“Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por compreendê-las.” (Baruch de Espinosa)
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sábado, 10 de outubro de 2009
AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD
Ficha Técnica
Título Original:The Adventures of Robin Hood
Gênero:Aventura
Duração:102 min
Ano De Lançamento:1938
Estúdio:Warner Bros. / First National Pictures Inc.
Distribuidora:Warner Bros.
Direção: Michael Curtiz , William Keighley
Roteiro:Norman Reilly Raine e Seton I. Miller
Produção:Hal B. Wallis
Música:Erich Wolfgang Korngold
Fotografia:Tony Gaudio e Sol Polito
Figurino:Milo Anderson
Edição:Ralph Dawson
Elenco
Errol Flynn (Robin Hood)
Olivia de Havilland (Marian)
Basil Rathbone (Sir Guy de Gisbourne)
Claude Rains (Príncipe John)
Patric Knowles (Will Scarlett)
Eugene Paulette (Frei Tuck)
Alan Jole (João Pequeno)
Melville Cooper (Xerife de Nottingham)
Ian Hunter (Rei Ricardo Coração-de-Leão)
Una O'Connor (Bess)
Leonard Willey (Sir Essex)
Robert Noble (Sir Ralf)
Kenneth Hunter (Sir Mortimer)
Robert Warwick (Sir Geoffrey)
Colin Kenny (Sir Baldwin)
Lester Matthews (Sir Ivor)
Sinopse
No século XII, quando o rei da Inglaterra Ricardo Coração-de-Leão (Ian Hunter) é sequestrado na Áustria ao retornar das Cruzadas, o príncipe John (Claude Rains) tenta usurpar o trono, favorecendo os normandos invasores em detrimento dos saxões. Contra esta situação o nobre Robin Hood (Errol Flynn) organiza nas florestas de Sherwood um bando de salteadores e rebeldes. Enquanto ataca os normandos e rouba dos ricos para dar aos pobres, Robin se apaixona por Marian (Olivia de Havilland), protegida do rei Ricardo, que o príncipe quer casar com o arrogante Sir Guy (Basil Rathbone).
Premiações
- Vencedor De 3 Oscars: Direção de Arte, Música e Edição. Foi indicado ainda na categoria de Melhor Filme.
CRÍTICA
Escrever sobre alguns filmes realmente é algo prazeroso de se fazer. Em alguns momentos isto se deve ao fato de se gostar muito do filme, e em outros de achar o filme muito bom; contudo o melhor mesmo é quando os dois se unem. Já fazia algum tempo que eu não dedicava meu tempo neste blog para falar de um filme que facilmente está entre os meus favoritos, e não é muito difícil explicar o por que do caráter de gosto que eu tenho por esta fita.
Primeiro que Robin Hood sempre foi para mim, um dos maiores personagens do imaginário não só inglês, mas de toda a humanidade. Seja no âmbito cinematográfico, mitológico, literário ou outro qualquer, Robin Hood sempre ficou dividido entre herói e vilão com seu clássico comportamento de "homem que rouba dos ricos para distribuir aos pobres", e este caráter de bom e mau ao mesmo tempo sempre me intrigou no personagem em questão. Em segundo ponto, o gênero shasbuckler (espadachim)de filmes sempre me agradou, e vendo esta fita, estamos simplesmente diante do melhor do gênero em todo o movimento "cineástico", construído até os dias de hoje.
Bom, explicado o por que Robin Hood me agrada tanto, vamos aos motivos que fazem com que o filme As Aventuras De Robin Hood me agrade tanto. Primeiramente o fato de o filme ser extremamente fiel às histórias consideradas "oficiais" sobre o anti-herói da floresta de Sherwood. Segundo, pelo fato de a fita mesclar com maestria aventura, drama, romance, toques de comédia, sem perder o rumo, e sem pender para nenhum tipo de parcialidade relacionada a algumas das características acima. Tudo é muito bem dosado, o trabalho dos diretores Michael Curtiz (o mesmo de Casablanca) e William Keighley é espetacular, conduzindo a câmera de modo convincente e compactante ao ótimo trabalho de edição para deixar o filme veloz e astuto, dando ênfase às ótimas cenas de luta entre os espadachins, acompanhados de uma trilha sonora excelente.
Vale a pena destacar também o ótimo trabalho de figurino e direção de arte, que conseguiram criar uma reconstrução excelente da Inglaterra do século XII, e também a excelente fotografia em tons amarelados que hoje soam envelhecidos (criando mais charme ainda para a fita), mas que para uma época que começava a conviver com o cinema colorido, era algo de extrema dificuldade e que exigia muita competência, algo que sobrou por aqui.
O elenco é simplesmente majestoso. Claude Rains está ótimo como o egoísta e inescrupuloso Príncipe John, assim como seu companheiro de quase todas as tomadas Basil Rathbone, que cria um Sir Guy de respeito e que condiz muito bem com os traços do personagem. Entretanto, o grandiosidade do elenco está no par principal. Olivia de Havilland esbanja talento na construção de uma Lady Marian perfeita, tanto nas cenas românticas quanto nas cenas em que se exige um pouco de furor. Errol Flynn por sua vez dispensa comentários. Um dos maiores galãs do cinema nos final dos anos 30 e nos anos 40, o ator dá um show, e seu Robin Hood é simplesmente perfeito, não há nada que tirar, nem colocar, tudo está ali em perfeita sincronia, incluindo um genuíno e espontâneo sotaque inglês ( ao contrário de Kevin Costner na versão moderna da fita) e um modo bem peculiar de expressão, seja ela corporal ou linguística, tudo para caracterizar Robin Hood de uma maneira jamais superada na história do cinema.
Bom, não preciso nem dizer que o filme é obrigatório né? Seja como aventura, como comédia, como romance, como filme de capa e espada como alguns gostam de chamar, este As Aventuras de Robin Hood é um tiro tão certeiro quanto as façanhas do próprio personagem central e seu arco e flecha. Um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempos e que deve ser apreciado de todas as formas. Robin Hood é imortal e ganhou nesta versão cinematográfica a imortalidade pela sétima arte que já possuía a tanto tempo na literatura. Muito mais do que merecido, e que mais pessoas no futuro apreciem um filme de 70 anos atrás, que jamais foi superado, mesmo em tempos de tanta evolução; provando mais uma vez que o cinema é muito mais do que milhões de pessoas comentando ou milhões de dólares na produção, o cinema é atemporal, assim como seus clássicos, assim como As Aventuras De Robin Hood.
NOTA: 10,0
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