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terça-feira, 11 de maio de 2010

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS


Ficha Técnica

Título Original:Alice in Wonderland
Gênero:Aventura
Duração:108 min
Ano De Lançamento:2010
Site Oficial: http://disney.go.com/disneypictures/aliceinwonderland/
Estúdio:Walt Disney Pictures / Tim Burton Productions / Roth Films / Team Todd / The Zanuck Company
Distribuidora:Buena Vista International
Direção: Tim Burton
Roteiro:Linda Woolverton, baseado em romance de Lewis Carroll
Produção:Tim Burton, Joe Roth, Jennifer Todd, Suzanne Todd e Richard D. Zanuck
Música:Danny Elfman
Fotografia:Dariusz Wolski
Direção De Arte:Tim Browning, Todd Cherniawsky, Andrew L. Jones, Mike Stassi e Christina Ann Wilson
Figurino:Colleen Atwood
Edição:Chris Lebenzon
Efeitos Especiais:Sony Pictures Imageworks / Svengali Visual Effects / Plowman Craven & Associates / CafeFX / Matte World Digital


Elenco

Mia Wasikowska (Alice Kingsley)
Johnny Depp (Chapeleiro Maluco)
Helena Bonham Carter (Rainha Vermelha)
Crispin Glover (Valete de Copas)
Anne Hathaway (Rainha Branca)
Christopher Lee (Jabberwock)
Michael Sheen (Coelho Branco)
Alan Rickman (Lagarta)
Matt Lucas (Tweedledee / Tweedledum)
Stephen Fry (Gato Risonho)
Barbara Windsor (Rato)
Marton Csokas (Charles Kingsley)
Lindsay Duncan (Helen Kingsley)
Eleanor Tomlinson (Fiona Chataway)
Frances de la Tour (Tio Imogene)
Tim Pigott-Smith (Lorde Ascot)
John Hopkins (Lowell Manchester)
Geraldine James (Lady Ascot)
Amy Bailey (Hatteress)
Jemma Powell (Margaret Manchester)
Leo Bill (Hamish Ascot)
Eleanor Gecks (Faith Chataway)
Lucy Davenport (Lady Long Ears)
Arick Salmea (Nobre da Rainha Vermelha)
Paul Whitehouse (Coelho March Hare)


Sinopse

Alice (Mia Wasikowska) é uma jovem de 17 anos que passa a seguir um coelho branco apressado, que sempre olha no relógio. Ela entra em um buraco que a leva ao País das Maravilhas, um local onde esteve há dez anos apesar de nada se lembrar dele. Lá ela é recepcionada pelo Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) e passa a lidar com seres fantásticos e mágicos, além da ira da poderosa Rainha de Copas (Helena Bonham Carter).



CRÍTICA


Eis que então resolvi me dirigir até o cinema para acompanhar na telona o novo petardo de Burton e companhia limitada. A capa do filme chama a atenção e muito, já que além do fato de falarmos de um dos maiores clássicos da literatura mundial, temos também nomes consagrados do cinema como o próprio Burton, seus colaboradores habituais Depp e Bonham Carter, além de Hathaway e Rickman com sua voz inconfundível.

A questão que fica então é simples, o conteúdo do filme, supera a capa? E a resposta também é bem simples: Não! Vamos deixar claro primeiramente, que isto não faz de Alice... um filme ruim, agora que o “auê” que fizeram em torno da fita, leva o espectador a certa frustração ao final dela, isso com certeza acontece, já que a aventura “burtoniana” não empolga e nos gera o êxtase que uma história como a de Alice. poderia gerar.

A questão aqui não é nem qualidade, já que todo o aparato clássico de Tim Burton, quando o assunto é a parte técnica de seus filmes, é reconhecidamente muito belo e preciso, e não é diferente em Alice. Tudo é muito bem encaixado, muito bonito, o clima clássico de fantasia e um modo de filmar bem leve e que proporciona interpretações muito particulares dos personagens. Todavia, Burton teve dificuldades em escapar de alguns clichês do gênero, como o modo de moldar os efeitos especiais e até mesmo a questão de cenografia, se em Sweeney Todd, por exemplo, tínhamos um show de criatividade e originalidade, em Alice isso não acontece, o que faz com que o universo criado por Burton seja bonito, preciso e convincente, mas um pouco chato e comum.

Isso faz com que cheguemos ao maior problema da fita, que é certa falta de paixão que perpassa o filme todo. Alice tem certa forma mecânica, e a construção dos personagens, principalmente no caso de Hathaway, que está totalmente limitada a gestos e trejeitos previsíveis e robóticos, corrobora minha hipótese. O filme passa o tempo todo no mesmo ritmo, começa se desenvolve e termina da mesma maneira, sem ter aquele grande momento para ficar na memória do espectador, falta aquele “ÓÓ”, ou aquele “boom” que os bons filmes colocam e que ficam por dias, meses, anos e por aí vai à mente dos espectadores.A verdade é que Alice acabou se saindo um filme totalmente pragmático, o que contradiz a incrível dinâmica da obra original de Lewis Carroll.

A conclusão é bem clara então; já que os problemas de Alice não são técnicos, mas sim de sentimentos, ou para usar uma expressão mais comum, um problema de “feeling”, já que a fita é tecnicamente perfeita, mas não possui sentimento nenhum, é pura técnica apenas, e um grande filme precisa dos dois em alta, quando temos um só cria-se algo penso e que deixará de agradar alguns assim como agradará a outros.

Talvez seja chegado o momento de Burton descer um pouco do salto e verificar que a realidade não é só criar bonequinhos e colocar nomes famosos no elenco. Cinema exige paixão, sentimento e perspicácia, coisa que Burton não teve e passou isso de forma bem clara para o seu filme. Alice só não é um fracasso devido ao nome que construiu aos fãs fiéis que Burton e principalmente Depp possuem e ao aparato técnico que é realmente brilhante; agora que o longa de desenho animado da Disney é melhor, não tenho a menor dúvida, e esta certeza apareceu em minha mente desde o instante que o Alice de Burton saiu da telona; se um filme é metade técnica e metade paixão, metade razão e metade paixão, minha nota se justifica por um aspecto técnico impecável, e por lampejos de força e de emoções principalmente no ótimo trabalho de Bonham Carter como a Rainha de Copas, que pelo menos tira um sorriso de sua boca. Muito pouco para o talento de Burton e para a grandeza da obra de Carroll.


NOTA: 6,5

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