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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A CENTOPÉIA HUMANA


Terror com toques dramáticos, e um estilo "B" thrash com um toque de gore, A Centopéia Humana, ganhou o status de um dos mais polêmicos filmes dos últimos anos, devido ao seu caráter um pouco excêntrico e seus flertes com situações no mínimo inusitadas e que beiram a escatologia e geram sensações perturbadoras no espectador. Contudo, ao final de A Centopéia Humana, por mais que em alguns momentos sensações como as descritas acima apareçam, o filme não passa de um produto mal feito que tem a intenção de chocar e perturbar por atacado e de modo forçado, em outras palavras, A Centopéia Humana quer chocar e deixa isso bem claro, e eu particularmente acho que as coisas, quando fluem naturalmente se tornam mais interessantes.

Em linhas gerais a história é ao mesmo tempo bizarra e tirando uma coisinha aqui e outra ali que podemos chamar de originais, não encontramos nada de muito inovador não. Duas turistas americanas em visita à Europa, dirigiam-se para um festa quando o pneu do carro em que estão fura (jura???!!!), no meio do nada (sério?!!!), elas resolvem sair para procurar ajuda e encontram a casa de um cirurgião renomado, especialista na separação de gêmeos siameses. Esse cirurgião, que mais parece um cientista louco dos desenhos animados dos anos 70, as transforma em reféns para colocar em prática seu plano mirabuloso, unir três seres humanos (as duas turistas e um outro homem que ele capturou), através do canal gástrico, ou seja, boca de um no ânus do outro e assim sucessivamente.

Bom, a ideia de forma geral, é ao mesmo tempo bizarra, cruel e engraçada, porém totalmente impossível. Qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento em biologia, sabe que uma experiência desse tipo jamais daria certo. O segundo ponto, é que mesmo a ideia central sendo interessante, todo o desenvolvimento dela é muito clichê, e devido ao baixo orçamento, muito mal feita. Tá, muitos podem argumentar que a intenção do filme é ser thrash e gore, todavia, até mesmo para estes gêneros, o filme é mal feito, basta ver exemplos clássicos destes dois gêneros, como A Morte Do Demônio no primeiro ponto e A Mosca no segundo, que são filmes mais bem feitos e melhores, mesmo estando lá nos cada vez mais distantes anos 80.

Além disso, o filme esbarra em problemas seríssimos entre os seus desenvolvedores. O roteiro (falando mais um pouco dele), tem várias falhas, momentos desnecessários e se arrasta demais, deixando claro ao espectador que o alongamento das cenas por parte do diretor Tom Six, é para compensar uma história que se é contada em 40, no máximo 50 minutos, ou seja, o negócio dura 1 hora e meia por que forçaram o negócio ao máximo. Esse aspecto, mais um certo amadorismo e inexperiência do diretor acima citado, transformam a direção em algo muito fraco. Ela é cansativa, excessivamente dura, e fica cheia de movimentos, além de fechar muito os planos, o que gera outro problema, que é com certeza o pior de A Centopéia Humana, o elenco. Se eu fosse o diretor Tom Six, tentaria passar bem longe do rosto dos atores, pois um supera o outro em má qualidade. As atrizes que interpretam as turistas são sofríveis; os policiais que aparecem mais para o final do filme se unem a elas neste barco, algo com o qual eu particularmente não contava. O único que se salva um pouco é Dieter Laser que interpreta o "doutor maluco". Por mais que sua interpretação seja exagerada e já entrega o personagem no primeiro lance de olhar, comparado com os outros atores envolvidos no filme, o cara é quase de primeiro escalão.

A Holanda nunca foi um grande pólo cinematográfico, e pelo jeito da coisa deve continuar assim ( com exceção de O Silêncio do Lago que é um filmaço, se eu lembrar depois de mais algum bom filme holandês ou alguém lebrar me avise), já que A Centopéia Humana é um terror bem fraquinho, que não consegue tudo o que se propõe, além de não conseguir se definir muito bem quanto a gênero. O diretor Tom Six não nos deixa claro se o filme tem aquela veia cômica comum nos filmes de terror de uma linha mais "B", ou se o negócio desanda para momentos não muito agradáveis e coisas assim. 

A verdade é que A Centopéia Humana falha como terror, como drama, como ficção, como filme thrash e como filme gore; resumindo o negócio, mesmo com bons momentos, como as cenas da centopéia que tem um ar de bizarrice interessante, ou o final extremamente perturbador, o filme de Tom Six nada mais é do que um exagero de público, como muitos outros que existem por aí.


NOTA: 4,5

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