ENCONTRE AQUI

terça-feira, 30 de novembro de 2010

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE PT. 1


Todo filme baseado em livros, deve partir de uma premissa máxima invariável, que ultrapassa popularidade da obra, aceitação pelo público e coisas desse tipo, formando o norte da obra; esta premissa é simples: "A maioria de seus espectadores não fizeram a leitura do livro, ou seja, o filme não pode depender do livro para a compreensão do público. Tudo bem, agora qual o motivo que levaria este ser a começar uma resenha sobre o mais novo filme de Harry Potter dessa forma? Igualmente simples a resposta: o novo Harry Potter não respeita essa máxima.

Mais uma vez o dinheiro venceu o bom cinema. Dividir o último livro em dois filmes com a desculpa esfarrapada de aproveitar melhor o livro, fez com que As Relíquias da Morte Pt. 1 se transformasse no pior filme da série até o momento. É claro que o livro foi bem mais presente na obra, afinal o negócio tem que ter força para dois filmes, não havia outra alternativa. Entretanto, essa divisão gerou vários problemas, e começamos a elencá-los agora. O primeiro deles é exatamente o excesso de livro. Tudo foi colocado ali, fazendo com o filme caía em uma monotonia após os 20 primeiros minutos, capaz de despertar sono até em quem sofre de insônia, voltando a despertar apenas no final, ou seja, As Relíquias da Morte possui um seríssimo problema de andamento. David Yates não consegue dosar as coisas aqui como conseguiu em O Enigma do Princípe e volta a ter lapsos de A Ordem da Fênix. Com exceção do começo e do final que são super velozes, o filme é um amontoado de briguinhas e perseguições sem sal, envolvendo os já costumeiros Harry, Rony e Hermione, e pra dizer bem a verdade, quase nada acontece de relevante para o restante do andamento do contexto principal, além do fato de aparecerem enxurradas de novos personagens inúteis e que só complicam o andamento do filme e a compreensão do espectador, tudo em nome de "ser mais fiel ao livro", ou como também é conhecido, tudo em nome do velho e querido "dinheiro", afinal por que produzir apenas sete filmes se podemos produzir oito e ganharmos muito mais dinheiro não? E o cinema que se lasque.

Outro problema é o pouco aproveitamento dos outros personagens que não sejam o "trio mocinho". Personagens importantes como Snape e Voldemort quase não aparecem, assim como personagens interessantes como Umbridge e Hagrid. Por outro lado, a maioria das ações ficam a cargo do trio principal, que não conseguem segurar muito a barra, e falham em várias cenas.

Os efeitos especiais, fotografia, maquiagem e estas coisas mais artísticas e técnicas continuam impecáveis, e seguindo a tendência iniciada com o obscuro trabalho de Cuáron em O Prisioneiro de Azkaban, tudo é mais adulto e fica cada vez mais amadurecido, porém,  depois de ter ido ao cinema, não sei se isso é muito bom, pois pelas atitudes presenciadas por mim na sala, percebi que a maioria do público do bruxinho ainda é bem infantil, mesmo que for apenas na capacidade mental e intelectual.

Acredito que a questão que envolve este Harry Potter é tranquila de se definir e se mostra da seguinte maneira: De um lado aqueles que adoraram o filme, ou seja, os fãs da saga que acompanham com afinco, que leram os livros e gostaram da fidelidade do filme, mesmo este tornando-se lento e chato. Todavia, do outro estão aqueles que não são fãs da saga, não leram os livros, e acompanham Harry Potter como a qualquer outro filme lançado no mercado. Se você faz parte da primeira turma, provavelmente Harry Potter e As Relíquias da Morte Pt. 1, lhe agradará e muito, agora se você for da segunda, já sabe o que vai encontrar. Assim sendo, após ler esta resenha, fica fácil perceber a qual turma eu em particular pertenço, caso você possua alguma dúvida ainda é só dar uma verificada na nota logo abaixo. E que venha o oitavo filme, mesmo existindo apenas sete livros para serem adaptados.


NOTA: 5,0

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

TRISTEZA NO CINEMA - O ADEUS DE LESLIE NIELSEN E DE IRVIN KERSHNER

O cinema está de luto. Quando li que Irvin Kershner estava morto, pensei comigo: "Lá se foi o diretor que filmou o que pra mim é a cena mais marcante da história do cinema". Conhecido por ser o diretor do Episódio V da saga Guerra Nas Estrelas; o diretor de O Império Contra-Ataca foi encontrado morto em sua residência, aos 87 anos de idade.
Agora, choque mesmo eu tomei quando vi anunciada a morte de Leslie Nielsen. Um dos maiores comediantes de todos os tempos, Nielsen encontrava em mim um grande fã de seu trabalho. Aquele que nunca riu de seus trabalhos como Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu; Drácula Morto Mais Feliz e principalmente a série de filmes da saga de comédia Corra Que a Polícia Vem Aí, que atire a primeira pedra. Mais um grande que se vai, e nos priva de seu talento. Nielsen faleceu ontem (28/11/2010) aos 84 anos de idade, vítima de pneumonia.


IRVIN KERSHNER



LESLIE NIELSEN

domingo, 28 de novembro de 2010

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE


Depois de assistir ao chato e denso A Ordem Da Fênix, eu confesso que havia desanimado totalmente de uma saga que nunca chegou a me animar de verdade, entretanto David Yates conseguiu se recuperar, e me surpreendeu com um interessante e ótimo trabalho, o que transforma Harry Potter e o Enigma Do Principe em um dos melhores filmes da saga, superado, para mim, apenas pelo Cálice de Fogo.

Yates achou o seu tom na saga e conseguiu dar dinâmica e precisão a um roteiro difícil, talvez o mais difícil da saga. Apesar de ainda pecar um pouco nas cenas periféricas, o diretor conduz muito a câmera, e cria um cenário obscuro e poderoso, sem parecer forçado e nem adulto demais. Os movimentos e a preciosidade de sua condução, levam o espectador a uma grande viagem, e em nenhum outro momento da saga, estivemos tão bem à vontade para presenciar as aventuras do bruxinho e de seus amigos. Apesar de o filme não ser o melhor em minha opinião, Yates produz aqui a melhor direção da saga sem dúvida. 

Entretanto, alguns defeitos existem, como a pouca importância para um personagem, que segundo minhas fontes sobre o livro, possui vital participação, além de uma rapidez no desfecho, com a morte de um dos personagens mais presentes da saga, e que poderia ser muito melhor explorado. Fora isto, e aquelas historinhas românticas e picuinhas paralelas que continuam a encher o saco na saga, o filme é bom exemplar do cinema de fantasia em geral.

O elenco está bem leve e solto, resultado da precisão de Yates, que consegue arrancar ótimas atuações de todo o elenco, e que contribuíram demais para todo o aparato sombrio e misterioso que nos contorna durante toda a película. Isso sem contar a brilhante trilha sonora (também a melhor da saga), e toda a parafernália técnica e artística que está brilhante.

A verdade é que David Yates recuperou e por que não dizer reviveu a saga depois do fracasso de A Ordem Da Fênix. Harry Potter e o Enigma do Príncipe, possui o mérito de buscar sempre aquilo que os atores e o roteiro tem de melhor, e de ser ousado, coisa que faltou muito em A Ordem Da Fênix. Um belo trabalho e que colocou novamente a saga do bruxinho na mente de vários cinéfilos, incluindo este que vos fala, e olha que a resistência foi grande.


NOTA: 8,5

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX


O quinto filme da série, e também o primeiro nas mãos do diretor David Yates, pode até não ser o pior filme da série, mas é com certeza o mais chato ( lembrando que existe um abismo enorme entre um filme ruim e um filme chato).

O grande problema do filme é o número absurdo de historiazinhas paralelas e que muitas vezes não contribuem em nada com o bom desenrolar da fita. É de irritar por exemplo, o modo como Yates perde tempo em romancezinhos e intrigazinhas de adolescente, para depois passar voando pela morte de Sirius Black, agora a pergunta é simples; qual é o mais importante? É claro que Yates ainda estava se adaptando a série, e sua direção melhorará de forma considerável no próximo filme, porém aqui a coisa é complicada. Muitas vezes falta o tom certo para dosar todos os elementos do filme, e para colocar cada coisa em seu lugar.

Além disso, pela primeira vez encontramos uma involução na saga. O Prisioneiro de Azkaban é em minha opinião um caso a parte e que divide opiniões por ser muito diferente do restante da saga. Contudo, A Ordem Da Fênix é bem inferior ao seu antecessor, O Cálice de Fogo, e isso em todos os sentidos, seja na direção, nas atuações, na dinâmica e na consistência do roteiro, até mesmo os efeitos especiais e a produção artística não estão no tom certo aqui.

O grande achado deste filme fica por conta da veterana Imelda Staunton e sua brilhante atuação no papel de Umbridge, além da ótima inserção de Helena Bonham Carter no papel de Bellatrix, num personagem que lembra muito, pela construção, os dos filmes de Tim Burton. No restante, o elenco leva tranquilo, principalmente o pessoal da velha guarda, enquanto que os jovens ainda penam um pouco, mas se não brilham como em O Cálice de Fogo, também não atrapalham.

A Ordem da Fênix representa praticamente um erro ao longo da saga, e se transforma em um dos pontos mais negativos da mesma. Sem brilho e sem nada que chame realmente a atenção, está fadado a passar para a história como o episódio mais sem sal e sem brilho de um conjunto de filmes que ainda agradará muitas gerações.


NOTA: 6,0

domingo, 21 de novembro de 2010

HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO



O quarto da filme da série é na minha modesta opinião, o melhor. Tudo em O Cálice de Fogo funciona melhor, e aquele difícil equilíbrio entre ser um filme para adultos ou para crianças é finalmente encontrado e explorado, além do fato de que a dinâmica e a construção argumentativa são interessantes, e ao mesmo tempo que não se complicam de mais ou não se tornam obscuras demais como em O Prisioneiro de Azkaban, não subestimam a inteligência dos espectadores não-crianças que acompanham a película.

O grande responsável por isso é o diretor Mike Newell, conhecido mundialmente pelo ótimo Quatro Casamentos e Um Funeral. Newell consegue aliar movimentos rápidos de câmera, como o filme exige, a um bom andamento total da coisa. O Cálice de Fogo é um filme veloz, mas devido ao excelente feeling do diretor nada sai atropelado, e tudo se mostra muito preciso e devidamente encaixado e explicado, o que propicia o aparecimento de um gostoso e afiado roteiro. Nada de obscuridade ou fantasia demais; Newell consegue agradar a gregos e troianos levando ao contentamento todos os tipos de público que possam querer acompanhar o filme.

A sequência final do labirinto é simplesmente o melhor momento da série, que ainda conta com a primeira aparição real de Ralph Fiennes no papel de Lorde Voldemort, agregando talento e experiência a uma série que em alguns momentos se perde pela falta de atributos como estes. Além disso, Newell consegue dar grande leveza e grande confiança aos atores, fazendo com que Radcliffe alcance neste filme sua melhor atuação.

O Cálice de Fogo pode até não ser um clássico do cinema, porém, entre os filmes da saga do bruxinho é o que mais flerta com essa posição, sendo de longe o melhor, mais belo e mais divertido momento da saga que já dura nove anos e que ainda tem mais um filme para nos mostrar. Infelizmente Newell abandonou a direção da série, e levou com ele todo o avanço e toda a magia com que o Cálice de Fogo nos brindou. Três filmes já foram feitos da série após O Cálice de Fogo, e nenhum deles chegou perto de alcançá-lo, e pelo andar da carruagem acho difícil o último superá-lo também.


NOTA: 9,0

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN


Considerado por muitos o melhor filme da saga até o momento, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é, em minha opinião, o mais difícil de analisar dos filme do bruxinho, e para já adiantar um pouco o que virá logo após, eu discordo da maioria, e não só não o acho melhor da saga, como em minha opinião ele é o mais fraco.

O motivo de minha opinião, é o mesmo daqueles que o acham o melhor da saga: o diretor mexicano Alfonso Cuáron. Que Cuáron é o melhor diretor que passou pela saga até o momento é claro, entretanto, acredito que sua alta capacidade de direção não caiu bem em uma saga que não exigia tanto talento, tornando as coisas exageradas, deslocadas em alguns momentos e o pior, adulto demais. Se Columbus deixava a saga infantil demais, Cuáron foi ao outro extremo, e transformou o filme em algo adulto demais, totalmente obscuro (muito mais do que sugere o roteiro), soturno, escuro e que flerta em vários momentos com gêneros como o terror e o suspense, ou seja, a fantasia infantil deu lugar a um filme adulto demais, e, se levarmos em consideração que grande parte dos espectadores de Harry Potter são crianças, Cuáron se esqueceu completamente deles na construção de seu filme.

O meio termo, que agradaria tanto crianças quanto adultos de uma forma natural e por si só, ainda não foi alcançado, e ao contrário disso, temos um filme muito duro, e que por mais que agrade à crítica e alguns fãs, essa sensação de agrado vem por algo criado pelo diretor, e não intrínseco a saga, o que leva o espectador a uma ilusão, já que ele gosta de algo próprio de Cuáron e não de Harry Potter.

Outra crítica minha a este filme, é o pouco aproveitamento de Gary Oldman no papel de Sirius Black, que poderia contribuir muito mais para o bom andamento da fita. Do resto, tudo evoluiu, tanto na parte artística, quanto técnica, quanto na assimilação dos personagens por parte dos atores sejam eles mirins ou adultos.

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é um filme ilusório, duro, difícil e obscuro demais para uma saga que não tem essa intenção, e o culpado atende pelo nome de Alfonso Cuáron, que é um diretor bom demais para uma saga que como um todo não merece e não consegue suportar seu talento.


NOTA: 6,0

terça-feira, 9 de novembro de 2010

HARRY POTTER E A CÂMARA SECRETA


O segundo filme da saga do bruxinho, lançado dois anos após o primeiro, mostra uma evolução muito interessante em relação ao primeiro filme. Tudo soa mais natural, a história, Columbus, os atores mirins, os próprios atores mais rodados, a cenografia, em suma, tudo. Harry Potter e a Câmara Secreta, acerta por colocar uma interessante maturidade no roteiro e nas ações, mas sem perder aquele caráter um pouco infantil, o que torna esta segunda parte muito mais acessível, seja qual for o público que resolver assistir à este filme.

Chris Columbus continua assinando a direção, e se mostra muito mais solto, o que ajuda e muito o andamento da fita. Logicamente, que Columbus ainda não é um gigante na arte de conduzir uma câmera, porém, é impossível não notar a evolução do diretor do primeiro filme para este, assim como é impossível não notar a evolução do trio mirim, que já se acostumou um pouco mais com o universo e com os personagens em si, não obstante, o trabalho por parte dos atores mirins de caracterização dos personagens está muito mais madura e interessante.

O roteiro também evolui, porém ainda esbarra em muitos detalhes, e dá importância a elementos que me parecem desnecessários; e a prova disso é a duração do filme, que é o maior de todos da saga até o momento, mesmo segundo livro não chegando nem perto de ser o mais longo. O aparato técnico e artístico continua impecável, assim como os atores mais experientes, que ainda contaram com um reforço; o excelente e vibrante Kenneth Branagh.

A evolução é visível, e se no primeiro filme temos explícitas as dificuldades para apresentar ao espectador uma nova história e um novo universo, o segundo já se aproveita do estabelecimento desse universo para criar uma magia que poucas vezes foi superada na saga. Leve, divertido e que consegue balancear bem suas qualidades e seus defeitos, Harry Potter e a Câmara Secreta, se mostra até hoje um dos melhores momentos da saga.


NOTA: 8,5

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL


Dirigido por Chris Columbus, conhecido por filmes com temáticas infantis ( como os dois primeiros Esqueceram de Mim), A Pedra Filosofal, esbarra na dificuldade que a maioria dos primeiros filmes que contam uma saga fantasiosa ou fictícia e coisas assim possuem, mostrar ao espectador um universo desconhecido, explicá-lo e situá-lo de uma forma consistente a ponto de engatilhar o espectador para o próximo momento, ou seja, o próximo filme, e de certo modo o filme escorrega bastante nesse sentido.

As coisas não soam tão claras assim, e Columbus acaba se perdendo um pouco no ponto em que não sabe muito bem se "infantiliza" tanto o negócio ou não. A opção do diretor foi pelo sim, e A Pedra Filosofal soa infantil demais em alguns momentos, o que nos leva a uma ideia estranha da saga, onde não fica muito claro ao espectador o que esperar de tudo aquilo. O elenco ainda é muito cru e tem falhas visíveis e dificuldades normais, porém já mostra um interessante potencial, entretanto, por outro lado, o aparato técnico e artístico se aliam a atores experientes que seguram muito bem as pontas como Maggie Smith, o falecido Richard Harris e o impagável Alan Rickman.

Dificuldades a parte do roteiro, da direção e do próprio elenco juvenil, me soam até certo ponto normais, e não atrapalham o embrião de nascer. A Pedra Filosofal é o primeiro passo de um fenômeno e tem seus créditos por isso. Por mais que a saga só ganhe corpo nos filmes seguintes, vale a pena uma conferida no primeiro também.



NOTA: 7,0

SAGA HARRY POTTER!


Bom, daqui há alguns dias estréia o sétimo filme da saga que tomou conta do mundo e que conquista cada vez mais fãs. O fenômeno Harry Potter atinge a todos os públicos e a todas as idades, sendo assim, achei interessante fazermos uma pequena retrospectiva sobre a saga do bruxinho antes de apreciarmos o novo petardo no cinema. Desse modo, darei, de forma bem sucinta, minha opinião sobre os filmes anteriores. Vamos lá então!!

domingo, 7 de novembro de 2010

QUERIDO JOHN


Ficha Técnica

Título Original:Dear John
Gênero:Romance
Duração:105 min
Ano De Lançamento:2010
Site Oficial:http://www.queridojohn.com.br
Estúdio:Relativity Media / Temple Hill Entertainment
Distribuidora:Sony Pictures Releasing
Direção: Lasse Hallström
Roteiro:Jamie Linden, baseado no livro de Nicholas Sparks
Produção:Marty Bowen, Wyck Godfrey e Ryan Kavanaugh
Música:Deborah Lurie
Fotografia:Terry Stacey
Direção De Arte:Mark Garner
Figurino:Kathryn Langston
Edição:Kristina Boden
Efeitos Especiais:& Company


Elenco

Channing Tatum (John Tyree)
Amanda Seyfried (Savannah Curtis)
Richard Jenkins (Sr. Tyree)
Henry Thomas (Tim Wheddon)
D.J. Cotrona (Noodles)
Cullen Moss (Rooster)
Gavin McCullen (Starks)
Jose Lucena Jr. (Berry)
Keith Robinson (Capitão Stone)
Scott Porter (Randy)
Leslea Fisher (Susan)
William Howard Bowman (Daniels)
David Andrews (Sr. Curtis)
Mary Rachel Dudley (Sra. Curtis)


Sinopse

John Tyree (Channing Tatum) é um jovem soldado que está em casa, licenciado. Um dia ele conhece Savannah Curtis (Amanda Seyfried), uma universitária idealista em férias por quem se apaixona. Eles iniciam um relacionamento, só que logo John precisará retornar ao trabalho. Dentro de um ano ele terminará o serviço militar, quando poderão enfim ficar juntos. Neste período eles trocam diversas cartas, onde cada um conta o que lhe acontece a cada dia.



CRÍTICA


Antes de ver este filme, confesso que o segurei nas mãos, olhei, analisei, e desisti de assisti-lo por várias vezes, até que eu vi uma coisa nele que ainda não havia reparado, e que se transformou no fator que me convenceu a encará-lo; o diretor sueco Lasse Hallströmm, por quem eu possuo grande admiração, devido aos seus trabalhos anteriores como Minha Vida de Cachorro, Chocolate e o belíssimo e emocionante Sempre Ao Seu Lado.

Eu sei muito bem o que esperar de um filme de Hallström, já que o diretor possui um perfil e um estilo muito bem definido, e que possui pouquíssimas variações ao longo dos anos e dos filmes. Sendo assim, Querido John possui todo o corpo de um filme de Hallström: movimentos sutis, porém bem definidos, sutileza e leveza na condução tanto da câmera quanto dos atores, e uma incrível capacidade de sensibilizar o espectador apenas pela apreensão das imagens e dos aparatos técnicos e sonoros, os quais o diretor usa muito bem. Dessa forma, temos que Hallström é o diferencial de Querido John, e o que faz com que o filme seja "assistível". A direção, assim como a fotografia, e a trilha sonora são bem felizes e conseguem criar um clima interessante e que perpassa por toda a película.

Dito isto, vamos começar a elencar os problemas deste romance que não chega a ser meloso e nem apelativo, mas que esbarra em uma mesmice e em alguns momentos desnecessários. O roteiro é baseado em um livro de Nicholas Sparks, o mesmo escritor de Um Amor Para Recordar ( se eu não me engano) e de Diário de Uma Paixão, e verificamos aqui o mesmo fio condutor dos outros filmes baseados em livros de Sparks, ou seja, o amor que supera todos os obstáculos e dificuldades. A história é simples: um cara que está de férias do exército, se apaixona pela pura e altruísta mocinha e os problemas começam quando este volta para a guerra. O roteiro acerta na questão da comunicação entre os dois, já que as cartas jamais perderão seu charme, entretanto esbarra em situações chatas e totalmente evitáveis ( como o fato da mocinha reconstruir uma casa por pura caridade, ou a briga dele com o carinha que tem ciúme da menina).

O que acontece então, é que nos deparamos com um romance que não sabe muito bem aonde quer chegar e que derrapa demais, prejudicando seu bom andamento, e dificultando sua saída de uma categoria mais piegas dos atuais filmes do gênero. O elenco, não acaba firmando bases muito interessantes, pois os protagonistas ( Channing Tatum e Amanda Seyfried), ainda são atores muito jovens e não seguram a barra muito bem, principalmente ela que tem uma difícil personagem nas mãos, principalmente na parte final  do filme. Já ele, é ajudado pelo personagem, que por ser um militar possui aquele perfil mais sério, o que esconde um pouco sua falta de expressão ao longo do filme. Destaque apenas para a participação de Henry Thomas, o eterno Elliot de E.T. - O Extra terrestre.

Se levarmos uma comparação entre os dois outros filmes do autor, este aqui ficaria a frente de Um Amor Para Recordar e bem atrás do cativante e belo Diário de Uma Paixão, até pelo fato de que Querido John não é inovador, não possui reviravoltas, e a partir do minuto 20 da fita você já consegue adivinhar todo o resto, e acredite, o final vai ser exatamente como você imaginou, ou melhor como você já viu várias outras vezes, em vários outros filmes, que de um jeito ou de outro são exatamente como este, e olha que Hallström ainda salvou um pouco , mas como diria Aristóteles: "Não se faz verão com apenas uma andorinha".



NOTA: 5,0

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O VENTO SERÁ TUA HERANÇA


Ficha Técnica

Título Original: Inherit the Wind
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 1960
Origem: Estados Unidos
Duração: 128 minutos
Tipo: Longa-metragem
Direção: Stanley Kramer
Roteiro: Nedrick Young, Harold Jaocb Smith




Elenco

Spender Tracy (Henry Drummond)
Fredric March (Matthew Harrison Brady)
Gene Kelly ( E. K. Hornbeck)
Dick York (Bertram T. Cates)
Donna Anderson (Rachel Brown)


Sinopse

O filme é inspirado em um caso real, o "Processo do Macaco de Scopes", como foi chamado o caso do Estado do Tennessee contra o professor de biologia John Thomas Scopes, ocorrido em Dayton, 1925. O professor foi julgado por ensinar a teoria da Evolução em uma escola pública.



CRÍTICA


Já tem algum tempo, que não escrevo sobre um filme mais antigo, um filme mais clássico, ou o nome que quiserem dar. Sendo assim, resolvi retomar isto, e escrever um pequeno texto sobre este, que é facilmente um dos filmes mais fascinantes e brilhantes que já vi, porém ao mesmo tempo, um dos mais duros e complexos. Vale ressalva, que a Ficha Técnica que postei acima, assim como o elenco, está um pouco diferente que o normal, tudo isso se dá, por uma pequena dificuldade em encontrar os dados do filme. Dito isto, vamos ao que importa, ou seja, a crítica.

Stanley Kramer roda esse filme de tribunal, um ano antes daquele que talvez seja o seu maior sucesso, ou seja, o super-clássico O Julgamento de Nuremberg, e já mostra que leva jeito para esse tipo de modelo de filmagem. A história é simples: um professor que resolve ensinar o darwinismo em uma pequena cidade estadunidense, é preso e julgado por este ato, já que a cidade é extremamente religiosa e não aceita esse tipo de ensinamento. Como se não bastasse, o caso desperta o interesse do país todo, se transformando em um grande espetáculo.

O embate criacionismo contra evolucionismo, é retratado de uma forma extremamente competente, com enfâse para os valores que se envolvem nesse tipo de discussão, ou seja, a liberdade de pensamento e de expressão. Todo mundo sabe, que os Estados Unidos é um país extremamente racista e fundamentalista, e Kramer é muito feliz ao longo de toda a fita, deixando esse aspecto bem claro ao espectador, ou melhor, àquele espectador, que não se identifica com a população da radical cidadezinha.

Kramer consegue ângulos incríveis, e recria um tribunal de forma violenta, contagiante e por que não dizer única, graças aos constantes movimentos de closes e aproximações que o diretor encaixa, se aproveitando de todas as formas possíveis de uma fotografia inspirada e em um elenco vibrante, cativante e certeiro.Outro destaque, vai para a melancólica e formal trilha sonora, que mistura arranjos clássicos com melodias religiosas cantadas pelo próprio povo da cidadezinha.

Para nos dedicarmos um pouco mais ao elenco, temos um Spencer Tracy brilhante no papel do advogado de defesa do professor, um Fredric March igualmente ótimo, porém com alguns pequenos exageros não comprometedores, e um Gene Kelly simplesmente impagável no papel do irônico e hilário jornalista que contrata o advoigado de defesa para o professor. Aliás, a grande frase do filme é do personagem de Kelly ( e olha que o filme tem vários momentos sensacionais), quando este afirma que Darwin estava errado, pois o homem ainda é um macaco, se referindo ao ostracismo e ao radicalismo dos religiosos.

O filme pode ser um pouco duro e difícil para pessoas pouco familiarizadas com o tema, ou para pessoas que não gostem muito de discussões acaloradas e troca de argumentos. O roteiro é certeiro, porém é rápido e complexo, se utilizando em alguns momentos de termos mais técnicos e exigindo um nível de inteligência do espectador que pode não agradar aos fãs mais "crepusculares" do cinema, se é que vocês me entendem...

Um filmaço. Kramer acerta a mão e cria uma obra espetacular, que agradará em cheio cinéfilos que apreciam bons argumentos e alta qualidade cognitiva em um filme, aqueles que não conseguem ver ou assimilar, fica meu sentimento de pena, mas como diria o personagem de Ramón Valdés, o eterno Seu Madruga em um episódio do igualmente eterno Chapolin Colorado: " existem coisas que apenas os inteligentes podem ver."


NOTA: 9,5



* Fontes: www.cineplayers.com; www.melhoresfilmes.com.br