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domingo, 31 de maio de 2009

ASSASSINATO EM GOSFORD PARK

Ficha Técnica

Título Original: Gosford Park
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 137 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 2001
Site Oficial: www.gosfordparkmovie.com
Estúdio: USA Films / Capitol Films / Chicagofilms / Film Council / Medusa Produzione / Sandcastle 5 ProductionsDistribuição: USA Films / Capitol Films
Direção: Robert Altman
Roteiro: Robert Altman e Bob Balaban, baseado em estória de Julian Fellowes
Produção: Robert Altman e David Levy
Música: Patrick Doyle
Fotografia: Andrew Dunn
Desenho de Produção: Stephen Altman
Direção de Arte: Sarah Hauldren
Figurino: Jenny Beavan
Edição: Tim Squyres


Elenco

Michael Gambon (Sir William McCordle)
Kristin Scott Thomas (Lady Sylvia McCordle)
Camilla Rutherford (Isobel McCordle)
Maggie Smith (Constance)
Charles Dance (Raymond)
Geraldine Somerville (Louisa)
Tom Hollander (Tenente-Comandante Anthony Meredith)
Natasha Wightman (Lady Lavinia Meredith)
James Wilby (Freddie Nesbitt)
Claudie Blakley (Mabel Nesbitt)
Laurence Fox (Lord Rupert Standish)
Trent Ford (Jeremy Blond)
Jeremy Northam (Ivor Novello)
Bob Balaban (Morris Weissman)
Alan Bates (Jennings)
Helen Mirren (Sra. Wilson)
Eileen Atkins (Sra. Croft)
Derek Jacobi (Probert)
Emily Watson (Elsie)
Richard E. Grant (George)
Jeremy Swift (Arthur)
Meg Wynn Owen (Lewis)
Sophie Thompson (Dorothy)
Ryan Phillippe (Henry Denton)
Stephen Fry (Inspetor Thompson)
Clive Owen


Sinopse

É novembro de 1932. Gosford Park é a magnífica casa de campo onde Sir William McCordle (Michael Gambon) e sua esposa, Lady Sylvia (Kristin Scott Thomas), juntam amigos e parentes para uma festa no fim de semana. Eles convidaram um grupo eclético, que inclui uma condessa (Maggie Smith), um herói da 1ª Guerra Mundial, o ídolo britânico Ivor Novello (Jeremy Northam) e um produtor americano de filmes, que faz os longas de Charlie Chan. Enquanto os convidados ocupam os luxuosos aposentos de cima, seus empregados juntam-se aos criados da casa na cozinha e nos corredores nos andares de baixo. Mas nada é o que se parece: nem entre os ricos convidados almoçando e jantando em seus enormes cômodos, nem nos sótãos e oficinas onde seus empregados trabalham para o conforto de seus empregadores. Nesse cenário luxuoso, uma série de eventos que misturam gerações, classes, sexo e estórias pessoais trágicas culminam em um misterioso assassinato.


Premiações

- Ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, além de ter sido indicado em outras 6 categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Smith e Helen Mirren), Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino.
- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Diretor, além de ter recebido outras 4 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Filme - Comédia/Musical, Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Smith e Helen Mirren) e Melhor Roteiro.
- Ganhou 2 prêmios no BAFTA, nas seguintes categorias: Melhor Filme Britânico e Melhor Figurino. Recebeu ainda outras 7 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Smith e Helen Mirren), Melhor Revelação (Julian Fellowes), Melhor Roteiro Original, Melhor Maquiagem e Melhor Desenho de Produção.
- Recebeu uma indicação ao Cesar, na categoria de Melhor Filme da União Européia.
- Recebeu uma indicação ao Goya, na categoria de Melhor Filme Europeu.
- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.



CRÍTICA


Último filme realmente relevante do grande diretor falecido em 2.006 Robert Altman. Assassinato em Gosford Park, conta a história de um grupo de pessoas que se encontram pearnte a um crime em uma residência, sendo que devido as circunstâncias de local e momento, todos são ao mesmo tempo suspeitos e inocentes.

A fita segue o processo, do "todo mundo é culpado, até que se prove o contrário", levando os personagens a situações e complexidades digna das mais mirabolantes histórias de detetives. Entretanto, é nitidamente explorado como ponto presente, as reações e maneiras de como as pessoas agem perante uma situação de extrema insegurança e dúvida. Assim sendo, encontramos amigos em acusações infundadas, desconhecidos em debates cordiais como se fossem velhos conhecidos e coisas do tipo.

O roteiro que tem colaboração do próprio Altman, é bem amarrado e nulamente apelativo, ou seja, dá contorno e enredo às situações de forma precisa e com consequência e fundamento lógico, sem recorrer ao inusitado ou ao acaso em nenhum momento. Contudo, seu ritmo lento, sua complexidade e sua maneira detalhista de ambientar a situação, podem gerar um efeito de certo modo "tediante" em alguns momentos, onde parece que estamos defronte a algo sem fim.

Aliado a isso, temos as clássicas passagens, encontros e desencontros que sempre foram o ponto alto e diferencial de Altman, pessoas se conhecendo, se entrecruzando, mostrando como as situações afetam a todos, e como estamos ligados de uma forma bem mais fina do que as pessoas pensam. Nesse ponto, Altman continua impecável, conduz as personagens de maneira precisa e sua câmera define muito bem os momentos em que tratamos de um assassinato que envolve a todos e os momentos em que tratamos de dramas pessoais, que vão muito além de um "simples" fato ocorrido em uma noite.

O elenco em si, como de costume nos filmes de Altman, é extenso, requintado, e possui altos e baixos bem visíveis, não pelo trabalho do diretor, mas devido ao fato de que em elencos muito grandes, sempre existem os problemas de caracterização, desde a parte puramente técnica como na interpretativa em si. Destaque para a veterana Maggie Smith e para a sempre competente Emily Watson, além do bom trabalho de Ryan Phillippe. Kristin Scott Thomas exagera um pouco em sua caracterização, mas também acaba se saindo bem, enquanto o ponto negativo do elenco fica com Tom Hollander no papel do inspetor chefe e com o pouco caso de Clive Owen com seu pequeno personagem.

Vale ressaltar o ótimo trabalho da direção de arte e de figurino da fita, muito bem na caracterização de época e na montagem das características dos personagens. Um trabalho muito bem feito, em um ambiente no mínimo complexo e detalhista, e que não exigiria menos do que foi feito na feita.

Assassinato em Gosford Park está longe de ser um clássico. Trata-se de um bom filme, com altos e baixos, e que em alguns momentos empolga de uma forma tão grande, que quando cai em momentos de lentidão, leva o espectador a um tombo maior. Chato em alguns momentos, lento em outros, atrativo em outros, gigante em mais alguns, podemos resumir esta fita em algo totalmente imprevísivel e supreendente, porém, seu grande defeito é que nem sempre este caráter de imprevisibilidade e surpresa trabalham bem para o filme. Para um diretor que já fez filmes como M.A.S.H. , Short Cuts e o Jogador, entre outros clássicos, deve um pouco, mas vale a pena dar uma conferida, assim como vale a pena pensar um pouco também.


NOTA: 6,5

domingo, 24 de maio de 2009

O LUTADOR

Ficha Técnica

Título Original: The Wrestler
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 115 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.foxsearchlight.com/thewrestler
Estúdio: Protozoa Pictures / Saturn Films
Distribuição: Paris Filmes
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Robert D. Siegel
Produção: Scott Franklin e Darren Aronofsky
Música: Clint Mansell
Fotografia: Maryse Alberti
Desenho de Produção: Tim Grimes
Direção de Arte: Matthew Munn
Figurino: Amy Westcott
Edição: Andrew Weisblum Efeitos Especiais: LOOK! Effects / Tinsley Transfers


Elenco

Mickey Rourke (Randy "Carneiro" Robinson)
Marisa Tomei (Cassidy)
Evan Rachel Wood (Stephanie Robinson)
Mark Margolis (Lenny)
Todd Barry (Wayne)
Wass Stevens (Nick Volpe)
Judah Friedlander (Scott Brumberg)
Ernest Miller (Aiatolá)
Tommy Farra (Tommy Rotten)
Mike Miller (Lex Lethal)
John D'Leo (Adam)
Ron Killings (Ron Killings)
Dylan Keith Summers


Sinopse

Randy "Carneiro" Robinson (Mickey Rourke) é um solitário e famoso lutador de wrestler que se sustenta através das lutas e também de "bicos" que faz em um mercado local. Após um intenso combate, Randy sofre um infarto e, depois de uma cirurgia, é informado que corre risco de morte se voltar a praticar atividades físicas. Assustado, ele procura dividir sua angústia com uma stripper (Marisa Tomei), por quem nutre um desejo e, que o ajuda a retomar o contato com Stephanie (Evan Rachel Wood), a filha abandonada por ele. Dividido entre um passado de glória e um futuro incerto, Randy se vê pressionado a retornar ao ringue para uma importante revanche que pode mudar a sua vida


Premiações

- Recebeu 2 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Ator (Mickey Rourke) e Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei).
- Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Drama (Mickey Rourke) e Melhor Canção Original ("The Wrestler"). Foi ainda indicado na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei).
- Ganhou o BAFTA de Melhor Ator (Mickey Rourke), além de ter sido indicado na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Marisa Tomei).
- Ganhou 3 prêmios no Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Mickey Rourke) e Melhor Fotografia.
- Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza.



CRÍTICA


Eis que chega por esses dias (ou já chegou), em nossas queridas locadoras, lojas de DVD´s e camelôs (hehehehe), o novo trabalho do excelente diretor Darren Aronofsky, que conta a história de um veterando lutador, tentando recuperar sua dignidade e sentido de vida através de tudo aquilo que a própria vida o obrigou a abandonar.

A fita em si, foi recebida pela crítica de forma pouco unânime, gerando várias interpretações e opiniões ora positivas , ora negativas. Particularmente acredito existir vários problemas para esse receio em relação a O Lutador. Comecemos por seu diretor; Aronofsky não é fácil , e é extremamente conhecido por particularidades e manias na hora de filmar que desagradam muitas pessoas, tanto que seus filmes sempre transitam entre o amor e o ódio de críticos e cinéfilos. Em segundo ponto, temos Rourke, que é um ator ocioso, pouco talentoso e que não é lá muito bem visto no meio cinematográfico, devido à algumas atitudes extra-sets que o perseguiram ao longo da carreira e o calcaram com um estigma do qual o próprio dificilmente se livrará.

Começando a expressar minha opinião, acreditei muito neste filme e não me desapontei. Gosto do trabalho de Aronofsky e O Lutador pode não ser seu melhor filme, e pode mostrá-lo tentando ingressar mais nas formas hollywoodianas de filmar, o que o afastou um pouco do estilo que o consagrou, todavia, seu potencial continua ali, dosando de forma totalmente inteligente e precisa uma história difícil, com uma produção difícil e um elenco mais complicado ainda. Seu esforço é visível, e a forma como encaixa as câmeras, realizando tomadas mais simples, mas sem perder a grandiosidade do momento do roteiro é digno de um grande respeito.

O aparato técnico suporta muito bem a pseudo-megalomania de Aronofsky e Rourke, e temos uma bem encaixada trilha sonora, com direito a pegadas de música country-americana, e hinos do Hard Rock/Metal, colocadas precisamente no momento e na hora certa, gerando uma incrível simpatia do espectador não só com os momentos de paz e tranquilidade do filme, mas com os momentos mais ríspidos e que exigem maior interpretação e abstração para a retirada de conclusões.

O Lutador realiza um trabalho de exploração da capacidade e consciência humanas muito raro, pois acompanha o homem que sai de seu auge, por imposição de suas próprias debilidades, que chega ao ostracismo e definhação total, gerando uma tentativa desesperada e inescrupulosa de resistência a esta natureza debilitante. Assim sendo, o filme mostra a luta do homem contra si mesmo, e a vontade de se fazer aquilo que o eleva ao próprio aspecto de ser homem, não importando as consequências ou sequelas que virão deste combate, algo parecido (dadas logicamente as devidas proporções), ao que Scorcese fez no clássico Touro Indomável.

Vale destaque o ótimo trabalho do elenco, que suporta todo o peso da dura postura de Aronofsky e a força dramática de um roteiro visivelmente complexo quando o elevamos ao acento da interpretação, com destaques maiores para a sempre ótima Marisa Tomei em um papel extremamente difícil, e um Mickey Rourke revigorado e feliz na intepretação, e que apesar de ser um ator com explícitas limitações atuativas, está muito bem e extremamente convincente ao longo de toda a fita.

O fato de Aronofsky não adentrar aos movimentos que envolvem um esporte totalmente "fake" como a luta-livre tratada no filme, desagrada um pouco, contudo, é provável que o diretor não tinha mesmo essa intenção, pois o esporte aqui entra muito mais como um pano de fundo para a verdadeira luta, que seria a já relatada ao longo deste pequeno comentário. Um excelente filme, que mantém o alto nível das produções deste Aronofsky que é facilmente um dos mais talentosos diretores americanos da atualidade.


NOTA: 9,0

sábado, 23 de maio de 2009

CLOSER - PERTO DEMAIS

Ficha Técnica

Título Original: Closer
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2004
Site Oficial: www.pertodemais.com.br
Estúdio: Icarus Productions / John Calley Productions / Avenue Pictures Productions
Distribuição: Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment / Buena Vista International
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Patrick Marber, baseado em peça teatral de Patrick Marber
Produção: Cary Brokaw, John Calley, Robert Fox, Mike Nichols e Scott Rudin
Fotografia: Stephen Goldblatt
Desenho de Produção: Tim Hatley
Figurino: Ann Roth Edição: John Bloom e Antonia Van Dermellan


Elenco

Natalie Portman (Alice)
Jude Law (Dan)
Julia Roberts (Anna)
Clive Owen (Larry)
Jaclynn Tiffany Brown (Turista)
Steve Benham (Motorista)
Nick Hobbs (Motorista de táxi)


Sinopse

Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa bem sucedida, que se divorciou recentemente. Ela conhece e seduz Dan (Jude Law), um aspirante a romancista que ganha a vida escrevendo obituários, mas se casa com Larry (Clive Owen). Dan mantém um caso secreto com Anna mesmo após ela se casar e usa Alice (Natalie Portman), uma stripper, como musa inspiradora para ganhar confiança e tentar conquistar o amor de Anna.


Premiações

- Recebeu 2 indicações ao Oscar, nas seguintes categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Clive Owen) e Melhor Atriz Coadjuvante (Natalie Portman).
- Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Clive Owen) e Melhor Atriz Coadjuvante (Natalie Portman). Recebeu ainda outras 3 indicações, nas seguintes categorias: Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor e Melhor Roteiro.
- Ganhou o BAFTA de Melhor Ator Coadjuvante (Clive Owen), além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Natalie Portman) e Melhor Roteiro Adaptado.
- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Filme Estrangeiro



CRÍTICA


Controverso, polêmico e instável trabalho do veterano diretor Mike Nichols, Closer é uma ode às complicações e calvários enfrentados por pessoas que procuram viver suas vidas por e para uma outra pessoa, seja esta quem for; basicamente uma tentativa de conciliar concepções humanas a um sentido totalmente romantizado; em outras palavras, Closer tenta ( e não consegue), atribuir um caráter mais carnal e brutal a sentimentos puramente antâgonicos a este tipo de distorção.

O grande problema de Closer se encontra nos diálogos e na forma como estes se encaixam no enredo como um todo. O filme é cheio de passagens e situações desnecessárias; caretas e trejeitos supérfluos e diálogos e situações totalmente exagerados, principalmente quando se encontra no foco principal da análise o erotismo e de certo modo até o sadismo que Nichols tenta balancear ao longo de toda a fita. O aspecto teatral de alguns momentos é maquiado demais, e o fato de ter funcionado na versão original do roteiro ( afinal, é uma peça de teatro), não fundamenta que necessariamente este mesmo caráter dará certo nas telonas, e isso realmente acontece; existe uma superficialidade nestes momentos que inquieta o espectador mais concentrado a detalhes como este.

A direção em si não é ruim. Nichols é bom, e apesar de seu ápice já ter passado a muito tempo, ainda nos presenteia com bons movimentos e boas conduções de sua sempre cativante e maliciosa câmera. Vale destaque também o bom trabalho de trilha sonora, que ficou totalmente bem encaixado, além da edição em toques rápidos que cria um clima de velocidade que nem sempre o roteiro acompanha, mas por falha do segundo e não do primeiro, já que a direção de Nichols é nitidamente mais próxima do já citado trabalho de edição.

O elenco chama a atenção, pois em pouquíssimos filmes, vimos a dupla de coadjuvantes simplesmente humilhas os protagonistas. Natalie Portman e Clive Owen tem as melhores atuações de suas carreiras e o reconhecimento a ambos foi mais do que justo, além do fato, de que as protagonizadas pelos dois estão facilmente entre os momentos mais fortes e precisos da fita, e os mesmos ainda seguram as pontas quando estão em contracena com o fraquíssimo casal de protagonistas.

Analisar o trabalho de Jude Law e Julia Roberts não só neste filme, mas em qualquer outro projeto de suas respectivas carreiras é uma tarefa chata, afinal, o que esperar de dois dos piores atores que apareceram na cena nos últimos tempos. Roberts pelo menos se esforça, suas caretas desnecessárias e enjoativas ainda estão ali, mas dá pra sentir quem em alguns momentos ela tenta representar e não simplesmente gesticular como se quisesse impressionar todo mundo a força; agora Law é de chorar, para usar um termo bem comum a todos. Como é fraco este ator; não tem expressão, é prequiçoso, clichê e destrói qualquer movimento da fita que se faça a necessidade de algo mais elaborado e atuante. Com certeza, o grande ponto fraco do filme, assim como em qualquer outro em que seu nome se encontrar no nosso querido "cast".

Closer não é um filme ruim. Todavia, falta-lhe muito para ser o que alguns julgam por aí, e desse modo, é mais do que justo seu lugar na sessão dos filmes Para Pensar Duas Vezes, já que a fita tem passagens e momentos catastróficos, mas com certeza a atuação de Portman e Owen, vale uma boa observada. É pouco para um diretor como Nichols, assim como é pouco para um espectador mais arguto e exigente, agora, seu efeito passatempo é evidente, assim como sua apreciação por fãs mais "adetalhados" e menos específicos.


NOTA: 5,5

segunda-feira, 18 de maio de 2009

ERAGON

Ficha Técnica

Título Original: Eragon
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 104 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www.eragonmovie.com
Estúdio: 20th Century Fox / Ingenious Film Partners / Davis Entertainment Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Stefan Fangmeier
Roteiro: Peter Buchman, Mark Rosenthal, Jesse Wigutow e Lawrence Konner, baseado em livro de Christopher Paolini
Produção: John Davis, Wyck Godfrey e Adam Goodman
Música: Patrick Doyle
Fotografia: Hugh Johnson
Desenho de Produção: Wolf Kroeger
Direção de Arte: Michael Diner, Jonathan Hely-Hutchinson, Stuart Kearns e Stuart Rose
Figurino: Kym Barrett e Carlo Poggioli
Edição: Roger Barton
Efeitos Especiais: 11:11 Mediaworks / Cinesite Ltd. / Weta Digital Ltd. / Furious FX / Industrial Light & Magic / Persistence of Vision Entertainment


Elenco

Edward Speelers (Eragon)
Sienna Guillory (Arya)
Garrett Hedlund (Murtagh)
Djimon Hounson (Ajihad)
Jeremy Irons (Brom)
John Malkovich (Rei Galbatorix)
Robert Carlyle (Durza)
Gary Lewis (Rei Hrothgar)
Rachel Weisz (Saphira) (voz)
Joss Stone (Angela)
Alun Armstrong (Tio Garrow)
Caroline Chikezie (Nasuada)
Christopher Egan (Roran)
Tamsin Egerton (Katrina)
Steven Spiers (Sloan)
Nils Allen Stewart (Lorde Urgal)


Sinopse

Há muitos anos atrás existiam os Cavaleiros do Dragão, que tinham por missão fazer o bem. Sua destreza nas batalhas era inigualável, já que cada um deles possuía força equivalente à de dez homens. Os Cavaleiros eram imortais, a não ser que fossem atingidos por lâmina ou veneno, e ajudaram os homens de Alagaesia a construir grandes cidades e acumular uma grande riqueza. No auge desta era nasceu um garoto, Galbatorix (John Malkovich), que possuía um grande poder e aos 10 anos foi aceito como Cavaleiro do Dragão. Aos poucos os Cavaleiros tornaram-se arrogantes e, numa viagem descuidada, Galbatorix e dois amigos foram emboscados. Os amigos e o dragão de Galbatorix foram mortos, com o próprio sendo encontrado por um fazendeiro e entregue ao conselho dos Cavaleiros. Recuperado, Galbatorix requer um novo dragão para si, o que é recusado pelo conselho. Revoltado, Galbatorix jura se vingar dos Cavaleiros e passa a estudar os segredos negros que havia aprendido com um espectro. Um dia ele rouba um ovo de dragão e convence Morzan, um Cavaleiro parvo, a ajudá-lo na prática de magia proibida. Juntos eles ganham força e declaram guerra aos Cavaleiros, recebendo o apoio de outros 12 Cavaleiros do Dragão. Galbatorix vence a guerra e, desde então, governa Alagaesia. Até que um dia o jovem Eragon (Edward Speelers) encontra na floresta uma estranha pedra azul. Para sua surpresa nasce um dragão da pedra, o que o torno o mais novo Cavaleiro do Dragão.



CRÍTICA


Faz algum tempo que me pediram uma crítica desta fita, e só agora eu a fiz, por motivos de tempo, motivos de passar outros filmes na frente e pelo principal motivo, encontrar palavras suficientes para descrever a má qualidade e o desperdício de dinheiro e tempo que encontramos nesta “aventura” que só não é mais chata por que dura pouco mais de uma hora e meia.

O filme é uma cópia muito mal feita, muito mal filmada do já batido estilo de fantasia que assola e corrompe o cinema atual. Todos, exactamente todos os clichês do gênero estão ali, desde dragões e magias, passando por profecias e dinastias, culminando em uma luta chata e sem sal, entre o bem e o mal, seja ele interno ou externo. A falta de originalidade incomoda demais, ao ponto de ficar uma enorme pergunta na mente de simples mortais como eu. Será que as pessoas que fazem esse tipo de filme acham que o espectador é trouxa e não vai perceber que a cópia é descarada?

O filme é um monte de efeitos especiais colocados ao léu, sem base argumentativa nenhuma, mal dirigido, mal interpretado, mal editado, em outras palavras, o filme é ruim em todos os pontos, nesse aqui não se salva nada, pelo menos eu não consegui encontrar nada “assistível”, e se você encontrar, parabéns, talvez seu novo emprego possa ser de olheiro ou até mesmo de detetive, ou profissões que procuram e acham coisas em lugares onde não há nada, hehehehe.

E olha que nessa crítica, eu nem estou apelando para a minha aversão ao cinema de excessiva fantasia, tão presente na atual cena de Hollywood, já que não é necessário. Eragon, não é ruim por ser mais um produto da moda, mas sim pelo fato de utilizar-se da moda para ser ruim, é um contraponto, já que a fita consegue simplesmente corromper até o maior dos clichês do gênero, tal é ruindade com que se utiliza deles.

Não dá pra entender, o que atores do nível de John Malkovich, Jeremy Irons e Djimon Honsoun fazem em um filme como este. Há de se levar em conta que as proezas negativas de Eragon são tão presentes que contagiam estes bons atores, fazendo com que os mesmos simplesmente tenham atuações sofríveis, igualmente clichês e burocráticas ao extremo. Não há emoção, não há vontade, apenas um corpo presente com algumas caretas dizendo algumas falas. Nunca tinha visto um ator do calibre de Jeremy Irons em uma atuação tão ruim.

Bom, a opinião está dada, e pra resumi-la em poucas palavras afirmo com veemência: Eragon é facilmente um dos piores filmes da década, e o pior desta onda de filmes “sérios” do gênero de fantasia, tão explorados após a aparição dos fenômenos O Senhor Dos Anéis e Harry Potter. E sabe o que é o melhor? Vai ter continuação. E sabe o que é melhor ainda? Vai ter uma terceira parte; afinal como é que pode o filme que possui o maior número de clichês dos últimos tempos, não entrar no maior deles, que é ser uma trilogia. Uma fita que beira o ridículo, prontamente um dos filmes dos quais qualquer leitor deve manter a maior distância possível.


NOTA: 1,0

domingo, 17 de maio de 2009

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?

Ficha Técnica

Título Original: Slumdog Millionaire
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 120 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Inglaterra): 2008
Site Oficial: www.quemquerserummilionario.com.br
Estúdio: Celador Films / Film4
Distribuição: Fox Searchlight Pictures / Europa Filmes
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Simon Beaufoy, baseado em livro de Vikas Swarup
Produção: Christian Colson
Música: A.R. Rahman
Fotografia: Anthony Dod Mantle
Desenho de Produção: Mark Digby
Figurino: Suttirat Anne Larlarb
Edição: Chris Dickens


Elenco

Dev Patel (Jamal K. Malik)
Ayush Mahesh Khedekar (Jamal K. Malik - criança)
Tanay Chheda (Jamal K. Malik - jovem)
Freida Pinto (Latika)
Rubiana Ali (Latika - criança)
Tanvi Ganesh Lonkar (Latika - jovem)
Madhur Mittal (Salim)
Azharuddin Mohammed Ismail (Salim - criança)
Ashutosh Lobo Gajiwala (Salim - jovem)
Chirag Parmar (Arvind - criança)
Janet de Vigne (Ada)
William Relton (Peter)
David Gilliam (Clark)
Mia Drake (Adele)
Arfi Lamba (Bardi)
Taira Colah (Nasreen)
Anil Kapoor (Prem Kumar)
Feroz Abbas Khan (Amitabh Bachchan)
Saurabh Shukla (Sargento Srinivas)
Sunil Kumar Agrawal (Sr. Chi)
Mahesh Manjrekar (Javed)
Sanchita Choudhary (Mãe de Jamal)
Himanshu Tyagi (Sr. Nanda)
Sharib Hashmi (Prakash)


Sinopse

Jamal K. Malik (Dev Patel) é um jovem que trabalha servindo chá em uma empresa de telemarketing. Sua infância foi difícil, tendo que fugir da miséria e violência para conseguir chegar ao emprego atual. Um dia ele se inscreve no popular programa de TV "Quem Quer Ser um Milionário?". Inicialmente desacreditado, ele encontra em fatos de sua vida as respostas das perguntas feitas.


Premiações

- Ganhou 8 Oscars, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original ("Jai Ho") e Melhor Som. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Edição de Som e Melhor Canção Original ("O Saya").
- Ganhou 4 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.
- Ganhou 7 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme Britânico, Melhor Ator (Dev Patel), Melhor Atriz Coadjuvante (Freida Pinto) e Melhor Direção de Arte.
- Ganhou o Prêmio do Público, no Festival de Toronto.



CRÍTICA


Eis que venho, atendendo a pedidos, publicar minha singela opinião sobre o vencedor do Oscar de melhor filme do ano de 2.009 e multi- premiadíssimo, Quem quer ser um milionário? O mais interessante é notar, como um filme não- hollywoodiano (será?) conseguiu encontrar tão bem o caminho das pedras dos críticos ao redor do mundo, a ponto de os elogios ao redor desta obra se transformarem em algo taxativo e cotidianamente comum.

A fita em si, é realmente muito boa, cativante, envolvente, e que dosa muito bem sentimentalismos e “emocionismos” enquanto trabalha o tempo inteiro com situações e colocações extremamente sentimentais e emocionais. Logicamente, que o caráter social e crítico a uma sociedade e a forma que esta se organiza e age, fica como um bom e interessante plano de fundo, brilhando nos olhos daqueles que conseguem ver o real sentido de algumas atitudes das personagens, para não dizer todas as atitudes.

O roteiro é particularmente o que mais gosto no filme, já que é impressionante como se conseguiu amarrar tão bem as situações que em muitos momentos são complicadas, a ponto de não haver nenhum buraco sequer, pelo menos nenhum que tenha sido captado pelos olhos desta pessoa que aqui vos fala. O elenco de desconhecidos empolga e mantém a trama em alto nível, apesar de não termos nenhuma atuação realmente monstruosa no bom sentido, ou que marque a história do cinema ou coisas do tipo, hehehehehe.

Apesar de colocar este aspirante a clássico (já que em minha opinião, clássico ele nunca será), na sessão Para Ver, faz-se necessário algumas colocações.
Este filme só possui um defeito realmente relevante, e que infelizmente não depende do mesmo, que é todo o exagero e modismo que se colocou ao redor da fita. Quem conhece o trabalho do diretor Boyle, sabe que houve uma tentativa até certo ponto bem descarada, deste mesmo, conseguir finalmente adentrar no circuito dos grandes cineastas de Hollywood, e isso explica o ponto de interrogação entre parênteses no primeiro parágrafo.

Quem quer ser um milionário?, não é, nem de longe, o melhor filme do diretor inglês, afinal quem realmente crê que este filme seja melhor que Trainspotting? Ninguém que realmente tenha captado a mensagem e o brilhantismo deste último. Para fãs mais fiéis e que acompanham o trabalho do diretor desde sua fase mais “independente”, Quem quer ser um milionário? possui uma falta de ousadia e uma burocratização excessiva, já que soa muito certinho e bonitinho o tempo todo; falta a sujeira do termo “independente” na fita, ou seja, é um Boyle um pouco mais comercial.

Além disso, Quem quer ser um milionário? não é o melhor filme do ano, já que acho Frost/Nixon (já comentado anteriormente neste mesmo blog, hehehe) um filme muito mais interessante e muito mais sensato e presente, e muito menos o melhor filme da década como ouvi de alguns exagerados por aí, a fita em questão nada mais é, do que um filme muito bom,e que se perpetuará ao longo do tempo como um filme que não se elevará deste grau.

Finalizando, falamos aqui de um excelente filme, que deve ser visto sim, entretanto o exagero envolto ao mesmo, e todo o prestígio dado pela vitória no Oscar, transformaram esta fita em algo que ela não é, assim sendo, você tem duas alternativas: se assistir ao filme com a mentalidade de que se está perante a um clássico, provavelmente haverá certa decepção, agora se o caminho que você escolher for o de apreciar a este filme pelo que ele é, ou seja, uma ótima película, parabéns, pois você fez uma ótima escolha, e não precisará ler este pequeno comentário que fiz para perceber isso.





NOTA: 8,0

domingo, 10 de maio de 2009

O MENSAGEIRO DO DIABO

Ficha Técnica

Título Original: The Night of the Hunter
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1955
Estúdio: United Artists / Paul Gregory Productions
Distribuição: United Artists / Columbia Pictures Corporation Ltd.
Direção: Charles Laughton
Roteiro: James Agee, baseado em livro de Davis Grubb
Produção: Paul Gregory
Música: Walter Schumann
Fotografia: Stanley Cortez
Desenho de Produção: Al Spencer
Direção de Arte: Hilyard M. Brown
Figurino: Jerry Bos
Edição: Robert Golden


Elenco

Robert Mitchum (Harry Powell)
Shelley Winters (Willa Harper)
Lillian Gish (Rachel Cooper)
James Gleason (Birdie Steptoe)
Evelyn Varden (Icey Spoon)
Peter Graves (Ben Harper)
Don Beddoe (Walt Spoon)
Billy Chapin (John Harper)
Sally Jane Bruce (Pearl Harper)
Gloria Castillo (Ruby)


Sinopse

Durante a Depressão, no início dos anos 30, Ben Harper (Peter Graves) roubou o banco de West Virginia, matou duas pessoas e fugiu para sua casa com 10 mil dólares, que escondeu na boneca de sua filha. Antes de ser preso Ben fez que John (Billy Chapin) e Pearl (Sally Jane Bruce), seu casal de filhos, jurassem que nunca iriam dizer onde o dinheiro estava escondido. Harry Powell (Robert Mitchum), um assassino que se faz passar por pregador, é preso em uma casa de espetáculos por ter roubado um carro e mandado para a mesma cela de Ben, que foi condenado a morrer na forca. Enquanto esperava a execução Ben tinha sonhos que revelavam algo sobre o dinheiro, mas não tudo. Ben é executado e Harry, após cumprir uma pena de 30 dias, é libertado e então ruma para a casa de Ben. Harry chega ao lugarejo onde a família de Ben vivia e se insinua com os vizinhos Icey (Evelyn Varden) e Walt Spoon (Don Beddoe), que têm uma loja de doces, e impressiona o casal com seus dons como pregador. Willa Harper (Shelley Winters), a viúva de Ben, fica deslumbrada por Harry e logo os dois estão casados. Quando Henry constata que ela será um obstáculo para o dinheiro, corta sua garganta e joga seu corpo dentro do rio. Ele tenta fazer com que as crianças digam onde está o dinheiro, mas se Pearl mostra sinais de fraqueza John vigia sua irmã para que nada revele. Quando a situação fica insustentável as crianças fogem, descendo o rio em um pequeno barco. Mas Powell está determinado em conseguir o dinheiro e vai no encalço de John e Pearl.



CRÍTICA


Imagine a seguinte situação: um homem que descobre uma grande quantia em dinheiro escondida na casa de seu companheiro de cela que está prestes a morrer enforcado, e resolve se passar por um pregador para se infiltrar nesta casa e pegar para si o dinheiro. Este é o pano de fundo de um dos mais assustadores e de um dos maiores clássicos do suspense e por que não dizer da história do cinema. Diga-se de passagem que esta reputação é totalmente válida e coerente, já que estamos diante de uma obra fantástica.

Relatado quase que todo do ponto de vista de crianças, O Mensageiro Do Diabo, se passa em uma época conturbada da história americana, logo após a queda da bolsa de 1.929, gerando um bom respaldo para as atitudes tanto do pai das crianças ao roubar o banco e esconder o dinheiro, quanto do próprio pregador em si, louco e obcecado por esse dinheiro, e utilizando-se de seu domínio das palavras , tanto no sentido teológico quanto no sentido léxico em si.

Charles Laughton dirige de forma pouco inovadora, porém muito competente, com câmeras estáticas, onde os movimentos e ações dependem única e exclusivamente dos atores, além disso em cenas mais amplas Laughton filma de cima pra baixo, quase que para criar um clima de tontura no espectador; entretanto, o maior mérito de Laughton é se utilizar brilhantemente da fotografia preto e branca e do efeito de sombra para criar o clima de suspense nas cenas que julgava poder gerar uma frénesi maior no espectador, e são exatamente estas cenas que são as melhores do filme, ou seja, Laughton acertou em cheio.

Cheio de cenas marcantes, como as aparições do pregador apenas em sombra, com um chapéu que gera uma sensação de que as abas se transformam em chifres, como se fosse uma analogia ao próprio demônio, a descida das crianças ao longo do rio, onde Laughton alterna entre planos abertos para mostrar as crianças e closes de uma fauna e flora pantanosa, além de uma das cenas finais onde o canto do pregador Powell e da Sra. Cooper se unem na canção " Trust In Jesus", porém pensando e se preparando para desfechos diferentes. Nada de efeitos especiais baratos, ou sangue jorrando, o terror aqui é puramente psicológico.

Robert Mitchum está brilhante, e intepreta de forma majestosa um homem obcecado e sem pudor nenhum, a ambição pura e simples em forma de homem. A dicotomia amor/ódio, tatuadas na mão do personagem principal está presente em todo o filme, e tem seus momentos de extase máximo na briga entre as próprias mãos do pregador Powell, ilustrando muito bem o que é o poder de um homem dominado por um destes dois. O interessante é perceber que ao longo da fita, estes dois elementos caminham juntos, representados nas figuras das crianças e na do próprio Powell em si.

O seu final um pouco "capriano", pode não agradar fãs mais radicais de suspenses, e que buscam uma luta maior e um final um pouco mais mirabolante e de certo modo até maldoso e cruel, ou um desfecho em que pelo menos, surja algo que possa ser criado daquilo, para uma possível modificação de ambiente ou até mesmo um ressurgimento, em outras palavras, a erradicação total e absoluta de um dos lados, pode fazer com que a apreciação da fita perca um pouco seu caráter completo aos olhos de fãs um pouco mais exigentes do gênero e não do cinema em si.

Nada que atrapalhe uma obra-prima, que infelizmente teve um reconhecimento tardio e que fez com que Charles Laughton continuasse nos brindando apenas com suas atuações e não mais com seu talento como diretor, por um outro lado, isto criou uma aura em torno do nome de Laughton que não se esvairá, e isso só poderia ser criado por um filme excepcional como este. Definitivamente um clássico em seu mais alto grau, obrigatório para toda e qualquer videoteca, e necessário para qualquer fã, seja ele de suspense ou de cinema da melhor qualidade.


NOTA: 10,0

sábado, 9 de maio de 2009

GREASE - NOS TEMPOS DA BRILHANTINA

Ficha Técnica

Título Original: Grease
Gênero: Musical
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1978
Site Oficial: http://www.greasemovie.com/
Estúdio: Paramount Pictures
Distribuição: UIP
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: Bronte Woodard e Allan Carr, baseado em peça teatral de Jim Jacobs e Warren Casey
Produção: Allan Carr e Robert Stigwood
Música: Warren Casey, John Farrar, Barry Gibb, Jim Jacobs, Bill Oakes e Louis St. Louis
Fotografia: Bill Butler
Desenho de Produção: Philip M. Jefferis
Figurino: Albert Wolsky
Edição: John F. Burnett


Elenco

John Travolta (Daniel "Danny" Zuko)
Olivia Newton-John (Sandra "Sandy" Olsen)
Stockard Channing (Elizabeth "Betty" Rizzo)
Jeff Conaway (Kenickie)
Barry Pearl (Doody)
Michael Tucci (Sonny)
Kelly Ward (Putzie)
Didi Conn (Frenchy)
Jamie Donnelly (Jan)
Dinah Manoff (Marty Maraschino)
Eve Arden (Diretora McGee)
Edd Byrnes (Vincient "Vince" Fontaine)
Sid Caesar (Técnico Calhoun)
Susan Buckner (Patricia "Patty" Simcox)
Lorenzo Lamas (Thomas "Tom" Chisum)
Michael Biehn


Sinopse

Na Califórnia na década de 50, Danny (John Travolta) e Sandy (Olivia Newton-John), um casal de estudantes, trocam juras de amor mas se separam, pois ela voltará para a Austrália. Entretanto, os planos mudam e Sandy por acaso se matricula na escola de Danny. Para fazer gênero ele infantilmente lhe dá uma esnobada, mas os dois continuam apaixonados, apesar do relacionamento ter ficado em crise. Esta trama serve como pano de fundo para retratar o comportamento dos jovens da época.


Premiações

- Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Canção Original ("Hopelessly Devoted to You").
- Recebeu 5 indicações ao Globo de Ouro, nas seguintes categorias: Melhor Filme - Comédia/Musical, Melhor Ator - Comédia/Musical (John Travolta), Melhor Atriz - Comédia/Musical (Olivia Newton-John) e Melhor Canção Original ("Grease" e "You're the One that I Want").



CRÍTICA


Um dos maiores musicais e ao mesmo tempo umas das maiores bobagens que Hollywood já produziu, Grease provavelmente é ao lado de Blade Runner, o maior filme cult de todos os tempos. Entretanto, ao contrário do filme estrelado por Harrison Ford, Grease possui motivos e de sobra para não circular entre os clássicos, mas sim permanecer apenas no lugar de onde nunca saiu e de onde nunca vai sair.

Essa "aventura" musical e adolescente protagonizada por um John Travolta sonhador e por uma Olivia Newton-John chatíssima, derrapa em vários sentidos, indo desde problemas com o elenco, já que assim como os principais, os coadjuvantes não são lá essas coisas, passando por uma péssima direção, que não procura e nem tenta movimentar os atores de forma correta, gerando um aspecto de distorção e que nos leva a pensar que tudo aquilo ali é artificial e que a qualquer momento os atores vão parar de dançar e cantar, e vão gritar " Corta, está tudo errado". Além disso, o filme beira demais o superficial, já que reduz os jovens a meros capachos apaixonados e que colocam suas vidas a disposição de viver isso e apenas isso, ou seja, o filme é uma paixonite adolescente valsada por músicas de flash-back.

Outro problema complicado de Grease é seu definhamento ao longo dos anos. Não adianta tentar salvar, Grease é um filme temporal e que já se tornou obsoleto, permanecendo apenas na mente e filmografia de saudosistas, nostálgicos ou cinéfilos mesmo. Dificilmente encontraremos um jovem com características atuais, que vá idolatrar Grease como os jovens de décadas atrás; me atrevo a dizer que dificilmente encontraremos algum jovem que sequer goste ou consiga criar respeito por este musical.

Logicamente, que Grease tem lá seus méritos. A fita vai no ponto, é coloca juntamente a uma trilha sonora inspiradora e coreografias interessantes, um ambiente com o qual todo jovem já se deparou pelo menos uma vez na vida. Não havia necessidade de elevar esse caráter tocante ao jovem, ao extremo como foi feito, todavia, é inevitável; em algum momento você vai se deparar com alguma situação familiar. Essa aproximação da realidade, feita de uma forma vibrante devido ao caráter musical e artístico atribuído ao filme, foi exatamente o que gerou todo o culto existente a este filme por várias gerações de cinéfilos.

Observadas as devidas falhas, temos um filme respeitado e que merece pelo menos isso. Dificilmente veremos outro Grease, ou qualquer outro filme que cause tanto carisma em fãs ao longo de tanto tempo; mesmo que isto seja feito de uma forma massante e de certo modo até alienante. Fenômenos de público não se explicam pelo caráter técnico das produções, mas única e exclusivamente pela capacidade de despertar paixões, e Grease fez isso muito bem em sua época, e faz ainda até hoje, afinal quase todo mundo conhece alguém que tem em Grease um dos filmes favoritos, ou estou errado?

Não dá pra colocá-lo na sessão Para Ver, entretanto digamos que ele fica bem perto dela, já que todo o seu caráter falho na verdade, é o que menos preocupou seus produtores e integrantes, afinal, em nenhum momento Grease parece almejar outra coisa a não ser tocar as pessoas, e isso ele faz muito bem, entretanto o fato de uma obra "apenas" alcançar seu objetivo pessoal, não faz dela algo perfeito, afinal por mais que um pato feio chegue ao outro lado da lagoa que deseja atravessar, isto não o transforma em um pato bonito ou perfeito, apenas o transforma em um pato competente e esforçado.


NOTA: 6,0

sexta-feira, 8 de maio de 2009

ALEXANDRE

Ficha Técnica

Título Original: Alexander
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 176 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2004
Site Oficial: www.alexandre-ofilme.com.br
Estúdio: Warner Bros. / Pacifica Film / Intermedia Films / IMF Pictures
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Oliver Stone
Roteiro: Oliver Stone, Christopher Kyle e Laeta Kalogridis
Produção: Moritz Borman, Jon Kilik, Thomas Schühly, Iain Smith e Oliver Stone
Música: Vangelis
Fotografia: Rodrigo Prieto
Desenho de Produção: Jan Roelfs
Direção de Arte: Desmond Crowe, James Lewis, Kevin Phipps e Stuart Rose
Figurino: Jenny Beavan
Edição: Yann Hervé, Alex Marquez e Thomas J. Nordberg
Efeitos Especiais: BUF Compagnie / The Moving Picture Company


Elenco

Colin Farrell (Alexandre)
Jessie Kam (Alexandre - criança)
Connor Paolo (Alexandre - jovem)
Elliot Cowan (Ptolomeu)
Robert Earley (Ptolomeu - jovem)
Anthony Hopkins (Ptolomeu - velho)
Angelina Jolie (Olímpia)
Val Kilmer (Rei Felipe)
Christopher Plummer (Aristóteles)
Jared Leto (Hephaestion)
Patrick Carroll (Hephaestion - jovem)
Rosario Dawson (Roxane)
Féodor Atkine (Pai de Roxane)
Joseph Morgan (Philotas)
Ian Beattie (Antigonus)
Jonathan Rhys-Meyer (Cassandro)
Morgan Christopher Ferris (Cassandro - jovem)
Denis Conway (Nearchus)
Peter Williamson (Nearchus - jovem)
Neil Jackson (Perdiccas)
Aleczander Gordon (Perdiccas - jovem)
Garrett Lombard (Leonnatus)
Chris Aberdein (Polyperchon)
Rory McCann (Crateros)
Gary Stretch (Cleitus)
John Kavanagh (Parmenion)
Nick Dunning (Attalus)
Marie Meyer (Eurídice)
Fiona O'Shaughnessy (Enfermeira)
David Bedella (Escriba)


Sinopse

Junho de 323 A.C., Babilônia, Pérsia. Quando faltava um mês para completar 33 anos, morre precocemente Alexandre, o Grande (Colin Farrell), que tinha conquistado 90% do mundo conhecido. Alexandria, Egito, 40 anos depois. Ptolomeu (Anthony Hopkins), um general de Alexandre que o conhecia bem, narra para Cadmo, um escriba, que se tornou o guardião do corpo de Alexandre, que ali está embalsamado à moda egípcia (Ptolomeu se tornou faraó, pois ficou com o Egito quando o império foi dividido). Tristemente Ptolomeu frisa que as grandes vitórias dos exércitos de Alexandre foram esquecidas e diz para Cadmo que Alexandre era um deus, ou a pessoa mais perto disso, que já vira. Apesar de ser chamado de tirano, Ptolomeu diz que só os fortes governam, mas Alexandre era mais, pois mudou o mundo. Antes dele havia tribos e depois dele tudo passou a ser possível. Surgiu a idéia que o mundo poderia ser governado por um só rei. Era um império não de terras e de ouro, mas da mente, uma civilização helênica aberta a todos. No oriente, o vasto império persa dominava quase todo o mundo conhecido. No ocidente, as outroras cidades-estado gregas, Tebas, Atenas, Esparta, haviam perdido o orgulho. Os reis persas subornavam os gregos com ouro, para usá-los como mercenários. O pai de Alexandre, Felipe, o Caolho (Val Kilmer), começou a mudar tudo isso, unindo tribos de pastores ignorantes das terras altas e baixas. Com sua coragem e seu sangue criou um exército profissional, que subjugou os traiçoeiros gregos. Então voltou-se para a Pérsia, onde se dizia que o rei Dario, em seu trono na Babilônia, temia Felipe. Foi dessa viril guerreira que nasceu Alexandre, em Pela, Macedônia. A mãe, a rainha Olímpia (Angelina Jolie), era chamada por alguns de feiticeira e diziam que Alexandre era filho de Dionísio ou Zeus. Mas não havia um homem na Macedônia que, vendo pai e filho juntos, não tivesse dúvidas, mas nenhum poderia imaginar o fabuloso destino de Alexandre.


Premiações

- Recebeu 6 indicações ao Framboesa de Ouro, nas seguintes categorias: Pior Filme, Pior Diretor, Pior Ator (Colin Farrell), Pior Atriz (Angelina Jolie), Pior Ator Coadjuvante (Val Kilmer) e Pior Roteiro.



CRÍTICA


176 minutos de uma infelicidade que parecia não ser possível vindo de um diretor tão interessante quanto Oliver Stone. Um lixo sem fim, um erro descomunal, uma tragédia quase que grega, isso para não apelarmos para adjetivos negativos mais bruscos que povoam nossa mente quando esta porcaria chega aos seus créditos finais e ficamos perplexos com o que foi feito com a história de um dos maiores homens da história da humanidade.

Não dá pra entender o por que Oliver Stone buscou um caminho como o deste filme. Alexandre, foi um dos maiores generais da história e se resolve fazer um filme sobre o mesmo, dando ênfase a um caráter homossexual, e o modernizando, gerando um anacronismo sem fim. Qualquer pessoa que possua o mínimo de conhecimento histórico, não pode aceitar os erros que este filme comete, já que compreenderá como funcionava as questões educadoras da época. Não é questão de querer justificar uma homossexualidade que Alexandre realmente possuía, mas é incrível, como as coisas podem ser deturpadas.

Stone está ali, exagerado e tremulante como sempre, porém incompetente como nunca antes visto, nem parece o mesmo diretor que nos brindou com um filme como Platoon, ou seja, o diretor está totalmente irreconhecível. O roteiro do próprio Stone e agregados não é digno nem de comentários, uma das piores coisas escritas por alguém de Hollywood ou de qualquer lugar que se faça cinema; falso, mentiroso e sem fundamentação, seja ela histórica ou literária, além de resumir a um simples homossexual medroso e covarde aquele que é conhecido ao longo do tempo exatamente por qualidades contrárias.

Os cenários são bem produzidos, a direção de arte busca um tom de envelhecimento até interessante e o figurino é bem feito, mas isso são pequenos detalhes perante toda crueldade e porquice desta fita. O elenco secundário fica ali parado, só esperando Stone não fazer nada, logo, eles também não fazem nada, já o elenco principal...

Stone errou em tudo, assim sendo, tinha que escolher atores que condizessem com esse erro correto? Isso mesmo. O que esperar de atores como Colin Farrell, Angelina Jolie, Jared Leto e Val Kilmer, que já conseguem estragar filmes que possuem até bons argumentos, em uma fita como este? Os dois primeiros acabam com qualquer tentativa de melhora da película, e mostram por que são dois dos mais fracos representantes de sua geração, os dois últimos são como pedras, não possuem identidade nem sentimento nenhum. Kilmer já é um ator em fim de carreira, agora Leto se quiser ter um nome um pouco mais avançado tem que melhorar e muito.

Rosario Dawson como Roxane não está de todo mal, assim como os veteranos Hopkins e Plummer, mas é algo muito abaixo de todo o talento presente nesses atores. O filme é ruim demais para se colocar um nome de prestígio como o que estes atores possuem em sua capa.

Com certeza um dos piores filmes que já passou pelas minhas mãos, muito ruim mesmo, e que não vale a pena nem como curiosidade, afinal são quase três horas de duração. Alexandre ainda é um personagem que merece um filme decente, por que já passou da hora de elevarmos o nível das intenções de diretores e atores que se propuseram a fazer um filme do gigante aprendiz do grande Aristóteles.

Stone ainda é um diretor de prestígio, e por que não dizer, um dos melhores diretores vivos, apesar de todos os exageros e de um deslize como este. Mesmo assim, não existe outra forma de falar sobre um filme como este, e me desculpe, mas se você conseguir gostar disto aqui, ou não sabe o que é cinema, ou nunca prestou atenção nas aulas de história quando o assunto era Alexandre. Passe bem longe, pois o adjetivo ruim já não satisfaz mais para descrever tamanha perversidade contra o cinema e contra um dos maiores nomes da história da humanidade.


NOTA: 1,5

domingo, 3 de maio de 2009

ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ

Ficha Técnica

Título Original: No Country for Old Men
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.nocountryforoldmen.com
Estúdio: Paramount Vantage / Miramax Films / Mike Zoss Productions / Scott Rudin Productions
Distribuição: Miramax Films / Paramount Pictures
Direção: Ethan Coen e Joel Coen
Roteiro: Ethan Coen e Joel Coen, baseado em livro de Cormac McCarthy
Produção: Ethan Coen, Joel Coen e Scott Rudin
Música: Carter Burwell
Fotografia: Roger Deakins
Desenho de Produção: Jess Gonchor
Direção de Arte: John P. Goldsmith
Figurino: Mary Zophres
Edição: Ethan Coen e Joel Coen
Efeitos Especiais: Luma Pictures / Tinsley Transfers


Elenco

Tommy Lee Jones (Ed Tom Bell)
Javier Bardem (Anton Chigurh)
Josh Brolin (Llewelyn Moss)
Woody Harrelson (Carson Wells)
Kelly Macdonald (Carla Jean Moss)
Garrett Dillahunt (Wendell)
Tess Harper (Loretta Bell)
Barry Corbin (Ellis)
Beth Grant (Agnes)
Kit Gwin (Molly)
Rodger Boyce (Xerife de El Paso)


Sinopse

Texas, década de 80. Um traficante de drogas é encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, Llewelyn Moss (Josh Brolin), que pega uma valise cheia de dinheiro mesmo sabendo que em breve alguém irá procurá-lo devido a isso. Logo Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado em seu encalço. Porém para alcançar Moss ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).


Premiações

- Ganhou 4 Oscars, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro Adaptado. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Edição de Som.
- Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Diretor.
- Ganhou 3 prêmios no BAFTA, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Fotografia. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Tommy Lee Jones), Melhor Atriz Coadjuvante (Kelly Macdonald), Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som.
- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Filme Estrangeiro.



CRÍTICA


Moderno western de grande sucesso de público e crítica, que nos leva a uma viagem pela a ganância e malandragem das pessoas, e faz um detalhamento bem insípido sobre as amostras de precipitação e contexto, em que estamos inserido no mundo. A mensagem latejante em nossa cabeça a todo momento " Você não escapará de mim, ninguém sai ileso", é algo que os irmãos Coen já haviam trabalhado e repetem aqui em forma macro, já que este sentimento domina o filme em toda a sua extensão.

É facilmente, uma das mais vibrantes e completas experiências cinematográficas que se pode ter nos últimos tempos, bem dirigido, com um argumento muito entrelaçado e atuações ao mesmo tempo completas e brutais, logicamente que este último aspecto, totalmente inserido no contexto exigido pelos irmãos Coen. Ethan e Joel fazem de um cenário um pouco obsoleto, todo o centro da ação do filme, além de resgatar aquilo que o western tem de mais marcante, o duelo, o conflito entre os homens, sejam eles bons ou ruins, isso é o que menos importa.

Se faz necessário, explicitar à questão levantada acima, quando relacionamos a questão de que nada se escapa, e tudo é buscável. Esqueça todo o psicologismo que possa estar envolvido em afirmações como esta, aqui a questão é outra, é o buscar pelo simples fato de que você não é dono disto. Busca-se não algo sentimental, ou algo de vivência, busca a recuperação, busca-se aquilo que se perdeu, e não importa os meios para que isso aconteça, o fato de ser algo material ou não pouco importa, se julgo que algo é meu, este julgamento já é o suficiente para respaldar qualquer ação minha, desde que tenha o objetivo de recuperar este algo.

A perseguição impera no filme todo, ora do personagem de Bardem com o de Brolin, ora de Lee Jones contra um ou o outro, hora contra os dois, formando um triângulo que dá base a todo o filme, e que não o deixa escapar em nenhum momento, tudo isto aliada a uma direção presente e concatenuante dos competentes irmãos Coen. A fotografia e todo o aparato sonoro envolvido, ajudam a criar todo o clima de bang-bang, necessário em todos os pontos para o bom funcionamento desta fita.

Logicamente que não poderíamos esquecer da brilhante atuação de todo o elenco, mas principalmente do espanhol Javier Bardem que assusta e faz um assassino de aluguel perfeito, sem expressão, mas ao mesmo tempo caracterizado de forma impecável. Suas cenas se destacam e sua maneira de agir faz com que você não só se anime a cada aparição dele, mas também em alguns momentos torça por ele, já que ele faz um assassino "cativante" e não repudiante. Uma atuação perfeita e totalmente digna de todos os prêmios que o espanhol venceu, incluindo o Oscar de Ator Coadjuvante; sem contar que dificilmente qualquer ser que assistir a este filme verá os compressores de ar com os mesmos olhos.

Uma excitante e válida experiência cinematográfica,que nos leva tanto a uma imagem devastadora quanto animadora das tentativas humanas de conquista. Apesar de não ser o melhor filme a estrear no Brasil em 2.008 e de que na minha opinião não deveria ter levado o Oscar de melhor filme ( já que julgo Sangue Negro um filme melhor), este mesmo não chega a ser injusto, já que Onde Os Fracos Não Têm Vez é um belo filme, um clássico do cinema moderno e do western. Veja sem medo, e aprecie a uma ótima fita, com uma brilhante atuação de Bardem, e uma ótima condução feita pelos irmãos Coen, que fazem deste o seu melhor trabalho juntamente com o excelente Fargo, e que supera em minha modesta opinião o clássico noir Gosto de Sangue, mas isto já é linha pra outra conversa. Essencial para qualquer cinéfilo, ou simplesmente para qualquer um que se julgue fã de cinema.


NOTA: 9,0

sábado, 2 de maio de 2009

CREPÚSCULO

Ficha Técnica

Título Original: Twilight
Gênero: Romance
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.twilightthemovie.com
Estúdio: Maverick Films / Goldcrest Pictures / Temple Hill Entertainment / Summit Entertainment / Twilight Productions / Imprint Entertainment
Distribuição: Summit Entertainment / Paris Filmes
Direção: Catherine Hardwicke Roteiro: Melissa Rosenberg, baseado em livro de Stephenie Meyer
Produção: Wyck Godfrey, Greg Mooradian, Mark Morgan e Karen Rosenfelt
Música: Carter Burwell
Fotografia: Elliot Davis
Direção de Arte: Christopher Brown e Ian Phillips
Figurino: Wendy Chuck
Edição: Nancy Richardson
Efeitos Especiais: Amalgamated Pixels / Lola Visual Effects / Industrial Light & Magic / Rez-Illusion / CIS Vancouver / Gentle Giant Studios


Elenco

Kristen Stewart (Isabella "Bella" Swan)
Robert Pattinson (Edward Cullen)
Billy Burke (Charlie Swan)
Ashley Greene (Alice Cullen)
Nikki Reed (Rosalie Hale)
Jackson Rathbone (Jasper Hale)
Kellan Lutz (Emmett Cullen)
Peter Facinelli (Dr. Carlisle Cullen)
Cam Gigandet (James)
Taylor Lautner (Jacob Black)
Anna Kendrick (Jessica Stanley)
Michael Welch (Mike Newton)
Christian Serratos (Angela Weber)
Gil Birmingham (Billy Black)
Elizabeth Reaser (Esme Cullen)
Edi Gathegi (Laurent)
Rachelle Lefevre (Victoria)
Sarah Clarke (Renee Dwyer)
Ned Bellamy (Waylon Forge)
Gregory Tyree Boyce (Tyler Crowley)
Justin Chon (Eric Yorkie)
Matt Bushell (Phill Dwyer)
José Zúñiga (Sr. Molina)
Solomon Trimble (Sam Uley)
Catherine Grimme (Bella Swan - jovem)
Stephenie Meyer


Sinopse

Isabella Swan (Kristen Stewart) e seu pai, Charlie (Billy Burke), mudaram-se recentemente. No novo colégio ela logo conhece Edward Cullen (Robert Pattinson), um jovem admirado por todas as garotas locais e que mantém uma aura de mistério em torno de si. Eles aos poucos se apaixonam, mas Edward sabe que isto põe a vida de Isabella em risco.



CRÍTICA


Fábula moderna vampírica que se tornou fenômeno de público e que povoa tanto a mente quanto as palavras de adolescentes em todos os lugares a que vamos. Todavia, qualquer pessoa que tenha o mínimo de bom senso cinematográfico sabe que este filme dificilmente será algo mais do que uma diversão de adolescente. Fraquinho e inocente, ingênuo e bobo, pra não tentar encontrar mais adjetivos para descrever o romance entre um vampiro (vegetariano?) e uma humana.

O filme é um desfile de defeitos e imprecisões, que vão desde as atuações, percorrem todo o roteiro e desembocam em uma direção sofrível, mas vamos por partes e falar um pouco de cada um. A fita é interpretada por um elenco desconhecido, mas não necessariamente ruim certo? Neste caso não! A falta de experiência de alguns atores, principalmente do círculo da garota é visível e as atuações são de um mau gosto sem fim. O casal principal, peca, ele pelas caretas e ela pela expressão excessivamente depressiva que parece querer passar uma imagem de menina sofredora, não só na atuação, mas no modo como se expressa e no tom de voz. As cenas de maior aproximação dos dois até tem certa química, mas com certeza não convence, isso devido ao fato de que em nenhum momento sabemos se estamos sendo convencidos pela atuação dos dois ou por todo o aparato artístico envolvido.

Falando em aparato artístico, para não dizer que o filme é todo ruim, enquanto temos uma maquiagem exagerada e que por mais que possua função no filme (no caso diferenciar os vampiros) não é justificável tamanho desperdício; por outro lado encontramos um excelente trabalho de fotografia em tons roxos, azuis e brancos que se transforma na única coisa digna de ser vista nesta fita.

O roteiro é um queijo-suíço, tem problemas por todas as partes e apela demais para momentos e situações que qualquer pessoa que tenha assistido a mais de 20 filmes na vida saiba de cor e salteado. O vampirismo é reduzido a uma forma de vida medíocre e simplista demais, modernizado a ponto de adentrá-los a uma sociedade da forma mais comum possível e inseri-los em um modo de vida humano, o que nos leva a crer que existe uma tentativa exagerada de humanizar os vampiros ao longo de todo o filme, e isso é chato demais, isso sem contar que tudo isto deve ter levado a loucura fãs mais presentes das histórias destes seres míticos.

Agora, com certeza o que o filme tem de pior é a direção. O que aquela mulher pretendia fazer com a câmera? Ela não sossega um momento sequer, se mexe de um lado para o outro, a câmera gira, sobe, desce e você se perde na velocidade dos planos, ela só diminui o ritmo nas cenas mais “românticas”, o que gera um clima de “melosidade”, que venhamos e convenhamos é maçante e por que não dizer azucrinante. Como se não bastasse à excessiva velocidade da direção é acompanhada por efeitos especiais um pouco dúbios, e que também possuem certa velocidade em sua composição, ou seja, as cenas em que se unem os dois com certeza são as piores da película.

Não é pseudo-intelectualismo, muito menos aversão ao cinema mais popular, mas é que ultimamente deve-se duvidar sempre da qualidade de qualquer filme que caía nas graças do público, e mais uma vez este pensamento se mostra correto. Crepúsculo é feito para adolescentes, mas para um grupo bem limitado, já que o filme é extremamente cingido, ilusório, chato e muito fraco, mas muito fraco mesmo, e que dificilmente agradará a pessoas com mais de 15 anos ou com um QI maior que 50; o que vier primeiro, dessa forma, será que o grupo de adolescentes que eu citei acima é tão restrito assim? Pelo tanto de pessoas que o transformaram em fenômeno creio que não, e isso é algo realmente complicado, mas fazer o que? Isso não vai mudar em nada, e Crepúsculo continuará sendo um filme altamente ruim.

NOTA: 2,0