmes que conseguiram ficar na sessão Para Pensar Duas Vezes, mas eu simplesmente não consigo me comprazer com tal obra como média, sendo que ela sai de mãos tão geniosas quanto as de Kubrick, e desta vez não farei concessões e se um gênio erra, também deve ser mostrado o seu erro, para que as pessoas apreciam apenas o que gênio fez de bom, e deixe filmes não tão bons para o tempo apagar; desse modo, acabe de ler esta crítica e se pintar aquela vontade ver um filme de Kubrick com certeza existem várias opções melhores que este filme aqui.

NOTA: 4,5

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PARANÓIA



Ficha Técnica

Título Original:Disturbia
Gênero:Suspense
Duração:144 min
Ano De Lançamento:2007
Site Oficial:http://www.disturbia.com/
Estúdio:DreamWorks SKG / Paramount Pictures / The Montecito Picture Company / Cold Springs Pictures
Distribuidora:DreamWorks SKG / Paramount Pictures / UIP
Direção: D.J. Caruso
Roteiro:Christopher B. Landon e Carl Ellsworth, baseado em estória de Christopher B. Landon
Produção:Jackie Marcus, Joe Medjuck e E. Bennett Walsh
Música:Geoff Zanelli
Fotografia:Rogier Stoffers
Direção De Arte:Douglas Cumming
Figurino:Marie-Sylvie Deveau
Edição:Jim Page
Efeitos Especiais:Pacific Title and Art Studio / Kurtzman Nicotero & Berger EFX Group Inc.


Elenco


Shia LaBeouf (Kale)
Sarah Roemer (Ashley)
Carrie-Anne Moss (Julie)
David Morse (Sr. Turner)
Aaron Yoo (Ronnie)
Jose Pablo Cantillo (Oficial Gutierrez)
Matt Craven (Daniel Brecht)
Viola Davis (Detetive Parker)
Kevin Quinn (Sr. Carlson)
Elyse Mirto (Sra. Carlson)
Amanda Walsh (Minnie Tyco)
Cindy Lou Adkins (Sra. Greenwood)


Sinopse

Kale (Shia LaBeouf) está sob prisão domiciliar por 3 meses, sendo que caso dê um passo além do perímetro de 30 metros irá para uma prisão de verdade. Desta forma ele vive em sua casa, jogando videogame, navegando pela internet, vendo TV e espionando as pessoas pela janela do seu quarto. Um dos seus alvos é Ashley (Sarah Roemer), sua linda vizinha que logo torna-se sua amiga e, para sua surpresa, também se interessa em espionar a vida alheia. Até que um dia eles passam a desconfiar que um dos vizinhos é na verdade um assassino.



CRÍTICA

Conforme os anos vão se passando, e o seu currículo de filmes vai aumentando, duas coisas são inevitáves: primeiro que seu gosto acaba se tornando muito mais rigoroso e segundo que vai se criando uma certa resistência a determinados tipos de filmes que possuem muito mais atrito com seu gosto pessoal do que propriamente pela qualidade do filme em si. Assim sendo, cada vez mais tenho dificuldades para encontrar filmes para frequentar a sessão Para Passar Longe; não por que estão se fazendo menos filmes ruins, mas por que eu criei resistência a determinados tipos de filmes que eu considero ruins.

Deste modo, só encontro algum filme para encaixar aqui, quando atendo a algum pedido, ou quando algum filme dos tipos que eu gosto se mostram ruins, ou quando eua inda tento dar outra chance a esses tipos de filmes que eu não gosto. Paranóia se encontra no terceiro caso.

É bem claro, que eu não sou lá um grande fã de refilmagens, assim como eu também não sou um grande fã de filmes para adolescentes, e Paranóia acaba tentando mesclar os dois, e o faz, e da forma mais enganosa e equivocada que se pode imaginar. Mesmo o filme não sendo "assumidamente" uma refilmagem do clássico Janela Indiscreta, o roteiro e a maneira como o filme é feito, possuem uma repugnante semelhança com o já citado clássico de Alfred Hitchcock, e o seu caráter de romance/suspense para adolescente tem sua repugnância alterada para um mal gosto de grande escala.

O diretor D.J. Caruso não faz nada no filme, sua câmera é fraca, o suspense é dado por closes e movimentos totalmente cliches e forçados, seguindo de forma reta toda a falta de criatividade que também encontramos em um roteiro visivelmente chupado e usurpado de outros filmes, já que encontramos vários elementos não só do já citado Janela Indiscreta, mas também em suspenses menos inspirados, como Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado e por aí vai. Além disso, o filme tem uma chata e deslocada trilha sonora, que não colabora com o suspense que o diretor tenta encaxar na fita.

O elenco é chato, e não desperta nenhum tipo de interesse no espectador. Nem mesmo o bom David Morse e a experiente Carrie-Anne Moss conseguem segurar as pontas. o pior mesmo, está no centro do filme; já que Shia LaBeouf mostra mais uma vez o por que dele ser um dos piores atores que surgiram nos últimos tempos, e desta vez ele ainda tem a companhia da fraquíssima Sarah Roemer, que não possui expressão nenhuma e é de longe a pior de todo o elenco.

Um filme muto fraco, que corre o risco de não agradar nem mesmo alguns adolescentes que possuem um pouco mais de esclarecimento. Chega até a ser ofensivo considerá-lo como uma refilmagem de um filme tão grandioso como Janela Indiscreta, e nos mostra que é muito mais fácil encontrar filmes ruins por aí do que bons, mas ao mesmo tempo mostra que a experiência cinematográfica é boa, por que tenho certeza que um dia ela ainda vai me salvar totalmente do risco de perder 104 minutos da minha vida como eu perdi com este filme.

NOTA: 3,0

sábado, 19 de setembro de 2009

O LEITOR



Ficha Técnica

Título Original:The Reader
Gênero:Drama
Duração:124 min.
Ano De Lançamento:2008
Site Oficial:http://www.thereader-movie.com/
Estúdio:The Weinstein Company / Neunte Babelsberg Film / Mirage Enterprises
Distribuidora:The Weinstein Company / Imagem Filmes
Direção: Stephen Daldry
Roteiro:David Hare, baseado em livro de Bernhard Schlink
Produção:Donna Gigliotti, Anthony Minghella, Redmond Morris e Sydney Pollack
Música:Nico Muhly
Fotografia:Roger Deakins e Chris Menges
Direção De Arte:Christian M. Goldbeck e Erwin Prib
Figurino:Donna Maloney e Ann Roth
Edição:Claire Simpson
Efeitos Especiais:RhinoFX / Custom Film Effects


Elenco

Ralph Fiennes (Michael Berg)
David Kross (Michael Berg - jovem)
Jeanette Hain (Brigitte)
Kate Winslet (Hanna Schmitz)
Susanne Lothar (Carla Berg)
Alissa Wilms (Emily Berg)
Florian Bartholomäi (Thomas Berg)
Friederike Becht (Angela Berg)
Matthias Habich (Peter Berg)
Bruno Ganz (Prof. Rohl)
Max Mauff (Rudolf)
Karoline Herfurth (Marthe)
Lena Olin (Rose Mather / Ilana Mather)
Alexandra Maria Lara (Ilana Mather - jovem)
Frieder Venus (Médico)


Sinopse

Na Alemanha pós-2ª Guerra Mundial o adolescente Michael Berg (David Kross) se envolve, por acaso, com Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher que tem o dobro de sua idade. Apesar das diferenças de classe, os dois se apaixonam e vivem uma bonita história de amor. Até que um dia Hanna desaparece misteriosamente. Oito anos se passam e Berg, então um interessado estudante de Direito, se surpreende ao reencontrar seu passado de adolescente quando acompanhava um polêmico julgamento por crimes de guerra cometidos pelos nazistas.


Premiações

- Ganhou o Oscar de Melhor Atriz (Kate Winslet), além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia.
- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante (Kate Winslet), além de ser indicado nas categorias de Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor e Melhor Roteiro.
- Ganhou o BAFTA de Melhor Atriz (Kate Winslet), além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia.



CRÍTICA


Bom, após alguns dias, que se concluíram em mais de uma semana sem aparecer por aqui, único e exclusivamente devido a falta de tempo com que eu estou ultimamente, retorno a vocês com minha opinião sobre este bom, porém cuidadoso trabalho do diretor Stephen Daldry. O motivo de sua escolha para figurar por aqui, não me é muito claro, até por que eu escolho os filmes de maneira bem aleatória, e este aqui já faz algum tempinho que eu vi, e agora resolvi postá-lo aqui.

Stephen Daldry mostra mais uma vez do que gosta de fazer; dramalhões pesados, mais pesados mesmo e que envolvem sofrimentos intensos não só em momentos de uma vida, mas ao longo de toda ela, ou seja, ela vai a fundo, da mesma forma que ele já havia feito no superior As Horas. Não é atoa, que um de seus filmes novamente rendeu o Oscar de Melhor Atriz à sua protagonista, e venhamos e convenhamos que pela segunda vez isso foi merecido, levando-se em consideração o ótimo trabalho de Nicole Kidman em As Horas e de Kate Winslet aqui.

O filme é bem conduzido, e Daldry dá indícios de que a qualquer momento tudo aquilo ali vai explodir, e para não causar no espectador em furor muito grande logo de início, o filme é cheio de "vamos, não vamos", o que impede uma certa antecipação do mesmo espectador, mantendo-o assim sempre bem interessado nos acontecimentos da película.O belo trabalho de maquiagem, figurino e principalmente de fotografia merecem citação, já que contribuem demais para o resultado final do filme.

O roteiro por sua vez, possui momentos bem obscuros, e não se sabe muito bem para onde atira. Em alguns momentos fica bem claro que Daldry quer mesmo é se pautar em um romance incorreto e absurdo, em outros momentos é uma declaração de amor à leitura e o seu poder sobre as pessoas, e em outras ainda (e é aqui que fica o centro na minha opinião), uma ratificação da vergonha do analfabetismo, e principalmente dos efeitos que ele e a falta de instrução causam nas pessoas.A vergonha chega a tal ponto, que a personagem central prefere ser presa, para não assumir perante a um tribunal e todo um grupo de pessoas sua incapacidade de leitora.
Pode parecer um certo exagero, e em alguns momentos até é sim, mas de certo modo, acaba se encaixando no contexto do filme. Além disso, O Leitor merece um certo cuidado, já que em alguns momentos dá-se a entender ( ou eu vi coisas demais), que a personagem central só cometeu os crimes que cometeu na época do nazismo, por que sua ignorância não a fazia perceber o que estava fazendo. Eu particularmente, não vejo problema algum nisso, agora não é todo mundo que pensa como eu, e pode ter certeza que tem gente que pensa que isso seria um absurdo.

Eu não poderia finalizar este comentário sem falar do elenco. O trabalho de Winslet é realmente fantástico, precisa, curta e bem centrada como uma grande atriz deve ser em um papel deste calibre; Oscar totalmente merecido. Fiennes também dá conta do recado, apesar de não ocupar muito espaço na fita, e passa com extremo realismo o golpe e a bagagem carregados ao longo de toda uma vida por aquele menino frustrado com o que passou. O trabalho de David Kross, no papel de Michael Berg ainda jovem também é bom, apesar de alguns pequenos erros de um ator que visivelmente ainda tem muito o que crescer e que se intimidou com a força de Winslet contracenando ao seu lado. Destaque também para o excelente Bruno Ganz no papel do professor Rohl.

O Leitor é um bom filme, um pouco irregular, uma falhas aqui, uns exageros ali, fatos que quase o colocaram na sessão Para Pensar Duas Vezes, mas antes de rotulá-lo como médio, eu mesmo pensei duas vezes, e acabei chegando a conclusão de que cometeria uma injustiça com Daldry e sua trupe. Desse modo, talvez esta fita esteja abaixo de alguns filmes que já circularam entre os Para Ver, entretanto, não acho que cometerei um erro com isso. Talvez seja necessário vê-lo duas vezes para captar tudo, mas depois disso se chega a conclusão de que o filme é bom sim, e merece um pouco de nossa confiança.

NOTA: 8,0

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

OS ESTRANHOS



Ficha Técnica

Título Original:The Strangers
Gênero:Terror
Duração:85 min
Ano De Lançamento:2008
Site Oficial:http://www.thestrangersmovie.com/
Estúdio:Vertigo Entertainment / Mandate Pictures / Interpid Pictures / Rogue Pictures
Distribuidora:Universal Pictures / Paris Filmes
Direção: Bryan Bertino
Roteiro:Bryan Bertino
Produção:Doug Davison, Nathan Kahane e Roy Lee
Música:tomandandy
Fotografia:Peter Sova
Direção De Arte:Linwood Taylor
Figurino:Susan Kaufmann
Edição:Kevin Greutert


Elenco

Scott Speedman (James Hoyt)
Liv Tyler (Kristen McKay)
Gemma Ward (Dollface)
Glenn Howerton (Mike)
Kip Weeks (Homem com a máscara)
Laura Margolis
Alex Fisher
Peter Clayton-Luce


Sinopse

Kristen McKay (Liv Tyler) e James Hoyt (Scott Speedman) estão em plena viagem, rumo à remota casa de veraneio dos pais dele. Ao chegar eles apenas querem descansar um pouco, mas seu descanso é interrompido quando três estranhos mascarados invadem o local. Para piorar ainda mais a situação, os estranhos demonstram sentir prazer ao aterrorizá-los cada vez mais.



CRÍTICA


Thriller interessante, provocativo, instigante, porém que peca no uso excessivo do acaso e das ações. Os Estranhos peca por se apoiar em bases que o filme explica com pouca ou nenhum vivacidade, ou seja, sobram acontecimentos, todavia faltam respostas. A verdade é que fica nítido a intenção do diretor de cocar tempo inteiro, e não cair em algo de certo exagerado, em outras palavras, muito terror psicológico e pouco sangue.

Logicamente, que o aspecto citado acima, não tira a tarja de um filme de terror da fita; contudo todo o aparato de Os Estranhos está nitidamente ligado a uma tentativa de soar diferente, e venhamos e convenhamos, em alguns momentos este objetivo é alcançado. Formalmente falando, encontramos um inquietante caráter de violência explícita em sua forma mais pura. Isso é escancarado, no modo como agem aqueles que torturam o casal principal, e tem o seu ápice no momento de concretizar o ato, em que temos o tormentoso diálogo : - Por que estão fazendo isto conosco? Por que eram vocês que estavam em casa!

Fica claro aqui também o caráter de apelação ao acaso que citei pouco acima. Tudo é muito rápido, direto, surge e desaparece, acontece, baseados em certas coincidências ou até mesmo em situações estranhas. Vemos momentos bem encaixados, mas em contra partida, sentimos momentos totalmente desnecessários e que literalmente forçam a barra, como a sua última cena por exemplo, que é totalmente exagerada e desnecessária, a ponto de ficar até dissonante do restante da fita.

Em termos técnicos, Os Estranhos não inova nem um pouco, pelo contrário, usa e abusa de formas clássicas, como os planos abertos mostrando vultos ao fundo de um plano principal e as máscaras disformes e sem sentido de Halloween, os gritos estridentes de desespero, mortes acidentais e propositais, sustos repentinos aliado a aparições surpreendentes estilo Jason, em resumo, você não verá nada no aparato técnico da fita que já não se tenha visto, e melhor diga-se em passagem, em outros filmes.

Os Estranhos é uma fita pequena, com poucas ambições e que será esquecida em poucos anos. Inova um pouco no modo de inserir o terror psicológico aliado a uma força mais saguinolenta, e porque não dizer, mas crua. Entretanto, no restante é um filme de tiro curto com alguns sustos e boas passagens, mas que no todo não passa de mais um perdido nesse mundo cinematográfico afora. Não chega a ser uma perda de tempo, agora, com certeza é um filme que ninguém te condenará por não ter visto, em suma, fica naquele chato e monótono meio termo.

NOTA: 6,0

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ELEFANTE

Ficha Técnica

Título Original:Elephant
Gênero:Drama
Duração:81 min.
Ano De Lançamento:2003
Estúdio:HBO Films / Blue Relief Productions / Meno Films / Pie Films / Fearmakers Studios
Distribuidora:HBO Films
Direção: Gus Van Sant
Roteiro:Gus Van Sant
Produção:Dany Wolff
Fotografia:Harris Savides
Direção De Arte:Benjamin Hayden
Edição:Gus Van Sant


Elenco

Alex Frost (Alex)
Eric Deulen (Eric)
John Robinson (John McFarland)
Elias McConnell (Elias)
Jordan Taylor (Jordan)
Carrie Finklea (Carrie)
Nicole George (Nicole)
Brittany Mountain (Brittany)
Alicia Miles (Acadia)
Kristen Hicks (Michelle)
Bennie Dixon (Benny)
Nathan Tyson (Nathan)
Timothy Bottoms (Sr. McFarland)
Matt Malloy (Sr. Luce)


Sinopse

Um dia aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de uma escola secundária de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática, com altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de uma grande tragédia


Premiações

-Vencedor da Palma De Ouro do Festival de Cannes em 2.003



CRÍTICA


Classificar um filme como elefante é algo extremamente complicado. Este grau de complexidade aumenta e muito, quando levamos em consideração que esta fita é obra de Gus Van Sant. Isto se deve ao fato de que Van Sant é um diretor que ainda não se decidiu entre o impasse de ser um hollywoodiano ou ser uma diretor que namore um pouco mais com o cinema alternativo e de baixo custo. Desse modo, o diretor, alterna obras, ora de caráter semelhante ao primeiro ponto que frisamos, ora ao segundo.

Levando então em consideração o que já foi dito no parágrafo acima, Elefante se encaixa entre os seus filmes alternativos, e também se encaixa facilmente no rótulo de melhor trabalho do diretor, seja no trabalho com um todo, ou seja, especificamente no que diz respeito a direção. Van Sant carrega o filme nas costas, e todo o movimento gerador de ação ganha em espetáculo e brio unciamente pelo modo como Van Sant se organiza. Sua câmera leve e tremeluzente, desperta um instinto único de realidade, que acompanha todasd as histórias e momentos que juntos formam esta obra-prima do cinema.

Elefante é um filme muito mais conhecido entre cinéfilos do que propriamente entre os fãs de cinema em geral. O tema do massacre de Columbine teve também grande ênfase no documentário do sempre parcial Michael Moore, mas foi em Elefante que o mesmo ganhou uma visão simples e real da questão. Enquanto Moore tenta mostrar em seu documentário como um desastre daquele foi possível, Van Sant, mostra o acontecimento em si, com base em fatos reais, o diretor apresenta vários estudantes e suas vidas ao longo do dia em que ocorreria/ocorre/ocorreu o fato, e isto inclui também a visão dos próprios estudantis responsáveis pelos tiros

A grande vitória de Van Sant está no fato de em nenhum momento tomar partido em nenhum aspecto. O diretor não culpa e nem inocenta ninguém, apenas relata, e ao contrário de Moore em seus Tiros Em Columbine cria um relato histórico de uma fato que atormentou r assustou toda uma geração em várias partes do mundo. De tiro curto, com pouco mais de uma hora e meia de duração, Elefante é tocante e leva a uma reflexão individual, sem colocar um ponto de vista voltas a frente de outros, ou seja, a culpa ou inocência deste ou daquele personagem depende apenas da visão do espectador e não do filme em si.

O elenco de jovens desconhecidos está soberbo, e expressa com maestria cada personalidade, cada momento, cada diferença de toda a pluralidade e complexidade que ataca e permanece não apenas no meio escolar dos jovens americanos, mas também em todo o seu meio de vida. O medo e angústia, que tomam conta logo depois de momentos de reflexão, alegria ou prazer, são jogados de modo claro na expressão dos bons e jovens atores ao ponto de todos estes sentimentos se fazerem presentes no espectador ao mesmo instante em que os atuantes vão alterando seus próprios sentimentos forçados pelos acontecimentos momentâneos. Tudo soa muito natural, gerando uma sensação muito mais de uma notícia real, do que propriamente de um filme que se pode ver e rever quantas vezes quiser.

Em resumo, Elefante é bom demais para ser tão pouco conhecido, um filme completo com uma direção de encher os olhos, e um modo muito peculiar e louvável de se expôr um fato. Obrigatório para cinéfilos e fãs de cinema e muito mais do que um simples e parcial documentário. Assista sem medo e conheça um dos grandes momentos do cinema nos anos 2.000; conheça o melhor trabalho de Gus Van Sant e de que bra ainda conheça um dos meus filmes favoritos. Espetacular.

NOTA: 10,0