“Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por compreendê-las.” (Baruch de Espinosa)
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quinta-feira, 30 de julho de 2009
A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE
Título Original: Charlie and the Chocolate Factory
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 106 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2005
Site Oficial: wwws.br.warnerbros.com/movies/chocolatefactory
Estúdio: Warner Bros. / Village Roadshow Pictures / The Zanuck Company / Plan B Entertainment
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August, baseado em livro de Roald Dahl
Produção: Brad Grey e Richard D. Zanuck
Música: Gardner DeAguiar, Jesse Shaternick, Manuel Ignacio, Danny Elfman e RaVani Flood
Fotografia: Philippe Rousselot
Desenho de Produção: Alex McDowell
Direção de Arte: François Audouy, Sean Haworth, James Lewis, Andy Nicholson, Kevin Phipps, Stuart Rose e Leslie Tomkins
Figurino: Gabriella Pescucci
Edição: Chris Lebenzon
Efeitos Especiais: Digital Domain / Framestore CFC / Neal Scanlan Studio / The Moving Picture Company / Cinesite Ltd.
Elenco
Johnny Depp (Willy Wonka)
Freddie Highmore (Charlie Bucket)
David Kelly (Vovô Joe)
Helena Bonham Carter (Sra. Bucket)
Noah Taylor (Sr. Bucket)
Missi Pyle (Sra. Beauregarde)
James Fox (Sr. Salt)
Deep Roy (Oompa Loompa)
Christopher Lee (Dr. Wonka)
Adam Godley (Sr. Teavee)
Franziska Troegner (Sra. Gloop)
AnnaSophia Robb (Violet Beauregarde)
Julia Winter (Veruca Salt)
Jordon Fry (Mike Teavee)
Philip Wiegratz (Augustus Gloop)
Liz Smith (Vovó Georgina)
Eileen Essell (Vovó Josephine)
Nitin Chandra Ganatra (Príncipe Pondicherry)
Shelley Conn (Princesa Pondicherry)
Chris Cresswell (Prodnose)
Philip Philmar (Slugworth)
Harry Taylor (Sr. Gloop)
Francesca Hunt (Sra. Salt)
Sinopse
Willy Wonka (Johnny Depp) é o excêntrico dono da maior fábrica de doces do planeta, que decide realizar um concurso mundial para escolher um herdeiro para seu império. Cinco crianças de sorte, entre elas Charlie Bucket (Freddie Highmore), encontram um convite dourado em barras de chocolate Wonka e com isso ganham uma visita guiada pela lendária fábrica de chocolate, que não era visitada por ninguém há 15 anos. Encantado com as maravilhas da fábrica, Charlie fica cada vez mais fascinado com a visita.
Premiações
- Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Figurino.
- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator - Comédia/Musical (Johnny Depp).
- Recebeu 4 indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Produção, Melhor Figurino e Melhores Efeitos Especiais.
- Recebeu uma indicação ao Grammy de Melhor Canção - Filme ("Wonka's Welcome Song").
CRÍTICA
Esta refilmagem do clássico de Mel Stuart de 1.971, veio a me provar três coisas. Primeiro, que o cinema de fantasia realmente está saturado; segundo, que o excesso de tecnologia e efeitos especiais é uma faca de dois gumes, e que quando mal utilizados arrebentam com a fita toda; e por último, porém não menos importante, que Tim Burton não sabe fazer refilmagens.Vamos agora dedicar um parágrafo para tentar explanar minha defesa acerca de cada um dos três pontos citados acima, e que fizeram com que esta nova versão de A Fantástica Fábrica De Chocolate tenha sido uma grande fiasco.
Primeiramente, o clichê começa a imperar até mesmo em minhas críticas, já que os filmes deste gênero são tão iguais que não se consegue mais nem encontrar defeitos diferentes entre eles, já que eles pecam nas mesmas coisas. O excesso de situações mal explicadas, o apoio em personagens caracterizados única e exclusivamente por um caráter de utilidade para a resolução de algo, coisas coloridas e bonitas e ao mesmo tempo inexistentes, tudo está ali como em qualquer filme que se proponha a nomear-se como "fantasioso".
Contudo, você leitor deve estar se perguntando, mas esta fita não é uma refilmagem? Então o que faz com que a antiga não seja ruim e esta seja? De certo modo, a própria pergunta nos gera uma resposta. Não tem nada a ver com nostalgia ou coisa do tipo; a verdade é que o fato de Mel Stuart não contar com tantos aparatos "modernos" quanto Tim Burton, faz com que a versão original soe muito mais verdadeira e sincera, dando ênfase muito mais ao caráter humano dos personagens e das situações, do que ao caráter de magia envolvido nos momentos que se passam ao longo do filme.
Assim sendo, entramos em nosso segundo ponto, já que Burton pecou demais no uso dos efeitos. Os Oompa-Loompas , personagens extremamente marcantes no filme original, são simplesmente ridículos, e toda a parte de cenografia e montagem, aliada a esta utilização dos efeitos especiais não se encontra e deixa tudo muito superficial. Até mesmo a direção de arte, que sempre marca pela sublime qualidade nas obras de Burton, está exagerada e muitas vezes podemos dizer até um pouco deslocada de todo o aparato técnico restante. A verdade, é que Burton e suas parafernálias tiraram o que A Fantástica Fábrica De Chocolate tinha de melhor, que era sua forma humana de relatar a fantasia, invertendo descaradamente o quadro, ou seja, é a fantasia que explica o que há de humano nas pessoas.
O terceiro ponto, é a dificuldade que Burton encontra em realizar refilmagens. Se quando trabalha por si só, Burton realmente é um grande diretor, quando se aventura pelas montanhas das refilmagens, parece que o diretor não consegue encaixar seu toque pessoal de uma forma que acrescente aos filmes e não os estrague. Assim como em Planeta Dos Macacos, Burton erra demais e faz uma fita muito abaixo do seu talento e capacidade, e principalmente, muito abaixo das originais.
O elenco de crianças acompanha a superficialidade das ações e não cativa em momento algum. Depp como Willy Wonka exagera, e os trejeitos que ele utiliza não combinam com o personagem, e em alguns momentos sua interpretação soa até um pouco andrógina (sem caráter pejorativo na questão), passando de algo modesto para um caráter insinuante, que beira um sexualismo que pode gerar sensações no mínimo esquisitas no espectador. A verdade é que só existe um Willy Wonka na história do cinema, e este não é Depp e sim Gene Wilder.
Um deslize de Burton, que logicamente, não quebra e nem destrói sua reputação de grande diretor. Talvez refilmagens não seja o seu forte e ponto e ele deva se dedicar mais ao que faz tão bem, que são filmes que ainda não foram feitos, hehehehe. A fita é bem ruim, e só chegue perto dela, se na locadora em que você frequenta, esta versão estiver ao lado da original. Mas não vá se enganar, por que se você levar esta para casa , ao invés da versão de 1.971 se arrependerá bastante, e lembre-se sempre que locadoras não devolvem o dinheiro do cliente por insatisfação com o produto, ou seja, abra o olho e se delicie com um bom filme como é a versão de Mel Stuart.
NOTA: 3,5
segunda-feira, 27 de julho de 2009
OS 10 MAIORES PERSONAGENS DA HISTÓRIA DO CINEMA!
9 - CARLITOS
O cinema dificilmente seria o que é hoje, sem a existência do gênio Charles Chaplin e do tão querido e engraçado Carlitos, que tão bem mostrou toda a primazia de uma época mágica para o cinema. Como poderia deixar de fora o primeiro grande ícone da comédia e por que não do próprio cinema?
8 - DECKARD
Para todo fã de cinema futurista, com boas pitadas de humor e ação, Deckard de Blade Runner provavelmente seria o primeiro colocado desta lista. Interpretado de forma única e precisa pelo fantástico Harrison Ford, o Caçador De Andróides do com certeza está cravado na mente da maioria dos fãs de cinema.7 - ARAGORN Os fãs que me perdoem, mas como pode um ser criado por computador ser o personagem mais marcante de uma trilogia tão pomposa como O Senhor Dos Anéis? Com certeza o Aragorn de Viggo Mortensen é o que mais se destaca e o que ficará por mais tempo na memória dos fãs.
6 - JACK TORRANCE
Muito mais pela interpretação de Nicholson do que pelo personagem em si. A verdade é que dificilmente alguém assiste a O Iluminado de Kubrick e consegue esquecer a paranóia e a fisionomia de Torrance. Um dos grandes momentos do cinema quando o assunto é interpretação e construção de personagem; tudo isso graças ao grande Jack Nicholson.
5 - JASON VOORHEES
Com certeza a escolha mais pessoal da lista, hehehehe. O maior assassino da história do cinema entra na quinta posição com toda a calma e frieza que carrega como marca registrada. O maior ícone do cinema de terror de todos os tempos, que aparece na série de filmes Sexta-Feira 13, é com certeza também, um dos mais célebres personagens deste mesmo cinema.
4 - INDIANA JONES
O arqueólogo e aventureiro vivido por Harrison Ford (ele denovo, hehehe), é tão conhecido, que até mesmo aqueles que nunca assistiram a qualquer um de seus quatro filmes consegue descrevê-lo perfeitamente. O único problema é que já está na hora de deixá-lo em paz, afinal Harrison Ford já não é mais o mesmo de vinte anos atrás.
3 - VITO CORLEONE
Seu nome e a atuação de Marlon Brando respondem e justificam por si só a presença do mafioso Dom Corleone na lista. Marcante como poucos, a presença de Vito dos filmes da série O Poderoso Chefão é obrigatória, e com certeza, este é um pesonagem que entraria na lista de grande parte dos fãs de cinema.
2 - HANNIBAL LECTER
Difícil definir toda a maestria e grandeza de Hopkins ao criar o sádico e monstruoso (em todos os sentidos) canibal Hannibal Lecter dos filmes O Silêncios Dos Inocentes, Hannibal e Dragão Vermelho. Para muitos a maior atuação da história do cinema, para mim, uma intepretação digna da medalha de prata desta pequena eleição.
1 - DARTH VADER Bom, essa era fácil. Qualquer pessoa que tenha convivido comigo por mais de uma hora em sua vida saberia qual personagem ocuparia a primeira posição desta eleição. Interpretado pelo halterofilista David Prowse, com a voz de James Earl Jones, Darth Vader com certeza é o maior personagem da história do cinema (e eu não aceito discutir sobre isso, hehehehe). Tudo é marcante, desde sua roupa (ou armadura como queiram), até sua voz, respiração, o modo de falar; elementos que transformaram Vader em um ser atemporal e único. Em algo tão marcante como a saga Guerra Nas Estrelas, Darth Vader consegue se sobressair aos outros, e ganhar com folga a medalha de ouro deste eleição. E não tem nada de robô preto não.
ANTES DE PARTIR
Título Original: The Bucket List
Gênero: Comédia Dramática
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.antesdepartir.com.br
Estúdio: Storyline Entertainment / Zadan/Meron / Two Ton Films
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Justin Zackham
Produção: Alan Greisman, Neil Meron, Rob Reiner e Craig Zadan
Música: Marc Shaiman
Fotografia: John Schwartzman
Desenho de Produção: Bill Brzeski
Direção de Arte: Jay Pelissier
Figurino: Molly Maginnis
Edição: Robert Leighton
Efeitos Especiais: Ring of Fire Studios
Elenco
Jack Nicholson (Edward Cole)
Morgan Freeman (Carter Chambers)
Sean Hayes (Thomas)
Beverly Todd (Virginia Chambers)
Rob Morrow (Dr. Hollins)
Alfonso Freeman (Roger Chambers)
Rowena King (Angelica)
Annton Berry Jr. (Kai)
Verda Bridges (Shandra)
Destiny Brownridge (Maya)
Brian Copeland (Lee)
Ian Anthony Dale (Instrutor)
Sinopse
Carter Chambers (Morgan Freeman) é um homem casado, que há 46 anos trabalha como mecânico. Submetido a um tratamento experimental para combater o câncer, ele se sente mal no trabalho e com isso é internado em um hospital. Logo passa a ter como companheiro de quarto Edward Cole (Jack Nicholson), um rico empresário que é dono do próprio hospital. Edward deseja ter um quarto só para si mas, como sempre pregou que em seus hospitais todo quarto precisa ter dois leitos para que seja viável financeiramente, não pode ter seu desejo atendido pois isto afetaria a imagem de seus negócios. Edward também está com câncer e, após ser operado, descobre que tem poucos meses de vida. O mesmo acontece com Carter, que decide escrever a "lista da bota", algo que seu professor de filosofia na faculdade passou como trabalho muitas décadas atrás. A lista consiste em desejos que Carter deseja realizar antes de morrer. Ao tomar conhecimento dela Edward propõe que eles a realizem, o que faz com que ambos viagem pelo mundo para aproveitar seus últimos meses de vida.
CRÍTICA
O encontro de dois dos maiores astros de Hollywood propicia um drama com toques de comédia, muito instável, irregular, porém sensível e que ao seu modo tenta mostrar como a realização em vida pode ser alcançada, não importa a idade ou qualquer outra coisa, mas apenas o querer, como ponto de partida e de chegada, e que este mesmo querer é quem determina o sucesso ou o fracasso da ação.
É interessante notar, como o principal argumento do filme é bem desenvolvido pelo roteiro. A máxima " o que importa não é a saída ou a chegada, mas sim a travessia", perdura pelo filme todo como um relógio cuco martelando na cabeça do espectador. Em nenhum momento o roteiro, ou o diretor Rob Reiner permite que o espectador sequer abandone essa máxima, ou simplesmente pense o contrário; assim sendo, o único problema do roteiro, não é no seu coração, mas sim nas extremidades, ou seja, naquilo que não é tão importante para o argumento central, mas que é importante para o filme como um todo.
Algumas situações são muito fortes, elevando este "fortes", a um sentido de coisa que poderia ter sido evitada. O excesso de sentimentalismo que Reiner apresenta em algumas fitas suas, principalmente nos seus últimos trabalhos como Dizem por Aí..., e A História De Nós Dois, encontra aqui outro representante. A direção não é ruim, entretanto, Reiner desliza nos momentos em que precisa dosar as emoções propostas pelo roteiro, fazendo com que algumas momentos soem mais dramáticos que o necessário, e outros menos que o necessário; entretanto, nas partes mais ativas do filme, ou seja, nas partes em que a comédia entra em cena, e o drama fica um pouco de lado, Reiner mostra todo o seu talento, e aí não temos nenhum problema, seja na maneira de condução ou mesmo na de imposição de seu trabalho.
O grande trunfo do filme, e consequentemente seu grande barato, é com certeza, ver dois dos maiores astros do cinema, no caso Morgan Freeman e Jack Nicholson atuando juntos, em quase todas as cenas. O filme é todo deles e para eles, em alguns momentos Reiner coloca tanto sentimento nas situações, que a fita chega a parecer uma homenagem a estes dois gigantes ( o que venhamos e convenhamos seria algo bem justo). Não querendo ser chato, mas já sendo, Antes De Partir, está muito longe de ser uma atuação de gala de qualquer um dos dois, mas talvez seja uma das mais sinceras, já que ambos estão muito à vontade ao longo de toda a fita, e tanto um quanto o outro, demonstra um domínio, uma paixão e uma felicidade por estar ali que contagia o espectador.
O restante dos aparatos do filme, ficam naquele em cima muro típico de um filme que tem qualidades e defeitos bem visíveis, e que não se tornará nem clássico e nem cult, o que leva este que vos fala a afirmar que em alguns anos, Antes De Partir se tornará uma fita perdida no tempo. De modo geral, Antes De Partir, é um filme médio, que diverte como comédia, mas que desliza em alguns momentos como drama.
Vale uma olhadinha pelas atuações até certo modo "brincalhonas" de Freeman e Nicholson, afinal, estes dois nomes sim deveriam levar milhares de pessoas ao cinema, além disso, o filme é sim um bom passatempo, mas não mais do que isso. Para um diretor que deliciou cinéfilos com fitas como Conta Comigo, Harry e Sally - Feitos Um Para O Outro, A Princesa Prometida e que produziu clássicos como Louca Obssessão e o genial Isto É Spinal Tap, Antes De Partir se mostra simples e ingênuo demais, e com erros até certo modos "bobos" do diretor. Está bem longe de se enquadrar em uma perda de tempo, mas colocá-lo na sessão Para Ver seria um certo exagero.
NOTA: 6,5
sexta-feira, 24 de julho de 2009
PORKY´S - A CASA DO AMOR E DO RISO
Título Original: Porky's
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento (Canadá): 1981
Estúdio: Melvin Simon Productions / Astral Bellevue Pathé
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Bob Clark
Roteiro: Bob Clark
Produção: Don Carmody e Bob Clark
Música: Paul Zaza e Carl Zittrer
Fotografia: Reginald H. Morris
Desenho de Produção: Reuben Freed
Figurino: Mary E. McLeod e Larry S. Wells
Edição: Stan Cole
Elenco
Dan Monahan (Pee Wee Morris)
Mark Herrier (Billy)
Wyatt Knight (Tommy Turner)
Roger Wilson (Mickey Jarvis)
Cyril O'Reilly (Tim Cavanaugh)
Tony Ganios (Meat Tuperello)
Kaki Hunter (Wendy Williams)
Kim Cattrall (Srta. Honeywell)
Nancy Parsons (Beulah Balbricker)
Scott Colomby (Brian Schwartz)
Boyd Gaines (Técnico Roy Brackett)
Doug McGrath (Técnico Fred Warren)
Susan Clark (Cherry Forever)
Art Hindle (Ted Jarvis)
Wayne Maunder (Cavanaugh)
Alex Karras (Xerife Wallace)
Chuck Mitchell (Porky Wallace)
Sinopse
No sul da Flórida, em 1954, Pee Wee (Dan Monahan), Billy (Mark Herrier), Tommy (Wyatt Knight) e Mickey (Roger Wilson) têm de enfrentar quatro dolorosos anos na Angel Beach High School. Mas as atividades escolares e esportivas estão em segundo plano, pois o principal interesse deles é sexo. Assim, a vida deles consiste principalmente em observar as garotas no chuveiro e transformar em um inferno a vida dos seus professores, mas são sempre perseguidos por Beulah Balbricker (Nancy Parsons), a professora de ginástica. Acabam indo ao Porky's, um misto de cabaré e bordel onde o dono (Chuck Mitchell) arrumará uma prostituta por um preço razoável. Mas Porky pega o dinheiro deles e os joga em um pântano, com os jovens prometendo se vingar. Mas isto não é fácil, pois o xerife Wallace (Alex Karras) é irmão de Porky e só esquecendo suas diferenças pessoais (um deles é judeu, mas não é totalmente aceito) eles poderão derrotar Porky e sua gangue.
CRÍTICA
Para alguns , uma das melhores comédias que já foram feitas ao longo da história do cinema, para outros a porta de entrada para as várias comédias adolescentes que invadiriam nossos cinemas ao longo das décadas de 80 e principalmente 90, e ainda para outros, um modo baixo, cru e sem sentido de se mostrar os problemas e minúcias da perturbada adolescência estadounidense dos anos 50. Em suma, Porky´s na verdade seria um pouco de cada um desses três pontos citados acima.
Porky´s é cult, isso é inegável. Tem fãs por todas as partes e até hoje ostenta seu caráter de precursor de um dos mais controversos e apreciados gêneros do cinema, que é a comédia para adolescentes. Particularmente, não sou lá um grande fã de Porky´s, e acredito que entre as comédias de adolescente consideradas mais clássicas, como Picardias Estudantis, Curtindo A Vida Adoidado e até mesmo American Grafitti - Loucuras De Verão, àquela que se faz alvo de nosso texto seja a mais fraca de todas. Entretanto, faz-se necessário, a realização de certa dose de justiça, já que Porky´s inseriu vários elementos no que envolve o gênero da comédia em si, como o fato de as ações envolverem não apenas alunos, mas sim professores, pais, e todo o universo envolto aos adolescentes, e contribuiu para a formação de um gênero.
Da mesma forma que podemos afirmar com força que Porky´s é precursor de um gênero, podemos afirmar, que ele está longe de ser um filme perfeito. A fita tem problemas de roteiro; isso inclui alguns buracos, algumas situações muito forçadas e outras desnecessárias, o que fazem com que Porky´s se perca em alguns momentos. O elenco em si, não é lá dos melhores, principalmente o feminino, e alguns personagens se tornam exagerados devido ao pouco respaldo do roteiro e atuações duvidosas. A edição do filme é extremamente veloz, exageradamente veloz, e a direção acompanha esse ritmo, tentando criar o frénesi muito mais pela técnica de filmagem do que pela própria ação do filme no espectador.
Por outro lado, existem ótimas tiradas, e alguns elementos bem interessantes, como a obsessão do jovem em se vingar do cafetão dono do bordel que dá nome ao filme, a relação de preconceito entre dois dos outros jovens e outros elementos menos importantes, mas que contribuem para que Porky´s tenha lá os seus méritos. A verdade é que Porky´s possui carisma e é cativante, e são exatamente estes dois fatores que fazem com que o filme tenha tanto público, já que nos aspectos técnicos e artísticos o filme perde muito.
O interessante de notar em Porky´s, é que o filme vai contra a corrente, quando ( por ou sem querer), escala um elenco de jovens que de certo modo, mesmo para os padrões de beleza dos anos 50, são bem "feios" por assim dizer, ao contrário do que vemos atualmente neste tipo de filme, onde a beleza do elenco é essencial. Admito que este aspecto é um ponto positivo para Porky´s, já que as pessoas não gostam da fita por que este ou aquele ator (ou atriz) possuem muito mais beleza do que talento.
Porky´s é irregular, vai agradar a muitos e desagradar com a mesma proporção, e o fato de ser cult não o salva de fica na sessão intermediária do blog. Todos os clichês do gênero você vai encontrar aqui, mas é lógico, que quando Porky´s foi rodado estes pontos não haviam se tornado clichês; sendo assim, você vai encontrar jovens desesperados por sexo, adolescentes enchendo a cara por nada e colhendo péssimos resultados por isso, brigas por nada e uma linguagem bem acessível, dessa forma, se estes aspectos lhe agradam e lhe fazem gastar seu dinheiro, vá sem medo, pois Porky´s é um dos melhore investimentos possíveis no que diz respeito a comédias de adolescente, agora se você é do tipo que repugna este tipo de filme, e que acha este tipo de ação, a expressão de uma juventude decadente e de comportamento selvagem, passe longe, pois Porky´s não foi feito pra você. Engraçada a fita é, mas nem todos apreciam este tipo de comédia, devido a isto, Porky´s acrescenta número à sessão Para Pensar Duas Vezes
NOTA: 6,0
sábado, 18 de julho de 2009
PRIMAVERA PARA HITLER
Título Original: The Producers
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 88 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1968
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer / Crossbow Productions / AVCO Embassy Pictures / Springtime Productions / Universal Marion Corporation
Distribuição: Embassy Pictures Corporation / AVCO Embassy Pictures
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Mel Brooks
Produção: Sidney Glazier
Música: John Morris
Fotografia: Joseph F. Coffey
Desenho de Produção: Charles Rosen
Figurino: Gene Coffin
Edição: Ralph Rosenblum
Efeitos Especiais: Creative Opticals Inc.
Elenco
Zero Mostel (Max Bialystock)
Gene Wilder (Leo Bloom)
Kenneth Mars (Franz Liebkind)
Estelle Winwood ("Hold me, touch me")
Renée Taylor (Eva Braun)
Christopher Hewitt (Roger De Bris)
Lee Meredith (Ulla)
Andréas Voutsinas (Carmen Giya)
William Hickey (Bêbado)
David Patch (Dr. Goebbels)
Dick Shawn (L.S.D.)
Mel Brooks (Cantor em "Primavera para Hitler")
Sinopse
Max Bialystock (Zero Mostel) é um produtor teatral em uma maré de má sorte, que namora mulheres idosas com dinheiro para conseguir financiamento para suas novas peças. Entretanto, Max realmente acredita ter descoberto uma grande jogada quando conhece Leo Bloom (Gene Wilder), um contador que ao conversar com ele expõe a tese de que um fracasso pode ser mais lucrativo que um sucesso, bastando que se venda o espetáculo para diversas pessoas e fazer de tudo para que ele seja um retumbante fracasso, com sua temporada durando apenas um dia, pois assim não existirá lucro e todo o dinheiro que foi investido irá parar no bolso daquele que vendeu os direitos da peça. Após uma certa relutância, Leo se une a Max para montarem o pior musical que a Broadway já viu: "Primavera para Hitler".
Premiações
- Ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Gene Wilder).
- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Comédia/Musical (Zero Mostel) e Melhor Roteiro.
CRÍTICA
Segunda aparição do diretor-ator-produtor e roteirista Mel Brooks aqui no blog. Se na primeira vez, Brooks recebeu minha atenção para um filme pouquíssimo conhecido e que possuía uma qualidade cativante, porém questionada por alguns, nesta segunda vez, os elementos se diferenciarão um pouco. Isto se deve ao fato de que, Primavera Para Hitler é facilmente o mais clássico de seus filmes e divide com o pseudo-western Banzé No Oeste, as honras de melhor obra do já citado Brooks segundo a crítica e normalmente segundo os fãs também. Eu particularmente aprecio demais a fita História Do Mundo - Parte I, mas admito e afirmo com veemência que Primavera Para Hitler é a maior obra de Brooks.
Possuir a percepção citada acima sobre o caráter maior da fita na filmografia do diretor, é uma tarefa de certo modo até fácil para qualquer espectador que possua sagacidade e conhecimento suficiente para adentrar em todo o carisma e classe que esta fita possui, mas que em sua grande parte não demonstra, devido ao jeito simples e intrínseco com que Brooks conduz as cenas, propiciando aquele clássico humor que se encontra muito mais nas entrelinhas das situações, do que na face crua destas mesmas situações.
A história de um produtor de teatro picareta e financeiramente quebrado, que se aproveita de velhinhas para conseguir dinheiro para sua peças, e que se encontra com um corrupto e lento contador, fazendo com que juntos, os dois tenham uma das maiores idéias da história do cinema e que está presente em um filme. A idéia de se fazer uma peça ruim, e tirar proveito de um fracasso, é quase que uma auto biografia da vida dos dois protagonistas da fita, que não conseguem em momento algum tirar o fracasso evidente de suas vidas, das ações que praticam, chegando ao extremo, de encontrar nesse fracasso a única saída para vencer o mesmo.
A originalidade do roteiro ( premiada com um merecido Oscar), é com certeza o ponto mais alto desta cativante e clássica comédia. Os diálogos escritos por Brooks nunca estiveram tão afiados, e nunca foram tão ao cerne da questão de uma forma tão cruel e ao mesmo bonita como nesta fita. A direção é bem tranquila, e se torna totalmente competente, no momento em que Brooks acompanha de uma forma bem calma o desenrolar das coisas, e não se afoba, querendo colocar todas as situações em um só plano, ou em uma só cena, como vemos em várias comédias por aí. Tudo acontece no tempo certo, afinal, o fato de a fita ser uma comédia, não implica necessariamente que seu caminhar deva acontecer na velocidade da luz, como muitos fãs mais "moderninhos" acreditam.
A fita perpassa por todo um aparato musical, o que poderia criar um problema, se não fosse a incrível capacidade de Brooks, em conduzir tão bem as cenas musicais do filme, ao ponto de torná-las as mais engraçadas e bem feitas da película. O encaixe do figurino e da maquiagem é preciso, e não tem nem o que se comentar da excelente trilha sonora, que faz com que aumentemos mais um ponto no placar de hilaridade desta obra de Brooks.
Mostel e Wilder estão impagáveis, como a dupla de picaretas que cria este mirabolante e em primeiro momento genial plano. Não só pelos atores, mas as personagens em si, são hilariantes, ou tente não rir com Kenneth Mars com seu nostálgico e depressivo nazista, que no caso, é o escrito da peça. Interessante notar, que os atores incorporaram muito bem o clima de fracasso que percorre o clima em que seus personagens vivem, gerando uma sensação esquisita no espectador, que mistura riso com um certo sentimento de pena, que surge devido a falha de um plano que parecia fadado ao sucesso, e que de certa maneira, representava a última esperança destes dois homens, de se tornarem seres "não-fracassados".
Um momento brilhante e genial da comédia e por que não dizer da história do cinema. Brooks criou uma das mais sensíveis, brilhantes, tocantes e originais cenas da comédia/musical em Primavera Para Hitler, e se você ainda não viu, pode ter certeza que está perdendo um filmaço. A fita possui dificuldades de acessibilidade já que, apesar de seu caráter clássico, não é fácil encontra-lá, seja em locadoras ou em lojas de DVD´s, porém também não é impossível, então preste atenção, pois se a oportunidade surgir, agarre-a pois arrependimento não haverá de forma alguma, pelo contrário, você será mais um a apreciar um filme e uma comédia de verdade. Um clássico sem tamanho.
NOTA: 10,0
segunda-feira, 13 de julho de 2009
MADAGASCAR 2
Título Original: Madagascar 2: Escape Africa
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 89 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.madagascar-themovie.com
Estúdio: DreamWorks Animation / Pacific Data Images
Distribuição: Paramount Pictures / DreamWorks Distribution / UIP
Direção: Eric Darnell e Tom McGrath
Roteiro: Etan Cohen
Produção: Mireille Soria e Mark Swift
Música: Hans Zimmer
Edição: Mark A. Hester
Elenco (Vozes)
Ben Stiller (Alex)
Chris Rock (Marty)
David Schwimmer (Melman)
Jada Pinkett Smith (Gloria)
Sacha Baron Cohen (Rei Julien)
Cedric the Entertainer (Maurice)
Andy Richter (Mort)
Bernie Mac (Zuba)
Alec Baldwin (Makunga)
Sherri Shepherd (Mãe de Alex)
Will i Am (Moto Moto)
Elisa Gabrielli (Vovó)
Chris Miller (Kowalski)
Willow Smith (Gloria - bebê)
Thomas Stanley (Marty - bebê)
Zachary Gordon (Melman - bebê)
Heloísa Perissé (versão brasileira)
Sérgio Loroza (versão brasileira)
Sinopse
Alex (Ben Stiller), Marty (Chris Rock), Melman (David Schwimmer), Gloria (Jada Pinkett Smith), rei Julien (Sacha Baron Cohen), Maurice (Cedric the Entertainer), os pingüins e os chimpanzés estão no longínquo litoral de Madagascar. Para deixar o local os pingüins consertam um velho avião de guerra, mas logo em seu 1º vôo ele cai. Isto faz com que os animais do zoológico de Nova York tenham que lidar, pela 1ª vez na vida, com espécies semelhantes a eles, só que habituadas à vida selvagem.
CRÍTICA
Uma das grandes decepções que tive nos últimos tempos. Aliás, a muito tempo que eu não presenciava um filme de animação tão fraco, e digo isto, com certa tristeza, já que eu até gosto do seu antecessor, e cri que este segundo pudesse vir a ser uma sequência a altura do primeiro; o que descobri posteriormente ser esta minha crença, uma mera ilusão.
Madagascar 2 possui as mesmas qualidades e defeitos do primeiro, entretanto, na fita de 2.005 encontramos que os defeitos são pequenos, o que gerava uma vitória muito grande das qualidades, já que estas ofuscavam quase que totalmente estes defeitos, no segundo filme, temos uma inversão de papéis, e é isto que acaba com o filme. Enquanto que as qualidades continuam as mesmas, os defeitos se multiplicaram, e os já existentes se agigantaram, ofuscando por sua vez as já citadas qualidades, que adquiriram um caráter pífio perante uma gama interminável de falhas e problemas na fita em questão.
Comecemos então, a elencar e dar índice ao que pretendo defender nesta crítica. Primeiramente, um filme em que, os coadjuvantes são muito melhores que os protagonistas, sempre pode causar um problema. No primeiro filme, até mesmo pelo seu caráter de apresentação dos personagens, isto não ficou tão evidente, já no segundo, é bem claro e explícito. Os pinguins e os lêmures são disparados os pontos fortes da fita; pertencem a estes dois grupos as melhores piadas, situações e tiradas da fita, enquanto que os protagonistas caem em uma mesmice e em uma falta de inspiração enorme.
A zebra continua chata e insuportável (assim como a sua voz na dublagem), e os outros três perderam o brilho, fazendo com que suas relações acabem não funcionando, isto se deve ao fato também, de que em grande parte da fita, o roteiro acaba separando-os, e adentra em questões quase que subjetivas de cada um dos quatro personagens. Dito isto, vale frisar que, se Madagascar 2 já era um filme perdido, quando adentra a este caráter mais "existencial", o pouco que ainda se mantinha nos trilhos descarrilha-se de vez. Além disso, os novos personagens inseridos no universo de Madagascar não contribuem muito com a trama, e principalmente não possuem carisma e não agradam, em outras palavras, são totalmente descartáveis.
O roteiro apela demais para a máxima "em animação vale tudo", e coloca os personagens em situações exageradamente inusitadas, gerando conclusões para a mesma de caráter extremamente ocioso, criando quase que um paradoxo, já que se complica um andamento para posteriormente se criar um fechamento simples e bobo demais, fato que condiz perfeitamente com o acima citado caráter de uma possibilidade geral de propostas por se tratar de uma animação. É fato, que não se pode tirar isto de uma animação, mas deve-se fazer isso com responsabilidade, não é possível, que quando chegamos ao final da fita, e Alex vai novamente resolver os seus problemas dançando, não proporcione no espectador em geral aquela sensação de "outra vez?"
Não deu certo, o que realmente é uma pena, já que Madagascar realmente possui potencial. Prefiro encarar esta segunda parte muito mais como um deslize do que como incompetência e torço para que a terceira parte (que provavelmente acontecerá, já que o final do segundo indica um terceiro), consiga recuperar o fôlego do primeiro e fazer com que esqueçamos dessa péssima sequência. Vale um pouco pelos pinguins e pelos lêmures que realmente te fazem rir na grande maioria de suas cenas, mas mesmo assim é muito pouco para salvar a fita, assim sendo não há maneira de terminar esta crítica, a não ser passando aquele conselho já conhecido por você que frequentemente lê as baboseiras que eu escrevo, afinal Madagascar 2 é um filme para se passar longe, é até chato dizer isso, mas é a verdade, ou pelo menos a verdade que eu encontrei.
NOTA: 4,0
sexta-feira, 10 de julho de 2009
DOGVILLE
Título Original: Dogville
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 177 minutos
Ano de Lançamento (França): 2003
Site Oficial: www.dogville.dk
Estúdio: Canal+ / 4 1/2 / Alan Young Pictures / Det Danske Filminstitut / Edith Film Oy / Film i Väst / Hachette Première / Isabella Films B.V. / J&M Entertainment / KC Medien AG / Kushner-Locke Company / Kuzui Enterprises / Liberator Productions / MDP Worldwide / Memfis Film & Television / Pain Unlimited GmbH Filmproduktion / Q&Q Medien GmbH / Sigma Films Ltd. / Slot Machine / Something Else B.V. / Summit Entertainment / Sveriges Television / Trust Film Svenska / Zoma Ltd. / Zentropa Entertainment / What Else? B.V.
Distribuição: Lions Gate Entertainment / California Filmes
Direção: Lars Von Trier
Roteiro: Lars Von Trier
Produção: Vibeke Windelov
Fotografia: Anthony Dod Mantle
Desenho de Produção: Peter Grant
Figurino: Manon Rasmussen
Edição: Molly Marlene Stensgard
Elenco
Nicole Kidman (Grace)
Harriet Andersson (Gloria)
Lauren Bacall (Ma Ginger)
Jean-Marc Barr (Homem com grande chapéu)
Paul Bettany (Tom Edison)
Blair Brown (Sra. Henson)
James Caan (Homem grande)
Patricia Clarkson (Vera)
Jeremy Davies (Bill Henson)
Ben Gazzara (Jack McKay)
Philip Baker Hall (Tom Edison Sr.)
Siobhan Fallon (Martha)
John Hurt (Narrador - voz)
Udo Kier (Homem de casaco)
Chloë Sevigny (Liz Henson)
Stellan Skarsgard (Chuck)
Miles Purinton (Jason)
Sinopse
Anos 30, Dogville, um lugarejo nas Montanhas Rochosas. Grace (Nicole Kidman), uma bela desconhecida, aparece no lugar ao tentar fugir de gângsters. Com o apoio de Tom Edison (Paul Bettany), o auto-designado porta-voz da pequena comunidade, Grace é escondida pela pequena cidade e, em troca, trabalhará para eles. Fica acertado que após duas semanas ocorrerá uma votação para decidir se ela fica. Após este "período de testes" Grace é aprovada por unanimidade, mas quando a procura por ela se intensifica os moradores exigem algo mais em troca do risco de escondê-la. É quando ela descobre de modo duro que nesta cidade a bondade é algo bem relativo, pois Dogville começa a mostrar seus dentes. No entanto Grace carrega um segredo, que pode ser muito perigoso para a cidade.
CRÍTICA
Um tapa na cara. Uma viagem sem fim a todo lixo e podridão presentes em uma sociedade hipócrita e falseadora e que se passa pela perfeição de um modo de vida. Uma tentativa e consequência de se ir a fundo na consciência de homens e mulheres que se encontram com o inesperado e se aproveitam do mesmo de uma forma nojenta e medíocre. É isso que encontramos nesta fita, que é facilmente uma das melhores produções que pode passar pelo seu DVD nos últimos tempos.
O contexto é simples, o desenrolar e a maneira como este contexto é filmado mostra-se antagonicamente complexo. Uma mulher que foge de gângsters (que depois veremos, se trata de uma gang de seu próprio pai), acaba se refugiando em uma pequena cidade, que em troca da proteção que lhe oferecem, cobram dela favores e trabalhos, ora plausíveis, ora de uma magnitude explorativa vergonhosa e cruel. Imagine esta história aliada à toda a paranóia e efervescência que aflige o famoso e polêmico diretor dinamarquês Lars Von Trier, e sua maneira bem particular de conduzir a câmera e explicitar as situações, e temos o resultado absurdo que é Dogville.
Von Trier vai ao osso na crítica que faz a sociedade americana e seu modo de organização; vale lembrar que devido ao medo absurdo que possui de voar, o diretor nunca sequer pisou nos EUA, todavia, isso não o impediu de construir um dos maiores relatos e produzir uma das mais contundentes e promissoras críticas a esta mesma sociedade. Filmado basicamente com a câmera na mão, ( como quase todos os filmes de Von Trier), e com uma temática e modelo todo teatral, temos uma fita de quase três horas em que todos os movimentos se passam em um barracão, as casas não possuem paredes e o cachorro são fitas adesivas coladas no chão, como se Von Trier quisesse nos mostrar, que apenas as pessoas existem, e são elas que criam e "descriam" todos os aparatos de uma sociedade.
A personagem central representa em primeiro momento o diferente, e em segundo a ameaça que deve ser eliminada. A cidade sem paredes é uma alusão direta ao modo de vida bisbilhoteiro e intrometido das pessoas, onde o mais importante é o que acontece com o outro e não com si mesmo. Von Trier se utiliza disso para apontar o quanto uma sociedade conhecida pela benevolência, liberdade e pureza, pode se converter. apenas pelo simples interesse de conseguir algo mais de determinadas situações em um poço de asco e mediocridade.
Dogville, como todos os filmes de Von Trier não é nem um pouco fácil, seu modo de conduzir a câmera, ainda mais por três horas, pode gerar dificuldades a espectadores que não estão acostumados com essa forma peculiar de filmagem, além do risco que o diretor correu de se tornar enjoativo e até certo ponto repetitivo, isso tudo no âmbito da direção e não do filme em si.Todavia, sua direção é espetacular, e mostra de forma bem direta e crua toda esta sujeira já citada e discutida nos parágrafos acima. Seu roteiro é majestoso, descreve e analisa a organização social, coloca o homem em seu centro e discute como este mesmo homem nasce, cresce, se desenvolve e finaliza toda essa organização, e como cada um tenta fazer isso a sua maneira, quase com um caráter negativado de uma possível pacífica consciência social e humana.
O elenco está ótimo como um todo, mas Kidman encontra em Grace, uma personagem digna de seu talento, e nos mostra isso ao longo da fita. Precisa, crua e direta, não desliza em nenhum momento e segura com força todo o "poder" que Von Trier concentra em sua personagem e consequentemente em seu talento. Um papel muito difícil e que encontra em Kidman o modo perfeito, ou pelo menos, o modo mais correto de ser interpretado.
Dogville é a primeira parte de uma trilogia de Von Trier sobre os EUA e é seguido pelo menos inspirado porém bom Manderlay e por Washington que ainda não saiu. Dogville acaba entrando no cenário dos filmes mais alternativos, por ser um filme complexo, longo, em muitos momentos lentos e de difícil assimilação e degustação por praticamente todo o tipo de cinéfilo ou fã de cinema. Contudo, esse aspecto não tira seu caráter de obra-prima, afinal, como pode um filme que se propõe a fazer o que este se propôs e fez muito bem não ser complexo? Analisar o homem e seus modos de organização é provavelmente algo dos mais laboriosos e seu caráter sinuoso, faz com que bons filmes sobre este tema sejam igualmente laboriosos e sinuosos, porém excelentes e obrigatórios como no caso deste aqui. Uma aula de cinema.
NOTA: 9,5
sexta-feira, 3 de julho de 2009
VANILLA SKY
Título Original: Vanilla Sky
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 145 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2001
Site Oficial: www.vanillasky.com
Estúdio: Cruise-Wagner Productions
Distribuição: DreamWorks Distribution L.L.C. / Paramount Pictures / UIP
Direção: Cameron Crowe
Roteiro: Cameron Crowe, baseado em roteiro escrito por Alejandro Amenábar e Mateo Gil
Produção: Tom Cruise e Paula Wagner
Música: Nancy Wilson
Fotografia: John Toll
Desenho de Produção: Catherine Hardwicke
Direção de Arte: John Chichester e Beat Frutiger
Edição: Joe Hutshing
Elenco
Tom Cruise (David)
Penélope Cruz (Sofia)
Cameron Diaz (Julie)
Kurt Russell (Dr. Curtis McCabe)
Johnny Galecki (Peter)
Jennifer Aspen (Nina)
Michael Kehoe (Chefe Mickey)
Zachary Lee (Joshua)
Jhaemi Willens (Jamie Berliner)
Alicia Witt (Libby)
Tilda Swinton (Rebecca Dearborn)
Jason Lee (Brian Shelby)
Noah Taylor (Edmund Ventura)
Steven Spielberg (Convidado na festa de David)
Timothy Spall
Sinopse
Em Nova York são narrados em flashback fatos angustiantes da vida de David Aames (Tom Cruise), um jovem empresário que é dono de um império editorial. David tem sua vida modificada quando conhece Sofia Serrano (Penélope Cruz), uma bela jovem por quem se apaixona .Tal relacionamento desperta ciúmes em Julie Gianni (Cameron Diaz), uma "amizade colorida" de Davis, que quer muito mais que mero envolvimento sexual com ele. Um dia, após sair da casa de Sofia, David encontra Julie, que usando o pretexto de querer conversar com ele o convence a entrar no carro dela. Em um ímpeto de loucura, e cega por se sentir preterida, ela lança o carro por cima de um viaduto. Ela não resiste ao impacto e morre. David sobrevive, mas fica com o rosto bem desfigurado e entra em coma, ficando neste estado por três semanas. Ao se ver David fica traumatizado e oferece qualquer quantia para reconstruírem seu rosto. Repentinamente realidade e fantasia se confundem de forma assustadora.
Premiações
- Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Canção Original ("Vanilla Sky").
- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas seguintes categorias: Melhor Atriz Coadjuvante (Cameron Diaz) e Melhor Canção Original ("Vanilla Sky").
- Recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro, na categoria de Pior Atriz (Penélope Cruz).
CRÍTICA
Esta fita é tão complicada, que escrever sobre ela acaba ficando tão complexo quanto qualquer tipo de análise ou argumento que se use para elogiar ou criticar esta fita do diretor Cameron Crowe. Mesmo assim, adentrarei pelos caminhos turbulentos e sinuosos de uma dos filmes mais controversos que vi nos últimos tempos. Essa turbulência e sinuosidade, porém, possui um caráter muito mais negativo do que positivo, já que as mesmas se dão no âmbito do desenvolvimento e argumentação do filme.
Olhando a sinopse não parece nada demais certo? Errado. Crowe coloca tanta coisa no filme, existem tantos elementos para tantas situações, para tantas reviravoltas e para tantos outros tantos perdidos, que a maior sensação que Vanilla Sky provoca é a de artificialidade; ou seja, nada se explica e não há nada de tocante, o filme preza muito pelo racional e esquece totalmente do emocional, e neste caso, isso aparece como algo negativo, já que nada se salva nesse âmbito na fita.
Muito desse " soar artificial" da fita, se deve a um roteiro que quer ser complexo de forma imposta e não de forma natural, e neste ponto, encontramos o maior problema de Vanilla Sky, já que nos deparamos com uma história que tinha tudo para soar interessante, mas devido a essa tentativa excessiva de intelectualizar o argumento, tivemos um efeito contrário, já que o roteiro virou uma buraqueira, onde nada se encaixa e nada de sente. O filme termina e você tem a sensação de que nada aconteceu, em outras palavras, o filme não possui nenhum elemento marcante.
Encontramos alguns problemas no elenco também, afinal ali estão Cameron Diaz e Kurt Russell, dois atores extremamente limitados, e que conseguem se perder em um roteiro que já é perdido por natureza. Por outro lado, temos uma atuação simples, porém sensível e convincente de Penélope Cruz, e um Tom Cruise que faz muitas caretas, mas também não se encaixa em um defeito para a fita. Logicamente, que o melhor do elenco se encontra nos coadjuvantes com participações até limitadas na fita, como Tilda Swinton e Timothy Spall. Entretanto, vale como ressalva, que no pesar da balança, o elenco acaba soando interessante e salva o roteiro várias vezes.
Se levarmos em consideração, que o roteiro é de autoria do também diretor da fita Cameron Crowe, temos um paradoxo firme aqui, já que o roteiro é facilmente o que a fita tem de pior; todavia, a direção não é ruim. Crowe consegue levar uma história complexa (e ruim, só pra frisar), com competência e acrescenta alguns elementos que em vários momentos facilitam para o espectador. O que complica a situação, é que por mais que Crowe se saia bem na direção, seus esforços não são suficientes para encobrir todos os problemas do roteiro. Vale um pequeno comentário também, a precisa e cativante trilha sonora, muito bem composta e executada, dando um clima bem interessante no que diz respeito a fita como um todo.
No fim das contas, Vanilla Sky acaba se tornando um filme que pende muito mais para o ruim do que para o bom, entretanto levando-se em conta a qualidade dos filmes que figuram na sessão Para Passar Longe, acredito que seria injusto com esta fita colocá-la na já anteriormente citada sessão. Assim sendo, Vanilla Sky entrará entre os filmes médios do blog, mas se deve pensar bastante antes de ver um filme como este, pois existe muita coisa melhor por aí; mas nunca se sabe; você pode ser um daqueles fãs em potencial desta fita, até por que, verdade seja dita, para um filme desta qualidade, ele até que possui um público interessante, claro que este interessante possui um caráter de quantidade e não de qualidade, mas mesmo assim ainda é muito.
NOTA: 5,5