É com grande orgulho que posso dizer-me, atualmente, uma apreciadora de um bom cinema. Posso dizer que aprecio o melhor cinema, em qualquer aspecto. Afinal, negar as qualidades óbvias, como diria Aristóteles, seria falsa modéstia, e felizmente não nego que o Cinema Nórdico posssui os melhores filmes, em quaisquer dimensões. É claro que não seria sincero de minha parte não reconhecer e assumir que existem excelentes filmes fora do tipo de cinema tratado nesse post, e não assumir também que gosto de alguns filmes que não são tão bons, cinematograficamente falando. Porém, tenho argumentos de sobra (além de bons exmplos) para dar meus méritos ao Cinema Nórdico.
A região nórdica da Europa é composta por países como a Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e a Suécia. Mas no que diz respeito ao cinema, destaques para o primeiro e o último dos países aqui citados. O povo nórdico é considerado um dos mais frios, porém, considero-os os que têm mais tato para lidar com sensações, pensamentos, sentimentos e relações humanas. Ora, para os admirados do gênero drama, assim como eu, aqui se encontram os melhores da espécime. Este é o tipo de cinema que consegue mexer com qualquer espectador, seja chocando, sensibilizando, enfim, a indiferença não é comum existir ao assistir tais filmes. Pode ser que em questão de efeitos especiais/tecnologia, os nórdicos não são nem um pouco adeptos ou bons, mas a despeito do que realmente importa em um filme, o tripé roteiro-atuação-direção, como diria Pablo, são pioneiros e possivelmente os que mais contribuíram ao cinema. Tais afirmações podem ser comprovadas ao pegarmos filmes (irei me ater somente a eles) de dois dos mais geniosos diretores de cinema: o sueco Ingmar Bergman (1918 - 2007) e o dinamarquês Lars von Trier (1956 - ainda vivo).
Ingmar Bergman
Sem dúvida alguma, irei atribuir um dos filmes mais complexos e brilhantes que há na história do cinema à Ingmar Bergman: Persona. Começando pela direção, o filme é tecnicamente perfeito, deixando-nos uma das cenas mais marcantes do cinema: a junção das faces das protagonistas. O filme é fortemente marcado pelo roteiro, onde a questão existencial e as questões sociais são tão bem tratadas que em nenhum momento caem em devaneios desnecessários, além das atuações incríveis, caracterizada pelo monólogo de uma das personagens e as marcantes expressões da outra. Ao lado, Bibi Anderson interpretando a enfermeira Alma, que lhe rendeu dois pêmios de melhor atriz (Guldbagge Awards e National Society of Film Critics Awards) e Liv Ullmann como a perturbada atriz Elisabeth Vogler. Filmes de Bergman que recomendo: O Sétimo Selo (1956) e O Olho do Diabo (1960).
Lars von Trier
Cinco filmes que assisti do diretor dinamarquês, foram suficientes para me dar conta de que quando estou assistindo-os, estou diante de um dos melhores diretores da atualidade. O diretor é extremamente pessimista, o que faz com que seus filmes sejam para poucos: nem todos gostam ou até mesmo conseguem assistir até o final. Quem já assistiu Dance in the Dark (2000) e Antichrist (2009) irá concordar comigo. O último filme que assiti de Lars von Trier, foi Antichrist, que me deixou extremamente perturbarda por um bom tempo. O filme é dividido em prólogo, que aliás é um dos inícios de filme mais bonitos que já vi, provavelmente, três capítulos (Luto, Dor e Desespero) e epílogo. O filme é inteiro explícito (em todos aspectos possíveis), ao mesmo tempo em que a plástica, a fotografia dele é bela, aparecem cenas chocantes, o que causa de certo modo, uma agressão ao espectador, o filme é quase insano. O roteiro enigmático e dificil dá um ar mais pesado ainda ao filme, aliás, é a estrutura chocante do filme acompanhado de imagens, como supracitado chocantes, que fez com que a película fosse recebida com vaias em Cannes. Filmes que recomendo de Lars von Trier (além dos já citados): Dogville (2003), Europa (1991), e Ondas do Destino (1996).
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