ENCONTRE AQUI

terça-feira, 11 de maio de 2010

ONDE VIVEM OS MONSTROS


Ficha Técnica

Título Original:Where the Wild Things Are
Gênero:Aventura
Duração:101 min
Ano De Lançamento:2009
Site Oficial:http://wwws.br.warnerbros.com/wherethewildthingsare/
Estúdio:Warner Bros. Pictures / Legendary Pictures / Playtone / Village Roadshow Pictures / Wild Things Productions
Distribuidora:Warner Bros. Pictures
Direção: Spike Jonze
Roteiro:Spike Jonze e Dave Eggers, baseado em livro de Maurice Sendak
Produção:John B. Carls, Gary Goetzman, Tom Hanks, Vincent Landay e Maurice Sendak
Música:Carter Burwell e Karen Orzolek
Fotografia:Lance Acord
Direção De Arte:Sonny Gerasimowicz, William Hawkins, Christopher Tandon, Lucinda Thomson e Jeffrey Thorp
Figurino:Casey Storm
Edição:James Haygood e Eric Zumbrunnen


Elenco

Max Records (Max)
Catherine Keener (Connie)
Alice Parkinson (KW)
Lauren Ambrose (KW - voz)
Nick Farnell (Judith)
Catherine O'Hara (Judith - voz)
John Leary (Douglas)
Tom Noonan (Douglas - voz)
Sam Longley (Ira)
Forest Whitaker (Ira - voz)
James Gandolfini (Carol - voz)
Paul Dano (Alexander - voz)
Steve Mouzakis (Sr. Elliott)
Steve Mouzakis (Professor)
Chris Cooper (Douglas - voz)
Michael Berry Jr. (Daniel - voz)
Pepita Emmerichs (Claire)
Mark Ruffalo (Namorado)
Robby D. Bruce (Bully)


Sinopse

Max (Max Records) é um garoto que está fantasiado de lobo, provocando malcriações com sua mãe (Catherine Keener) por ciúme devido à presença de um amigo dela (Mark Ruffalo). Como castigo, ele é mandado para o quarto sem janta. Desta forma, Max resolve fugir da casa e usa a imaginação para criar uma misteriosa ilha, para onde vai de barco. Lá ele encontra vários monstros, que vivem em bando. Max diz que possui superpoderes, o que faz com que seja nomeado rei do grupo. Responsável por evitar que a tristeza tome conta do lugar, ele passa a criar uma série de jogos para mantê-los em constante diversão. Nesta tarefa, Max se aproxima de Carol (James Gandolfini), que tem um gênio imprevisível.


Premiações

GLOBO DE OURO

Indicado
Melhor Trilha Sonora



CRÍTICA


Quais os limites que um filme pode atingir na sensibilização de um espectador? Até onde vai a capacidade de encontrar o mais profundo da alma de alguém que está apenas sentado a frente de uma TV e nada mais? Como encontrar respostas para sensações que estão cada vez mais raras? Quando peguei em minha mão esta fita de Spike Jonze por algum motivo senti que estaria diante de uma magia e beleza que ultrapassariam o que eu tenho visto ultimamente, e felizmente eu estava certo.

Onde Vivem Os Monstros é uma fábula única, de um brilhantismo e de uma beleza fora do comum, e que toca o espectador no mais fundo de sua alma, ou seja, onde ainda existe um pouco daquela simplicidade e daquela inocência que a vida vai tirando ao longo dos anos. A verdade é que há muito tempo eu não me sentia tão bem e tão calmo diante de uma obra cinematográfica, pois além de todo o seu valor técnico e poético, a fita de Jonze é um teste para o ser humano; pois, afinal do que adianta o filme emanar alma e sentimento se o espectador não o tiver?

O filme puxa tanto o espectador para dentro de si, que aquele que não consegue se familiarizar com a tentativa de buscar o que existe de melhor nas pessoas, não compreende o filme e o acaba julgando de forma incorreta e imprecisa como mais um Crônicas de Nárnia da vida, o que em minha singela opinião é um erro de proporções gigantescas. A intenção da mente insana de Jonze não é um simples e comum filme de monstrinhos e bichinhos bonitinhos, mas é uma investigação e uma análise da mente de uma criança perturbada e sua busca por um lugar melhor, afinal, na terra dos monstros ele é o rei.

A imaginação do garoto Max o transporta para um mundo onde os monstros são claramente materializações dos sentimentos e das vontades do protagonista. Cada um deles representa uma parte de Max, e vão lhe mostrando a dificuldade de uni-las e de conviver com todas elas. Jonze se aprofunda em relações muito sensíveis e se utiliza de uma malícia e de uma câmera leve, simples e até certo ponto modesta, mas precisa para nos arrastar para os movimentos e pretensões primeiramente do menino e depois do grupo ao qual ele se insere.

Tecnicamente a fita é perfeita. Uma fotografia brilhante, contrastando vários tipos de cenário, uma maquiagem absurdamente interessante e uma construção de efeitos na criação dos monstros que é no mínimo curiosa e original, já que os monstros possuem tamanho normal, e foram interpretados por atores vestidos nas roupas, o que colabora e muito para o quesito realismo na fita. Destaque também para a ótima trilha sonora, vibrante e bem interessante, saindo um pouco dos moldes mais épicos que trilhas deste tipo de filme costumam receber.

Onde Vivem Os Monstros não tem nada de infantil e também não é um filme para a família, pelo contrário é um filme de adultos e que gera uma autocrítica e um incomodo saudável no espectador como poucos. Um filme extremamente belo, tocante e que deve fazer parte de um dos seus momentos cinematográficos dos próximos dias. Um filme gigante, e que deve ser analisado pela ótica certa, senão provavelmente não se encontrará aqui graça alguma.

Jonze criou um filme como poucos nos últimos tempos, que consegue se utilizar de alegorias e bichinhos fofos para realizar um profundo relato do ser humano e de sua capacidade de fantasiar para fugir da realidade, sua capacidade de criar mundos e alternativas. Original, sensível e belo como nenhum dos filmes do seu gênero ultimamente, uma viagem sensacional e uma experiência emocionante e marcante como apenas Spike Jonze consegue fazer e como nenhum Crônicas de Nárnia ou Alice No País Das Maravilhas conseguiu fazer nos últimos tempos; contestado ou não, para mim está bem claro, que estamos aqui diante de um filme pouco compreendido, mas que quando compreendido se torna perfeito.


NOTA: 10,0

Um comentário:

  1. De início, o filme para crianças parece bobinho. Mas, quando entram em cena os monstros, acho que o espectador adulto(pelo menos eu, e creio que o meu bloqueiro favorito Pablo também) se vê diante de um filme nem uma pouco bobo de crianças. Todavia (Pablo, corrija-me se eu estiver errada) o filme foi direcionado ao publico infantil, e no ponto de vista de uma criança torna-se dificil e chato. Elas não entendem o real sentido dos monstros no filme, é complexo demais, e até mesmo muitos adultos não entendem. É claro que isso não é um problema do diretor, se as pessoas são burras ou não, mas se o filme teve intento de ser direcionado à crianças, deveria ser um puco mais "criança", embora perderia toda a graça para nós. Levando-se em consideração APENAS essa questão do filme ser direcionado à um publico e no final das contas acabou sendo outro, minha nota seria 8...

    ResponderExcluir