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segunda-feira, 21 de março de 2011

CRIATURAS


Imagine aquele dia pesado de trabalho, cheio de estresse em que você não vê a hora de chegar em casa e relaxar. Imagine aquele dia preguiçoso em que você apenas quer destrair sua mente com algo leve e sem quaqluer tipo de compromisso ou esforço, ou seja, entretenimento no mais elevado grau de distração. Imaginou? Para as duas ocasiões e para várias outras, vá até sua locadora e procure lá no fundo das prateleiras, provavelmente na parte de terror ou comédia, onde os filmes acumulam poeira e são exemplos do esquecimento cinematográfico ao longo dos anos e reviva Criaturas, garanto que não haverá o mínimo grau de arrependimento.

O filme é um representante clássico dos filmes de terror/fantasia/comédia que encheram os olhos da juventude e dos fãs de um cinema mais "B" e causam ainda hoje um sentimento nostálgico incomparável a cada vez que são revistos. Criaturas é uma mistura de Gremlins com Labirinto, elementos puros de Star Wars (os 3 primeiros), além de aspectos tirados dos clássicos super-sentais e tokusatsus japoneses, na linha de Jaspion, Changeman e tanto outros, que a simples lembrança nos faz agradecer termos passado por momentos tão incríveis ao longo de nossas vidas.

O grande trunfo de Criaturas é despertar no espectador (pelo menos em mim), essa sensação nostálgica e gostosa da época em que o cinema de entretenimento não era vulgar e nem cheio de tremeliques e "juveniedades" fúteis e ofensivas. Criaturas é leve, engraçado, gostoso de assistir e pede ao espectador apenas que o olhe e o aprecie naquilo que ele se pretende, ou seja, nada mais que uma boa e singela diversão.

Não estamos aqui diante de um grande filme. Criaturas tem efeitos especiais capengas, que hoje em dia beiram o ridículo, uma história clichê e bobinha e atuações e personagens sofríveis, porém tudo isso se esconde atrás de uma paixão e de uma sensação de felicidade de toda a equipe do filme em participar de tal projeto, que em alguns momentos você veste a camisa do filme e finge que estes grandes defeitos não existem, ou seja, tudo vira um grande momento de alegria e a coisa flui, de uma forma que poucos filmes conseguem, principalmente hoje em dia.

O aspecto "pérola" do filme só vai crescendo ao longo de seus curtos 85 minutos, no momento em que as criaturas vão aparecendo, os personagens vão caindo na aventura e as cenas vão se transformando em momentos inesquecíveis (a cena da criatura falando com um boneco do E.T. do filme de Spielberg antes de comê-lo é impagável). Todo este texto pode soar pouco "profissional" e muito mais emotivo, porém, em alguns momentos, alguns filmes conseguem criar sensações que superam a "marra" e o tecnicismo da coisa. Logicamente, que no final das contas Criaturas não é um grande filme, mas pelo para mim cumpre o seu papel muito bem e obrigado.

É claro, que quem cresceu se maravilhando com os efeitos de O Senhor dos Anéis, Transformers, Avatar e muitos outros, achará tudo isto aqui uma bobagem sem fim, agora se você é membro de uma certa turma aí que se sentava todas as tardes na frente da TV para assistir a extinta e saudosa Rede Manchete e acompanhar Jaspion e outros heróis japoneses dos anos 80, vibrava quando os Gremlins conseguiam comer após a meia-noite, tinha medo do poço do fedor eterno, torcia para o Cinema Em Casa repetir Alligator - O Jacaré Gigante pela milésima vez e ainda hoje adora filmes como História Sem Fim, A Lenda, Willow e tantos outros, pode atirar aqui sem medo, que Criaturas de 1986 representa de forma bem legal também o gênero, pena que ficou esquecido. O filme teve três continuações (se eu não me engano), que eu não vi (ainda, por que eu vou procurar), e para que as referências a uma época fantástica que não volta mais não fiquem por aqui, se você se encaixa na segunda categoria descrita acima, bom pra você, pois eu também estou nela e sigam-me os bons. 

A nota é única e exclussivamente pelo caráter mais "profissional" que necessariamente tem que haver aqui, já que se dependesse apenas do que o filme causou em  mim, ela seria bem maior.

(Critters, 1986 de Stephen Herik)



NOTA: 7,0

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