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terça-feira, 31 de março de 2009

ED WOOD



Ficha Técnica

Título Original: Ed Wood
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 127 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1994
Estúdio: Touchstone Pictures
Distribuição: Buena Vista Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: Scott Alexander e Larry Karaszewski, baseado em livro de Rudolph Grey
Produção: Tim Burton e Denise Di Novi
Música: Howard Shore
Direção de Fotografia: Stefan Czapsky
Desenho de Produção: Tom Duffield
Direção de Arte: Okowita
Figurino: Colleen Atwood
Edição: Chris Lebenzon
Efeitos Especiais: Boyington Film Productions, Inc.


Elenco

Johnny Depp (Ed Wood)
Martin Landau (Bela Lugosi)
Sarah Jessica Parker (Dolores Fuller)
Patricia Arquette (Kathy O'Hara)
Jeffrey Jones (Criswell)
F.D. Spradlin (Reverendo Lemon)
Vincent D'Onofrio (Orson Welles)
Bill Murray (Bunny Breckenridge)
Mike Starr (Georgie Weiss)
Max Casella (Paul Marco)
Brent Hinkley (Conrad Brooks)
Lisa Marie (Vampira)


Sinopse

Um retrato da vida de Ed Wood (Johnny Depp) é concentrado nos anos 50, quando se envolveu com um bando de atores desajustados, incluindo um Bela Lugosi (Martin Landau) em fim de carreira, e fez filmes de péssima qualidade, que o fizeram passar para a história como o pior diretor de todos os tempos.


Premiações

- Ganhou 2 Oscars: Melhor Ator Coadjuvante (Martin Landau) e Melhor Maquiagem.
- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante (Martin Landau), além de ter sido indicado em outras duas categorias: Melhor Filme em Comédia/Musical e Melhor Ator em Comédia/Musical (Johnny Depp).



CRÍTICA


Um dos melhores filmes de Tim Burton, é também inexplicavelmente um dos seus mais desconhecidos trabalhos. A cinebiografia do diretor Ed Wood, que é considerado o pior diretor de todos os tempos,baseada na obra de Rudolph Grey, esbanja talento não só de seu diretor, mas também de todo o elenco e de toda a equipe que se envolveu com um projeto tão arguto e simbólico. Com o estigma de uma comédia, o roteiro se utiliza de sátiras e boas piadas para tentar mostrar o drama de um homem obcecado, e que eleva sua obssessão ao grau máximo.

O filme é um Burton típico, com uma direção de arte impecável, fotografia de pular da cadeira, utilização estática de câmeras, cheio de alegorias e com todo o clima dark-gótico que o acompanha em praticamente toda a sua filmografia. Felizmente, quando Burton consegue escapar de alguns exageros fantasiosos seus filmes ficam bem interessantes, já que filmar ele sabe e ninguém duvida disso (com exceção de refilmagens).

A paixão e insanidade que caracterizavam o verdadeiro Ed Wood é passada com uma fidelidade e firmeza impressionante pelo competente Depp que assim como o diretor tem nesta fita uma de suas melhores e mais injustiçadas atuações. Nada de algumas caretas do seu início de carreira, nem alguns exageros como em seu personagem mais famoso na trilogia de Piratas do Caribe; Depp esbanja talento e técnica e mostra por que é considerado um dos melhores atores de sua geração.

Entretanto Depp não é o melhor do elenco, já que este posto não poderia ficar com outro senão com Martin Landau e sua perfeita interpretação de um deprimido e decrépito Bela Lugosi em fim de carreira. É simplemente impressionante o que Burton consegue tirar nas cenas em que Landau e Depp se encontram, onde temos toda a paixão pelo cinema representada pelas duas antagônicas figuras: o astro decadente que quer voltar, e o diretor novato que quer entrar e tenta se apoiar em quem um dia já esteve no lugar que este mesmo tanto almeja. Destaque também para todo o elenco secundário e principalmente para o sempre carismático Bill Murray.

O trabalho de Burton, ganha ainda mais em importância, quando partimos de uma análise técnica para uma análise mais sentimental e por que não, mais carinhosa de tudo o que a paixão por uma arte pode representar na vida de uma pessoa. Ed Wood é uma lenda e se transformou em um homem admirado por cinéfilos em todos os cantos do mundo, e isso não veio devido a sua capacidade técnica para dirigir um filme, mas pelo fato de Wood ter sido um dos diretores mais aficcionados pelo cinema de toda história da sétima arte; tão aficcionado que em nenhum momento sequer chegou a pensar que o que ele produzia poderia virar motivo de zombaria. Wood acreditava que tudo o que saía de sua mente se transformaria realmente em uma obra-prima, e se pensarmos bem, não podemos negar isso, já que tecnicamente seus filmes são horríveis, mas em alguns momentos isso não importa, desde que se faça com o que se tem em mãos e não com o que os outros podem te dar.

O grande mérito de Burton na verdade, é mostrar Ed Wood pelo viés do homem apaixonado pelo cinema, e não pelo viés do péssimo diretor e da pessoa perturbada, fazendo com que o filme além de uma ótima cinebiografia e uma homenagem a um diretor que dê certo modo influenciou Burton, se transforme em uma declaração de amor ao cinema, através da paixão que este pode causar em alguns pessoas e não simplesmente pelo parnasianismo envolvido em toda a indústria cinematográfica.

Um dos mais injustiçados filmes que eu conheço, e sinceramente não sei o por que, já que nomes de peso e qualidade ele possui. Talvez seja pelo difícil acesso, ou por ser filmado em preto-e-branco, ou por se tratar de um tema que às vezes não atrai muita gente. Mas o fato, é que quem não viu está perdendo um ótimo filme, que fica na memória de qualquer apaixonado por cinema, e nos leva a pensar até onde vai a técnica, para posteriormente dar lugar a paixão, ou talvez tudo isso seja apenas uma besteira, e o que importa é acreditarmos em algo, mesmo que todos os outros digam que esse algo é a pior coisa que existe, e vivermos por esse algo. Eu tirei minha conclusão, mas nada se compara a cada um tirar a sua própria. Um belo trabalho.


NOTA: 8,5

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