PARTE II
LARANJA MECÂNICA
LARANJA MECÂNICA
LIVRO: ANTHONY BURGESS - 1962
FILME: STANLEY KUBRICK - 1971
Enquanto o filme de Stanley Kubrick é um dos maiores e mais polêmicos clássicos da história do cinema; o livro de Anthony Burgess apesar de ser um livro interessante, e para alguns, revolucionário e até mesmo brilhante, não possui, em minha opinião a mesma força e o mesmo brilho do filme e acredito que os motivos sejam dois: primeiro a genialidade de Kubrick, e em segundo aspecto culpo o fato de que todo o aparato do livro, o sofrimento dos personagens e tudo o mais, funciona muito mais em imagens objetivas do que em representações subjetivas; ou seja, o filme passa apenas uma imagem e direciona melhor a pulsão do tema, enquanto que o livro por gerar representações abstratas com as palavras não consegue definir e nem direcionar bem o espectador.
Kubrick consegue transformar um romance escrito de forma dura, em alguns momentos até aberta demais em um trabalho conciso e contundente. A linguagem peculiar do filme e os movimentos do mesmo, por mais que estejam presentes no livro, possuem muito mais impulso, e o talento de Kubrick com as imagens, faz com que a linguagem peculiar e nova não interfira no rendimento e no andamento do filme, ao contrário do livro, em que as palavras próprias do dialeto da gangue do personagem Alex, interferem no andamento do livro, fazendo com que o leitor ou decore o significado das palavras (que em alguns casos aparece poucas vezes no livro), ou fique consultando a todo o momento o vocabulário no final, algo que eu pelo menos, acho extremamente irritante.
O livro possui grandes momentos, mas não consegue suportar o brilhantismo de Kubrick e por mais que seja um bom livro, seus defeitos ficam escancarados quando comparado com a obra cinematográfica, mas é até injusto culpar Burgess, afinal quantos seres humanos no mundo conseguiriam gerar livros que Kubrick não adaptaria em melhor forma?
NOTA LIVRO: 7,0
NOTA FILME: 10,0
Nenhum comentário:
Postar um comentário