Ficha Técnica
Título Original: Plan 9 from Outer Space
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 79 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1958
Estúdio: Reynolds Pictures, Inc.
Distribuição: Distributors Corporation of America Inc.
Direção: Edward D. Wood Jr.
Roteiro: Edward D. Wood Jr.
Produção: Edward D. Wood Jr.
Música: Bruce Campbell, Wolf Droysen, Trevor Duncan, Franz Mahl, John O'Notes, Van Phillips, Steve Race, Wladimir Selinsky, James Stevens e Gilbert Vinter
Fotografia: William C. Thompson
Figurino: Dick Chaney
Elenco
Gregory Walcott (Capitão Jeff Trent)
Mona McKinnon (Paula Trent)
Duke Moore (Tenente John Harper)
Tom Keene (Coronel Tom Edwards)
Carl Anthony (Patrulheiro Larry)
Paul Marco (Patrulheiro Kelton)
Tor Johnson (Inspetor Daniel Clay)
Dudley Manlove (Eros)
Joanna Lee (Tanna)
Lyle Talbot (General Roberts)
David De Mering (Danny)
Norma McCarthy (Edith)
Bela Lugosi
John Breckinridge
Edward D. Wood Jr.
Sinopse
Uma dupla de alienígenas que estava irritada com as "estúpidas mentes" do planeta Terra faz sua base em um cemitério da Califórnia, pois planejavam através do "Plano 9", que se refere a um eletrodo de longa distância que é colocado nas glândulas pineal e pituitária dos mortos, criar um exército de zumbis que marchassem para conquistar as capitais do mundo. O fato de ressuscitarem só três mortos não os desencoraja. Jeff Trent (Gregory Walcott), um piloto de uma linha aérea que vive perto do cemitério precisa salvar Paula (Mona McKinnon), sua mulher, destes seres.
CRÍTICA
Bom, depois de falar um monte sobre Ed Wood na crítica que eu fiz referente a cinebiografia que Tim Burton fez do mesmo, nada mais justo e informativo do que elaborar um texto sobre algum filme do diretor em questão. Dessa maneira, optei pelo filme que o próprio Ed Wood considerava sua maior obra-prima, que é este Plano 9 Do Espaço Sideral, filme que conta a história de alienígenas que aparecem na Terra com a intenção de transformar mortos em zumbis para formar um exército e assim conquistar o nosso planeta.
Cult por excelência, tanto para fãs de ficção científica ou terror, quanto para cinéfilos, esta película é famosa pelo fato de ter sido considerada a pior de todos os tempos. Se analisarmos este filme através da frieza da técnica pura de se fazer cinema, ele com certeza deve ser mesmo um dos piores de todos os tempos, já que as atuações são horríveis, o argumento é sem sentido, os efeitos especiais de péssimo gosto e a direção de Ed Wood é simplesmente lamentável. Entretanto, este filme não deve ser visto apenas pelo lado técnico, mas sim pelo lado da cinefilia, ou seja, da arte e da paixão de se fazer cinema, pois o filme nada mais é do que a tentativa de um diretor apaixonado em contribuir de forma primorosa, sem pensar em consequências, com a arte que este mesmo tanto ama.
A verdade é que os sentidos demonstrados e as parafernálias que Wood expõe, caracterizam um cinema diferente, já não mais feito atualmente, onde a paixão pelo fazer cinema, deu lugar a paixão por se fazer dinheiro com o cinema, e os efeitos especiais respaldados por roteiros cruéis, enchem as salas de cinema, e fazem com que filmes que possuam uma temática mais cinefilista, caíam no ostracismo, e sejam vistos apenas por fãs, mas aqueles fãs que sabem ver a porcaria técnica que se coloca na tela, mas que entendem a vontade de se produzir, e de se tornar parte.
Wood talvez tenha realmente feito o pior filme de todos os tempos em termos técnicos, mas com certeza aquele que aponta o dedo para humilhá-lo de forma total, não compreende a verdadeira essência do cinema. A arte técnica é superada pela paixão, pela força e obstinação de alguém que não se apega a algo que possa fazê-lo desistir, ele simplesmente o ignora e faz, por pior que seja, ela acredita que aquilo foi e sempre será o que ele poderia ter feito de melhor por este cinema que tanto lhe consumiu a vida.
O filme ainda conta com uma pequena participação de Bela Lugosi, em seu último papel, já que o mesmo morreu pouco antes do início das filmagens, e Wood resolveu acrescentar como homenagem uma cena de Lugosi que o diretor já havia filmado para outro projeto. O elenco logicamente, não reproduz com tanto entusiasmo a paixão de Ed Wood, mas o contágio é visível, já que é nítido que os atores também acreditavam que aquilo se transformaria em um clássico do cinema.
Logicamente, não dá pra encaixar Plano 9 Do Espaço Sideral na sessão Para Ver, a pífia parte técnica não permite isso de forma alguma, todavia, um filme que possui tanto cinema, tanta força e tanta paixão, não pode ser simplesmente colocado ao lado de filmes tão fracos quanto os que fazem parte da sessão Para Passar Longe, desse modo, Plano 9 Do Espaço Sideral, ocupará seu lugar como qualquer outro filme cult, que pode não ser uma unanimidade, nem um clássico indiscutível, mas é um filme para ser visto e apreciado. Caso você opte por assistir Plano 9 Do Espaço Sideral, assista-o com os olhos de fã, mas de um fã apaixonado, por que senão você pode entrar para o time dos que realmente acham este o pior filme de todos os tempos, com isso, será mais um cometendo uma injustiça, por que definitivamente Plano 9 Do Espaço Sideral não é um clássico, mas está muito longe de ser o pior filme de todos os tempos; muito longe.
NOTA: 6,0
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