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terça-feira, 28 de junho de 2011

SEU AMOR, MEU DESTINO



Romance bem água com açúcar, que mistura elementos de Sessão da Tarde com aspectos mais voltados para um toque excessivamente sentimental e que busca usufruir de belas paisagens e de um ambiente mais “puro” por assim dizer, para contar uma história de amor que, se não bebe no poço da originalidade, até funciona bem, é bonita e consegue cumprir seu papel, ou seja, criar singelas, leves e em alguns momentos imperceptíveis sentimentos ao espectador.

O filme não possui a intenção de ser revolucionário, nem de alterar o curso do gênero romântico do cinema. Ao contrário disso, se utiliza de uma forma já bem batida, mas que ainda agrada e muito os fãs do gênero. Como o leitor deve imaginar então, a história aqui é simples. Rapaz rico e metido a playboy, que estuda em um colégio interno perto de uma daquelas clássicas cidades pequenas americanas, é condenado a ajudar a reconstruir um restaurante nesta mesma cidade, destruída por ele e outro rapaz em uma perseguição de carro. Não preciso nem dizer, que a filha do dono do restaurante é a jovem com o qual o rapaz terá um relacionamento, que fluíra muito bem até a aparição de elementos trágicos.

Seu Amor, Meu Destino tem tudo o que o gênero exige. Ex-namorado provinciano que é mais amigo que namorado, amigos rebeldes, família contra o relacionamento, mudança de caráter provocada pelo amor, elementos trágicos (que eu não detalharei para não dar uma de chato e contar o final) e coisas deste tipo. Para frisar melhor, se você assistiu aos filmes baseados nos romances de Nicholas Sparks, ou até mesmo outros romances que buscam no trágico provar o verdadeiro amor, você provavelmente já saberá o final de Seu Amor, Meu Destino por volta da primeira meia hora do filme, contudo existe um elemento aqui, que faz com que este seja um pouquinho melhor que os outros.

Assim como em O Diário de uma Paixão, que é o melhor destes romances atuais, Seu Amor, Meu Destino encontra na simpatia e na química do casal principal seu diferencial. Chris Klein e Leelee Sobieski, dois atores de quem eu particularmente gosto, atuam com muita vontade e transformam as cenas entre os dois em algo muito forte. O amor e os sentimentos recíprocos pulsam o tempo todo, além do fato de que os dois realmente combinam. O casal consegue caminhar pela tênue linha que separa o piegas da do bem feito, e do bem construído. Por mais que troquem juras de amor e recitem poemas, em nenhum momento ficamos diante daquela melosa e forçada como acontece, por exemplo, em Um Amor Para Recordar. As belas paisagens e um ambiente meio “brejeiro” contribuem para a formatação de um sentimento que preza pela pureza e pela veracidade. Não há vulgaridades e nem situações desnecessárias, e tudo acaba fluindo bem, por incrível que pareça.

Não é original, tampouco um grande filme. Funciona como entretenimento e para um grupo de pessoas que pode soar bem limitado em alguns momentos, porém é um filme bonito e que proporciona bons momentos, desde que o espectador se abra para recebê-lo, ou seja, Seu Amor, Meu Destino é um daqueles filmes que precisa da boa vontade do espectador para funcionar, mas quando isto acontece, cumpre seu papel. Não assista esperando um clássico e nem uma revolução cinematográfica, pois assim talvez o filme possa até lhe agradar, da mesma forma que agradou a este ser que vos fala. 
 
 
(Here On Earth de Mark Piznarski, EUA - 2000) 


NOTA: 6,0

terça-feira, 21 de junho de 2011

X - MEN:PRIMEIRA CLASSE


Os filmes de super heróis tem dominado, ou pelo menos marcado forte presença, todo ano da parte mais comercial do cinema, ou seja, vários dos blockbusters que enchem as salas de cinema de nosso país e do mundo todo possuem suas origens nos quadrinhos que outrora divertiram gerações não tão cinematográficas. Em sua grande maioria, os filmes de super heróis esbarram na falta de contundência para adaptar o quadrinho como um todo, ou por tentar uma adaptação mais ipsis literis do quadrinho, acaba se tornando um filme de público muito limitado e dependente da assimilação do quadrinho em si pelo público.

Como raras exceções, temos os ótimos dois primeiros filmes do Homem-Aranha, Os Batmans de Tim Burton e Christopher Nolan (isso para ficar apenas da produção mais “moderna” do cinema de super heróis) e os dois primeiros filmes de Bryan Singer na primeira trilogia da própria trupe de mutantes comandados pelo enigmático professor Xavier. Contudo, após dois filmes interessantes, a franquia X-Men desandou e produziu um terceiro filme que não acompanhava o mesmo ritmo dos dois primeiros (Bryan Singer deixa a franquia e dá lugar a Brett Ratner e a diferença é gritante entre a filmagem dos dois) e um X-Men Origens: Wolverine simplesmente patético. De tal maneira, a maioria das pessoas ao saber da produção de X-Men: Primeira Classe conviveu com um embate de esperança (com a retomada de bons filmes sobre os mutantes) e de medo (afinal, a coisa poderia ficar ainda pior). Pois bem, sai do cinema com a certeza de que existe uma luz no fim do túnel para os mutantes de Charles Xavier, já que X-Men: Primeira Classe provavelmente é o melhor filme que envolve estes personagens tão famosos e idolatrados por alguns.

O filme é dirigido por Matthew Vaughn, o mesmo diretor de Kick Ass, e isso interfere muito. Vaughn dá uma roupagem ao filme totalmente nova se considerarmos os filmes de super heróis, já que ele transfere o eixo principalmente do contexto para um elemento mais dramático. Muito mais que o desenvolvimento do caráter heróico ou maléfico dos personagens, e a construção de sua identidade como mutantes, Vaughn trabalha as necessidades e vicissitudes dos seres humanos que se vêem perante uma situação nova. O enquadramento e os ângulos de Vaughn, que privilegiam as expressões dos atores e suas facetas, ao invés de voos e elementos parafernálicos, mostra claramente que a intenção do diretor é mostrar que por trás de tudo aquilo, existe algo interessante, existe algo a ser trabalhado e que aposta na cognição do filme em si. O resultado é que X-Men: Primeira Classe muito mais que um filme de super herói, e acima de tudo um filme, já que Vaughn consegue superar em vários momentos as limitações e clichês do gênero, mas sem perder a identidade.

A proposta de Vaughn necessita então de suporte interpretativo, em outras palavras, de bons atores, afinal, aqui ao contrário de grande parte dos filmes do gênero tem que se saber atuar. O tripé então se fecha com as atuações e caracterizações inspiradas de James McAvoy como Charles Xavier e Michael Fassbender como Magneto. Este último é de longe, a melhor atuação de um ator na franquia dos mutantes. Ao mesmo tempo em que encontra nos protagonistas atuações primordiais, o elenco de coadjuvantes é comum, e não se mostra tão forte assim. Não que as atuações sejam ruins, mas não possuem o brilho da dos protagonistas, e às vezes não seguram a bronca que exige o trabalho de Vaughn. Em outros filmes de super heróis as atuações dos coadjuvantes seriam boas, mas para este aqui são normais.

O trio básico de construção de um bom filme, no caso direção, atuação e roteiro atua aqui de forma espantosa, e cria um efeito até engraçado, já X-Men: Primeira Classe se sobressai onde os filmes deste gênero normalmente falham e falha onde estes mesmos normalmente se sobressaem. Os efeitos especiais e a edição de som da fita possuem momentos problemáticos, além de um problema de caracterização de época e de figurino bem forte. Alguns personagens não estão bem caracterizados como a Mística de Jennifer Lawrence, que está muito chorosa e aquém de suas peripécias do gibi, e o Fera, que em alguns momentos parece mais um filhote de gato do que qualquer outra coisa, ponto negativo para a maquiagem também.

 
X-Men: Primeira Classe não é um filme perfeito, mas busca superar as barreiras de um gênero que angaria fãs normalmente ortodoxos, realizando esta superação de forma muito coerente e precisa. Confesso que fiquei feliz com o resultado do filme de Vaughn, já que realmente prefiro um filme que falhe na parte técnica e artística, mas que se mostre excelente no clássico trio acima neste texto citado, do que o contrário. Se isso já é bom, em filmes que buscam este aspecto, imagine em um gênero que não preza muito por este lado, digamos assim, mais “clássico” do cinema. Uma grata surpresa e um bom filme.


(X-Men: First Class de Matthew Vaughn, 2011 - EUA)


NOTA: 7,5

MÉRITOS AO CINEMA NÓRDICO



É com grande orgulho que posso dizer-me, atualmente, uma apreciadora de um bom cinema. Posso dizer que aprecio o melhor cinema, em qualquer aspecto. Afinal, negar as qualidades óbvias, como diria Aristóteles, seria falsa modéstia, e felizmente não nego que o Cinema Nórdico posssui os melhores filmes, em quaisquer dimensões. É claro que não seria sincero de minha parte não reconhecer e assumir que existem excelentes filmes fora do tipo de cinema tratado nesse post, e não assumir também que gosto de alguns filmes que não são tão bons, cinematograficamente falando. Porém, tenho argumentos de sobra (além de bons exmplos) para dar meus méritos ao Cinema Nórdico.

A região nórdica da Europa é composta por países como a Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e a Suécia. Mas no que diz respeito ao cinema, destaques para o primeiro e o último dos países aqui citados. O povo nórdico é considerado um dos mais frios, porém, considero-os os que têm mais tato para lidar com sensações, pensamentos, sentimentos e relações humanas. Ora, para os admirados do gênero drama, assim como eu, aqui se encontram os melhores da espécime. Este é o tipo de cinema que consegue mexer com qualquer espectador, seja chocando, sensibilizando, enfim, a indiferença não é comum existir ao assistir tais filmes. Pode ser que em questão de efeitos especiais/tecnologia, os nórdicos não são nem um pouco adeptos ou bons, mas a despeito do que realmente importa em um filme, o tripé roteiro-atuação-direção, como diria Pablo, são pioneiros e possivelmente os que mais contribuíram ao cinema. Tais afirmações podem ser comprovadas ao pegarmos filmes (irei me ater somente a eles) de dois dos mais geniosos diretores de cinema: o sueco Ingmar Bergman (1918 - 2007) e o dinamarquês Lars von Trier (1956 - ainda vivo).

Ingmar Bergman
Sem dúvida alguma, irei atribuir um dos filmes mais complexos e brilhantes que há na história do cinema à Ingmar Bergman:
Persona. Começando pela direção, o filme é tecnicamente perfeito, deixando-nos uma das cenas mais marcantes do cinema: a junção das faces das protagonistas. O filme é fortemente marcado pelo roteiro, onde a questão existencial e as questões sociais são tão bem tratadas que em nenhum momento caem em devaneios desnecessários, além das atuações incríveis, caracterizada pelo monólogo de uma das personagens e as marcantes expressões da outra. Ao lado, Bibi Anderson interpretando a enfermeira Alma, que lhe rendeu dois pêmios de melhor atriz (Guldbagge Awards e National Society of Film Critics Awards) e Liv Ullmann como a perturbada atriz Elisabeth Vogler. Filmes de Bergman que recomendo: O Sétimo Selo (1956) e O Olho do Diabo (1960).
Lars von Trier
Cinco filmes que assisti do diretor dinamarquês, foram suficientes para me dar conta de que quando estou assistindo-os, estou diante de um dos melhores diretores da atualidade. O diretor é extremamente pessimista, o que faz com que seus filmes sejam para poucos: nem todos gostam ou até mesmo conseguem assistir até o final. Quem já assistiu
Dance in the Dark (2000) e Antichrist (2009) irá concordar comigo. O último filme que assiti de Lars von Trier, foi Antichrist, que me deixou extremamente perturbarda por um bom tempo. O filme é dividido em prólogo, que aliás é um dos inícios de filme mais bonitos que já vi, provavelmente, três capítulos (Luto, Dor e Desespero) e epílogo. O filme é inteiro explícito (em todos aspectos possíveis), ao mesmo tempo em que a plástica, a fotografia dele é bela, aparecem cenas chocantes, o que causa de certo modo, uma agressão ao espectador, o filme é quase insano. O roteiro enigmático e dificil dá um ar mais pesado ainda ao filme, aliás, é a estrutura chocante do filme acompanhado de imagens, como supracitado chocantes, que fez com que a película fosse recebida com vaias em Cannes. Filmes que recomendo de Lars von Trier (além dos já citados): Dogville (2003), Europa (1991), e Ondas do Destino (1996).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

SENNA


Da

Das várias coisas e gostos presentes em minha vida e que me acompanham pelos lugares e momentos em que passei um dos que considero (ou pelo menos me lembro) mais antigo e mais vibrante em mim até hoje, é minha paixão por esses carrinhos que correm um atrás do outro e que recebe o nome de Fórmula-1. Ao contrário da maioria dos saudosistas de plantão (lembrando que eu não vejo problema nisso), minha paixão por esta arte não se foi com a morte de Senna, mas apenas se potencializou com o meu crescimento físico e mental. Pilotos como Mika Hakkinen e Kimi Raikkonen se transformaram em grandes ícones para mim, que carrego até hoje minha torcida pela equipe McLaren. Todavia, toda esta paixão tem um ponto de partida, e este ponto é o rapaz que dá nome a este documentário.

Lembro-me de ter 8 anos quando Ayrton Senna morreu. Eu assistia ao GP de Ímola na TV da sala da minha residência ao lado do meu pai, que sempre foi meu companheiro de corridas e jogos de futebol. Lembro-me do acidente e ter ficado bem triste, já que, mesmo sendo apenas uma criança, já havia me tornado um fã de Senna e um fã de Fórmula-1. Não considero Senna um herói nacional, ou um embaixador da paz nem nada do tipo. Minha relação e admiração a Ayrton Senna começam e terminam dentro de um universo, que é o da Fórmula-1. Nunca me interessei por sua vida extra-corridas e nem me interesso agora, e este talvez seja o grande motivo pelo qual o documentário de Asif Kapadia, tenha me cativado tanto.

Não há motivo para outra abordagem. Um bom documentário sobre Senna deve e tem que ser sobre o piloto, sobre o gênio que este homem era dirigindo um Fórmula-1. Feito desta forma, os pitacos de heroísmo e apologismos presentes na fita, assim como os namoros do diretor com a vida pessoal do piloto não prejudicam a imagem do monstruoso piloto que Ayrton Senna foi. Os depoimentos e o modo como Asif Kapadia conduz o documentário é muito interessante, e possui foco, sempre se utilizando de argumentos extras para guiar o espectador para o que realmente importa que é o Senna piloto, o Senna veloz, o Senna amante do que faz, o Senna vencedor, e o que o transformou nisso foi a Fórmula-1 e não suas ações externas. Logicamente, que a composição gera um todo, mas deve-se sempre focar no tronco, para depois expor os galhos, não há galhos sem tronco, não há ramificações sem uma base sólida, e Asif Kapadia faz isso muito bem, mostrando ao espectador que o importante é entender o piloto, e que disso todo o restante é mais simples, pois na relação de conseqüência é impossível se entender os momentos sem se entender o motor.

O documentário é simpático, sincero, e feito por pessoas sérias, que sabem discernir a admiração pelo profissionalismo. Pode ser assistido até mesmo por não-fãs de Fórmula-1 e de Senna, mas o impacto não será o mesmo. Ágora, que estamos diante de uma obra sensacional e de grande valia para fãs como eu, isso estamos. Exageros sempre aparecem, mas Ayrton Senna é um documentário que consegue empolgar sem ser apelativo, emocionar sem ser melodramático, contar uma história sem ser mistificar excessivamente o negócio, e principalmente consegue identificar muito bem para si mesmo e para o espectador, o que é importante e o que é detalhe, o que realmente deve ser tirado dali, e o que são apenas dados biográficos e de curiosidades. Uma análise calma e convincente do esporte Fórmula-1 e tudo o que o envolve, uma análise do piloto, do ser humano e de seus atos, cada qual encaixado no momento certo e cada qual ocupando o espaço correto de importância.

Uma última ressalva que eu acho importante. O filme é uma produção britânica, o que me leva a pensar o que o cinema brasileiro anda fazendo? Enquanto os ingleses pegam nosso ídolos e o transformam em protagonista de um documentário deste nível, o cinema nacional enche as salas de cinema com comediazinhas e draminhas chatos e sem fundamento cheio de atores globais sem talento. Lamentável. Depois quando eu critico o cinema nacional, tem gente que diz que eu não dou valor às coisas nacionais. É lógico que eu dou valor, assim como os britânicos fazem e não como os alienados globais da geração BBB. Desabafos à parte, como fã de Fórmula-1 e como fã de Ayrton Senna, fiquei muito feliz e muito satisfeito com o resultado do trabalho de Asif Kapadia; afinal existem algumas coisas para as quais eu sou bem dogmático: Darth Vader é o maior personagem da história do cinema, Freddie Mercury é a maior voz que já pisou em um palco, entre outras coisas, são afirmações às quais eu não aceito nem discutir, e com certeza entre elas se encontra a afirmação de que: Ayrton Senna é o maior piloto da história da Fórmula-1 e merecia um filme como este.


(Senna de Asif Kapadia, Reino Unido - 2010)


NOTA: 8,5

sexta-feira, 10 de junho de 2011

HERÓIS FORA DE ÓRBITA


Um filme como este Heróis Fora de Órbita é sempre complicado de se analisar, já que é difícil entender os propósitos e o real intuito de uma fita como esta. De tal modo, é necessário que se tome um partido e meio que se adivinhe o porquê um filme deste foi feito e por que foi feito de tal maneira "x" e não "y". Heróis Fora de Órbita é uma comédia sobre um seriado de TV no estilo Jornada nas Estrelas que fez muito sucesso em uma determinada época. O sucesso foi tanto que até o presente os atores deste seriado sobrevivem aparecendo em shows e convenções sobre o mesmo seriado, já fora do ar tem muito tempo. O que eles não imaginam é que um povo de um planeta longínquo captava o seriado e acredita que àqueles atores eram reais e criaram todo um sistema de defesa e navegação baseado no seriado para combater um alienígena dominador. Esse povo seqüestra os atores para que os mesmos guiem esta nave e salve seu planeta.

Partindo desta ideia que em grande parte soa bem bobinha, cria-se um entretenimento leve, sem qualquer pretensão de grandiosidade e que acaba se transformando naquele filme estilo “sessão da tarde”. O filme não é ruim, pelo contrário, possui momentos bem divertidos até, mas não procure por aqui momentos de genialidade técnica, nem piadas inteligentes ou críticas; o humor aqui é básico, atinge uma classe determinada (no caso o público mais nerd) e procura fazer seu papel de uma forma coesa, porém sem brilho.

Heróis Fora de Órbita não inova em nenhum momento e explora com todas as forças aquilo que tem de melhor, que é seu elenco, desde o principal (com destaque para Alan Rickman em mais um papel ranzinza, que ele sempre faz muito bem e para Sigourney Weaver interpretando uma daquelas personagens deste tipo de seriado que não possui função nenhuma e transformando isso em algo bem divertido) até o coadjuvante (com um Sam Rockwell em início de carreira que está muito legal, um Justin Long frenético no papel do hiper-fã do seriado e ainda a presença de Tony Shalhoub o eterno Monk), apoiando em suas capacidades interpretativas um roteiro simples, sem grandes propostas, mas que funciona com uma pequena dose de boa vontade do espectador.

Esqueça os momentos de psicologia barata e excesso de moralismo, pois os mesmos são poucos e não prejudicam o filme, e se deixe levar pelo clima agradável de um filme que é puramente para entretenimento e diversão. Por mais que exija que o espectador “compre a ideia”, se feito, Heróis Fora de Órbita se torna um bom passatempo, mas nada mais que isso, o que eu acredito já gerar uma sensação de sucesso em seus realizadores, pois não acredito que o filme aspirava ser mais do que isso, ou seja, um bom passatempo.


(Galaxy Quest de Dean Parisot, EUA - 1999) 


NOTA: 6,0