O gênero de animação é facilmente um dos melhores e um dos poucos que parece não se afundar em uma crise sem fim, quando consideramos o quesito atualidade. A verdade é que o setor de animação é o que melhor soube aproveitar as inovações tecnológicas e se utilizar delas para fazer grandes filmes. Entretanto, animações mais "antigas" no âmbito da tecnologia, continuaram sendo feitas e com grande qualidade. Assim sendo, ao contrário das comédias no post anterior desta mesma categoria, a maioria dos escolhidos para figurar entre os 10 melhores são mais atuais, até por que se trata de um gênero que esteve sempre presente ma história do cinema, mas que teve o seu "boom" nos anos 90.
Como minha intenção aqui é escolher aqueles que julgo os maiores na história do cinema, e isso conta vários critérios não pessoais, ficaram de fora algumas de minhas animações favoritas (Vida De Inseto, A Nova Onda Do Imperador, Irmão Urso), para darem lugar a animações que revolucionaram ou criaram no imaginário das pessoas algo que vai além de simples preferência, eis aqui então minhas escolhas.
10 - SPIRIT - O CORCEL INDOMÁVEL (Spirit: Stallion of the Cimarron)- 2.002
Uma animação muito pouco conhecida, até pelo fato de fugir um pouco do eixo comercial. Entretanto, isso não prejudica toda a beleza e sensibilidade desta ótima fita, que conta a história de um corcel maltratado por seu dono e que encontra em um índio um amigo e companehiro. Vale destaque o fato de que não há falas pela parte dos animais e a belíssima trilha-sonora, daquele que é facilmente uma das mais belas histórias produzidas no cinema de animação.
09 – PERSEPÓLIS (Persepolis)- 2.007
Animação francesa que se difere de todo o resto da lista por não ter como público alvo as crianças. Crítica ferrenha às hipocrisias políticas e à forma de vida outorgada pelo governo iraniano quando se refere à religiosidade e a maneira de viver que as mulheres devem assumir. O filme é brilhante mesmo com traços bem simples, já que a estética do desenho não é sua principal função. Persepólis é uma história muito bem contada e muito bem desenvolvida, mas é para adultos, não tem nada de infantil aqui.
08 – MOGLI –O MENINO LOBO ( The Jungle Book)- 1.967
"Somente o necessário, somente o necessário..." e por aí vai; e aquele que nunca ouviu ou cantou esta música que atire a primeira pedra. Mogli é simplesmente um dos ícones mais marcantes da história do cinema mesmo fora do âmbito da animação. É o segundo representante mais antigo de nossa lista, e um dos maiores clássicos da animação, sendo sua presença aqui mais do que justa.
07 - PROCURANDO NEMO ( Finding Nemo)- 2.003
Provavelmente Nemo seja o maior clássico do cinema de animação, desde que os traços computadorizados dominaram os fabricantes de animação; e não é para menos, já que Procurando Nemo é um filme completo, que viaja desde a infância inocente, passa pela comédia bem dosada, o drama típico das animações e logicamente um bela lição de moral. Em outras palavras, Procurando Nemo é uma animação completa que encanta tanto a jovens como a adultos.
06 - A VIAGEM DE CHIHIRO (Sen to Chihiro No Kamikakushi)- 2.001
Representante maior da entrada do traço japonês característico do mangá na produção cinematográfica de animação do circuito americano, A Viagem De Chihiro ainda é a melhor produção desta nova investida. Toda a magia colocada ao longo da fita, com um paixão descomunal do ótimo Hayao Miyazaki, fazem de Chihiro um filme cativante como poucos, e obrigatório na coleção de qualquer fã de animação ou do próprio cinema em si. Diferente, bonito e tocante, Chihiro foi com certeza um grande marco no cinema de animação, e isto faz com que sua sexta posição seja totalmente plausível.
05 - WALL-E (Wall-e)- 2.008
O representante mais atual de nossa lista. Wall-E se tornou clássico antes mesmo de cair nas graças do público, devido ao seu caráter totalmente inovador se levarmos em consideração o cinema de animação. O aspecto visual e o excelente roteiro, aliado ao carisma de todos os personagens e principalmente de seu protagonista, transformam Wall-e não só em uma animação de primeiro nível, mas também em uma das melhores fitas da década.
04 – A BELA E A FERA ( Beauty And The Beast)- 1.991
A mais bela de todas as animações já produzidas e uma das marcantes produções do cinema de mesmo gênero. A Bela e a Fera é charmoso, tocante, sem parecer chato ou meloso. Com uma história fascinante, boas intervenções dramáticas e cômicas e uma trilha sonora espetacular, fizeram com que este filme fosse o único em toda a história do cinema de animação a concorrer ao Oscar de Melhor Filme em seu ano, e olha que tem gente que defende até hoje que ele deveria ter vencido.
03 – TOY STORY ( Toy Story)- 1.995
A história de uma turma de brinquedos e suas aventuras entra muito mais neste pódio por seu caráter inovador e sua importância para a história do cinema. A animação com o adjunto da computação gráfica se faz presente pela primeira vez e revoluciona todo o gênero de animação, fazendo com que nos dias de hoje, esta técnica tenha passado de exceção à regra. Por ser o primeiro de muitos, Toy Story leva a medalha de bronze.
02 – BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (Snow White and the Seven Dwarfs)- 1.937
Bom, pelo mesmo critério que Toy Story levou o bronze, Branca de Neve leva a medalha de prata. O primeiro longa de animação é aquela história que todos nós conhecemos e que passamos a admirar, por ter sido a criadora de um gênero que leva milhares de pessoas aos cinemas e por ser extremamente engraçada, ingênua e bela de uma forma única. Dificilmente alguém que não entenda muito bem a importância de um filme como esse para a história do cinema concordará comigo, mas não tem como discutir muito isso, afinal é fácil copiar, mas criar é sempre um processo complicado.
01 – O REI LEÃO ( The Lion King)- 1.994
Sim, esta escolha eu me dei ao luxo de seguir o caráter subjetivo deste mesmo que vos escreve. O Rei Leão é minha animação favorita, um dos meus filmes favoritos, além do fato de ter marcado minha infância de forma única. Parcialidades a parte, talvez muitos discordem do primeiro lugar, mas poucos discordariam de incluir este clássico do cinema em uma lista dos melhores do seu gênero. Até por que, O Rei Leão é completo, bem desenhado, um ótimo roteiro, bem conduzido, personagens marcantes, engraçados e sagazes e uma trilha sonora como poucas. É difícil entender o porquê alguns filmes causam coisas tão fortes em você, mas é fácil entender o que causam, e O Rei Leão é um destes, pelo menos para mim e para várias pessoas com quem já conversei. Um clássico, um marco e para este que vos fala a melhor animação de todos os tempos.
“Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por compreendê-las.” (Baruch de Espinosa)
ENCONTRE AQUI
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
ADEUS, LÊNIN!
Ficha Técnica
Título Original:Good Bye, Lenin!
Gênero:Drama
Duração: 118 min.
Ano De Lançamento:2003
Site Oficial:http://www.good-bye-lenin.de/
Estúdio:arte / Westdreutscher Rundfunk / X-Filme Creative Pool
Distribuidora:Sony Pictures Classics
Direção: Wolfganger Becker
Roteiro:Wolfganger Becker e Bernd Lichtenberg
Produção:Stefan Arndt
Música:Yann Tiersen
Fotografia:Martin Kukula
Edição:Peter R. Adam
Efeitos Especiais:Das Werk
Elenco
Katrin Sab (Christine Kerner)
Chulpan Khamatova (Lara)
Florian Lukas (Denis)
Alexander Beyer (Rainer)
Burghart Klaubner (Robert Kerner)
Michael Gwisdek (Diretor Klapprath)
Christine Schom (Frau Schäfer)
Rudi Völler (Rudi Völler)
Helmut Kohl (Helmut Kohl)
Daniel Brühl (Alexander Kerner)
Sinopse
Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada, Alex não tem muitos problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos.
Premiações
- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao César de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou o Goya de Melhor Filme Europeu.
- Ganhou 6 prêmios no European Film Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Daniel Brühl), Melhor Diretor – Prêmio do Público, Melhor Ator – Prêmio do Público (Daniel Brühl), Melhor Atriz – Prêmio do Público (Katrin Sab) e Melhor Roteiro. Foi ainda indicado nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Atriz (Katrin Sab).
- Ganhou o Prêmio Blue Angel, no Festival de Berlim.
CRÍTICA
Vários dias depois do meu último post, eis que me sobrou um tempinho para realizar mais uma de minhas aventuras neste pequeno espaço conhecido blog. Dramatizações presentes na frase acima deixadas de lado, vamos ao comentário deste filme alemão de grande repercussão e de grande prestígio entre cinéfilos e críticos, porém praticamente desconhecido do grande público.
Dentre as grandes forças do cinema europeu, o cinema alemão se mostra, juntamente com o cinema dinamarquês, o meu programa favorito, quando colocamos em pauta a sétima arte produzida no velho continente. Assim sendo, sempre procuro ver e analisar bem os filmes destes dois países que sempre nos brindaram com clássicos. Rotular esta fita como um clássico pode até soar um pouco exagerado, mas com certeza Adeus, Lênin! é um dos bons momentos produzidos pelo cinema nos anos 2.000.
O filme possui caráter nostálgico, e ao mesmo vivo e alegre, isso faz com que não se saiba ao certo o gênero da fita, sendo vista por uns como uma comédia e por outros como um drama. Acredito que o segundo seja mais correto, e também me parece ser a intenção do filme, levando-se em conta que a fita mostra o drama de se reavivar na mente alguém algo que já foi superado, simplesmente classificá-lo como uma comédia pode ser um erro até considerável.
A fita em si é muito interessante, o filme é dinâmico, direto e muito bem editado e produzido. São quase duas horas que passam de uma maneira muito cativante, levando o espectador a um êxtase em vários momentos da fita. Não existe nenhuma estrela conhecida, seja na direção, ou seja no elenco, e Adeus, Lênin! prova que nome não faz falta nenhuma, pois tanto o diretor Becker quanto todo o elenco da conta do recado de forma perfeita.
Entretanto, o grande trunfo da fita é seu roteiro. De uma originalidade descomunal, o filme consegue se livrar de todos os clichês sem soar forçado. A história do filho, que tenta reconstruir o mundo comunista, depois do momento em que este é derrotado pelo capitalismo, para não agravar a saúde de sua mãe, uma comunista assídua e que estava em coma no momento da transição da Alemanha Oriental do comunismo para o capitalismo. A reconstrução, e as idéias nas quais os personagens se colocam para recriar este mundo é simplesmente genial.
O filme é um golpe de mestre nos saudosistas do socialismo, que parecem continuar vivendo em um mundo dividido e que não conseguem encarar a nova realidade, e o genial da fita vem aqui, já que Becker consegue isto, sem defender em nenhum momento o capitalismo, ou seja, a crítica é feita de forma pura, sem se fazer necessário a defesa do capitalismo para se mostrar a estupidez que ainda existe no mundo de hoje por parte destes saudosistas.
Adeus, Lênin! é um filme brilhante, e a analogia de seu título, mostra bem a proposta e a temática, deste que talvez seja, (junto com o excelente A Vida Dos Outros e com A Queda - As últimas Horas De Hitler) o melhor filme alemão dos anos 2.000. Um filme obrigatório, principalmente para cinéfilos e pessoas mais interessadas em questões políticas e sociais. Um tapa na cara para muitos e um deleite para outros, a carapuça serve de qualquer jeito, só cabe a você escolher qual das duas vestir.
NOTA: 9,0
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
TERRA DE NINGUÉM
Ficha Técnica
Título Original:Land of the Blind
Gênero:Drama
Duração:110 min
Ano De Lançamento:2006
Estúdio:Lucky 7 Productions LLC / Templar Films / Brooklyn Films / Avnet/Kerner Productions / Defender Production / Bauer Martinez Studios / Studio Eight Productions
Distribuidora:California Filmes
Direção: Robert Edwards
Roteiro:Robert Edwards
Produção:Jon Avnet, Cerise Hallam Larkin, Alan Latham, Philippe Martinez e Stanley Roup
Música:Guy Farley
Fotografia:Emmanuel Kadosh
Direção De Arte:Mike Stallion
Figurino:Phoebe De Gaye
Edição:Ferne Pearlstein
Elenco
Ralph Fiennes (Joe)
Donald Sutherland (Thorne)
Lara Flynn Boyle (Primeira-Dama)
Tom Hollander (Maximilian)
Camilla Rutherford (Tania)
Marc Warren (Pool)
Robert Daws (Jones)
Don Warrington (Primeiro Sargento)
Ron Cook (Médico)
Laura Fraser (Madeleine)
Miranda Raison (Daisy)
Michael Smiley (Tenente)
Jonathan Hyde (Smith)
Mackenzie Crook (Editor)
Sinopse
Em uma penitenciária de um país distante está Thorne (Donald Sutherland), um prisioneiro político. Com o tempo ele cria amizade com Joe (Ralph Fiennes), o guarda da prisão, para quem conta seu passado de resistência política e sua tentativa em acabar com o sistema ditatorial local. Até que um pedido de Thorne gera um grande conflito entre ele e Joe, que faz com que os companheiros do guarda achem melhor apagá-lo da história.
CRÍTICA
Existem vários filmes que foram traduzidos para o português sob o nome de Terra De Ninguém, o mais famoso deles é um excelente filme vindo da Bósnia; entretanto já deu pra perceber, que neste momento não me dedico a escrever algo sobre este a qual me referi a pouco. Este Terra De Ninguém é um filme bem menos inspirado, um pouco confuso, e por que não dizer desinteressante.
Apesar de contar com dois atores muito respeitados (no caso Donald Sutherland e Ralph Fiennes), o filme não consegue se impor e acaba passando como algo pouco influente pela vida cinematográfica de qualquer espectador. Tentar explicar isto, seria quase que uma frustrada tentativa de encontrar paixão em um filme gélido e pesado, que causa impacto apenas pelo caráter cru e grotesco de algumas de suas passagens.
O argumento é muito parecido em síntese, com A Revolução Dos Bichos de George Orwell, ou seja, aquele que era para ser um reformador e mudar a vida das pessoas para melhor, no momento que tem a chance de fazer isso, se mostra pior que seu antecessor. É inevitável essa comparação,já que mesmo com algumas diferenças na construção dos personagens, muda-se muito pouco. Talvez a diferença mais perceptível, é que este Terra De Ninguém dá um acento maior no que envolve a traição em si, já que ele perpassa o filme em toda a sua extensão.
Sutherland é um bom ator, apesar de estar longe de ser um dos meus favoritos, mas nesta fita está muito "longe" no termo popular da expressão. Sua presença é simples demais, e falta equilíbrio nas cenas com Fiennes, que é, por característica, um ator mais seco e duro. Não é possível que o diretor não tenha percebido ao longo das filmagens que a fita estava burocrática demais, e que não ia provocar nenhum tipo de reação em seu espectador. Vale também elevar aqui como ponto negativo, a péssima e por que não dizer idiota atuação de Tom Hollander como Maximilian; simplesmente uma coisa horrorosa.
Bom, a verdade é que temos uma fita muito pequena, e que trilha por um caminho que não deu certo. Fiennes mostra toda a sua frieza, e tenta melhorar um pouco o negócio(já que seu personagem, tinha esse ar de frieza), e Sutherland que deveria fazer um certo contraponto, parece que se contagiou com o espírito de Fiennes; aliemos isso a uma direção bem burocrática e que não nos mostra nada de diferente e um roteiro quase plagiado, e temos um filme fraco e que se não é tão ruim quanto alguns filmes que frequentam a sessão dos Para Passar Longe, ainda precisaria corrigir muitas coisas, para subir para a sessão dos Para Pensar Duas Vezes.
NOTA: 4,0
sábado, 10 de outubro de 2009
AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD
Ficha Técnica
Título Original:The Adventures of Robin Hood
Gênero:Aventura
Duração:102 min
Ano De Lançamento:1938
Estúdio:Warner Bros. / First National Pictures Inc.
Distribuidora:Warner Bros.
Direção: Michael Curtiz , William Keighley
Roteiro:Norman Reilly Raine e Seton I. Miller
Produção:Hal B. Wallis
Música:Erich Wolfgang Korngold
Fotografia:Tony Gaudio e Sol Polito
Figurino:Milo Anderson
Edição:Ralph Dawson
Elenco
Errol Flynn (Robin Hood)
Olivia de Havilland (Marian)
Basil Rathbone (Sir Guy de Gisbourne)
Claude Rains (Príncipe John)
Patric Knowles (Will Scarlett)
Eugene Paulette (Frei Tuck)
Alan Jole (João Pequeno)
Melville Cooper (Xerife de Nottingham)
Ian Hunter (Rei Ricardo Coração-de-Leão)
Una O'Connor (Bess)
Leonard Willey (Sir Essex)
Robert Noble (Sir Ralf)
Kenneth Hunter (Sir Mortimer)
Robert Warwick (Sir Geoffrey)
Colin Kenny (Sir Baldwin)
Lester Matthews (Sir Ivor)
Sinopse
No século XII, quando o rei da Inglaterra Ricardo Coração-de-Leão (Ian Hunter) é sequestrado na Áustria ao retornar das Cruzadas, o príncipe John (Claude Rains) tenta usurpar o trono, favorecendo os normandos invasores em detrimento dos saxões. Contra esta situação o nobre Robin Hood (Errol Flynn) organiza nas florestas de Sherwood um bando de salteadores e rebeldes. Enquanto ataca os normandos e rouba dos ricos para dar aos pobres, Robin se apaixona por Marian (Olivia de Havilland), protegida do rei Ricardo, que o príncipe quer casar com o arrogante Sir Guy (Basil Rathbone).
Premiações
- Vencedor De 3 Oscars: Direção de Arte, Música e Edição. Foi indicado ainda na categoria de Melhor Filme.
CRÍTICA
Escrever sobre alguns filmes realmente é algo prazeroso de se fazer. Em alguns momentos isto se deve ao fato de se gostar muito do filme, e em outros de achar o filme muito bom; contudo o melhor mesmo é quando os dois se unem. Já fazia algum tempo que eu não dedicava meu tempo neste blog para falar de um filme que facilmente está entre os meus favoritos, e não é muito difícil explicar o por que do caráter de gosto que eu tenho por esta fita.
Primeiro que Robin Hood sempre foi para mim, um dos maiores personagens do imaginário não só inglês, mas de toda a humanidade. Seja no âmbito cinematográfico, mitológico, literário ou outro qualquer, Robin Hood sempre ficou dividido entre herói e vilão com seu clássico comportamento de "homem que rouba dos ricos para distribuir aos pobres", e este caráter de bom e mau ao mesmo tempo sempre me intrigou no personagem em questão. Em segundo ponto, o gênero shasbuckler (espadachim)de filmes sempre me agradou, e vendo esta fita, estamos simplesmente diante do melhor do gênero em todo o movimento "cineástico", construído até os dias de hoje.
Bom, explicado o por que Robin Hood me agrada tanto, vamos aos motivos que fazem com que o filme As Aventuras De Robin Hood me agrade tanto. Primeiramente o fato de o filme ser extremamente fiel às histórias consideradas "oficiais" sobre o anti-herói da floresta de Sherwood. Segundo, pelo fato de a fita mesclar com maestria aventura, drama, romance, toques de comédia, sem perder o rumo, e sem pender para nenhum tipo de parcialidade relacionada a algumas das características acima. Tudo é muito bem dosado, o trabalho dos diretores Michael Curtiz (o mesmo de Casablanca) e William Keighley é espetacular, conduzindo a câmera de modo convincente e compactante ao ótimo trabalho de edição para deixar o filme veloz e astuto, dando ênfase às ótimas cenas de luta entre os espadachins, acompanhados de uma trilha sonora excelente.
Vale a pena destacar também o ótimo trabalho de figurino e direção de arte, que conseguiram criar uma reconstrução excelente da Inglaterra do século XII, e também a excelente fotografia em tons amarelados que hoje soam envelhecidos (criando mais charme ainda para a fita), mas que para uma época que começava a conviver com o cinema colorido, era algo de extrema dificuldade e que exigia muita competência, algo que sobrou por aqui.
O elenco é simplesmente majestoso. Claude Rains está ótimo como o egoísta e inescrupuloso Príncipe John, assim como seu companheiro de quase todas as tomadas Basil Rathbone, que cria um Sir Guy de respeito e que condiz muito bem com os traços do personagem. Entretanto, o grandiosidade do elenco está no par principal. Olivia de Havilland esbanja talento na construção de uma Lady Marian perfeita, tanto nas cenas românticas quanto nas cenas em que se exige um pouco de furor. Errol Flynn por sua vez dispensa comentários. Um dos maiores galãs do cinema nos final dos anos 30 e nos anos 40, o ator dá um show, e seu Robin Hood é simplesmente perfeito, não há nada que tirar, nem colocar, tudo está ali em perfeita sincronia, incluindo um genuíno e espontâneo sotaque inglês ( ao contrário de Kevin Costner na versão moderna da fita) e um modo bem peculiar de expressão, seja ela corporal ou linguística, tudo para caracterizar Robin Hood de uma maneira jamais superada na história do cinema.
Bom, não preciso nem dizer que o filme é obrigatório né? Seja como aventura, como comédia, como romance, como filme de capa e espada como alguns gostam de chamar, este As Aventuras de Robin Hood é um tiro tão certeiro quanto as façanhas do próprio personagem central e seu arco e flecha. Um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempos e que deve ser apreciado de todas as formas. Robin Hood é imortal e ganhou nesta versão cinematográfica a imortalidade pela sétima arte que já possuía a tanto tempo na literatura. Muito mais do que merecido, e que mais pessoas no futuro apreciem um filme de 70 anos atrás, que jamais foi superado, mesmo em tempos de tanta evolução; provando mais uma vez que o cinema é muito mais do que milhões de pessoas comentando ou milhões de dólares na produção, o cinema é atemporal, assim como seus clássicos, assim como As Aventuras De Robin Hood.
NOTA: 10,0
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O PRIMEIRO ANO DO RESTO DE NOSSAS VIDAS
Ficha Técnica
Título Original:St. Elmo's Fire
Gênero:Drama
Duração:104 min
Ano De Lançamento:1985
Estúdio:Columbia Pictures Corporation / Delphi III / Channel
Distribuidora:Columbia Pictures
Direção: Joel Schumacher
Roteiro:Joel Schumacher e Carl Kurlander
Produção:Lauren Schuler Donner
Música:David Foster
Fotografia:Stephen H. Burum
Direção De Arte:William Sandell
Figurino:Susan Becker
Edição:Richard Marks
Elenco
Emilio Estevez (Kirby Keger)
Rob Lowe (Billy Hicks)
Andrew McCarthy (Kevin Dolenz)
Demi Moore (Jules Jacoby)
Judd Nelson (Alec Newbary)
Ally Sheedy (Leslie Hunter)
Mare Winningham (Wendy Beamish)
Martin Balsam (Sr. Beamish)
Andie MacDowell (Dale Biderman)
Joyce Van Patten (Sra. Beamish)
Jenny Wright (Felicia)
Blake Clark (Wally)
Jon Cutler (Howie Krantz)
Matthew Laurance (Ron Dellasandro)
Gina Hecht (Judith)
Anna Maria Horsford (Naomi)
Sinopse
Sete amigos recém-formados se deparam com a amarga realidade do mundo real, tendo que conviver com a insegurança profissional e emocional nesta nova fase da vida. Este novo momento pode pôr em risco a amizade existente entre eles, a qual acreditavam que seria eterna.
CRÍTICA
Nadando contra uma corrente que em sua época ainda não era muito forte, mas que ganharia muita força nos anos 90, que são os filmes que relatam a vida de jovens em seus últimos anos de colégio, e todas as angústias que os afligem pela mudança de fase, no casa, a saída do colegial para a entrada em uma faculdade; O Primeiro Ano Do Resto De Nossas Vidas, mostra esses jovens já passando por estas angústias nos primeiros anos após o fim do colegial.
Desse modo, encontramos aqui, um grupo de amigos que continuam unidos mesmo ao fim do colegial, e quase que por "coincidência", encontramos os mesmos estereótipos dos filmes de adolescente ainda no colegial, ou seja, temos desde o casal complexo, até o rebelde, do obcecado a menina problemática, nos passando uma certa imagem de que na verdade as angústias permanecem, elas só mudam de objeto, criando quase que um clima bucólico e depressivo ao longo da fita.
O fato de encontrarmos aqui um Schumacher ainda inexperiente explica alguns problemas da fita. Se levarmos em consideração que mesmo experiente Schumacher ainda deixa muito a desejar na condução de sua câmera, nos seus primeiros filmes suas limitações são ainda mais visíveis. Os planos utilizados não se encaixam, e a sequência das cenas em alguns momentos é um pouco desconexa. Schumacher tem sérias dificuldades em unificar as histórias, o que passa a impressão de que a fita é contada em capítulos, e isto não é muito legal.
O roteiro consegue segurar um pouco a onda, e apesar de Schumacher brigar contra isso, é nítido que a intenção daquele é mostrar tanto as individualidades, quanto a convivência em grupo dos sete personagens. O que filme tem de melhor mesmo é a trilha sonora, uma mistura de jazz, hard rock e um pouco de flash back característico das trilhas dos anos 80, dão um clima muito interessante para inúmeras cenas, e salvando um pouco a pele do inconsistente Schumacher.
O elenco é formado por mini astros, e este mini entra tanto no quesito conhecimento perante ao público e capacidade interpretativa. O primeiro ponto não me interessa, então vamos a uma breve análise do segundo. Não há em O Primeiro Ano Do Resto De Nossas Vidas (ufa!), um grande ator. Emilio Estevez e Demi Moore são as mais conhecidos, mas nem por isso são os melhores, e esta afirmação vale mais para ela do que para ele. Estevez é o melhor do elenco; e juntamente com Judd Nelson mostram as melhores atuações da fita, enquanto que Moore se não entra entre as atuações ruins (como o fraco trabalho de Andie MacDowell, que ficaria conhecida posteriormente pelo bom Quatro Casamentos e Um Funeral, mas que aqui está totalmente apagada), também não convence como a jovem rebelde. Rob Lowe está muito exagerado e Andrew McCarthy, está longe do engraçadíssimo Larry de Um Morto Muito Louco.
No conjunto da obra um filme que hoje possui um caráter muito mais nostálgico do que clássico´. É praticamente um cult, principalmente para pessoas que viveram época e situações parecidas, e ao contrário do que muitos acham; esta fita se caracteriza muito mais pelo seu caráter dramático do que propriamente uma comédia romântica. O filme em alguns momentos soa bonito, e tem muita cara de Cinema Em Casa, não no sentido pejorativo, mas no sentido daqueles filmes que marcam um época da nossa vida. O Primeiro Ano Do Resto De Nossas Vidas é muito mais sentimento do que técnica, porém, não é desculpa para fraquejar tanto neste segundo item, dessa maneira, seu lugar aqui no blog é mesmo na sessão Para Pensar Duas Vezes.
NOTA: 6,5
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