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segunda-feira, 28 de março de 2011

REINO ANIMAL



Conhecido como o filme que rendeu a indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante para Jackie Weaver, de quem ninguém nunca antes tinha ouvido falar, “O Reino Animal” é uma das boas surpresas desse ano. Acompanhamos a história do jovem Joshua Cody, que depois de perder a mãe por causa de uma overdose, vai morar na casa onde vivem a avó e os tios- parentes com quem há tempos não mantinha contato. A nova família é cheia de conflitos, tanto com a lei, quanto internos. E essa falta de confiança entre si vai ser aproveitada pelo serviço de inteligência da polícia australiana para derrubar a quadrilha. Mas o filme é mais sobre, aqui interpretado pela revelação James Frecheville, do que sobre a família Cody em si. O personagem é um achado e rouba a cena no filme (apesar da elogiada atuação da Jackie Weaver, no papel da matriarca da família). Apesar de introvertido, emburrado e por vezes e alheio aos acontecimentos em sua volta, Joshua é, em contrapartida, inteligente e carismático. Todos parecem fazer um grande esforço para ganhar a atenção dele. De início, temos a impressão de que o personagem está evoluindo, amadurecendo, quando na verdade, devido à temporalidade do filme - já que a história se desenrola em um curto espaço de tempo – percebemos estar desvendando a personalidade de Joshua, que acaba como o grande heroi deste belo filme. O que condena “O Reino Animal” é a falta de ambição do projeto. Os personagens são ótimos, o elenco faz um trabalho fantástico e o roteiro tem nuances originais. Mas o filme é pequeno, modesto, lúcido e comedido, tanto na violência quanto nas emoções. É um desperdício que um projeto desses não tenha caído nas mãos de um de Palma ou de um Scorscese.

Reino Animal (Animal Kingdom, Austrália, 2010)


NOTA: 8,0

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