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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A HORA DO PESADELO (2010)


Refilmagem de um dos maiores clássicos do cinema de horror e que cravou no imaginário dos fãs a figura do jardineiro assassino, sádico e desfigurado Freddy Krueger, além de revelar o hoje superstar Johnny Depp. O filme de 1984 contava com todo o charme da melhor década para o horror de todas, e um diretor e roteirista com a criatividade lá em cima, no caso Wes Craven, o que já não acontece com este novo. Primeiramente a criatividade larga do zero, já que o argumento é o mesmo, não importa o fato de existir algumas alterações nos personagens e no andamento da fita ( que aliás só contribuíram para piorar o negócio) e o gênero do terror já não anda tão bem assim das pernas, e como se já não bastasse, esse negócio de 3D veio para ajudar a afundar um pouco mais a coisa.

Samuel Bayer, o diretor dessa refilmagem, não tem o mesmo feeling e nem o mesmo time de câmera de Wes Craven, e os poucos sustos que esse novo A Hora do Pesadelo nos causa, não é por mérito seu, mas sim por mérito da inteligente trama que Craven criou a 26 anos atrás e que mostra o por que é um clássico indiscutível, já que mesmo em outra roupagem e sem seu criador, o roteiro consegue se manter e salva essa nova investida.

Em termos mais simples, a história é boa, porém no de 84 haviam outras coisa boas, como a direção, a forma como o terror era feito com aquele elemento B sempre interessante, e um elenco que se não era genial, pelo menos se mostrou acima da média no quesito filmes de horror. O de 2010 ao contrário, mantém a boa história com algumas diferenças que a diminuem um pouco, não conta com uma boa direção, tropeça nessa necessidade de sangue batendo na tela para justificar o 3D e o elenco é sofrível. Os jovens protagonistas são ruins e não conseguem cativar o espectador, já no papel de Krueger temos um efeito interessante. Jackie Earle Haley, que ficou famoso por sua atuação em Pecados  Íntimos (valendo-lhe até uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante) e que interpreta Krueger na versão atual é um ator muito mais interessante que Englund, o Krueger clássico; todavia, não dá para comparar o Krueger de Englund com o de Haley. Freddy Krueger não é como Jason que poderia ser interpretado por qualquer ator já que utiliza uma máscara; ele tem trejeitos e maneiras de agir, além de expressões clássicas e uma voz condizente com uma maneira psicopata e assustadora de agir, coisas que Englund nos proporcionou, e que por mais que Haley tenha se esforçado, não consegue substituir.Em resumo, mesmo Haley sendo um ator melhor, Krueger é Englund e acabou.

Mais uma tentativa cruel e desnecessária, de expor clássicos a novas experiências para a obtenção do nosso velho e querido dinheiro. A única intenção de refilmar terrores é susbstituir aquela coisa suja e bruta que a falta de dinheiro obrigava os filmes do gênero a ter por elementos tecnológicos mais "condizentes com o bom cinema". O que as pessoas esquecem, é que filmes como A Hora do Pesadelo, Halloween, Sexta-Feira 13 e muitos outros se tornaram clássicos exatamente por este "quê a mais" que eles insistem em substituir por efeitos exagerados e essa porcaria de 3D. Todavia, estes produtores atuais não perceberam outra coisa também: os antigos continuam clássicos e estes novos não passam de meras cópias do que sempre será bom, e em sua maioria cópias mal feitas.

NOTA: 4,0

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