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quinta-feira, 20 de maio de 2010

ENCURRALADO


Ficha Técnica

Título Original:Duel
Gênero:Ficção
Duração:90 min
Ano De Lançamento:1971
Estúdio:Universal TV
Direção: Steven Spielberg
Roteiro:Richard Matheson
Produção:George Eckstein
Música:Billy Goldenberg
Fotografia:Jack A. Marta
Direção De Arte:Robert S. Smith
Edição:Frank Morriss


Elenco

Dennis Weaver (David Mann)
Jacqueline Scott (Sra. Mann)
Eddie Firestone (Dono do café)
Lou Frizzell (Motorista de ônibus)
Gene Dynarski (Homem no café)
Tim Herbert (Atendente no posto de gasolina)
Shirley O'Hara (Garçonete)
Charles Seel
Lucille Benson


Sinopse

Homem de negócios dirigindo sozinho em uma estrada secundária de repente se vê perseguido por motorista de caminhão. Depois de algum tempo, ele chega a conclusão de que aquele motorista pretende matá-lo.



CRÍTICA


Encurralado é o primeiro filme daquele que posteriormente viria a se tornar o diretor de cinema mais popular de todos os tempos: Steven Spielberg. Dito isto, vamos elencando as coisas: sem fama, Spielberg contava com uma situação um pouco inusitada se levarmos em consideração o que aconteceria depois com ele, que é possuir pouco dinheiro para realizar a fita. Assim sendo, temos um Spielberg que precisava muito mais do seu talento como diretor em si, do que como criador de efeitos especiais e produtor. Os fãs do diretor que me perdoem, mas Spielberg é o que é muito mais por seu talento em se utilizar dos efeitos especiais, do que propriamente do seu talento dirigindo uma câmera.

Dito isto, temos um Spielberg ainda muito imaturo na direção, e que perde em alguns momentos o direcionamento de sua câmera. Utiliza-se de planos extremamente fechados na maioria do tempo, o que em minha opinião é uma tentativa de sufocar o espectador, que não funciona muito, só faz com que vejamos as coisas de forma macro, perdendo na grande maioria o todo do que está acontecendo.

Não podemos esquecer que o filme tem um roteiro bem pobre, já que se resume em colocar um motorista de um caminhão (que em nenhum momento é mostrado pela fita), criando situações “imprevisíveis” e de certo modo tentando assassinar outro motorista a bordo de seu carro (bem interpretado por Dennis Weaver), que divide com o primeiro a mesma estrada. O que acontece, é que o roteiro não se preocupa em nenhum momento com motivos ou explicações. O filme se inicia com uma transmissão de rádio, que é uma tentativa de Spielberg de mostrar “Olha, estamos em um dia comum na estrada”, e de repente tudo muda, do nada simplesmente. Não existe, assim como em A Morte Pede Carona, um motivo implícito que pode ser enxergado pelo espectador, fazendo com que tenhamos algo um pouco parnasiano, o que agrada muita gente, mas a mim, é uma falha grandiosa.

Não nego que o filme tenha qualidades: Spielberg já se utiliza aqui, do posicionamento de câmera que o deixaria famoso com Tubarão, que é colocar a câmera como se fosse à visão do agressor ou do agredido, apenas com algo a sua frente, ou seja, fundindo a câmera com o personagem, o que é realmente algo muito perspicaz. A paisagem das estradas estadunidenses, quando captadas por uma boa fotografia, sempre gera bons cenários para este tipo de filme, e o elenco é interessante, apesar de reduzido devido ao roteiro do filme.

Encurralado nos mostra um Spielberg diferente, jovem e sem a pompa toda. Logicamente, que hoje, Encurralado é um filme bem cultuado, muito mais por ser o primeiro filme de Spielberg do que por ser bom mesmo. Os efeitos, limitados pela época são bem utilizados, já mostrando o real talento do diretor em questão.

Um road movie comum, que se não fosse de Spielberg teria caído no esquecimento. Trabalha muito bem com algumas partes, mas peca demais, principalmente quando o assunto é a capacidade argumentativa da fita. Eliminando um pouco os erros para a falta de experiência de Spielberg, mesmo assim não é em Encurralado que estaremos diante do gênio em que Spielberg se tornou, isso acontecerá apenas com Tubarão alguns anos depois. Fã é fã, e por isso muita gente não concorda com a minha opinião, mas prefiro muito mais A Morte Pede Carona, afinal este último é muito mais truncado, inteligente e responsável.


NOTA: 5,5

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