“Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por compreendê-las.” (Baruch de Espinosa)
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terça-feira, 24 de março de 2009
FROST/NIXON
Ficha Técnica
Título Original: Frost/Nixon
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Inglaterra / França): 2008
Site Oficial: www.frostnixon.net
Estúdio: Studio Canal / Working Title Films / Relativity Media / Imagine Entertainment
Distribuição: Universal Pictures / Paramount Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan, baseado em peça teatral de Peter Morgan
Produção: Tim Bevan, Eric Fellner, Brian Grazer e Ron Howard
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Salvatore Totino
Desenho de Produção: Michael Corenblith
Direção de Arte: Brian O'Hara e Gregory Van Horn
Figurino: Daniel Orlandi
Edição: Daniel P. Hanley e Mike Hill
Efeitos Especiais: AFX Studios / Brainstorm Digital / The Seate Visual Effects
Elenco
Frank Langella (Richard Nixon)
Michael Sheen (David Frost)
Sam Rockwell (James Reston Jr.)
Kevin Bacon (Jack Brennan)
Matthew Macfadyen (John Birt)
Oliver Platt (Bob Zelnick)
Rebecca Hall (Caroline Cushing)
Toby Jones (Swifty Lazar)
Andy Milder (Frank Gannon)
Kate Jennings Grant (Diane Sawyer)
Gabriel Jarret (Ken Khachigian)
Jim Meskimen (Ray Price)
Patty McCormack (Pat Nixon)
Clint Howard (Lloyd Davis)
Rance Howard (Ollie)
Eloy Casados (Manolo Sanchez)
Jay White (Neil Diamond)
Wil Albert (Sammy Cahn)
Keith MacKechnie (Marv Minoff)
Jenn Gotzon (Tricia Nixon)
Mark Simich (Hugh Hefner)
Sinopse
Richard Nixon (Frank Langella) permaneceu em silêncio por três anos após renunciar à presidência dos Estados Unidos. Em 1977 ele concordou em dar uma entrevista, visando esclarecer pontos obscuros do período em que esteve no governo e usá-la para uma possível volta à política. O entrevistador do programa foi o jovem David Frost (Michael Sheen), o que fazia com que Nixon acreditasse que seria fácil dobrá-lo. Entretanto o que ocorreu foi uma grande batalha entre os dois, que resultou em um confronto assistido por 45 milhões de pessoas ao longo de quatro noites.
Premiações
- Recebeu 5 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Frank Langella), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.
- Recebeu 5 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator - Drama (Frank Langella), Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.
- Recebeu 6 indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Frank Langella), Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Maquiagem.
CRÍTICA
O Oscar já passou faz quase um mês, mas no Brasil seus vencedores, injustiçados ou perdedores demoram um pouco mais para repercutir, já que estes descem a América normalmente após a premiação. Dito isto, pensava eu com meus botões qual dos filmes concorrentes ao Oscar colocar aqui; e o primeiro que me veio a mente foi logo o vencedor Quem que ser um milionário? Todavia, depois de pensar mais um pouco decidi optar por este thriller político muito bem conduzido pelo inconstante Ron Howard e tão bem atuado e encaixado.
O motivo é simples, Quem quer ser um milionário? é um excelente filme sem dúvida, mas se eu tivesse que apostar em um filme que concorreu ao Oscar este ano e que vai virar clássico eu apostaria neste Frost/Nixon. Injustiçado em todas as premiações das quais participou, a obra de Howard entra em nossas mentes de uma forma muito mais poderosa do que qualquer filme lançado ano passado (ou este ano no Brasil), e tudo isto se deve ao poder e a força do tema, transposto ao espectador pela ótima direção de Howard e pelas brilhantes atuações de Michael Sheen e principalmente Frank Langella.
O filme tem seus momentos de ápice em uma sala, dois homens sentados um de frente para o outro, apenas com suas idéias, seus pensamentos, sua ações e expressões. O passado de uma nação sendo discutido, a morte ou a vida de várias pessoas em conversa, e o que sobrará para o futuro. Roward usa e abusa das cenas curtas e planos fechados para explorar dois atores em atuações memoráveis pautados em um roteiro fantástico, baseado na verdadeira entrevista acontecida em 1977. Não é a primeira vez que filmes como este, fechados em apenas um lugar durante quase toda a fita, conquistam crítica e público, e nem será a última, já que é inegável a dificuldade maior de se concentrar as ações e acontecimentos em apenas um ponto. É quase que como mirar em apenas um vidro e começar a atirar pedras, a chance deste vidro quebrar é muito maior, a não ser que o próprio possua muita qualidade.
O apresentador canastrão contra o homem ferido, a colisão entre dois modos de pensar, entre duas facções, ambas acreditando que faziam o melhor por si e para aqueles que os rodeavam. Lógico que nem o roteiro e nem Howard poderiam deixar passar as podridões que sempre envolveram Nixon, mas o filme acerta em tentar encontrar os dois lados. Você vê as duas personagens de todas as formas e tira suas próprias conclusões, afinal o que é uma vítima? e como julgar quem merece esse posto, ou o contrário? É lógico que o filme se apóia muito na força teatral que a peça já possuía, e isto facilita a assimilação por seus profissionais do estilo em que o filme deveria ser filmado, mas isto não atrapalha o brilhantismo dos envolvidos, afinal, o que é o cinema senão uma versão macro-artística do teatro.
O filme pode não agradar pessoas que talvez se sintam incomodadas com um engajamento político forte, ou ainda pessoas que não apreciem uma dinâmica um pouco mais estática, já que o filme quase não se movimenta. Howard inova ao filmar Frost/Nixon em alguns momentos como um filme propriamente dito e em outros momentos como um documentário, mas documentário mesmo, com todo aquele clima intelectual e impactante.
Nada de efeitos exagerados, nem choradeira absurda, nem pancadaria sem sentido; Frost/Nixon prova que cinema se faz com um bom roteiro e bons profissionais, e que é dali que saem os imortais, e que é este tipo de filme que mostra a verdadeira arte de se produzir cinema. Um filme injustiçado, mas obrigatório.
NOTA: 9,5
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