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sábado, 18 de julho de 2009

PRIMAVERA PARA HITLER

Ficha Técnica

Título Original: The Producers
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 88 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1968
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer / Crossbow Productions / AVCO Embassy Pictures / Springtime Productions / Universal Marion Corporation
Distribuição: Embassy Pictures Corporation / AVCO Embassy Pictures
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Mel Brooks
Produção: Sidney Glazier
Música: John Morris
Fotografia: Joseph F. Coffey
Desenho de Produção: Charles Rosen
Figurino: Gene Coffin
Edição: Ralph Rosenblum
Efeitos Especiais: Creative Opticals Inc.


Elenco

Zero Mostel (Max Bialystock)
Gene Wilder (Leo Bloom)
Kenneth Mars (Franz Liebkind)
Estelle Winwood ("Hold me, touch me")
Renée Taylor (Eva Braun)
Christopher Hewitt (Roger De Bris)
Lee Meredith (Ulla)
Andréas Voutsinas (Carmen Giya)
William Hickey (Bêbado)
David Patch (Dr. Goebbels)
Dick Shawn (L.S.D.)
Mel Brooks (Cantor em "Primavera para Hitler")


Sinopse

Max Bialystock (Zero Mostel) é um produtor teatral em uma maré de má sorte, que namora mulheres idosas com dinheiro para conseguir financiamento para suas novas peças. Entretanto, Max realmente acredita ter descoberto uma grande jogada quando conhece Leo Bloom (Gene Wilder), um contador que ao conversar com ele expõe a tese de que um fracasso pode ser mais lucrativo que um sucesso, bastando que se venda o espetáculo para diversas pessoas e fazer de tudo para que ele seja um retumbante fracasso, com sua temporada durando apenas um dia, pois assim não existirá lucro e todo o dinheiro que foi investido irá parar no bolso daquele que vendeu os direitos da peça. Após uma certa relutância, Leo se une a Max para montarem o pior musical que a Broadway já viu: "Primavera para Hitler".


Premiações

- Ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Gene Wilder).
- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Comédia/Musical (Zero Mostel) e Melhor Roteiro.



CRÍTICA


Segunda aparição do diretor-ator-produtor e roteirista Mel Brooks aqui no blog. Se na primeira vez, Brooks recebeu minha atenção para um filme pouquíssimo conhecido e que possuía uma qualidade cativante, porém questionada por alguns, nesta segunda vez, os elementos se diferenciarão um pouco. Isto se deve ao fato de que, Primavera Para Hitler é facilmente o mais clássico de seus filmes e divide com o pseudo-western Banzé No Oeste, as honras de melhor obra do já citado Brooks segundo a crítica e normalmente segundo os fãs também. Eu particularmente aprecio demais a fita História Do Mundo - Parte I, mas admito e afirmo com veemência que Primavera Para Hitler é a maior obra de Brooks.

Possuir a percepção citada acima sobre o caráter maior da fita na filmografia do diretor, é uma tarefa de certo modo até fácil para qualquer espectador que possua sagacidade e conhecimento suficiente para adentrar em todo o carisma e classe que esta fita possui, mas que em sua grande parte não demonstra, devido ao jeito simples e intrínseco com que Brooks conduz as cenas, propiciando aquele clássico humor que se encontra muito mais nas entrelinhas das situações, do que na face crua destas mesmas situações.

A história de um produtor de teatro picareta e financeiramente quebrado, que se aproveita de velhinhas para conseguir dinheiro para sua peças, e que se encontra com um corrupto e lento contador, fazendo com que juntos, os dois tenham uma das maiores idéias da história do cinema e que está presente em um filme. A idéia de se fazer uma peça ruim, e tirar proveito de um fracasso, é quase que uma auto biografia da vida dos dois protagonistas da fita, que não conseguem em momento algum tirar o fracasso evidente de suas vidas, das ações que praticam, chegando ao extremo, de encontrar nesse fracasso a única saída para vencer o mesmo.

A originalidade do roteiro ( premiada com um merecido Oscar), é com certeza o ponto mais alto desta cativante e clássica comédia. Os diálogos escritos por Brooks nunca estiveram tão afiados, e nunca foram tão ao cerne da questão de uma forma tão cruel e ao mesmo bonita como nesta fita. A direção é bem tranquila, e se torna totalmente competente, no momento em que Brooks acompanha de uma forma bem calma o desenrolar das coisas, e não se afoba, querendo colocar todas as situações em um só plano, ou em uma só cena, como vemos em várias comédias por aí. Tudo acontece no tempo certo, afinal, o fato de a fita ser uma comédia, não implica necessariamente que seu caminhar deva acontecer na velocidade da luz, como muitos fãs mais "moderninhos" acreditam.

A fita perpassa por todo um aparato musical, o que poderia criar um problema, se não fosse a incrível capacidade de Brooks, em conduzir tão bem as cenas musicais do filme, ao ponto de torná-las as mais engraçadas e bem feitas da película. O encaixe do figurino e da maquiagem é preciso, e não tem nem o que se comentar da excelente trilha sonora, que faz com que aumentemos mais um ponto no placar de hilaridade desta obra de Brooks.

Mostel e Wilder estão impagáveis, como a dupla de picaretas que cria este mirabolante e em primeiro momento genial plano. Não só pelos atores, mas as personagens em si, são hilariantes, ou tente não rir com Kenneth Mars com seu nostálgico e depressivo nazista, que no caso, é o escrito da peça. Interessante notar, que os atores incorporaram muito bem o clima de fracasso que percorre o clima em que seus personagens vivem, gerando uma sensação esquisita no espectador, que mistura riso com um certo sentimento de pena, que surge devido a falha de um plano que parecia fadado ao sucesso, e que de certa maneira, representava a última esperança destes dois homens, de se tornarem seres "não-fracassados".

Um momento brilhante e genial da comédia e por que não dizer da história do cinema. Brooks criou uma das mais sensíveis, brilhantes, tocantes e originais cenas da comédia/musical em Primavera Para Hitler, e se você ainda não viu, pode ter certeza que está perdendo um filmaço. A fita possui dificuldades de acessibilidade já que, apesar de seu caráter clássico, não é fácil encontra-lá, seja em locadoras ou em lojas de DVD´s, porém também não é impossível, então preste atenção, pois se a oportunidade surgir, agarre-a pois arrependimento não haverá de forma alguma, pelo contrário, você será mais um a apreciar um filme e uma comédia de verdade. Um clássico sem tamanho.

NOTA: 10,0

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