ENCONTRE AQUI

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O ESCRITOR FANTASMA


Polanski não dava as caras como diretor único de um longa, desde o pouco inspirado Oliver Twist em 2005; ou seja, o diretor teve cinco anos para recarregar as baterias e engatar um novo projeto que desse conta de sossegar seus fãs assíduos e que fizesse valer o nome de um diretor que já nos presenteou com clássicos como O Bebê de Rosemary, Chinatown entre outros tantos. A pergunta então é: Esses cinco anos fizeram Polanski recuperar o seu ritmo e nos mostrar um grande filme? E a resposta para a alegria de todos os amantes do bom cinema é SIM. 

O Escritor Fantasma é um thriller excelente, que mistura suspense, perseguições e elementos de vários gêneros, além de flertar com embates políticos, algo que tanto agrada os fãs de cinema atual e que se encontra extremamente presente no cotidiano das pessoas. Polanski acerta a mão na construção e na exploração precisa de um roteiro que é extremamente gostoso, porém igualmente difícil e com vários pormenores.A situação é basicamente esta: Ex - Primeiro Ministro britânico contrata novo escritor fantasma para escrever suas memórias, já que o anterior apareceu misteriosamente morto. Entretanto, o que o novo escritor não esperava é que este ex-ministro estaria envolvido em várias acusações de crimes de guerra e que envolvem um grande esquema de ação da CIA envolvendo tortura de presos acusados de terrorismo.

A direção é precisa, e Polanski mostra que domina a câmera como poucos, nos proporcionando tanto cenas diretas, como cenas emblemáticas e cheias de força e simbolismo ( a cena final é puro talento). O roteiro é um achado, e mistura elementos políticos e policiais, além de demonstrar grande capacidade argumentativa, inteligência e um humor negro brilhante e eficaz, algo que venhamos e convenhamos, já é de praxe nos filmes de Polanski. Alie isso, a uma paisagem simplesmente fascinante, uma fotografia magistral e uma trilha sonora bem identificada e correta, e já teremos motivos de sobra para elogiar um filme, que consegue se prender a um roteiro difícil, mas sem nunca enjoar ou causar torpor no espectador.

Como se não bastasse, Polanski ainda não perdeu a força e o talento também para conduzir atores, sejam eles bons ou ruins. Ewan McGregor é o protagonista da fita (e não tem seu nome citado em nenhum momento, sendo conhecido ao longo do filme apenas como escritor fantasma) e atua com grande sinceridade e precisão. McGregor sempre foi um bom ator, apenas erra na escolha de alguns projetos, e aqui mostra isso de forma bem convincente. Brosnan nos propicia uma excelente atuação como o Ex- Pimeiro Ministro Adam Lang, mostrando que Polanski também é bom em tirar leite de pedra, afinal qualquer um sabe as limitações que Brosnan tem como ator; o que aqui realmente não aparece. O ponto negativo do filme, talvez seja o pouco aproveitamento de Tom Wilkinson e uma explicação melhor da função de seu personagem, já que o roteiro dá uma atrpelada aquie realmente fica um pouco mal explicado.

O Escritor Fantasma é um grande filme de um grande diretor, que vai superando seus problemas pessoais e suas neuras para nos brindar sempre mais com seu cinema que encontra poucos rivais na atualidade. Que Polanski faça mais filmes e continue nos brindando com fitas como este O Escritor Fantasma. Suspense policial misturado com thriller político agregado a lapsos de filme de ação e  e um contingente final brilhante, finalizando o filme de forma estupenda, transformam a obra de Polanski em um dos melhores momentos do cinema em 2010. Forte candidato a aparecer na minha lista dos melhores do ano.


NOTA: 9,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário