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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

FELIZ 2011 E FÉRIAS!!!

Bom pessoal, O Escritor Fantasma que atendeu aos pedidos de minha namorada srta. Tamara Alves foi minha última postagem do ano de 2010. O blog cresceu e alcançou quase 3000 visitas este ano. Pode parecer pouco para alguns, mas para mim já está de bom tamanho para algo de pouca divulgação e que está sempre em segundo plano nas minhas prioridades. Gostaria de agradecer a todos que visitaram o ICENEMA neste ano de 2010 e pedir para que continuem em 2011, naquele que será o terceiro ano de nossa empreitada. Viajarei agora dia 29/12 e regressarei apenas no dia 10/01, afinal eu também preciso de folga, auhauhuhauhauhah! Espero encontrá-los em 2011. Até lá então!


OBRIGADO!

O ESCRITOR FANTASMA


Polanski não dava as caras como diretor único de um longa, desde o pouco inspirado Oliver Twist em 2005; ou seja, o diretor teve cinco anos para recarregar as baterias e engatar um novo projeto que desse conta de sossegar seus fãs assíduos e que fizesse valer o nome de um diretor que já nos presenteou com clássicos como O Bebê de Rosemary, Chinatown entre outros tantos. A pergunta então é: Esses cinco anos fizeram Polanski recuperar o seu ritmo e nos mostrar um grande filme? E a resposta para a alegria de todos os amantes do bom cinema é SIM. 

O Escritor Fantasma é um thriller excelente, que mistura suspense, perseguições e elementos de vários gêneros, além de flertar com embates políticos, algo que tanto agrada os fãs de cinema atual e que se encontra extremamente presente no cotidiano das pessoas. Polanski acerta a mão na construção e na exploração precisa de um roteiro que é extremamente gostoso, porém igualmente difícil e com vários pormenores.A situação é basicamente esta: Ex - Primeiro Ministro britânico contrata novo escritor fantasma para escrever suas memórias, já que o anterior apareceu misteriosamente morto. Entretanto, o que o novo escritor não esperava é que este ex-ministro estaria envolvido em várias acusações de crimes de guerra e que envolvem um grande esquema de ação da CIA envolvendo tortura de presos acusados de terrorismo.

A direção é precisa, e Polanski mostra que domina a câmera como poucos, nos proporcionando tanto cenas diretas, como cenas emblemáticas e cheias de força e simbolismo ( a cena final é puro talento). O roteiro é um achado, e mistura elementos políticos e policiais, além de demonstrar grande capacidade argumentativa, inteligência e um humor negro brilhante e eficaz, algo que venhamos e convenhamos, já é de praxe nos filmes de Polanski. Alie isso, a uma paisagem simplesmente fascinante, uma fotografia magistral e uma trilha sonora bem identificada e correta, e já teremos motivos de sobra para elogiar um filme, que consegue se prender a um roteiro difícil, mas sem nunca enjoar ou causar torpor no espectador.

Como se não bastasse, Polanski ainda não perdeu a força e o talento também para conduzir atores, sejam eles bons ou ruins. Ewan McGregor é o protagonista da fita (e não tem seu nome citado em nenhum momento, sendo conhecido ao longo do filme apenas como escritor fantasma) e atua com grande sinceridade e precisão. McGregor sempre foi um bom ator, apenas erra na escolha de alguns projetos, e aqui mostra isso de forma bem convincente. Brosnan nos propicia uma excelente atuação como o Ex- Pimeiro Ministro Adam Lang, mostrando que Polanski também é bom em tirar leite de pedra, afinal qualquer um sabe as limitações que Brosnan tem como ator; o que aqui realmente não aparece. O ponto negativo do filme, talvez seja o pouco aproveitamento de Tom Wilkinson e uma explicação melhor da função de seu personagem, já que o roteiro dá uma atrpelada aquie realmente fica um pouco mal explicado.

O Escritor Fantasma é um grande filme de um grande diretor, que vai superando seus problemas pessoais e suas neuras para nos brindar sempre mais com seu cinema que encontra poucos rivais na atualidade. Que Polanski faça mais filmes e continue nos brindando com fitas como este O Escritor Fantasma. Suspense policial misturado com thriller político agregado a lapsos de filme de ação e  e um contingente final brilhante, finalizando o filme de forma estupenda, transformam a obra de Polanski em um dos melhores momentos do cinema em 2010. Forte candidato a aparecer na minha lista dos melhores do ano.


NOTA: 9,0

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O RETRATO DE DORIAN GRAY


Existem alguns livros que povoam a mente dos amantes da literatura de uma forma tão poderosa e por que não dizer cruel, que gera incansáveis estudos e discussões sobre seu real sentido ou o real intento do autor. Estes livros recebem o nome de clássicos e superam o tempo e o espaço, chegando ainda a nossos dias com a mesma força que sempre tiveram. Transformar estes livros em filmes é sempre complexo, principalmente por dois motivos: primeiro pelos vários temas que o livro aborda, sendo que muitos deles possui um caráter de subjetividade muito grande; segundo por que em caso de ato falho, as críticas são exorbitantemente maiores.

Este filme é a décima adaptação do clássico de Oscar Wilde para o cinema. Destas 10 eu vi 3 (incluindo esta) e nenhuma chega sequer perto da grandiosidade do livro, mas este exagerou na dose. Com exceção de um esforçado Colin Firth e da excelente fotografia em tons azuis que ajuda a criar todo o clima gótico que permeia o filme, nada se salva.

O roteiro não fica tão fiel ao livro, altera várias passagens relevantes, exclui ótimos momentos, cria personagens desnecessários e sem sentido e não consegue prender o espectador, de tão chato que fica a construção argumentativa como um todo; isto por que estamos diante da adaptação de um livro que te prende de uma tal forma que é difícil parar de lê-lo. O filme é lento e o final é simplesmente ridículo, ainda mais para quem leu o livro (que aliás, é uma leitura obrigatória). A originalidade do argumento de Wilde, ainda está bem disfarçada ali, porém o diretor Oliver Parker não consegue dar fluidez a história, que passa de uma história emocionante e vibrante, para um conto brusco, pernicioso e muitas vezes apelativo e exagerado.

O elenco não colabora muito com a produção, principalmente o protagonista. Ben Barnes (o príncipe Caspian de As Crônicas de Nárnia) transforma Dorian Gray em um idiota. O personagem central do livro de Wilde, é um jovem carismático e que se altera ao longo do livro tanto emocionalmente quanto intelectualmente, enquanto que Barnes, cria um Dorian Gray que passa de um bebê chorão bobinho no início para um bebê chorão com lapsos de safadeza no final. Falta postura, carisma e competência para Barnes na interpretação de um personagem que eu admito ser difícil, mas que não justifica a atuação sofrível do jovem ator.

Uma triste experiência cinematográfica, que poderia dar certo, pois tinha, pelo menos já pronto, um dos maiores textos da história da humanidade como pano de fundo para a construção de seu roteiro e de seu andamento. Não funcionou e ainda conseguiu estragar grande parte do que poderia ter se salvado; o que o torna praticamente uma afronta ao clássico de Wilde, que ainda merece e precisa de uma grande adaptação cinematográfica. Talvez seja pelo fracasso do filme já em terras gringas ( isso é apenas um chute, já que não li nada a respeito), que a fita é de 2009 e até agora não foi lançada no Brasil em DVD e nem sequer passou pelas nossas salas de cinema.


NOTAS: 3,5

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

GLOBO DE OURO 2011: INDICADOS!

Façam suas apostas; os indicados ao globo de ouro 2011 foram revelados, e como todo mundo sabe, o globo de ouro é considerado uma prévia do Oscar apesar de serem duas premiações bem diferentes, já que o prêmio em questão neste momento também premia séries de TV. Porém, nosso blog é apenas sobre cinema, publicarei apenas os indicados da sétima arte em suas principais categorias. Os indicados são:



 

Melhor Filme Drama

A Rede Social
A Origem
O Vencedor
O Discurso do Rei
Cisne Negro

 

Melhor Atriz em Filme Drama

Natalie Portman, Cisne Negro
Michelle Williams, Blue Valentine
Nicole Kidman, Rabbit Hole
Halle Berry, Frankie & Alice
Jennifer Lawrence, Inverno da Alma

 

Melhor Ator em Filme Drama

Jesse Eisenberg, A Rede Social
Colin Firth, O Discurso do Rei
James Franco, 127 Horas
Ryan Gosling, Blue Valentine
Mark Wahlberg, O Vencedor

 

Melhor Filme Comédia/Musical

Burlesque
Red
Alice no País das Maravilhas
Minhas Mães e Meu Pai
O Turista

 

Melhor Atriz em Filme Comédia/Musical

Annette Bening, Minhas Mães e Meu Pai
Angelina Jolie, O Turista
Julianne Moore, Minhas Mães e Meu Pai
Emma Stone, Easy A
Anne Hathaway, Amor e Outras Drogas

 

Melhor Atriz Coadjuvante em Filme Drama

Amy Adams, O Vencedor
Helena Bonham Carter, O Discurso do Rei
Melissa Leo, O Vencedor
Mila Kunis, Cisne Negro
Jacki Weaver, Animal Kingdom

 

Melhor Ator Coadjuvante em Filme Drama

Jeremy Renner, Atração Perigosa
Andrew Garfield, A Rede Social
Geoffrey Rush, O Discurso do Rei
Michael Douglas, Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme
Christian Bale, O Vencedor

 

Melhor Animação

Meu Malvado Favorito
Como Treinar o seu Dragão
O Mágico
Enrolados
Toy Story 3

 

Melhor Roteiro

127 Horas, por Danny Boyle e Simon Beaufoy
Minhas Mães e Meu Pai, por Lisa Cholodenko e Stuart Bloomberg
A Origem, por Christopher Nolan
O Discurso do Rei, por David Seidler
A Rede Social, por Aaron Sorkin

 

Melhor Filme Estrangeiro

Biutiful (México)
The Concert (França)
The Edge (Rússia)
I am Love (Itália)
In a Better World (Dinamarca)

 

Trilha Sonora Original

Alexandre Desplat, O Discurso do Rei
Danny Elfman, Alice no País das Maravilhas
A.R. Rahmann, 127 Horas
Trent Reznor and Atticus Ross, A Rede Social
Hans Zimmer, A Origem

 

Música original

Bound to You, de Burlesque
Coming Home, de Country Strong
I See the Light, de Enrolados
There’s a Place for Us, de As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
You Haven’t Seen the Last of Me, de Burlesque


Ao longo da semana, farei meus comentários e minhas apostas, sendo que o problema é que alguns filmes eu ainda não assisti.


MAMMA MIA! - O FILME


Musical baseado em uma peça da Broadway e que tem como músicas para o pano do desenvolvimento de seu roteiro os sucessos do grupo mundialmente conhecido ABBA. A sinopse é o seguinte:  jovem garota que está prestes a se casar convida três homens para a cerimônia e o motivo é básico; já que qualquer um deles pode ser o seu pai. É a partir da busca de Sophie (Amanda Seyfried), que a ação do filme acontece.

Entretanto pode haver alguma confusão, já que o centro do filme não é só Sophie, e sim sua mãe Donna (Meryl Streep), e as armadilhas que a presença dos três homens com quem se envolveu em um longínquo verão criam. Dito isto, temos que as músicas do grupo ABBA (muitas delas clássicos de uma geração), se encaixam muito bem, em um roteiro que tem qualidades interessantes, porém defeitos bem chatos de se aguentar.

Musicais são filmes difíceis de se fazer, pois beiram o exagero o tempo todo e Mamma Mia cai nesses exageros em vários momentos. Acredito que uma boa parte da responsabilidade por estes exageros é da estreante diretora Phyllida Lloyd, que apesar de não ter feito um trabalho ruim como um todo, peca em alguns momentos, basta ver como é mal filmado o número de The Winner Takes It All, que tinha tudo para ser um dos grandes momentos do filme, mas não ficou tão interessante assim.

A parte técnica e artística leva tranquilo. Os figurinos são bem escolhidos, assim como os trabalhos simples de maquiagem e direção de arte. Destaque também para o ótimo trabalho de edição e de fotografia, proporcionando belas imagens e ótimo momentos ao longo da fita.

O elenco é ao mesmo tempo um triunfo e um problema. Enquanto Meryl Streep mostra o por que tem o nome que tem, esbanjando talento e cantando com emoção e qualidade (percebendo isso, Lloyd foi esperta e atribuiu a Streep o maior número de partes musicais do filme), o restante do elenco se torna problemático, pelo menos em sua maioria. Dos três possíveis pais de Sophie o único que se salva é Colin Firth, que de certo está acostumado a este tipo de personagem, e mesmo aparecendo pouco, faz seu trabalho direitinho. Stellan Skarsgard é um bom ator, porém não se encaixou em um personagem canastrão como o que lhe atribuíram; porém, mesmo desconfortável Skarsgard ainda está bem melhor que Pierce Brosnan, que é de longe o pior do elenco. Brosnan está preso, sem motivação, duro e o pior: não sabe cantar, o que torna seus momentos ao longo do filme um negócio sofrível.

Entre as mulheres coadjuvantes, Julie Walters e Christine Baranski acompanham Streep nos melhores momentos do filme, cantando muito bem e com bastante desenvoltura (basta ver o show que as três proporcionam do número de Dancing Queen, o melhor momento do filme), enquanto que Seyfried parece estar com pilha Duracell e não para de pular e sorrir um minuto, gerando até uma certa irritação no espectador, já que soa um pouco forçado.

Mamma Mia é um dos raros musicais da atualidade, e por mais que possui vários defeitos, pode ser recomendado para fãs do gênero, mas somente para estes, ou para fãs de ABBA, por que do resto acho difícil qualquer afinidade com a fita. É bem escrito, tem bons momentos, e um certo caráter de nostalgia que cria um ambiente interessante, porém é só isso. Um filme mediano, que alterna momentos bons e ruins e que dependerá da abertura do espectador ao gênero para conseguir exercer seu potencial, e mesmo assim ainda corre algum risco de não conseguir, basta ver que eu sou um fã do gênero, e ainda coloquei várias ressalvas no filme.


NOTA: 6,0

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

JORNADA PELA JUSTIÇA


Bom, o final do ano vem chegando. Antes de postar minha lista dos melhores do ano (afinal tem alguns filmes que pretendo assistir ainda), pretendo atualizar isso aqui com mais algumas opiniões sobre os filmes que pretendo começar a assistir com mais frequência agora que um ano extremamente cheio se foi. Sendo assim, começarei com este drama de presídio (será que pode ser chamado assim), desconhecido e completamente ignorado pelas pessoas (pelo menos até onde eu sei).

A chamada do filme é simples: " Você dedicaria 20 anos da sua vida para provar a inocência de um estranho?" Responder a esta pergunta pode passar a ter um novo sentido após passarmos pelos quase 90 minutos desta fita. Dirigido por Collen McLoughlin e contando apenas com Julia Ormond em seu elenco, no quesito nomes conhecidos, o filme é nitidamente uma história que queria ser contada porém de forma rápida, apenas para "o mundo tem que ter um filme sobre esta história."

Para entendermos o negócio, a sinopse é basicamente esta: Julia Ormond é uma assessora jurídica, que acaba se envolvendo com o caso de um afro-americano preso, acusado injustamente de estupro infantil. O processo se alonga por 22 anos, até que chagamos ao desfecho do negócio. O que torna o filme um pouco mais interessante é o fato de ter sido baseado em fatos reais, algo que é provado no final do filme, com imagens reais tanto da assessora quanto do preso em questão, que atende pelo nome de Calvin Willis.

A pergunta é: o filme é ruim? Não chega a ser ruim, mas deixa tantos buracos, existem tantas coisas que poderiam ser aproveitadas e explicadas de forma mais correta e contundente, que tiraria um pouco essa sensação de que tudo flutua, e diminuiria a super velocidade do filme, que só é quebrada em alguns momentos pelas cenas mais dramáticas. Do resto o filme é um comum drama que envolve superação e que tenta convencer o espectador pela sensibilidade (fato que acontece em alguns momentos).

No final das contas, o esquecimento e o desprezo de crítica e de público por este filme se justifica pelo fato de que o próprio filme não é ambicioso. Tudo soa muito simples, e em alguns momentos até um pouco mal feito, como se o diretor e a produção estivesse com uma pressa descomunal para terminar o filme. Jornada Pela Justiça poderia ser um filme bem interessante se fosse mais bem trabalhado, ou se pelo menos tivesse sido feito com um pouquinho mais de ambição e desejo de ser grande; como falta isto, a nota é condizente com as características e as propostas do próprio filme. Leve e simples, um filme fácil e dependendo do momento totalmente "assistível", porém deixa uma sensação de "relaxo" que poderia ter sido evitada.


NOTA: 5,5

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A HORA DO PESADELO (2010)


Refilmagem de um dos maiores clássicos do cinema de horror e que cravou no imaginário dos fãs a figura do jardineiro assassino, sádico e desfigurado Freddy Krueger, além de revelar o hoje superstar Johnny Depp. O filme de 1984 contava com todo o charme da melhor década para o horror de todas, e um diretor e roteirista com a criatividade lá em cima, no caso Wes Craven, o que já não acontece com este novo. Primeiramente a criatividade larga do zero, já que o argumento é o mesmo, não importa o fato de existir algumas alterações nos personagens e no andamento da fita ( que aliás só contribuíram para piorar o negócio) e o gênero do terror já não anda tão bem assim das pernas, e como se já não bastasse, esse negócio de 3D veio para ajudar a afundar um pouco mais a coisa.

Samuel Bayer, o diretor dessa refilmagem, não tem o mesmo feeling e nem o mesmo time de câmera de Wes Craven, e os poucos sustos que esse novo A Hora do Pesadelo nos causa, não é por mérito seu, mas sim por mérito da inteligente trama que Craven criou a 26 anos atrás e que mostra o por que é um clássico indiscutível, já que mesmo em outra roupagem e sem seu criador, o roteiro consegue se manter e salva essa nova investida.

Em termos mais simples, a história é boa, porém no de 84 haviam outras coisa boas, como a direção, a forma como o terror era feito com aquele elemento B sempre interessante, e um elenco que se não era genial, pelo menos se mostrou acima da média no quesito filmes de horror. O de 2010 ao contrário, mantém a boa história com algumas diferenças que a diminuem um pouco, não conta com uma boa direção, tropeça nessa necessidade de sangue batendo na tela para justificar o 3D e o elenco é sofrível. Os jovens protagonistas são ruins e não conseguem cativar o espectador, já no papel de Krueger temos um efeito interessante. Jackie Earle Haley, que ficou famoso por sua atuação em Pecados  Íntimos (valendo-lhe até uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante) e que interpreta Krueger na versão atual é um ator muito mais interessante que Englund, o Krueger clássico; todavia, não dá para comparar o Krueger de Englund com o de Haley. Freddy Krueger não é como Jason que poderia ser interpretado por qualquer ator já que utiliza uma máscara; ele tem trejeitos e maneiras de agir, além de expressões clássicas e uma voz condizente com uma maneira psicopata e assustadora de agir, coisas que Englund nos proporcionou, e que por mais que Haley tenha se esforçado, não consegue substituir.Em resumo, mesmo Haley sendo um ator melhor, Krueger é Englund e acabou.

Mais uma tentativa cruel e desnecessária, de expor clássicos a novas experiências para a obtenção do nosso velho e querido dinheiro. A única intenção de refilmar terrores é susbstituir aquela coisa suja e bruta que a falta de dinheiro obrigava os filmes do gênero a ter por elementos tecnológicos mais "condizentes com o bom cinema". O que as pessoas esquecem, é que filmes como A Hora do Pesadelo, Halloween, Sexta-Feira 13 e muitos outros se tornaram clássicos exatamente por este "quê a mais" que eles insistem em substituir por efeitos exagerados e essa porcaria de 3D. Todavia, estes produtores atuais não perceberam outra coisa também: os antigos continuam clássicos e estes novos não passam de meras cópias do que sempre será bom, e em sua maioria cópias mal feitas.

NOTA: 4,0

MAIS UM GRANDE QUE SE VAI: BLAKE EDWARDS


Complicações causadas por um pneumonia levaram o diretor Blake Edwards à morte no dia de ontem 16/12/2010 aos 88 anos. Conhecido como um dos maiores gênios da comédia de todos os tempos, é famoso por filmes como Bonequinha de Luxo, Um Convidado Bem Trapalhão e a série de filmes da Pantera Cor-de-Rosa. Destaco ainda o esquecido e hilário A Corrida do Século.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

MAR ADENTRO



 O texto que se segue abaixo não é necessariamente uma das críticas comuns que eu coloco neste blog, mas sim um trabalho mais detalhado, pois se trata de uma avaliação que eu escrevi para uma disciplina optativa de Bioética que frequentei neste ano de 2010 como parte de minha graduação em filosofia. Espero que vocês apreciem e tenham paciência para lê-lo, pois levando-se em consideração os textos que publico aqui, este é bem mais longo.



A questão da eutanásia na obra cinematográfica Mar Adentro de Alejandro Amenábar

O presente texto tem por intenção, mesmo que de forma simples e resumida, realizar uma análise de uma das questões mais importantes e debatidas das pautas atuais de Bioética e do Biodireito: a eutanásia. Entretanto, não partiremos nossa análise de um texto ou de um livro que retrate o assunto, utilizando-se destes apenas como pano de fundo teórico; nossa análise então, parte da obra cinematográfica Mar Adentro do diretor espanhol Alejandro Amenábar, que possui no cerne de seu roteiro, todo um aparato de desenvolvimento sobre a questão da eutanásia. Todavia, julgo necessário antes de adentrar as questões que embatem nossos dois pontos, realizar uma pequena e comum definição da eutanásia e de informar uma pequena sinopse do filme que será debatido.
A eutanásia, como definição etimológica, provém do grego, e significa algo como “boa morte”. De tal modo, a eutanásia é uma prática pela qual um doente em estado irreversível (incurável) tem sua vida encurtada através de maneiras regulares, por assistência e autorização de um especialista. Como nossa intenção é apenas realizar menções à eutanásia ao longo de nosso texto, ignoraremos ideias como a de distanásia[1] e ortotanásia[2], conceitos que são importantes para o debate bioético em geral, mas não para nosso intuito.
A eutanásia desperta vários questionamentos, sendo estes de ordem social, religioso, médica e filosófica como: Pode um ser humano atentar contra a própria vida, mesmo em condições extremas de dor e sofrimento? O que é uma morte digna? Vale à pena manter vivo, alguém que já não possui consciência disso? O que é uma vida digna? Qual o valor da vida? Entre muitas outras, que serão evocadas de forma simples, porém precisa ao longo de nosso texto.
Porém, como já informado anteriormente, o pano de fundo de nosso texto é o filme Mar Adentro, assim sendo as respostas a estas e outras perguntas, serão dadas com base nas discussões e no caso apresentado pela obra cinematográfica espanhola em questão. Acredito então ser válida uma pequena sinopse do filme, que se encontrará no parágrafo a seguir.
O ator Javier Bardem interpreta Ramón Sampedro, um homem que em sua juventude sofreu um acidente e ficou condenado a tetraplegia. Sampedro então inicia uma longa batalha pelo direito de tirar a própria vida condenada a uma cama em um dos quartos da casa de seu irmão; batalha que duraria 28 anos e que seria vencida de uma forma burlada pela lei e contestada pela religião, sociedade e alguns amigos e familiares. Vale ressaltar, e este aspecto se demonstrará totalmente relevante em nosso posterior discussão, que o personagem protagonista do filme, no caso Sampedro é um homem totalmente lúcido e com pleno funcionamento de suas faculdades mentais, mesmo após tantos anos preso a uma cama; fazendo com que sua intenção de eutanásia seja pelo princípio de uma morte digna, assim como havia sido a sua vida até o fatídico dia do acidente.
Apresentados nossos aparatos teóricos e dissertativos para a construção de nosso texto, iniciaremos então nossa relação e discussão dos princípios da eutanásia recorrentes e presentes na obra cinematográfica de Amenábar e todas as suas implicações éticas, sociais, familiares, legais e religiosas.
O caso de Sampedro ficcionado no filme é um tipo de eutanásia que Ronald Dworkin, por exemplo, chamaria de consciente competente (DWORKIN, 2003 p.257), ou seja, em que a morte é um desejo de um paciente que não se encontra em estado vegetativo e que goza de plena lucidez de suas capacidades, em outras palavras, de um paciente que sabe o que está fazendo, ainda mais como no caso do filme, após 28 anos de vida à tal maneira.
O grande problema, é que Sampedro não consegue se desfazer de sua vida sem a ajuda de um externo, como diz Dworkin (2003, p.258): “ Contudo, muitas pessoas gravemente doentes ou incapazes, apesar de plenamente conscientes, são incapazes de suicidar-se sem ajuda.” Assim sendo, o protagonista do filme necessita de uma ajuda especializada para por fim à sua vida. Com a ajuda de uma associação pró-eutanásia, iniciam os tramites legais para o consentimento da eutanásia através da legislatura do estado (no caso do filme, a Espanha), o que desperta a atenção de vários meios, como mídia, religião e sociedade, fazendo com que o filme então transite entre os embates do personagem central e seu desejo de morte, com os aparatos componentes do todo social. Presenciamos então diálogos entre o personagem Sampedro e a religião, a família, amigos, mídia, autoridades do estado, cada qual à sua maneira, gerando cada qual uma posição e uma concepção da questão.
A necessidade de uma ajuda externa causa toda a repercussão, afinal como diz Dworkin (2003, pg. 258):

(...) Daí se segue, porém, que, uma vez ligadas a aparelhos que ajudam a mantê-las vivas, tais pessoas tenham o direito legal de pedir que esses aparelhos sejam desligados, pois tal procedimento implica a assistência de outras à sua morte, e o direito da maioria dos países ocidentais proíbe o suicídio assistido.

O suicídio assistido é a prática pela qual uma pessoa “ajuda” outra a morrer, pelo desejo desta segunda. Como o desejante da morte não consegue tirar a própria vida por si só, ele necessita da ajuda de outras pessoas, esta segunda pessoa é a que caracteriza o ato do suicídio assistido. Na película de Amenábar, entretanto, o personagem de Sampedro não está ligado a aparelhos, mas apenas deseja a morte por não considerar mais uma vida como aquela digna, entretanto, o suicídio assistido não se caracteriza apenas pelo “desligar de aparelhos”, como afirma o próprio Dworkin (2003, p. 259): ”Contudo, as leis de todos os países ocidentais (com exceção, na prática, da Holanda) ainda proíbem que médicos, ou outros, matem diretamente pessoas que lhes peçam para fazê-lo, injetando-lhes um veneno letal, por exemplo.” Dessa forma, percebemos que o suicídio assistido no quesito de provocar a morte do paciente não apenas pelo desligar de aparelhos, também é proibido por lei, e como Sampedro não está na Holanda, seu problema com a lei perpassa toda a sua luta, já que o caso de Sampedro se encaixa na citação de Dworkin que se encontra imediatamente acima em nossos textos.
A vontade de morrer do personagem central de Mar Adentro, se pauta em uma premissa evidenciada de forma muito forte ao longo do filme: a que a vida de tetraplégico não é digna. A questão então se prende ao fato de que, associa-se normalmente a dignidade a certa proposição de autonomia e liberdade, sendo esta segunda no sentido mais senso comum, ou seja, a ideia de ir e vir a qualquer momento, consolidando-se como uma liberdade dependente da vontade, sendo que esta segunda no que diz respeito a do querer, em outras palavras, a incapacidade do personagem Ramón Sampedro o tira a liberdade, como afirma em suas próprias palavras, ao discutir com um padre que tenta fazer com que ele desista da ideia.
A liberdade então aqui se confunde com dignidade, e faz com que Sampedro, muito mais que uma mera morte, deseje esta de forma ideológica, como uma libertação, em outras palavras, a morte simboliza o retorno a liberdade perdida com o acidente que o deixou tetraplégico, e consequentemente a recuperação de sua dignidade. Essa liberdade e da mesma forma esta dignidade, é para Sampedro a única coisa que lhe resta, encontrando confortos exatamente onde muitos à sua volta enxergam um problema sério, afinal não é qualquer pessoa que consegue conviver com alguém que deseje a morte.
Os diálogos do filme acontecem de forma bem precisa, explicitando as ideias prós e contras a eutanásia, porém o que julgo mais interessante é a ideia exposta pelo personagem de Sampedro. Ele é um homem que deseja ter controle do seu corpo, e que vê esse controle negado de todas as formas, e que quando não negado, o vê com ressalvas e colocações, colaborando ainda mais para a ideia de uma total falta de privacidade e liberdade. Desse modo, temos que o caso de Sampedro explicitado no filme cai em uma situação estranha para a qual Dworkin chama a atenção:

Assim, o direito produz o resultado aparentemente irracional: por um lado, as pessoas podem optar por morrer lentamente, recusando- se a comer, recusando-se a receber um tratamento capaz de mantê-las vivas ou pedindo para ser desligadas de aparelhos de respiração artificial; por outro lado, não podem optar pela morte rápida e indolor que seus médicos poderiam facilmente conseguir-lhes. (DWORKIN, 2003, p. 259)

Logicamente, devido ao fato de o filme conseguir ser bem abrangente, e discutir várias questões relacionadas à eutanásia, a questão da liberdade tolhida, se mostrou a mim mais interessante. Ramón Sampedro se utiliza de várias argumentações para convencer amigos, familiares e outros de que uma vida dependente de outro ser humano para tudo é uma vida sem liberdade, por tanto não é uma vida. Desse modo, Sampedro quebra com o ideal principalmente religioso de que a vida é a coisa mais importante que possuímos alterando essa ideia, no momento em que se submete a vida à liberdade, deixando claro que para ele, Sampedro, a vida só vale a pena se for livre, o que não se dá no caso analisado aqui, concretizando e justificando seu desejo de morte.
A questão que o diretor Amenábar nos deixa através do personagem Ramón Sampedro é simples: existe algo maior que a vida? Concordar ou discordar disso não é o intuito deste texto, porém, as autoridades possuem uma posição forte, sejam elas legais e principalmente religiosas (no âmbito do filme) sobre o assunto. A vida é um problema tão difícil de resolver como a morte, e por isso a passagem de uma para a outra se torna tão complexa, cabendo a cada um analisar a situação e opinar de acordo com suas crenças e convicções, agora; o que me vem à mente quando recordo o personagem Sampedro é uma ideia bem comum, porém difícil de responder sem a prática: e se fosse comigo, o que eu faria? Escolher entre a morte e a vida é algo complexo e que envolve questões mais complexas ainda. Realizar julgamentos pode ser então uma prática cruel e maldosa, devido a isso é que, neste texto, mantivemos sempre o tom de análise e nunca de opinião, mostrando a questão da eutanásia sem qualquer posicionamento pessoal, mantendo assim uma estrutura válida e interessante das questões tratadas na obra cinematográfica de Amenábar no que diz respeito a este tão polêmico tema que é a eutanásia.


BIBLIOGRAFIA

DWORKIN, Ronald. Domínio da vida – aborto, eutanásia e liberdades individuais; São Paulo: Martins Fontes, 2003.

FILMOGRAFIA

AMENÁBAR, Alejandro. Mar Adentro (Mar Adentro); Espanha, 2004.


[1] Termo oposto a eutanásia, é a prática pela qual se mantém um doente em estado irreversível (incurável), vivo através de meios artificiais, ou seja, através de aparelhos.
[2]  A ortotanásia, não seria necessariamente uma prática, mas sim uma nomenclatura à atitude dos especialistas em deixar o curso de uma doença correr de forma normal, sem intervenções absurdas ou de grande porte. Desse modo, a ortotanásia é uma morte natural, onde o paciente incurável não é “induzido” a morrer, porém também não existe uma “luta” para salvá-lo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

COMO TREINAR O SEU DRAGÃO


A Dreamworks que surgiu como a grande concorrente da Pixar no mundo das animações cinematográficas, vinha mal das pernas, e não emplacava um grande filme a bastante tempo. O  grande responsável por esta estagnação era o "efeito Shrek" que fazia (fez) com que o estúdio se utilizasse da sua "mina de ouro" até esgotá-la, o que fez com que a franquia Shrek, após o segundo que até legalzinho caísse em um ostracismo e uma falta de criatividade sem fim. Aliado a isso, vieram fracassos como a chatíssima continuação de Madagascar e a decepção Bee Movie. Nem mesmo Kung Fu Panda e Os Sem -Floresta que são até filmes interessantes conseguiram igualar a Pixar. Como se não bastasse a concorrente aliada a Disney ainda apelou e lançou Wall-E nesse meio. Assim sendo, desde Madagascar em 2005 que a Dreamworks não lançava algo realmente impressionante e cativante, mas como diriam os caras do Casseta & Planeta, "seus problemas acabaram", já que Como Treinar o Seu Dragão é um achado, além de ser o melhor filme Dreamworks desde Shrek (mesmo parecendo exagero para alguns). E olha que eu nem curto muito o Shrek, mas admito a sua importância e qualidade.

Como Treinar o Seu Dragão não é nem um pouco inovador, nem no roteiro e muito menos nas condições de animação, porém se utiliza tão bem das fórmulas comuns de animação e as eleva a um grau tão interessante, que ultrapassa isso, e transforma essa "mesmice" em qualidade. A animação é muito bem dosada, é engraçada quando necessário, bonita quando necessário, elétrica quando preciso, ou seja, é tudo muito bem feitinho e encaixado, nada soa exagerado e nem faltoso.

Os efeitos de animação são fantásticos e o uso das cores para a criação do ambiente é sensacional, fazendo com que tenhamos emoções impagáveis, principalmente nas cenas do dragão Banguela e seu companheiro Soluço unidos em voos rasantes e que nos levam a uma sensação de liberdade poucas vezes produzidas pelo cinema, principalmente nos filmes de animação, que corre um risco muito maior de soar "fake"

Os heróis, os vilões, as lições de moral, as mensagens para as crianças ( e para adultos também), tudo está ali, e o melhor, soa bem e combina com o filme. Soluço é um anti-herói clássico, cativante, abobalhado, mas que consegue exatamente devido a sua inocência perceber o que nenhum "brucutu" forte e respeitado na aldeia dos vikings onde se o roteiro se passa percebeu, que os dragões também podem ser bonzinhos, que depende de como você os trata. As analogias à vida real são claras, e podemos encontrar ainda várias outras mensagens de moral, que afetam tanto adultos quanto crianças, fazendo de Como Treinar o Seu Dragão um filme para toda a família.

Em suma, um ótimo filme, e que mostra ao mundo e à própria Dreamworks que "existe vida fora de Shrek" e que ousar um pouco as vezes é interessante e dá certo. Cheio de belas imagens, surpreendente e muito cativante tanto no geral como no quesito de seus personagens (o dragão Banquela é simplesmente um personagem incrível), Como Treinar o Seu Dragão é uma grata surpresa e que deve ser visto tanto por adultos quanto por crianças. Um achado!


NOTA: 9,0

terça-feira, 30 de novembro de 2010

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE PT. 1


Todo filme baseado em livros, deve partir de uma premissa máxima invariável, que ultrapassa popularidade da obra, aceitação pelo público e coisas desse tipo, formando o norte da obra; esta premissa é simples: "A maioria de seus espectadores não fizeram a leitura do livro, ou seja, o filme não pode depender do livro para a compreensão do público. Tudo bem, agora qual o motivo que levaria este ser a começar uma resenha sobre o mais novo filme de Harry Potter dessa forma? Igualmente simples a resposta: o novo Harry Potter não respeita essa máxima.

Mais uma vez o dinheiro venceu o bom cinema. Dividir o último livro em dois filmes com a desculpa esfarrapada de aproveitar melhor o livro, fez com que As Relíquias da Morte Pt. 1 se transformasse no pior filme da série até o momento. É claro que o livro foi bem mais presente na obra, afinal o negócio tem que ter força para dois filmes, não havia outra alternativa. Entretanto, essa divisão gerou vários problemas, e começamos a elencá-los agora. O primeiro deles é exatamente o excesso de livro. Tudo foi colocado ali, fazendo com o filme caía em uma monotonia após os 20 primeiros minutos, capaz de despertar sono até em quem sofre de insônia, voltando a despertar apenas no final, ou seja, As Relíquias da Morte possui um seríssimo problema de andamento. David Yates não consegue dosar as coisas aqui como conseguiu em O Enigma do Princípe e volta a ter lapsos de A Ordem da Fênix. Com exceção do começo e do final que são super velozes, o filme é um amontoado de briguinhas e perseguições sem sal, envolvendo os já costumeiros Harry, Rony e Hermione, e pra dizer bem a verdade, quase nada acontece de relevante para o restante do andamento do contexto principal, além do fato de aparecerem enxurradas de novos personagens inúteis e que só complicam o andamento do filme e a compreensão do espectador, tudo em nome de "ser mais fiel ao livro", ou como também é conhecido, tudo em nome do velho e querido "dinheiro", afinal por que produzir apenas sete filmes se podemos produzir oito e ganharmos muito mais dinheiro não? E o cinema que se lasque.

Outro problema é o pouco aproveitamento dos outros personagens que não sejam o "trio mocinho". Personagens importantes como Snape e Voldemort quase não aparecem, assim como personagens interessantes como Umbridge e Hagrid. Por outro lado, a maioria das ações ficam a cargo do trio principal, que não conseguem segurar muito a barra, e falham em várias cenas.

Os efeitos especiais, fotografia, maquiagem e estas coisas mais artísticas e técnicas continuam impecáveis, e seguindo a tendência iniciada com o obscuro trabalho de Cuáron em O Prisioneiro de Azkaban, tudo é mais adulto e fica cada vez mais amadurecido, porém,  depois de ter ido ao cinema, não sei se isso é muito bom, pois pelas atitudes presenciadas por mim na sala, percebi que a maioria do público do bruxinho ainda é bem infantil, mesmo que for apenas na capacidade mental e intelectual.

Acredito que a questão que envolve este Harry Potter é tranquila de se definir e se mostra da seguinte maneira: De um lado aqueles que adoraram o filme, ou seja, os fãs da saga que acompanham com afinco, que leram os livros e gostaram da fidelidade do filme, mesmo este tornando-se lento e chato. Todavia, do outro estão aqueles que não são fãs da saga, não leram os livros, e acompanham Harry Potter como a qualquer outro filme lançado no mercado. Se você faz parte da primeira turma, provavelmente Harry Potter e As Relíquias da Morte Pt. 1, lhe agradará e muito, agora se você for da segunda, já sabe o que vai encontrar. Assim sendo, após ler esta resenha, fica fácil perceber a qual turma eu em particular pertenço, caso você possua alguma dúvida ainda é só dar uma verificada na nota logo abaixo. E que venha o oitavo filme, mesmo existindo apenas sete livros para serem adaptados.


NOTA: 5,0

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

TRISTEZA NO CINEMA - O ADEUS DE LESLIE NIELSEN E DE IRVIN KERSHNER

O cinema está de luto. Quando li que Irvin Kershner estava morto, pensei comigo: "Lá se foi o diretor que filmou o que pra mim é a cena mais marcante da história do cinema". Conhecido por ser o diretor do Episódio V da saga Guerra Nas Estrelas; o diretor de O Império Contra-Ataca foi encontrado morto em sua residência, aos 87 anos de idade.
Agora, choque mesmo eu tomei quando vi anunciada a morte de Leslie Nielsen. Um dos maiores comediantes de todos os tempos, Nielsen encontrava em mim um grande fã de seu trabalho. Aquele que nunca riu de seus trabalhos como Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu; Drácula Morto Mais Feliz e principalmente a série de filmes da saga de comédia Corra Que a Polícia Vem Aí, que atire a primeira pedra. Mais um grande que se vai, e nos priva de seu talento. Nielsen faleceu ontem (28/11/2010) aos 84 anos de idade, vítima de pneumonia.


IRVIN KERSHNER



LESLIE NIELSEN

domingo, 28 de novembro de 2010

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE


Depois de assistir ao chato e denso A Ordem Da Fênix, eu confesso que havia desanimado totalmente de uma saga que nunca chegou a me animar de verdade, entretanto David Yates conseguiu se recuperar, e me surpreendeu com um interessante e ótimo trabalho, o que transforma Harry Potter e o Enigma Do Principe em um dos melhores filmes da saga, superado, para mim, apenas pelo Cálice de Fogo.

Yates achou o seu tom na saga e conseguiu dar dinâmica e precisão a um roteiro difícil, talvez o mais difícil da saga. Apesar de ainda pecar um pouco nas cenas periféricas, o diretor conduz muito a câmera, e cria um cenário obscuro e poderoso, sem parecer forçado e nem adulto demais. Os movimentos e a preciosidade de sua condução, levam o espectador a uma grande viagem, e em nenhum outro momento da saga, estivemos tão bem à vontade para presenciar as aventuras do bruxinho e de seus amigos. Apesar de o filme não ser o melhor em minha opinião, Yates produz aqui a melhor direção da saga sem dúvida. 

Entretanto, alguns defeitos existem, como a pouca importância para um personagem, que segundo minhas fontes sobre o livro, possui vital participação, além de uma rapidez no desfecho, com a morte de um dos personagens mais presentes da saga, e que poderia ser muito melhor explorado. Fora isto, e aquelas historinhas românticas e picuinhas paralelas que continuam a encher o saco na saga, o filme é bom exemplar do cinema de fantasia em geral.

O elenco está bem leve e solto, resultado da precisão de Yates, que consegue arrancar ótimas atuações de todo o elenco, e que contribuíram demais para todo o aparato sombrio e misterioso que nos contorna durante toda a película. Isso sem contar a brilhante trilha sonora (também a melhor da saga), e toda a parafernália técnica e artística que está brilhante.

A verdade é que David Yates recuperou e por que não dizer reviveu a saga depois do fracasso de A Ordem Da Fênix. Harry Potter e o Enigma do Príncipe, possui o mérito de buscar sempre aquilo que os atores e o roteiro tem de melhor, e de ser ousado, coisa que faltou muito em A Ordem Da Fênix. Um belo trabalho e que colocou novamente a saga do bruxinho na mente de vários cinéfilos, incluindo este que vos fala, e olha que a resistência foi grande.


NOTA: 8,5

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX


O quinto filme da série, e também o primeiro nas mãos do diretor David Yates, pode até não ser o pior filme da série, mas é com certeza o mais chato ( lembrando que existe um abismo enorme entre um filme ruim e um filme chato).

O grande problema do filme é o número absurdo de historiazinhas paralelas e que muitas vezes não contribuem em nada com o bom desenrolar da fita. É de irritar por exemplo, o modo como Yates perde tempo em romancezinhos e intrigazinhas de adolescente, para depois passar voando pela morte de Sirius Black, agora a pergunta é simples; qual é o mais importante? É claro que Yates ainda estava se adaptando a série, e sua direção melhorará de forma considerável no próximo filme, porém aqui a coisa é complicada. Muitas vezes falta o tom certo para dosar todos os elementos do filme, e para colocar cada coisa em seu lugar.

Além disso, pela primeira vez encontramos uma involução na saga. O Prisioneiro de Azkaban é em minha opinião um caso a parte e que divide opiniões por ser muito diferente do restante da saga. Contudo, A Ordem Da Fênix é bem inferior ao seu antecessor, O Cálice de Fogo, e isso em todos os sentidos, seja na direção, nas atuações, na dinâmica e na consistência do roteiro, até mesmo os efeitos especiais e a produção artística não estão no tom certo aqui.

O grande achado deste filme fica por conta da veterana Imelda Staunton e sua brilhante atuação no papel de Umbridge, além da ótima inserção de Helena Bonham Carter no papel de Bellatrix, num personagem que lembra muito, pela construção, os dos filmes de Tim Burton. No restante, o elenco leva tranquilo, principalmente o pessoal da velha guarda, enquanto que os jovens ainda penam um pouco, mas se não brilham como em O Cálice de Fogo, também não atrapalham.

A Ordem da Fênix representa praticamente um erro ao longo da saga, e se transforma em um dos pontos mais negativos da mesma. Sem brilho e sem nada que chame realmente a atenção, está fadado a passar para a história como o episódio mais sem sal e sem brilho de um conjunto de filmes que ainda agradará muitas gerações.


NOTA: 6,0

domingo, 21 de novembro de 2010

HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO



O quarto da filme da série é na minha modesta opinião, o melhor. Tudo em O Cálice de Fogo funciona melhor, e aquele difícil equilíbrio entre ser um filme para adultos ou para crianças é finalmente encontrado e explorado, além do fato de que a dinâmica e a construção argumentativa são interessantes, e ao mesmo tempo que não se complicam de mais ou não se tornam obscuras demais como em O Prisioneiro de Azkaban, não subestimam a inteligência dos espectadores não-crianças que acompanham a película.

O grande responsável por isso é o diretor Mike Newell, conhecido mundialmente pelo ótimo Quatro Casamentos e Um Funeral. Newell consegue aliar movimentos rápidos de câmera, como o filme exige, a um bom andamento total da coisa. O Cálice de Fogo é um filme veloz, mas devido ao excelente feeling do diretor nada sai atropelado, e tudo se mostra muito preciso e devidamente encaixado e explicado, o que propicia o aparecimento de um gostoso e afiado roteiro. Nada de obscuridade ou fantasia demais; Newell consegue agradar a gregos e troianos levando ao contentamento todos os tipos de público que possam querer acompanhar o filme.

A sequência final do labirinto é simplesmente o melhor momento da série, que ainda conta com a primeira aparição real de Ralph Fiennes no papel de Lorde Voldemort, agregando talento e experiência a uma série que em alguns momentos se perde pela falta de atributos como estes. Além disso, Newell consegue dar grande leveza e grande confiança aos atores, fazendo com que Radcliffe alcance neste filme sua melhor atuação.

O Cálice de Fogo pode até não ser um clássico do cinema, porém, entre os filmes da saga do bruxinho é o que mais flerta com essa posição, sendo de longe o melhor, mais belo e mais divertido momento da saga que já dura nove anos e que ainda tem mais um filme para nos mostrar. Infelizmente Newell abandonou a direção da série, e levou com ele todo o avanço e toda a magia com que o Cálice de Fogo nos brindou. Três filmes já foram feitos da série após O Cálice de Fogo, e nenhum deles chegou perto de alcançá-lo, e pelo andar da carruagem acho difícil o último superá-lo também.


NOTA: 9,0

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN


Considerado por muitos o melhor filme da saga até o momento, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é, em minha opinião, o mais difícil de analisar dos filme do bruxinho, e para já adiantar um pouco o que virá logo após, eu discordo da maioria, e não só não o acho melhor da saga, como em minha opinião ele é o mais fraco.

O motivo de minha opinião, é o mesmo daqueles que o acham o melhor da saga: o diretor mexicano Alfonso Cuáron. Que Cuáron é o melhor diretor que passou pela saga até o momento é claro, entretanto, acredito que sua alta capacidade de direção não caiu bem em uma saga que não exigia tanto talento, tornando as coisas exageradas, deslocadas em alguns momentos e o pior, adulto demais. Se Columbus deixava a saga infantil demais, Cuáron foi ao outro extremo, e transformou o filme em algo adulto demais, totalmente obscuro (muito mais do que sugere o roteiro), soturno, escuro e que flerta em vários momentos com gêneros como o terror e o suspense, ou seja, a fantasia infantil deu lugar a um filme adulto demais, e, se levarmos em consideração que grande parte dos espectadores de Harry Potter são crianças, Cuáron se esqueceu completamente deles na construção de seu filme.

O meio termo, que agradaria tanto crianças quanto adultos de uma forma natural e por si só, ainda não foi alcançado, e ao contrário disso, temos um filme muito duro, e que por mais que agrade à crítica e alguns fãs, essa sensação de agrado vem por algo criado pelo diretor, e não intrínseco a saga, o que leva o espectador a uma ilusão, já que ele gosta de algo próprio de Cuáron e não de Harry Potter.

Outra crítica minha a este filme, é o pouco aproveitamento de Gary Oldman no papel de Sirius Black, que poderia contribuir muito mais para o bom andamento da fita. Do resto, tudo evoluiu, tanto na parte artística, quanto técnica, quanto na assimilação dos personagens por parte dos atores sejam eles mirins ou adultos.

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é um filme ilusório, duro, difícil e obscuro demais para uma saga que não tem essa intenção, e o culpado atende pelo nome de Alfonso Cuáron, que é um diretor bom demais para uma saga que como um todo não merece e não consegue suportar seu talento.


NOTA: 6,0

terça-feira, 9 de novembro de 2010

HARRY POTTER E A CÂMARA SECRETA


O segundo filme da saga do bruxinho, lançado dois anos após o primeiro, mostra uma evolução muito interessante em relação ao primeiro filme. Tudo soa mais natural, a história, Columbus, os atores mirins, os próprios atores mais rodados, a cenografia, em suma, tudo. Harry Potter e a Câmara Secreta, acerta por colocar uma interessante maturidade no roteiro e nas ações, mas sem perder aquele caráter um pouco infantil, o que torna esta segunda parte muito mais acessível, seja qual for o público que resolver assistir à este filme.

Chris Columbus continua assinando a direção, e se mostra muito mais solto, o que ajuda e muito o andamento da fita. Logicamente, que Columbus ainda não é um gigante na arte de conduzir uma câmera, porém, é impossível não notar a evolução do diretor do primeiro filme para este, assim como é impossível não notar a evolução do trio mirim, que já se acostumou um pouco mais com o universo e com os personagens em si, não obstante, o trabalho por parte dos atores mirins de caracterização dos personagens está muito mais madura e interessante.

O roteiro também evolui, porém ainda esbarra em muitos detalhes, e dá importância a elementos que me parecem desnecessários; e a prova disso é a duração do filme, que é o maior de todos da saga até o momento, mesmo segundo livro não chegando nem perto de ser o mais longo. O aparato técnico e artístico continua impecável, assim como os atores mais experientes, que ainda contaram com um reforço; o excelente e vibrante Kenneth Branagh.

A evolução é visível, e se no primeiro filme temos explícitas as dificuldades para apresentar ao espectador uma nova história e um novo universo, o segundo já se aproveita do estabelecimento desse universo para criar uma magia que poucas vezes foi superada na saga. Leve, divertido e que consegue balancear bem suas qualidades e seus defeitos, Harry Potter e a Câmara Secreta, se mostra até hoje um dos melhores momentos da saga.


NOTA: 8,5

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL


Dirigido por Chris Columbus, conhecido por filmes com temáticas infantis ( como os dois primeiros Esqueceram de Mim), A Pedra Filosofal, esbarra na dificuldade que a maioria dos primeiros filmes que contam uma saga fantasiosa ou fictícia e coisas assim possuem, mostrar ao espectador um universo desconhecido, explicá-lo e situá-lo de uma forma consistente a ponto de engatilhar o espectador para o próximo momento, ou seja, o próximo filme, e de certo modo o filme escorrega bastante nesse sentido.

As coisas não soam tão claras assim, e Columbus acaba se perdendo um pouco no ponto em que não sabe muito bem se "infantiliza" tanto o negócio ou não. A opção do diretor foi pelo sim, e A Pedra Filosofal soa infantil demais em alguns momentos, o que nos leva a uma ideia estranha da saga, onde não fica muito claro ao espectador o que esperar de tudo aquilo. O elenco ainda é muito cru e tem falhas visíveis e dificuldades normais, porém já mostra um interessante potencial, entretanto, por outro lado, o aparato técnico e artístico se aliam a atores experientes que seguram muito bem as pontas como Maggie Smith, o falecido Richard Harris e o impagável Alan Rickman.

Dificuldades a parte do roteiro, da direção e do próprio elenco juvenil, me soam até certo ponto normais, e não atrapalham o embrião de nascer. A Pedra Filosofal é o primeiro passo de um fenômeno e tem seus créditos por isso. Por mais que a saga só ganhe corpo nos filmes seguintes, vale a pena uma conferida no primeiro também.



NOTA: 7,0

SAGA HARRY POTTER!


Bom, daqui há alguns dias estréia o sétimo filme da saga que tomou conta do mundo e que conquista cada vez mais fãs. O fenômeno Harry Potter atinge a todos os públicos e a todas as idades, sendo assim, achei interessante fazermos uma pequena retrospectiva sobre a saga do bruxinho antes de apreciarmos o novo petardo no cinema. Desse modo, darei, de forma bem sucinta, minha opinião sobre os filmes anteriores. Vamos lá então!!

domingo, 7 de novembro de 2010

QUERIDO JOHN


Ficha Técnica

Título Original:Dear John
Gênero:Romance
Duração:105 min
Ano De Lançamento:2010
Site Oficial:http://www.queridojohn.com.br
Estúdio:Relativity Media / Temple Hill Entertainment
Distribuidora:Sony Pictures Releasing
Direção: Lasse Hallström
Roteiro:Jamie Linden, baseado no livro de Nicholas Sparks
Produção:Marty Bowen, Wyck Godfrey e Ryan Kavanaugh
Música:Deborah Lurie
Fotografia:Terry Stacey
Direção De Arte:Mark Garner
Figurino:Kathryn Langston
Edição:Kristina Boden
Efeitos Especiais:& Company


Elenco

Channing Tatum (John Tyree)
Amanda Seyfried (Savannah Curtis)
Richard Jenkins (Sr. Tyree)
Henry Thomas (Tim Wheddon)
D.J. Cotrona (Noodles)
Cullen Moss (Rooster)
Gavin McCullen (Starks)
Jose Lucena Jr. (Berry)
Keith Robinson (Capitão Stone)
Scott Porter (Randy)
Leslea Fisher (Susan)
William Howard Bowman (Daniels)
David Andrews (Sr. Curtis)
Mary Rachel Dudley (Sra. Curtis)


Sinopse

John Tyree (Channing Tatum) é um jovem soldado que está em casa, licenciado. Um dia ele conhece Savannah Curtis (Amanda Seyfried), uma universitária idealista em férias por quem se apaixona. Eles iniciam um relacionamento, só que logo John precisará retornar ao trabalho. Dentro de um ano ele terminará o serviço militar, quando poderão enfim ficar juntos. Neste período eles trocam diversas cartas, onde cada um conta o que lhe acontece a cada dia.



CRÍTICA


Antes de ver este filme, confesso que o segurei nas mãos, olhei, analisei, e desisti de assisti-lo por várias vezes, até que eu vi uma coisa nele que ainda não havia reparado, e que se transformou no fator que me convenceu a encará-lo; o diretor sueco Lasse Hallströmm, por quem eu possuo grande admiração, devido aos seus trabalhos anteriores como Minha Vida de Cachorro, Chocolate e o belíssimo e emocionante Sempre Ao Seu Lado.

Eu sei muito bem o que esperar de um filme de Hallström, já que o diretor possui um perfil e um estilo muito bem definido, e que possui pouquíssimas variações ao longo dos anos e dos filmes. Sendo assim, Querido John possui todo o corpo de um filme de Hallström: movimentos sutis, porém bem definidos, sutileza e leveza na condução tanto da câmera quanto dos atores, e uma incrível capacidade de sensibilizar o espectador apenas pela apreensão das imagens e dos aparatos técnicos e sonoros, os quais o diretor usa muito bem. Dessa forma, temos que Hallström é o diferencial de Querido John, e o que faz com que o filme seja "assistível". A direção, assim como a fotografia, e a trilha sonora são bem felizes e conseguem criar um clima interessante e que perpassa por toda a película.

Dito isto, vamos começar a elencar os problemas deste romance que não chega a ser meloso e nem apelativo, mas que esbarra em uma mesmice e em alguns momentos desnecessários. O roteiro é baseado em um livro de Nicholas Sparks, o mesmo escritor de Um Amor Para Recordar ( se eu não me engano) e de Diário de Uma Paixão, e verificamos aqui o mesmo fio condutor dos outros filmes baseados em livros de Sparks, ou seja, o amor que supera todos os obstáculos e dificuldades. A história é simples: um cara que está de férias do exército, se apaixona pela pura e altruísta mocinha e os problemas começam quando este volta para a guerra. O roteiro acerta na questão da comunicação entre os dois, já que as cartas jamais perderão seu charme, entretanto esbarra em situações chatas e totalmente evitáveis ( como o fato da mocinha reconstruir uma casa por pura caridade, ou a briga dele com o carinha que tem ciúme da menina).

O que acontece então, é que nos deparamos com um romance que não sabe muito bem aonde quer chegar e que derrapa demais, prejudicando seu bom andamento, e dificultando sua saída de uma categoria mais piegas dos atuais filmes do gênero. O elenco, não acaba firmando bases muito interessantes, pois os protagonistas ( Channing Tatum e Amanda Seyfried), ainda são atores muito jovens e não seguram a barra muito bem, principalmente ela que tem uma difícil personagem nas mãos, principalmente na parte final  do filme. Já ele, é ajudado pelo personagem, que por ser um militar possui aquele perfil mais sério, o que esconde um pouco sua falta de expressão ao longo do filme. Destaque apenas para a participação de Henry Thomas, o eterno Elliot de E.T. - O Extra terrestre.

Se levarmos uma comparação entre os dois outros filmes do autor, este aqui ficaria a frente de Um Amor Para Recordar e bem atrás do cativante e belo Diário de Uma Paixão, até pelo fato de que Querido John não é inovador, não possui reviravoltas, e a partir do minuto 20 da fita você já consegue adivinhar todo o resto, e acredite, o final vai ser exatamente como você imaginou, ou melhor como você já viu várias outras vezes, em vários outros filmes, que de um jeito ou de outro são exatamente como este, e olha que Hallström ainda salvou um pouco , mas como diria Aristóteles: "Não se faz verão com apenas uma andorinha".



NOTA: 5,0

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O VENTO SERÁ TUA HERANÇA


Ficha Técnica

Título Original: Inherit the Wind
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 1960
Origem: Estados Unidos
Duração: 128 minutos
Tipo: Longa-metragem
Direção: Stanley Kramer
Roteiro: Nedrick Young, Harold Jaocb Smith




Elenco

Spender Tracy (Henry Drummond)
Fredric March (Matthew Harrison Brady)
Gene Kelly ( E. K. Hornbeck)
Dick York (Bertram T. Cates)
Donna Anderson (Rachel Brown)


Sinopse

O filme é inspirado em um caso real, o "Processo do Macaco de Scopes", como foi chamado o caso do Estado do Tennessee contra o professor de biologia John Thomas Scopes, ocorrido em Dayton, 1925. O professor foi julgado por ensinar a teoria da Evolução em uma escola pública.



CRÍTICA


Já tem algum tempo, que não escrevo sobre um filme mais antigo, um filme mais clássico, ou o nome que quiserem dar. Sendo assim, resolvi retomar isto, e escrever um pequeno texto sobre este, que é facilmente um dos filmes mais fascinantes e brilhantes que já vi, porém ao mesmo tempo, um dos mais duros e complexos. Vale ressalva, que a Ficha Técnica que postei acima, assim como o elenco, está um pouco diferente que o normal, tudo isso se dá, por uma pequena dificuldade em encontrar os dados do filme. Dito isto, vamos ao que importa, ou seja, a crítica.

Stanley Kramer roda esse filme de tribunal, um ano antes daquele que talvez seja o seu maior sucesso, ou seja, o super-clássico O Julgamento de Nuremberg, e já mostra que leva jeito para esse tipo de modelo de filmagem. A história é simples: um professor que resolve ensinar o darwinismo em uma pequena cidade estadunidense, é preso e julgado por este ato, já que a cidade é extremamente religiosa e não aceita esse tipo de ensinamento. Como se não bastasse, o caso desperta o interesse do país todo, se transformando em um grande espetáculo.

O embate criacionismo contra evolucionismo, é retratado de uma forma extremamente competente, com enfâse para os valores que se envolvem nesse tipo de discussão, ou seja, a liberdade de pensamento e de expressão. Todo mundo sabe, que os Estados Unidos é um país extremamente racista e fundamentalista, e Kramer é muito feliz ao longo de toda a fita, deixando esse aspecto bem claro ao espectador, ou melhor, àquele espectador, que não se identifica com a população da radical cidadezinha.

Kramer consegue ângulos incríveis, e recria um tribunal de forma violenta, contagiante e por que não dizer única, graças aos constantes movimentos de closes e aproximações que o diretor encaixa, se aproveitando de todas as formas possíveis de uma fotografia inspirada e em um elenco vibrante, cativante e certeiro.Outro destaque, vai para a melancólica e formal trilha sonora, que mistura arranjos clássicos com melodias religiosas cantadas pelo próprio povo da cidadezinha.

Para nos dedicarmos um pouco mais ao elenco, temos um Spencer Tracy brilhante no papel do advogado de defesa do professor, um Fredric March igualmente ótimo, porém com alguns pequenos exageros não comprometedores, e um Gene Kelly simplesmente impagável no papel do irônico e hilário jornalista que contrata o advoigado de defesa para o professor. Aliás, a grande frase do filme é do personagem de Kelly ( e olha que o filme tem vários momentos sensacionais), quando este afirma que Darwin estava errado, pois o homem ainda é um macaco, se referindo ao ostracismo e ao radicalismo dos religiosos.

O filme pode ser um pouco duro e difícil para pessoas pouco familiarizadas com o tema, ou para pessoas que não gostem muito de discussões acaloradas e troca de argumentos. O roteiro é certeiro, porém é rápido e complexo, se utilizando em alguns momentos de termos mais técnicos e exigindo um nível de inteligência do espectador que pode não agradar aos fãs mais "crepusculares" do cinema, se é que vocês me entendem...

Um filmaço. Kramer acerta a mão e cria uma obra espetacular, que agradará em cheio cinéfilos que apreciam bons argumentos e alta qualidade cognitiva em um filme, aqueles que não conseguem ver ou assimilar, fica meu sentimento de pena, mas como diria o personagem de Ramón Valdés, o eterno Seu Madruga em um episódio do igualmente eterno Chapolin Colorado: " existem coisas que apenas os inteligentes podem ver."


NOTA: 9,5



* Fontes: www.cineplayers.com; www.melhoresfilmes.com.br

domingo, 24 de outubro de 2010

O SUSPEITO


Ficha Técnica

Título Original:Rendition
Gênero:Drama/Ação
Duração:120 min
Ano De Lançamento:2007
Site Oficial:http://www.renditionmovie.com/
Estúdio:New Line Cinema / Dune Films / Anonymous Content / Level 1 Entertainment / MID Foundation
Distribuidora:New Line Cinema / PlayArte
Direção: Gavin Hood
Roteiro:Kelley Sane
Produção:Steve Golin, David Kanter, Keith Redmon, Michael Sugar e Marcus Viscindi
Música:Paul Hepker e Mark Kilian
Fotografia:Dion Beebe
Direção De Arte:Tony Noble e Harry Pain
Figurino:Michael Wilkinson
Edição:Megan Gill
Efeitos Especiais:Midnight Transfer


Elenco

Reese Whiterspoon (Isabella Fields El-Ibrahimi)
Omar Metwally (Anwar El-Ibrahimi)
Aramis Knight (Jeremy El-Ibrahimi)
Rosie Malek-Yonan (Nuru El-Ibrahimi)
Jake Gyllenhaal (Douglas Freeman)
Moa Khouas (Khalid)
Zineb Oukach (Fatima Fawal)
Yigal Naor (Abasi Fawal)
Laila Mrabti (Lina Fawal)
David Fabrizio (William Dixon)
Mounir Margoum (Rani)
Driss Roukhe (Bahi)
J.K. Simmons (Lee Mayer)
Meryl Streep (Corrine Whitman)
Bob Gunton (Lars Whitman)
Nava Ziv (Samia Fawal)
Raymonde Amsalem (Layla Fawal)
Simon Abkarian (Said Abdel Aziz)
Wendy Phillips (Samantha)
Peter Sarsgaard (Alan Smith)
Hassam Ghancy (Hamadi)
Najib Oudghiri (Omar Adnan)
Omar Salim (Rashid Salimi)
Alan Arkin (Senador Hawkins)
Anne Betancourt (Sharon Lopez)


Sinopse

Anwar El-Ibrahimi (Omar Metwally) está retornando aos Estados Unidos, após participar de uma conferência na África do Sul. Entretanto antes de desembarcar, mas já em solo americano, ele é retido por autoridades do governo. Isabella (Reese Whiterspoon), sua esposa, fica à sua espera no aeroporto, em vão. Anwar simplesmente desaparece, sem que Isabella ou qualquer outra pessoa saiba o que aconteceu com ele. Na verdade Anwar foi retido a mando de Corrine Whitman (Meryl Streep), que investiga a morte de cidadãos americanos em um atentado terrorista e desconfia que ele tenha algum envolvimento com um grupo perigoso no Egito, seu país-natal. Anwar é levado para fora dos Estados Unidos, onde passa a ser torturado com o objetivo de revelar as informações que sabe. Paralelamente Isabella busca a ajuda de um antigo amigo de escola, Alan Smith (Peter Sarsgaard), que agora trabalha como assessor de um senador (Alan Arkin).



CRÍTICA


Filme lançado há três anos atrás e que teve uma repercussão muito baixa, ainda mais quando levamos em consideração o alto calibre de seu elenco, que conta com a multi-premiada Meryl Streep, o naquele momento recente vencedor do Oscar de ator coadjuvante por Pequena Miss Sunshine Alan Arkin, além dos competentes Jake Gyllenhaal e Reese Whiterspoon. O que temos aqui é um drama com toques de aventura e ação, intercalando-se de uma forma dura e pouco acessível, o que provavelmente colaborou para a construção de uma baixa popularidade.

O filme se aproveita da paranóia pós- 11de setembro, e baseia seu roteiro em acontecimentos envolvendo nações islâmicas (no caso o Egito), ligadas ao terrorismo e a maneiras pouco humanitárias de se tratar suspeitos e criminosos por parte da nação americana. O filme é basicamente vários personagens ( e bota personagens nisso, são tantos que muitas vezes acabam por confundir o espectador) que se unem por um único fio, um ataque terrorista realizado por um homem-bomba no Egito e que matou um oficial americano da CIA. A partir daí a ação e o drama se desenvolvem de uma forma um pouco lenta, dura e por que não dizer gélida e bruta demais.

O diretor Gavin Hood não economiza drama em suas tomadas e se utiliza de uma forma pesada de condução para em algumas cenas elevar o negócio ao seu grau máximo. Por mais que a intenção do diretor tenha sido até boa, no quesito de querer ser realista ao extremo, esse extremo em alguns momentos se torna um exagero, criando momentos e cenas desnecessárias, que apenas prejudicam o andamento da fita e truncam ainda mais um roteiro que já é por si só complexo. A coisa é de um nível tão capiscioso, que apenas no final do filme, percebemos que o filme é atemporal, e mistura acontecimentos pré-atentado, com acontecimentos e desdobramentos pós-atentado.

Não sei se o roteiro possuía algum tipo de intenção de denúncia à forma de ação da CIA em alguns casos, mas se tinha não acertou muito a mão, já que neste quesito, o filme se perde um pouco, e não consegue explicar muito bem o que é o processo em questão e nem como funciona. Louvável apenas, o fato de que , na minha modesta opinião, Gavin Hood consegue ser o mais imparcial possível, sem denegrir a imagem de ninguém, o que é bom para o espectador que não vê mais um filme cheio de preconceitos, porém, esta falta de posição, é exatamente o que colabora para a sensação de distância entre o filme e o espectador. Tudo acontece muito longe, e não há envolvimento de quem assiste na história.

O elenco, cheio de bons nomes, esbarra em uma Streep que parece não ter feito muita questão de trabalhar seu personagem e em uma Whiterspoon abaixo de seu talento, em uma interpretação murcha e cheio de melodramatismo exagerado. Arkin é simpático e por aparecer pouco, não prejudica e nem abrilhanta o filme, que tem seus melhores momentos em um Peter Sarsgaard discreto, porém competente e em um Gyllenhaal centrado e bem disposto ao personagem, o que o torna o melhor do elenco.

No final das contas, O Suspeito é comum, não inova e não possui nenhum atributo que se mostre realmente interessante, transformando-o em um filme básico, e que será visto apenas esporadicamente por fãs mais prestativos e que se dedicam a procurar filmes mais esquecidos por público e crítico. Surgiu quieto, passou quieto e cairá quieto no esquecimento como qualquer filme mediano e comum cai. Destino traçado para um filme que apenas faz o que outros já fizeram e da mesma forma.


NOTA: 5,0

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

JUSTIFICATIVA

Pessoal, ando meio sem tempo para atualizar o blog, já que meu TCC está nos seus últimos momentos, e como todo bom TCC, ele tem transformado minha vida em algo que ela quase nunca foi: uma vida ocupada, ahuahuauhauhuha! Assim sendo, peço a paciência de todos os frequentadores até o dia 3/11/2010, quando entregarei o texto final, fazendo com que tudo volte ao seu fluxo normal.

Obrigado!

domingo, 10 de outubro de 2010

FÚRIA DE TITÃS


 Ficha Técnica

Título Original:Clash of the Titans
Gênero:Épico
Duração:118 min
Ano De Lançamento:2010
Site Oficial:http://www.furiadetitas.com.br
Estúdio:Warner Bros. Pictures / Legendary Pictures | Thunder Road Film / The Zanuck Company
Distribuidora:Warner Bros. Pictures
Direção: Louis Leterrier
Roteiro:Travis Beacham, Phil Hay e Matt Manfredi, baseado em roteiro de Beverley Cross
Produção:Kevin De La Noy e Basil Iwanyk
Música:Stephen Coleman
Fotografia:Peter Menzies Jr.
Direção De Arte:Patricio M. Farrell e James Foster
Figurino:Lindy Hemming
Edição:David Freeman e Vincent Tabaillon
Efeitos especiais:CEG Media / Moving Picture Company / Neil Corbould Special Effects / The Visual Effects Company


Elenco

Sam Worthington (Perseus)
Ralph Fiennes (Hades)
Liam Neeson (Zeus)
Gemma Arterton (Io)
Danny Huston (Poseidon)
Izabella Miko (Athena)
Alexa Davalos (Andromeda)
Mads Mikkelsen (Draco)
Polly Walker (Cassiopéia)
Jason Flemyng (Acrisius)
Kaya Scodelario (Peshet)
Hans Matheson (Ixas)
Nathalie Cox (Artemis)
Tamer Hassan (Deus da Guerra)
Vincent Regan (Kepheus)
Luke Evans (Apollo)
William Houston (Ammon)
Ian Whyte (Xeique Sulieman)
Luke Treadaway (Prokopion)
Martin McCann (Pheadrus)
Nina Young (Hera)
Pete Postlethwaite
Liam Cunningham
Nicholas Hoult


Sinopse

Perseu (Sam Worthington) descobre que é o filho mortal de Zeus (Liam Neeson), mas recusa-se a aceitar tal condição. Contudo, para salvar a cidade de Argos da fúria dos deuses do olimpo e da vingança de seu tio Hades (Ralph Fiennes), ele vai ter que enfrentar uma perigosa jornada contra terríveis criaturas como a Medusa para salvar os simples mortais e a bela Andrômeda (Alexa Davalos) do sacrifício para o monstro Kraken



CRÍTICA


O mês de outubro tem sido um mês complicado para eu postar por aqui, pois estou bem atarefado, mas para não deixar tudo no vácuo decidi dedicar algumas linhas a esta refilmagem do cult homônimo de 1981. É claro que algumas coisas foram alteradas, além do fato de o antigo possuir muito mais charme e ser muito mais fiel à mitologia grega em si.

Fúria de Titãs é visivelmente um filme comercial e que possui a única intenção de ganhar rios de dinheiro nos cinemas, não se importando nem um pouco com a qualidade da história ou mesmo a fidelidade ao tema que trata. A fantasia está em alta no cinema, seja ela com vampiros, lobisomens ou o que seja, tudo dá dinheiro e atrai fãs desavisados para enriquecer os cofres dos estúdios. Só não consigo entender quem foi o "inteligente" que enfiou o Kraken na mitologia grega, já que qualquer pessoa que tenha um pouco mais de conhecimento sobre o assunto, ou que tenha assistido à Saga de Poseidon dos Cavaleiros do Zodíaco  (hehehehe), sabe que o Kraken é um monstro da mitologia nórdica.

Tirando este e outros erros perdidos pelo meio, ainda não conseguimos encontrar um roteiro consistente, sendo que é nítida a intenção de tapar os buracos do mesmo, com efeitos especiais gigantescos e essa parafernália de 3D que faz com que qualquer coisinha tenha que explodir na tela , o que venhamos e convenhamos é um saco.

A direção, assinada por Louis Leterrier, que eu particularmente desconheço, é comum e sem sal, que se limita a dar ênfase às maravilhas da tecnologia e se esquece de que em alguns momentos uma tocada mais leve ou um movimento mais criativo também fazem parte de um grande show, se aliam a um trabalho veloz e bruto de edição, que faz com que o filme tenha uma velocidade absurda e atropele tudo o que vê pela frente, incluindo o próprio roteiro. Para não crucificarmos tudo, confesso que achei bem legal a representação feita do Olimpo e o Pégaso que ficou excelente.

O elenco tem bons nomes, e é daí que sai algo que te faz respirar e ver que nem tudo está perdido, já que Fiennes e Neeson (no mesmo filme novamente, nos fazendo lembrar do fenomenal A Lista de Schindler), nos papéis de Hades e Zeus respectivamente, conseguem criar bons momentos e mesmo longe de toda a capacidade que os dois possuem, colocam um pouco de dignidade na fita. Pete Postlethwaite faz uma pequena porém boa ponta como o pai adotivo de Perseu. Wortinghton (o mesmo de Avatar), está totalmente desconfortável como Perseu e por que não dizer perdido em vários momentos, mostrando uma fragilidade que apenas os atores medianos e fracos possuem, como se não bastasse, ainda preciso descobrir quem inventou que essa menina Gemma Arterton sabe atuar, já que assim como em O Princípe da Pérsia, sua apatia chega a ser contagiante.

Um blockbuster que possui a intenção clara de impactar e cativar um público menos exigente quando o assunto é cinema de qualidade. A verdade é que Fúria de Titãs está longe de ser o que seu progenitor foi, e mais longe ainda de ser um bom filme. Com vários erros e uma temática imprecisa e desconexa, o filme só não é uma perda total, pela presença de alguns nomes que o salvaram, mesmo assim é muito pouco para salvar esta fracassada tentativa de representar a Mitologia Grega em todo o seu esplendor.


NOTA: 4,0