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terça-feira, 28 de abril de 2009

A TEMPESTADE DO SÉCULO


Ficha Técnica

Título Original: Storm of the Century
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 260 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1999
Estúdio: Greengass Productions / Rainfall Productions
Distribuição: Trimark Pictures / ABC
Direção: Craig R. Baxley
Roteiro: Stephen King
Produção: Thomas H. Brodek
Música: Gary Chang
Fotografia: David Connell
Desenho de Produção: Craig Stearns
Direção de Arte: Dennis Davenport e Randy Moore
Edição: Sonny Baskin
Efeitos Especiais: Frantic Films / Gajdecki Visual Effects / Movie Magic / Netter Digital Animation


Elenco

Timothy Dale (Mike Anderson)
Debrah Farentino (Molly Anderson)
Casey Siemaszko (Alton "Hatch" Hatcher)
Jeffrey DeMunn (Robbie Beals)
Julianne Nicholson (Cat Withers)
Dyllan Christopher (Ralph Anderson)
Becky Ann Baker (Ursula Godsoe)
Spencer Breslin (Donny Beals)
Nada Despotovich (Sandra Beals)
Kathleen Chalfant (Sr. Stanhope)
Jeremy Jordan (Billy Soames)
Steve Rankin (Jack Carver)
Adam Zolotin (Darvey Hopewell)
Denis Forest (Kirk Freeman)
Torri Higginson (Angela Carver)
Beth Dixon (Tess Merchant)
Soo Garay (Melinda Hatcher)
Christopher Marren (Henry Bright)
Leif Anderson (Johnny Harriman)
Marcia Laskowski (Linda St. Pierre)
John Innes (Reverendo Riggins)
Colm Feore (Andre Linoge / Repórter da TV)
Stephen King (Advogado)


Sinopse

Little Tall é uma pequena cidade que fica em uma ilha longe do continente e está prestes para receber uma violenta tempestade de neve. Paralelamente Andre Linoge (Colm Feore), um forasteiro bastante estranho, chega na pequena cidade e cria pânico e morte entre os moradores. Ele sabe tudo sobre todos e quando Linoge conta a verdade sobre um deles a pessoa nega tal afirmação. Mike Anderson (Timothy Dale), o policial da cidade, tenta manter cada um em alerta contra a forte tempestade e Linoge. O forasteiro, por sua vez, repete sem cessar "Dê-me o que quero e eu irei embora", sem explicar o significado exato destas palavras.


Premiações

- Ganhou o Emmy de Melhores Efeitos Sonoros - Minissérie/Filme/Especial para TV, além de ter sido indicado na categoria de Melhores Efeitos Especiais - Minissérie/Filme/Especial para TV.



CRÍTICA


Um dos mais intrigantes e bem escritos suspenses de Stepehen King, esse conto sobre a hipocrisia e minúcias das relações e ações humanas foi produzido originalmente como uma minissérie nos EUA e foi lançado no Brasil compactado em forma de vídeo, além disso o roteiro foi escrito especialmente para a TV/cinema, logo você não encontrará o livro para comprar nas livrarias próximas a sua casa.

Assim sendo, dispensemos a relação livro/filme - já que ela não existe - e nos concentremos única e exclusivamente na película. A Tempestade Do Século é um filme complicado de se analisar, pois se mostra o tempo todo uma fita que busca pelo improvável e faz dessa busca seu carro-chefe; entretanto, ao contrário de vários outros filmes que fazem o mesmo, esta fita em particular não cai nos clichês do gênero de suspense, e acredite se quiser, mantém o espectador pregado na poltrona por suas quase quatro horas e meia.

Dito isto, é necessário frisar o ótimo trabalho de direção de arte,cenografia e fotografia que refaz toda a paranóia de King com perfeição e colabora totalmente para a geração desse incrível clima de suspense. O roteiro tem as marcas de King, uma cidade pequena, quase que esquecida do mundo e que de repente se vê em ituações inusitadas. Todavia, King vai mais além aqui, e não faz apenas um suspense, mas adentra de forma devastadora no comportamento humano diante das dificuldades e da incapacidade de fugir de uma ameaça às suas vidas e por que não dizer ao modo de vida conformista e simples de uma sociedade que julga não necessitar de mais nada.

Bom, sendo assim tão interessante o filme, por que ele se encontra na sessão Para Pensar Duas Vezes? A resposta é uma outra pergunta; o que você faria se assistisse a um filme por mais de 4 horas e simplesmente este esmo desembocasse em um final previsível? Sim, é isso mesmo, este filme de King, erra aonde nenhum filme pode errar; no final, e isso faz com que A Tempestade Do Século fique bem longe de ser uma unanimidade. Com isto, fãs mais radicais, podem acabar pela previsibilidade do final à reduzir o filme a algo decepcionante.

Particularmente, confesso também que a previsibilidade do desfecho me incomoda, porém, tento ao máximo julgar a obra pelo seu todo, e a grandiosidade deste suspense não pode simplesmente ser ignorada, devido a uma falha, por maior que ela seja. Com um final previsível ou não, A Tempestade Do Século está entre os meus suspenses favoritos, consequentemente, é na opinião deste que vos fala, uma das melhores adaptações cinematográficas dos contos ou obras de Stephen King, muito mais por todo o trabalho de estudo do comportamente humano inserido no filme ao longo de toda a sua duração, do que pelo suspense propriamente dito, levando -se em consideração que em nenhum momento vemos um anular ou abafar a importância e necessidade do outro para a totalidade da obra em si.

Não agradará a muitos pelo seu desenvolvimento bem detalhado e nem pelo seu final previsível, afinal, não é qualquer pessoa que, não importa o quão bom possa ser o filme, encara uma fita com mais de 4 horas. Em contrapartida, agradará em cheio os fãs de um bom suspense, bem amarrado e desenvolvido e acima de tudo inteligente e reflexivo, e que conseguem encontrar mérito até mesmo onde o momento mais esperado é falho. Não há erro em nenhuma das duas análises, é só mesmo uma questão relacionada ao modo como você encara o filme, eu fico no segundo grupo e você?


NOTA: 7,5

domingo, 26 de abril de 2009

LENDAS DA VIDA



Ficha Técnica

Título Original: The Legend of Bagger Vance
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 127 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2000
Site Oficial: www.cannery.com/thelegendofbaggervance
Estúdio: Allied Filmmakers / Wildwood Enterprises
Distribuição: DreamWorks Distribution L.L.C.
Direção: Robert Redford
Roteiro: Jeremy Leven, baseado em livro de Steven Pressfield
Produção: Jake Eberts, Michael Nozik e Robert Redford
Música: Rachel Portman
Direção de Fotografia: Michael Ballhaus
Desenho de Produção: Stuart Craig
Direção de Arte: W. Steven Graham
Figurino: Judianna Makovsky
Edição: Hank Corvin
Efeitos Especiais: Pacific Data Images


Elenco

Matt Damon (Rannulph Januh)
Will Smith (Bagger Vance)
Charlize Theron (Adele Invergordon)
Andrea Powell (Mary Jones)
Joel Gretsch (Bobby Jones)
J. Michael Moncrief (Hardy Greaves - jovem)
Jack Lemmon (Hardy Greaves - velho)
Bruce McGill (Walter Hagen)
E. Roger Mitchell (Aaron)
Harve Presnell (John Invergordon)
Michael O'Neill (Ben Hogan)


Sinopse

Rannulph Junnah (Matt Damon) é o melhor golfista de Savannah. Ele tem uma vida boa e sua namorada (com quem acaba se casando) Adele Invergordon (Charlize Theron é a filha do mais rico proprietário de terras da região. Mas chega a 1ª Guerra Mundial e Rannulph vai lutar na Europa, tornando-se o único sobrevivente de uma perigosa missão. Após este fato Junnah não retorna para Savannah por quinze anos. Em 1930, ele retorna à cidade e John Invergordon (Harve Presnell), o pai de Adele, tinha cometido suicídio durante a Depressão, pois tinha gasto todo o seu dinheiro construindo um enorme campo de golfe, as dívidas tinham se acumulado e, em virtude da enorme crise que o país vivia, as oportunidades de recuperar o capital investido tinham diminuído muito. Adele é pressionada pelos cobradores de impostos para vender o campo de golfe para pagar integralmente as dívidas do seu pai, mas ela se recusa em tomar uma decisão tão extrema e acredita que o certo é promover uma grande partida, com Bobby Jones (Joel Gretsch) e Walter Hagen (Bruce McGill), os dois maiores jogadores do momento, que disputariam um prêmio de 10 mil dólares. Isto deverá fazer as pessoas que ainda têm dinheiro a irem jogar em Savannah, mas a população insiste em ter um representante local no torneio. Rannulph Junnah é o escolhido, mas ele agora é um alcoólatra que perdeu o swing que tinha há quinze anos. Inicialmente ele rejeita a oferta, pois perdeu sua habilidade, mas repentinamente surge Bagger Vance (Will Smith), que se oferece para ser seu caddy por apenas cinco dólares e ajudar Junnah a recuperar seu verdadeiro balanço e consegue fazer com que Rannulph decida por participar do grande jogo.



CRÍTICA


Curioso, simples e esquecido relato e construção de Robert Redford sobre as maneiras e formas de se construir uma vida baseada em uma superação e em uma mudança de paradigmas, quando se passa por algo muito brusco e que causa sequelas. Redford se utiliza da história de um golfista, ex-soldado da Primeira Guerra Mundial, para criar um bonito filme, mas que em alguns momentos cai no melodrama e beira a auto-ajuda de livros baratos.

O diretor não foge de seu estilo de filmagem, que inclui reproduções de cenários e épocas fantásticos, caracterização bem leve, com clima interiorano e atores atuando de forma bem simples e sem caretas ou muito estardalhaço. Assim sendo, seus filmes possuem um caráter bem natural e espontâneo, entretanto, soam lentos e até certo ponto chatos, principalmente para um espectador como o atual, acostumado a cenas de ação e aventura em quase tudo o que vê.

O filme alterna bons e maus momentos, e é inconstante em quase sua totalidade, todavia, não se pode utilizar isso como argumento para classificar a fita como ruim. O filme é bem conduzido, o roteiro é conciso e inteligente, a recriação da época, incluindo fotografia, direção de arte figurinos e etc é perfeita, e vemos um Matt Damon bem encaixado no papel de Januh, o golfista traumatizado pelos horrores da guerra, e que recebe a ajuda de um caddy, não só no torneio de golfe do qual participa, mas na vida, como elemento para a superação de todo o trauma.

Will Smith se adapta bem a um personagem que possui um caráter messiânico que não me agrada, afinal, o que pensar de um homem que surge do nada e desaparece do nada? É como se o caddy fosse fruto da consciência de Januh, mas o modo como ele se apresenta não é bom, e cria uma sensação de dúvida desnecessária para o contexto do filme. Charlize Theron, por sua vez, está mal. Não empolga em suas cenas, não corresponde bem a Damon nas cenas entre os dois, e se transforma no ponto negativo do elenco desta obra. Ainda no quesito elenco, vale um enorme destaque a presença do lendário Jack Lemmon, em sua última aparição nas telas, antes de falecer no ano seguinte.

Na verdade o grande ponto fraco deste filme é seu caráter psicológico, que beira a auto-ajuda como eu já havia dito acima. Os diálogos em alguns momentos apelam a uma introspecção e reflexão equivocada e exagerada, que busca atingir o espectador pelo caminho do drama e não pelo caminho do discernimento em si. Por outro lado, o filme enfoca de modo brilhante o quanto um trauma ou problema pode realmente afetar a cabeça e as atitudes de uma pessoa. É facto, que o filme acaba caindo em um senso comum, quanto a capacidade de superação, entretanto isso acaba também se tornando válido, afinal se existe algo mais difícil de se assimilar do que uma concepção de senso comum, em um filme que se propõe a algo mais elevado, esse algo é uma atitude derrotista falha e sem sentido.

Em concluinte, Lendas Da Vida é um filme muito subjetivo, que agrada a muitos, mas desagrada a muitos também. Como está longe de ser uma fita perfeita, ou mesmo uma fita unânime não só de opiniões, mas no caráter cinematográfico em si, e por também estar longe de ser um filme ruim, o trabalho de Redford fica na categoria média deste blog. Vale o seu dinheiro e o seu tempo, porém o fato de não vê-lo não fará de você uma pessoa pior, ahuhauhauhauhuha.









NOTA: 6,5

terça-feira, 21 de abril de 2009

A LOUCA LOUCA HISTÓRIA DE ROBIN HOOD


Ficha Técnica

Título Original: Robin Hood: Men in Tights
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 102 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1993
Estúdio: Gaumont / Brooksfilm Ltd.
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation / Columbia TriStar
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Mel Brooks, Evan Chandler e J.D. Shapiro, baseado em estória de J.D. Shapiro e Evan Chandler
Produção: Mel Brooks
Música: Hummie Mann
Fotografia: Michael D. O'Shea
Desenho de Produção: Roy Forge Smith
Direção de Arte: Stephen Myles Berger
Figurino: Dodie Shepard
Edição: Stephen E. Rivkin
Efeitos Especiais: Dream Quest Images / Illusion Arts Inc. / Optic Nerve Studios


Elenco

Cary Elwes (Robin Hood)
Richard Lewis (Príncipe João)
Roger Rees (Mervin)
Amy Yasbeck (Lady Marian)
Mark Blankfield (Blinkin)
David Chappelle (Ahchoo)
Isaac Heyes (Asneeze)
Megan Cavanagh (Broomhilde)
Eric Allan Kramer (João Pequeno)
Matthew Porretta (Will Scarlet O'Hara)
Tracey Ullman (Latrine)
Patrick Stewart (Rei Ricardo)
Dom DeLuise (Don Giovanni)
Dick Van Patten (Abbot)
Robert Ridgely (Carrasco)
Mel Brooks (Rabino Tuckman)


Sinopse

Após lutar nas cruzadas, Robin de Locksley (Cary Elwes) é aprisionado e vai para a Prisão de Khalil em Jerusalém, mas escapa graças a ajuda de outro prisioneiro, Asneeze (Isaac Hayes), que lhe pede que cuide do seu filho, Ahchoo (David Chappelle), que está na Inglaterra. Robin promete e nada até seu país. Lá ele rapidamente encontra Ahchoo, que estava sendo agredido por guardas, o salva e descobre que sua família morreu e seus bens foram confiscados. Além disto fica sabendo que o Rei Ricardo (Patrick Stewart) não voltou das Cruzadas e que o país está sendo governado pelo despótico Rei João (Richard Lewis), com a ajuda do arbitrário Xerife de Rottingham (Roger Rees). Ele então se torna Robin Hood e reúne patriotas para lutar contra o rei e o xerife. Robin logo consegue uma aliada no palácio real quando se apaixona por Lady Marian (Amy Yasbeck), que se mantêm virgem graças à dedicação de Broomhilde (Megan Cavanagh), sua aia, e de um cinto de castidade que só pode ser aberto se eles se casarem. Mas antes de tudo Robin precisa derrotar seus inimigos.



CRÍTICA


Ahhhh Mel Brooks, já não se fazem mais cineastas como você, muito menos comendiantes com a mesma genialidade satírica e crítica. Isso tudo, para abrir a crítica de um dos mais desconhecidos e ignorados filmes de um dos maiores mestres da comédia de todo os tempos. Mel Brooks se utiliza da mais que famosa história de Robin Hood para criar uma comédia incrível, com gafes de todos os modos e piadas para agradar a todos os tipos de humor existentes.

Inteligente, coeso, e principalmente satírico na dose exata, Brooks em nenhum momento se deixa levar por uma ordem geral em comédias desse tipo, que é elevar ao máximo o poder de apelação, para impactar o espectador. Logicamente, que isto é uma técnica para cineastas que não possuem o mesmo nível de Brooks, já que a mesma, muda o acento da piada em si, para a piada como apelação, enquanto o cineasta em questão se mantém fiel ao humor que sempre o caracterizou, ou seja, um humor leve, implícito, britânico e que se fortalece em momentos de extrema caracterização textual.

O elenco dá um show a parte e caracteriza perfeitamente os personagens, como se cada um tivesse ficado com uma parte de todo o humor que Brooks explana, fazendo com que as expressões se encaixem perfeitamente em um roteiro que alterna momentos de puro brilho humorístico, com momentos que exigem uma expressão maior de um caráter satírico, fato que não é nenhum pouco simples e eleva ainda mais o mérito do elenco com um todo. Entretanto vale um destaque individual para Mark Blankfield como Blinkin, que faz um cego de encher os olhos (não resisti ao trocadilho, ahuahuauhhuhuaa).

Logicamente, que o filme exige uma boa vontade do espectador (como qualquer comédia se pararmos pra pensar), mas é impossível não se deliciar com as situações que o roteiro nos apresenta, e com a busca incessante do homem por um objetivo, mesmo que este seja a chave do cinto de castidade da desejadíssima donzela. Brooks faz sua habitual participação na pele do Rabino Tuckman, mas a idade bateu, e ele já não é mais o mesmo como ator, entretanto, o filme é uma expressão pura de tudo aquilo que Brooks fez ao longo da carreira, e vemos sua mão e seu brilho em todos os momentos, desde o menos dos diálogos, até a maior das cenas de aventura ou coisa assim.

Infelizmente, os gênios também envelhecem, e apesar de ainda estar vivo, Brooks já não faz mais filmes, e é por falta de nomes como o dele, que o gênero da comédia caiu em um poço sem fundo e parece não ter forças para sair. Sinceramente, depois de ver um filme como este, o buraco em que a comédia caiu, é o que menos importa, já que estes filmes atuais não possuem o poder de tirar o brilho dos verdadeiros gênios que já passaram por este gênero tão deturpado e maltratado pelo cinema atual.

A Louca Louca História De Robin Hood não é o melhor filme de Mel Brooks, entretanto uma comédia que para a carreira de Brooks se encontra em nível médio/bom é para o cenário da comédia dos anos 90, umas das melhores obras que apareceram, ou seja, esta fita é facilmente uma das melhores comédias dos anos 90, e isto não se dá pelo fato de que as outras são simplesmente muito ruins, mas pelo mérito de Brooks em adaptar uma história conhecida de todos, e transformá-la em uma comédia de bom gosto e que agrada tanto aos fãs de sátiras e filmes de riso, como aos fãs da própria história de Robin Hood "séria" por assim dizer.

Um grande filme, uma grande comédia, pena que sua acessibilidade não seja tão grande quanto seu brilhantismo, mas se você conseguir encontrar, assista sem medo, por que ao contrário das outras comédias que eu já postei aqui, essa realmente entende o verdadeiro caráter de uma sátira e o eleva ao máximo, produzindo um humor inteligente, mas que nem por isso, deixa se ser engraçado, pelo contrário, é risada do começo ao fim, isto é garantido.


NOTA: 8,5

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A LOJA MÁGICA DE BRINQUEDOS


Ficha Técnica

Título Original: Mr. Magorium's Wonder Emporium
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.alojamagicadebrinquedos.com.br
Estúdio: Mandate Pictures / FilmColony / Walden Media / Gang of Two Productions
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation / Imagem Filmes
Direção: Zach Helm
Roteiro: Zach Helm
Produção: James Garavente e Richard N. Gladstein
Música: Alexandre Desplat e Aaron Zigman
Fotografia: Roman Osin
Desenho de Produção: Thérèse DePrez
Direção de Arte: Brandt Gordon
Figurino: Christopher Hargadon
Edição: Sabrina Plisco
Efeitos Especiais: Intelligent Creatures / BUF / Dr. PICTURE Studios / FX Cartel / Mokko Studio / Satellite Studios / Hatch Productions / Image Engine Design


Elenco

Dustin Hoffman (Edward Magorium)
Natalie Portman (Molly Mahoney)
Matt Baram (Dr. Papadapolous)
Jason Bateman (Henry Weston)
Dash Grundy (Ari)
Ted Ludzik (Bellini)
Zach Mills (Eric Applebaum)
Rebecca Northan (Nancy)
Jonathan Potts (Dr. Sage)
David Rendall (Tim)
Beatriz Yuste (Lora)
Philippe Bergeron (Bertolo Bellini - voz)


Sinopse

A Loja Mágica do Sr. Magorium é um paraíso de brinquedos onde tudo ganha vida, inclusive a própria loja. Um dia o sr. Edward Magorium (Dustin Hoffman), que tem 243 anos, decide ceder o controle de seu estabelecimento à insegura e jovem gerente Molly Mahoney (Natalie Portman). Quando um cético contador chamado Henry Weston (Jason Bateman) surge para fazer uma auditoria em todos os brinquedos a loja passa por uma misteriosa mudança. Os brinquedos, antes alegres e coloridos, se tornam silenciosos e acinzentados. Para recuperar o local Molly e Henry precisarão encontrar a magia existente dentro deles próprios, contando com a ajuda de Eric Applebaum (Zach Mills), um garoto de 9 anos que tem dificuldades em fazer amigos.



CRÍTICA


Para entrar neste texto com termos bem sinceros, ainda não sei por qual motivo decidi tecer um comentário sobre este filme que de tão chatinho, tão sem graça e tão bobo, simplesmente é apagado da memória assim que suas últimas falas são ditas. O fato é que em momentos de pouca inspiração, filmes que corroboram essa característica, são os mais indicados para aparecerem por aqui.

O que comentar sobre um filme que não tem ambição? A Loja Mágica de Brinquedos é simples demais, clichê demais e se acomoda tanto nesses dois aspectos, que não causa nenhuma reação ao espectador por seus intermináveis 94 minutos. O roteiro é sem sentido, não começa, não se desenvolve, e não tem fim, não explica nada, apenas aguarda que a fantasia por si só explique os fatos; ou seja; é algo quase que parnasiano, a fantasia pela pura fantasia, fazendo com que em alguns momentos o filme se torne algo ridículo.

O fato de a fita possuir um diretor estreante pode ter colaborado para o resultado final, entretanto é lamentável ver o ponto em que chegou um ator do calibre de Dustin Hoffman, que está igualmente lamentável em sua interpretação, e é mais triste ainda ver Natalie Portman errar tanto na escolha de um projeto. O elenco infantil é mecânico, não emociona, fator que é essencial em qualquer filme que tenha como público alvo principalmente crianças.

Não conseguir necessariamente atingir seu público alvo pode ser um grande problema; talvez este filme agrade a algumas crianças, mas que a fórmula está saturada; está, e o fato de ser uma fita basicamente para crianças não é álibi para uma produção tão ruim, ou só por que é filme pra criança, não pode ser ruim?

O maior fracasso deste filme, e que eu insisto nisso, é não possuir argumento, tudo acontece como algo "messiânico", ou seja, que surge do nada e desaparece do nada. Tudo isto é retrato de uma vertente cinematográfica, iniciada principalmente pela franquia Harry Potter, que preza muito mais pelo efeito fantástico do filme, do que pela sua inteligência e plausibilidade. Efeitos especiais bons, atualmente, qualquer pessoa com dinheiro faz, agora bons e inteligentes roteiros, estão cada vez mais raros, dessa forma, vemos aparecer nas telas dos cinemas, filmes como este que simplesmente menosprezam a inteligência de quem o assiste. Eu ainda prefiro, filmes que tenham horas de duração, sejam "parados", mas que contem uma história descente e que nenhum objeto inanimado ganhe vida ou que ninguém sem asas voe, do que essas produções cheias de parafernálias, que não possuem nada de interessante e que só deturpam a imagem do cinema e o resumem a um avanço tecnológico.

Uma experiência cinematográfica simplesmente descartável. O filme é ruim, chato, visualmente irritante e não nos produz nenhum tipo de sensação, em suma, o filme é um nada. É como se pegássemos um monte de cubos e fossêmos colocando um em cima do outro, aleatoriamente, com certeza nos teríamos algo, mas algo sem forma, sem nome, ou seja, um amontoado, que não possui sentido nenhum. Me lembro uma vez, de ter ouvido durante a cerimônia de entrega do Oscar, à qual eu estava assistindo, o ator José Wilker fazer o seguinte comentário : " Não adianta, pra mim excesso de efeitos especiais serve única e exclusivamente para esconder a falta de uma boa história". É claro que existem exceções, entretanto, cada dia mais eu compartilho desta mesma opinião, e este A Loja Mágica De Brinquedos é um ótimo exemplo disto.




NOTA: 1,0

sábado, 18 de abril de 2009

AGRADECIMENTO!

VALEW PESSOAL PELA FORÇA! AGRADECENDO AS MAIS DE 500 VISITAS NO BLOG!

A MOSCA


Ficha Técnica

Título Original: The Fly
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1986
Estúdio: Brooksfilms
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg e Charles Edward Pogue, baseado em estória de George Langelaan
Produção: Stuart Cornfeld
Música: Howard Shore
Direção de Fotografia: Mark Irwin
Desenho de Produção: Carol Spier
Direção de Arte: Rolf Harvey
Figurino: Denise Cronenberg
Edição: Ronald Sanders
Efeitos Especiais: Chris Walas, Inc.


Elenco

Jeff Goldblum (Seth Brundle)
Geena Davis (Veronica "Ronnie" Quaife)
John Getz (Stathis Borans)
Joy Boushel (Tawny)
Leslie Carlson (Dr. Cheevers)
George Chuvalo (Marky)
David Cronenberg (Ginecologista)
Carol Lazare (Enfermeira)
Shawn Hewitt (Balconista)
Michael Copeman


Sinopse

Cientista (Jeff Goldblum) testa maquina de teletransporte de matéria e inadvertidamente permite que uma mosca entre na câmara junto com ele. Quando se dá a reintegração, os resultados são terríveis.


Premiações

- Ganhou o Oscar de Melhor Maquiagem.
- Recebeu 2 indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Especiais.



CRÍTICA


Considerado por muitos um dos diretores mais controversos de Hollywood, o canadense David Cronenberg traz aqui mais uma de suas pérolas do horror considerado B e de toda a visceralidade e brutalidade que acompanhou sua obra principalmente em seus primeiros filmes. Cronenberg vai no "osso" e mostra como os avanços científicos e tecnológicos podem alterar o comportamento e a mente humana, chegando ao extremo da loucura e deformidade.

Seth Brundle é um cientista que cria uma máquina de teletransporte e desintegração de matéria. Levado ao extremo das tentativas de sucesso, o cientista resolve testar em si próprio seu experimento. Desse momento, uma mosca se une acidentalmente a ele na máquina, o que gera uma catástrofe no momento da reintegração das partículas. Assim sendo, uma experiência que a curto prazo foi um espetáculo, se torna uma tragédia. O modo como o filme vai mostrando a transformação do cientista é bizarro e asqueroso, elementos perfeitamente criados por Cronenberg e sua equipe de maquiagem e efeitos especiais, para mostrar a metamorfose de um humano em um ser anamórfico, ou de certo monstruoso.

Vemos a deformação do corpo, líquidos vazando por todos os oríficios possíveis e um terror psicológico sem fim, interpretado e vivido de forma brilhante por um Jeff Goldblum muito consistente, mesmo sendo um ator de qualidades limitadíssimas. Além disso, a presença cativante de Geena Davis como a repórter-namorada, representa o contraponto entre a racionalidade sensata e consciente quanto aos limites do avanço genético e a influência deste mesmo no comportamento do homem.

Mesmo sendo considerado por muitos uma ficção científica (o que afinal ele também é), A Mosca é muito mais um filme de horror do que qualquer outra coisa; Cronenberg consegue encaixar de forma brilhante elementos dramáticos, que não deixam de labutar da cabeça do homem, mesmo que este esteja fisicamente deformado. Dessa forma, vemos a luta constante entre a monstruosidade e a sensatez humana no personagem de Goldblum, que mesmo dominado por uma ambição científica, possui laços que o fazem reconsiderar em alguns momentos, lembrando muito a idéia de dualidade bem e mal presentes no homem, quase como um Jekyll e Hyde na construção de Stevenson em seu O Médico e o Monstro.

Um filme espetacular e asqueroso, brutal e brilhante, de fácil e difícil assimilação ao mesmo tempo. Nada supera a genialidade de Cronenberg, em criar ambientes e criaturas esquisitas, quando o assunto é mostrar o homem em sua perversidade física e psicológica, quando coloca-se em jogo suas implicações criativas e ambições crescentes. Um cult por excelência e por que não dizer um clássico, afinal um brilhantismo como o presente nesta fita não deve ser deixado de lado, ou pegando poeira nas locadores pelo mundo afora.

Esqueça a ridícula sequência de 1.989 e aprecie uma das poucas refilmagens superiores ao seu antecessor, e olha que A Mosca Da Cabeça Branca de 1.958 é ótimo e tem no elenco nada mais nada menos que Vincent Price, fato que demonstra ainda mais a força desta película. A verdade é ninguém mais poderia ter feito este filme de forma tão precisa, assustadora e fiel do que Cronenberg, já que o filme em si é quase uma síntese de todas as características do cineasta. Afinal, Cronenberg mostra um terror explícito, porém é nítido que o verdadeiro horror é aquilo que não é mostrado, que não está na transformação do homem em mosca em si, mas sim na própria existência de uma idéia que possa gerar algo tão absurdo.

Um legítimo Cronenberg, que deve ser visto e revisto, afinal, em um mundo onde os avanços genéticos e as tentativas de criação e maquinação humanas estão cada vez mais presentes, A Mosca acaba ficando muito mais atual do que estava a seu tempo, o que já era de se esperar, pois os grandes filmes são, assim como em qualquer segmento, aqueles que estão um passo a frente de seu tempo. Indispensável para fãs de horror e para fãs de filmes que possuam certo caráter escatológico, e obrigatório para qualquer cinéfilo, afinal Cronenberg é único, e vê-lo em seu auge é sempre uma experiência gratificante.


NOTA: 9,5

sábado, 11 de abril de 2009

PERFUME - A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO

Ficha Técnica

Título Original: Perfume: The Story of a Murderer
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 147 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha / Espanha / França): 2006
Site Oficial: www.perfumefilme.com.br
Estúdio: VIP 4 Medienfonds / Davis-Films / Ikirus Films S.L. / Constantin Film Produktion GmbH / Nouvelle Éditions de Films / Castelao Producciones S.A.
Distribuição: DreamWorks SKG / Paramount Pictures / Paris Filmes
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Andrew Birkin, Tom Tykwer e Bernd Eichinger, baseado em livro de Patrick Süskind
Produção: Bernd Eichinger
Música: Reinhold Heil, Johnny Klimek e Tom Tykwer
Fotografia: Frank Griebe
Desenho de Produção: Uli Hanisch
Figurino: Pierre-Yves Gayraud
Edição: Alexander Berner
Efeitos Especiais: Universal Production Partners


Elenco

Ben Whishaw (Jean-Baptiste Grenouille)
Alvaro Roque (Jean-Baptiste Grenouille - 5 anos)
Franck Lefeuvre (Jean-Baptiste Grenouille - 12 anos)
Birgit Minichmayr (Mãe de Jean-Baptiste)
Sian Thomas (Madame Gaillard)
Michael Smiley (Porter)
Perry Millward (Marcel)
Sam Douglas (Grimal)
Jaume Montané (Pélissier)
Timoth Davies (Chenier)
Dustin Hoffman (Giuseppe Baldini)
Rachel Hurd-Wood (Laura Richis)
Ramón Pujol (Lucien)
Alan Rickman (Antoine Richis)
Sara Forestier (Jeanne)
Corinna Harfouch (Madame Arnulfi)
Paul Berrondo (Dominique Druot)
Joanna Griffiths (Marianne)
Jessica Schwartz (Natalie)
Harris Gordon (Marquês de Montesquieu)
Anna Gelman (Albine)
Laura Gelman (Françoise)
Guillermo Ayesa (Tallien)
David Calder (Bispo de Grasse)
Simon Chandler (Prefeito de Grasse)
Francesc Albiol (Oficial)
John Hurt (Narrador - voz)


Sinopse

Paris, 1738. Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) nasceu em um mercado de peixe, onde sua mãe (Birgit Minichmayr) trabalhava como vendedora. Ela o tinha abandonado, mas o choro de Jean-Baptiste faz com que seja descoberto pelos presentes na feira. Isto também faz com que sua mãe seja presa e condenada à morte. Entregue aos cuidados da Madame Gaillard (Sian Thomas), que explora crianças órfãs, Jean-Baptiste cresce e logo descobre que possui um dom incomum: ele é capaz de diferenciar os mais diversos odores à sua volta. Intrigado, Jean-Baptiste logo demonstra vontade de conhecer todos os odores existentes, conseguindo diferenciá-los mesmo que estejam longe do local em que está. Já adulto, ele torna-se aprendiz na perfumaria de Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), que passa por um período de pouca clientela. Logo Jean-Baptiste supera Baldini e, criando novos perfumes, revitaliza a perfumaria. Jean-Baptiste cada vez mais se interessa em manter o odor de forma permanente, o que faz com que busque meios que possibilitem que seu sonho se torne realidade. Só que, em suas experiências, ele passa a tentar capturar o odor dos próprios seres humanos.


Premiações

- Ganhou 2 prêmios no European Film Awards, nas categorias de Melhor Fotografia e o Prêmio de Excelência (cenografia). Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Ator (Ben Whishaw) e Melhor Trilha Sonora.



CRÍTICA


Confesso que não consigo entender o por que esse filme é tão badalado e tão querido por vários fãs. Primeiramente, eu não li o livro, logo acabo ficando sem chão para adentrar-me ao ponto mais criticado por alguns fãs, que é exatamente a falta de fidelidade na relação livro-filme. Sendo assim, buscarei argumentos para esclarecer minha opinião em outros aspectos, que se prendem única e exclusivamente à película em questão.

Por onde começar, levando-se em consideração que se trata de uma obra com tantas incoerências e com tantas falhas. Comecemos então por seu realizador, o visionário diretor alemão Tom Tykwer, o mesmo do ótimo Corra, Lola, Corra, entretanto, tire seu cavalinho da chuva, nada do que vimos em Corra, Lola, Corra , conseguimos encontrar em Perfume. Tykwer está irreconhecível e cai em uma direção piegas que usa e abusa de exageros de closes que parecem forçar o espectador a entrar na história de qualquer forma.

Indo mais adiante, temos um roteiro (lembrando que eu não sei o quanto o livro realmente é assim ou não) controverso, que derrapa na construção de algumas personagens e que não possui uma continuidade firme, criando um argumento solto demais, além disso, o final do filme é totalmente sem sentido, e quando eu digo o final, quero dizer pelo menos os 40 minutos finais, em que o filme se perde de um modo que nem mesmo um novo roteiro conseguiria encontrar.

A busca incessante do personagem central pelo cheiro perfeito (que na verdade é a eterna busca do homem pelo belo), se dá em quadros, ou seja, como se o filme tivesse capítulos; já que em alguns momentos a história está em um lugar e quando menos esperamos ela está em outro lugar totalmente diferente; quadros ligados única e exclusivamente por essa busca do jovem Jean Baptiste.

É impossível não comentar a irritante fotografia em tons vermelhos, que deixa a vista cansada e não colabora em nada para a construção artística do filme em si. O elenco é fraco, Ben Whishaw como Jean-Baptiste carrega o mesmo semblante ao longo do filme todo, agora fica a pergunta: como alguém que possui um olfato aguçadíssimo não demonstra expressão facial ao distinguir e apreciar cheiros? Alan Rickman e principalmente Dustin Hoffman, os dois grandes do elenco, não ajudam e acabam se definhando com o filme. A única que se livra um pouco disso é a menina Hurd-Wood, que aparece pouco, mas quando aparece, se sai bem e demonstra uma vontade que faltou no restante todo do filme.

Opiniões são coisas interessantes, pois acredito que esta crítica possa ser bem contestada, já que existem pessoas bem próximas a mim que adoram este filme; entretanto eu tentei gostar dele,mas não consegui. Quando o assisti pela primeira vez, o achei médio, entretanto ao vê-lo novamente a coisa piorou e ele se tornou um filme com o qual não consigo me simpatizar. Bom, não vou fechar com nenhuma palavra mais dura, mas que o filme é bem fraquinho isso ele é, talvez se a história fosse melhor contada, com mais paciência e a parte técnica "desavermelhace" as cenas o resultado final teria sido melhor. Bom, fica para uma próxima, quem sabe.


NOTA: 4,5

FIM DOS TEMPOS

Ficha Técnica

Título Original: The Happening
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 91 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.fimdostempos-ofilme.com.br
Estúdio: 20th Century Fox Film Corporation / Barry Mendel Productions / Spyglass Entertainment / Blinding Edge Pictures / UTV Motion Pictures
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
Produção: Barry Mendel, Sam Mercer e M. Night Shyamalan
Música: James Newton Howard
Fotografia: Tak Fujimoto
Desenho de Produção: Jeannine Claudia Oppewall
Direção de Arte: Anthony Dunne
Figurino: Betsy Heimann
Edição: Conrad Buff IV
Efeitos Especiais: Industrial Light and Magic / CafeFX / The Third Floor / Quantum Creation FX


Elenco

Mark Wahlberg (Elliot Moore)
Zooey Deschanel (Alma Moore)
John Leguizamo (Julian)
Ashlyn Sanchez (Jess)
Betty Buckley (Sra. Jones)
Spencer Breslin (Josh)
Jeremy Strong (Recruta Auster)
Alan Ruck (Diretor)
M. Night Shyamalan (Joey)
Robert Lenzi (Jake)
Edward James Hyland (Prof. Kendall Wallace)
Stephen Singer (Dr. Ross)


Sinopse

Em questão de minutos estranhas mortes ocorrem em várias das principais cidades dos Estados Unidos. Elas coincidem em dois pontos: desafiam a razão e chocam pelo inusitado com que ocorrem. Sem saber o que está ocorrendo, o professor Elliot Moore (Mark Wahlberg) apenas quer encontrar um meio de escapar do misterioso fenômeno. Apesar dele e sua esposa Alma (Zooey Deschanel) estarem em plena crise conjugal, os dois decidem partir para as fazendas da Pensilvania juntamente com Julian (John Leguizamo), um professor amigo de Elliot, e Jess (Ashlyn Sanchez), a filha dele de 8 anos. Lá eles acreditam que estarão a salvo, o que logo se mostra um equívoco.



CRÍTICA


Confesso que começo a escrever esta crítica sem saber ainda em qual categoria do blog encaixar este complexo e subjetivo filme do excelente diretor-produtor-roteirista M. Night Shyamalan. Odiado por várias pessoas e críticos e amado por outros, o grande trunfo ou problema de Fim Dos Tempos é exatamente o fato de ser um filme que mexe com questões muito sensíveis e que geram diferentes e complexas interpretações de todos que sentam na poltrona para apreciá-lo.

Tecnicamente o filme é quase todo rodado em cenas externas, o que dá um sentido interessante de realidade e Shyamalan não abre mão da sua forma morna e distante de conduzir a câmera, além do fato de sempre anunciar a catástrofe com algum sinal, no caso desta fita a presença do vento anuncia a chegada da morte. O elenco é estável, não prejudica e nem abrilhanta a película, fazendo com que comentários sobre suas atuações soem um pouco pedantes ou desncessários.

Dito isto, vamos ao que nos oferece de mais intrigante, que não é sua parte técnica e sim sua parte de construção argumentária, ou seja, seu roteiro, sua história, ou como queiram chamar por aí. O filme não chega a ser apocalíptico, apesar de criar quase uma imagem bem dramática e que beira o fim da humanidade. Na verdade o que é difícil de conceber para muitos é o fato de a natureza possuir domínio sobre o homem e fazer dele o que bem entender; além disso Shyamalan coloca vontade própria na natureza, algo meio animalista e que "namora" com o paganismo, fato que deve ter deixado muita gente perplexa.

Ouvi alguns dizerem também que o filme é ecologista demais, pois eu discordo, pois não consegui enxergar no filme em si uma tentativa de alerta sobre os problemas ambientais, mas sim apenas vagas citações que não compõem o cerne da questão. A verdade, é que Shyamalan trabalha com uma idéia ignorada por muitos e desacreditada pela maioria , que é o fato de sermos dominados por este mundo que nos engloba. A idéia de que essa natureza que julgamos destruir, pode nos dar o troco é uma idéia atormentadora para um ser que se julga tão superior a ponto de acreditar que domina a natureza a seu modo.

A idéia em si não é tão filosófica assim, já que Shyamalan também parte de elementos químicos e biológicos para suportarseu argumento, entretanto é nítido que o principal ponto discutido, é o quanto somos pequenos perante a uma natureza que nos engloba por si mesma e por si só, e nos faz viver por ela e de acordo com ela. A verdade é que o argumento me agradou muito por ser em grande parte muito próximo do que eu acredito como definição de mundo. Com excessão das questões que envolvem a natureza com certa autonomia de ação, como se ela fosse uma ser animado, o filme chega muito perto de uma concepção imanentista de mundo, e atribui à natureza poderes que poderiam facilmente ser interpretados como algo divino.

A questão em si é: por que é tão difícil para as pessoas assimilarem isso? por que é tão complicado a aceitação de um argumento como este? O fato é que segundo algumas visões, Shyamalan não está de todo errado, e com certeza um roteiro como este não foi produzido por um ignorante. Esqueça as derrapadas românticas e sentimentalistas que o roteiro possui e concentre-se apenas em apreciar e interpretar o argumento, pois da mesma forma que eu interpretei de uma forma positiva e válida, para outros esta idéia é simplesmente uma viagem sem fim.

O subjetivismo e a diversidade de interpretações que a fita proporciona provavelmente causou o ódio de alguns e a aclamação de outros; agora fica a pergunta: o quanto estes que não gostaram do filme, não foram afetados por uma idéia que jamais consideraram válida? O filósofo Heráclito dizia que a natureza gosta de se esconder; o ponto então é simplemsente interpretar e compreender, ou você realmente acha que essa natureza de Heráclito ou do próprio Shyamalan vista as entrelinhas é apenas uma árvore ou uma planta?

Fim Dos Tempos ficará na sessão Para pensar duas vezes, afinal não é um filme que agradará a todos, entretanto, acredito piamente que estou cometendo uma injustiça com uma fita que está nitidamente a frente de seu tempo e por isso não consegue se mostrar em toda sua amplitude. Uma pena, pois o filme é bom e mostra mais uma vez toda a genialidade de Shyamalan, que é facilmente um dos melhores fazedores de suspense que o cinema conheceu.


NOTA: 7,0

domingo, 5 de abril de 2009

PLANO 9 DO ESPAÇO SIDERAL

Ficha Técnica

Título Original: Plan 9 from Outer Space
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 79 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1958
Estúdio: Reynolds Pictures, Inc.
Distribuição: Distributors Corporation of America Inc.
Direção: Edward D. Wood Jr.
Roteiro: Edward D. Wood Jr.
Produção: Edward D. Wood Jr.
Música: Bruce Campbell, Wolf Droysen, Trevor Duncan, Franz Mahl, John O'Notes, Van Phillips, Steve Race, Wladimir Selinsky, James Stevens e Gilbert Vinter
Fotografia: William C. Thompson
Figurino: Dick Chaney


Elenco

Gregory Walcott (Capitão Jeff Trent)
Mona McKinnon (Paula Trent)
Duke Moore (Tenente John Harper)
Tom Keene (Coronel Tom Edwards)
Carl Anthony (Patrulheiro Larry)
Paul Marco (Patrulheiro Kelton)
Tor Johnson (Inspetor Daniel Clay)
Dudley Manlove (Eros)
Joanna Lee (Tanna)
Lyle Talbot (General Roberts)
David De Mering (Danny)
Norma McCarthy (Edith)
Bela Lugosi
John Breckinridge
Edward D. Wood Jr.


Sinopse

Uma dupla de alienígenas que estava irritada com as "estúpidas mentes" do planeta Terra faz sua base em um cemitério da Califórnia, pois planejavam através do "Plano 9", que se refere a um eletrodo de longa distância que é colocado nas glândulas pineal e pituitária dos mortos, criar um exército de zumbis que marchassem para conquistar as capitais do mundo. O fato de ressuscitarem só três mortos não os desencoraja. Jeff Trent (Gregory Walcott), um piloto de uma linha aérea que vive perto do cemitério precisa salvar Paula (Mona McKinnon), sua mulher, destes seres.



CRÍTICA


Bom, depois de falar um monte sobre Ed Wood na crítica que eu fiz referente a cinebiografia que Tim Burton fez do mesmo, nada mais justo e informativo do que elaborar um texto sobre algum filme do diretor em questão. Dessa maneira, optei pelo filme que o próprio Ed Wood considerava sua maior obra-prima, que é este Plano 9 Do Espaço Sideral, filme que conta a história de alienígenas que aparecem na Terra com a intenção de transformar mortos em zumbis para formar um exército e assim conquistar o nosso planeta.

Cult por excelência, tanto para fãs de ficção científica ou terror, quanto para cinéfilos, esta película é famosa pelo fato de ter sido considerada a pior de todos os tempos. Se analisarmos este filme através da frieza da técnica pura de se fazer cinema, ele com certeza deve ser mesmo um dos piores de todos os tempos, já que as atuações são horríveis, o argumento é sem sentido, os efeitos especiais de péssimo gosto e a direção de Ed Wood é simplesmente lamentável. Entretanto, este filme não deve ser visto apenas pelo lado técnico, mas sim pelo lado da cinefilia, ou seja, da arte e da paixão de se fazer cinema, pois o filme nada mais é do que a tentativa de um diretor apaixonado em contribuir de forma primorosa, sem pensar em consequências, com a arte que este mesmo tanto ama.

A verdade é que os sentidos demonstrados e as parafernálias que Wood expõe, caracterizam um cinema diferente, já não mais feito atualmente, onde a paixão pelo fazer cinema, deu lugar a paixão por se fazer dinheiro com o cinema, e os efeitos especiais respaldados por roteiros cruéis, enchem as salas de cinema, e fazem com que filmes que possuam uma temática mais cinefilista, caíam no ostracismo, e sejam vistos apenas por fãs, mas aqueles fãs que sabem ver a porcaria técnica que se coloca na tela, mas que entendem a vontade de se produzir, e de se tornar parte.

Wood talvez tenha realmente feito o pior filme de todos os tempos em termos técnicos, mas com certeza aquele que aponta o dedo para humilhá-lo de forma total, não compreende a verdadeira essência do cinema. A arte técnica é superada pela paixão, pela força e obstinação de alguém que não se apega a algo que possa fazê-lo desistir, ele simplesmente o ignora e faz, por pior que seja, ela acredita que aquilo foi e sempre será o que ele poderia ter feito de melhor por este cinema que tanto lhe consumiu a vida.

O filme ainda conta com uma pequena participação de Bela Lugosi, em seu último papel, já que o mesmo morreu pouco antes do início das filmagens, e Wood resolveu acrescentar como homenagem uma cena de Lugosi que o diretor já havia filmado para outro projeto. O elenco logicamente, não reproduz com tanto entusiasmo a paixão de Ed Wood, mas o contágio é visível, já que é nítido que os atores também acreditavam que aquilo se transformaria em um clássico do cinema.

Logicamente, não dá pra encaixar Plano 9 Do Espaço Sideral na sessão Para Ver, a pífia parte técnica não permite isso de forma alguma, todavia, um filme que possui tanto cinema, tanta força e tanta paixão, não pode ser simplesmente colocado ao lado de filmes tão fracos quanto os que fazem parte da sessão Para Passar Longe, desse modo, Plano 9 Do Espaço Sideral, ocupará seu lugar como qualquer outro filme cult, que pode não ser uma unanimidade, nem um clássico indiscutível, mas é um filme para ser visto e apreciado. Caso você opte por assistir Plano 9 Do Espaço Sideral, assista-o com os olhos de fã, mas de um fã apaixonado, por que senão você pode entrar para o time dos que realmente acham este o pior filme de todos os tempos, com isso, será mais um cometendo uma injustiça, por que definitivamente Plano 9 Do Espaço Sideral não é um clássico, mas está muito longe de ser o pior filme de todos os tempos; muito longe.


NOTA: 6,0

QUARTETO FANTÁSTICO


Ficha Técnica

Título Original: Fantastic Four
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 123 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2005
Site Oficial: www.fantasticfourmovie.com
Estúdio: 20th Century Fox / Marvel Enterprises / 1492 Pictures / Constantin Film Produktion GmbH
Distribuição: 20th Century Fox Film Corp.
Direção: Tim Story
Roteiro: Michael France e Mark Frost, baseado nos personagens criados por Jack Kirby e Stan Lee
Produção: Avi Arad, Michael Barnathan, Chris Columbus, Bernd Eichinger e Ralph Winter
Música: John Ottman
Fotografia: Oliver Wood
Desenho de Produção: Bill Boes
Direção de Arte: Shepherd Frankel e Don Macaulay
Figurino: Jose Fernandez e Wendy Partridge
Edição: William Hoy
Efeitos Especiais: Giant Killer Robots / Spectral Motion Inc. / Soho VFX / Hydraulx


Elenco

Ioan Gruffudd (Reed Richards / Sr. Fantástico)
Michael Chiklis (Ben Grimm / Coisa)
Jessica Alba (Susan Storm / Mulher-Invisível)
Chris Evans (Johnny Storm / Tocha Humana)
Julian McMahon (Victor Von Doom / Dr. Destino)
Kerry Washington (Alicia Masters)
Mark S. Allen (Ralph)
Laurie Holden (Debbie)
David Parker (Ernie)
Patrick Stoner (Patrick)
Tony Toscano (Tony)
Douglas Weston (Médico de Victor Von Doom)
Lynnanne Zager (Computador - voz)
Stan Lee (Willy Lumpkin)


Sinopse

Um desastre atinge uma nave espacial, fazendo com que seus quatro tripulantes sofram modificações em seu organismo de forma a ganharem poderes especiais. Reed Richards (Ioan Gruffudd), o líder do grupo, passa a ter a capacidade de esticar seu corpo feito borracha. Sue Storm (Jessica Alba), sua ex-namorada, ganha poderes que a permitem ficar invisível e criar campos de força. Johnny Storm (Chris Evans), irmão de Sue, pode aumentar o calor do seu corpo, enquanto que Ben Grimm (Michael Chiklis) tem seu corpo transformado em pedra e ganha uma força sobre-humana. Ao retornar à Terra após o acidente logo os novos poderes começam a se manifestar, fazendo com que todos tenham que se adaptar a eles e também à condição de celebridades que os poderes lhes trazem.


Premiações

- Recebeu 2 indicações ao MTV Movie Awards, nas categorias de Melhor Herói (Jessica Alba) e Melhor Equipe (Jessica Alba, Ioan Gruffudd, Chris Evans e Michael Chiklis).
- Recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro de Pior Atriz (Jessica Alba).



CRÍTICA


Um desastre em uma nave espacial, faz com que seus tripulantes adquiram poderes especiais, transformando-os no que viriam a chamar de Quarteto Fantástico. A verdade é que de fantástico esse filme não tem é nada. Os filmes de super heróis tem pecado pelo excesso de velocidade que colocam em seus argumentos, ou ainda pela força excessiva que colocam nos efeitos especiais. De certo modo, esses quadrinhos ficaram famosos, por possuírem embasamento e por contarem realmente uma boa história; com começo, meio e fim e boa parte dos filmes baseados em quadrinhos não estão correspondendo a altura de toda essa fama.

Este aqui é um grande exemplo disso; já que o estardalhaço que adornou esta fita foi enorme, e a decepção deve ter vindo com a mesma intensidade, por que não dá para engolir o modo como a fita é conduzida. Uma direção muito veloz, que atropela relações, argumentos e transforma o filme em uma obra de tiro curtíssimo, que passa a todo momento a impressão de que algo ficou mal explicado e que nada aparecerá para tentar acalentar essa sensação. Nada se explica, o filme é um monte de jogados e achados que não se ligam, ou que se ligam por uma linha muito tênue, tênue o suficiente para se quebrar já na próxima cena. Não há encaixe, as coisas vão e voltam e você vai junto e só percebe sentido quando o visual supera o argumentário.

Apesar de muita gente ter gostado, eu vejo que os efeitos especiais são no mínimo de qualidade bem duvidosa, deixando uma sensação de algo mal feito no meio do caminho; junte isso a velocidade com que os argumentos são postos, e a única coisa que Quarteto Fantástico provoca, é a sensação de que foi feito às pressas e sem nenhum cuidado posterior para um melhor aproveitamento de qualquer tipo de qualidade que poderia surgir ali.

Afundando ainda mais a película, quem escolheu o elenco deveria rever todos os conceitos possíveis de boa atuação. Ioan Gruffudd é um nada, uma presença totalmente nula e que não acrescenta em nada no filme, pelo contrário, cria um Sr. Fantástico sem expressão, sem afinidade e totalmente fora do proposto pelo quadrinho. Chris Evans se esforça no papel de Tocha Humana, mas não possui o que seria necessário para uma boa interpretação da personagem, que é o sarcasmo natural de Johnny Storm. Todas as piadas ou gafes cometidas caem em algo forçado e sem graça, tudo isto devido a não adaptação do ator à personagem, o que faz com que Evans tenha sido uma péssima escolha. Jessica Alba está linda como sempre, porém deixa a desejar como quase sempre faz, porém se salva de ser a pior do elenco já seus dois companheiros citados acima a superam. Além disso, Alba é muito jovem para a personagem da Mulher-Invisível, e isso incomoda um pouco no decorrer da história.

Enfim, os filmes baseados em quadrinhos, chegaram para ficar, e assim como todo e qualquer gênero que utilizamos para classificar filmes, produzirá (talvez) algum clássico, alguns ótimos filmes, outros bons, alguns ruins e outros péssimos. Assim sendo, opte por aqueles que acrescentam algo, ou que pelo menos possuíram uma preocupação em criar modelos interessantes e que respeitam a inteligência do espectador, o que não é o caso deste péssimo experimento cinematográfico. E sabe o que é o pior? O pessoal não percebe e faz sequências, ou seja, o tormento ainda não acabou, mas você pode por fim a isso, simplemente não veja e sua vida será muito melhor, a não ser que você esteja precisando de uma boa soneca, ou queira mudar seu humor para brigar com alguém, aí vale a pena, senão é passar raiva, perder dinheiro e tempo sem motivo.


NOTA: 2,5