Sem rodeios, vamos aos meus filmes favoritos de 2011
10 - O MÁGICO (L´illusionniste - França/Reino Unido)
Em um ano onde os grandes estúdios de animação derraparam em sequencias e não conseguiram o mesmo resultado de anos anteriores, O Mágico surge como o mais interessante trabalho produzido pelo gênero. Mesmo voltado para um público mais adulto, a obra do diretor francês Sylvain Chomet esbanja maestria, garantindo um lugar merecido entre os melhores do ano.
09 - INVERNO DA ALMA (Winter´s Bone - EUA)
Com um enredo tão poderoso quanto duro, Inverno da Alma se mostrou um dos mais interessantes trabalhos de 2011. Nosso nono colocado une um grande trabalho artístico, com uma boa dose de originalidade e atuações muito fortes e consistentes. Com certeza um dos grandes momentos do cinema em 2011.
08 - HOMENS E DEUSES (Des Hommes Et Des Dieux - França)
Um grande filme. Homens e Deuses é um daqueles casos raros que consegue fazer o espectador flutuar entre emoções fortíssimas tanto alegres quanto tristes ao longo de sua execução. De uma beleza espiritual e uma singeleza acima da média, o filme do francês Xavier Beauvious é um dos grandes prazeres cinematográficos do ano.
07 - O GAROTO DA BICICLETA (Le Gamin Au Vélo - França)
Ao mostrar como a infância pode ser uma fase dura e sofredora; os irmãos Dardenne constroem um filme belíssimo, mesmo que excessivamente triste, realista e depressivo em alguns momentos.
06 - TIO BOONMEE - QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS (Loong Boonmee Raleuk Chat - Alemanha/Espanha/França/Reino Unido/Tailândia)
O mais belo e preciso exercício de paciência que o cinema produziu nos últimos tempos. Com imagens belíssimas e uma linguagem cinematográfica extremamente original, o diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul constrói um filme de caráter extremamente onírico, usando e abusando de uma técnica extremamente apurada e de um encanto lírico descomunal.
05 - CISNE NEGRO (Black Swan - EUA)
Darren Aronofsky não dá ponto sem nó, e constrói em Cisne Negro um cruel relato sobre a busca pela perfeição. O que inicialmente parece trilhar os caminhos do drama se transforma em um suspense com toques de horror e goticismo, em uma união poucas vezes vista anteriormente. Pela ousadia e originalidade, nosso quinto lugar vai para esta fantástica obra.
04 - A ÁRVORE DA VIDA (The Tree Of Life - EUA)
A viagem poética e artística do recluso diretor Terrence Malick é uma das mais belas e profundas incursões da vida humana através das técnicas cinematográficas. Dono de um elemento metafórico e de um simbolismo gigantesco, A Árvore da Vida dividiu opiniões. Contudo, acredito piamente que tal divisão aconteceu muito mais pela falta de capacidade interpretativa de muitos do que por má qualidade da fita. Quarto posto preenchido.
03 - MELANCOLIA (Melancholia - Alemanha/Dinamarca/França/Suécia)
O mais novo filme do polêmico diretor dinamarquês Lars Von Trier é um espetáculo cinematográfico. Com um roteiro muito original, grandes atuações, uma fotografia estupenda e a já clássica direção depressiva e coercitiva de Von Trier, Melancolia leva com muitos méritos nossa medalha de bronze. Pode até não ser tão impactante quanto Anticristo, mas é o melhor filme do diretor desde a dupla Dançando no Escuro/Dogville.
02 - NAMORADOS PARA SEMPRE (Blue Valentine - EUA)
O final feliz invertido. O conto de fadas às avessas. Cianfrance arquiteta um duro, porém realista relato do lado negro do amor. A originalidade do filme é louvável, afinal, é muito mais fácil se manter no saturado mercado dos “felizes para sempre”. Acompanhando o declínio de um casal outrora apaixonado, Namorados Para Sempre se apóia nas ótimas atuações de Ryan Gosling e Michelle Williams para construir um conto sobre como o amor pode ser destrutivo. Medalha de prata com lampejos de dourado.
01 - NÃO ME ABANDONE JAMAIS (Never Let Me Go - EUA/Inglaterra)
Se o cinema se apresenta exatamente na maneira como os filmes tocam sés espectadores, a minha medalha de ouro com certeza está em boas mãos. Ainda me lembro dos vários minutos em que fiquei parado olhando para a tela da TV enquanto subiam os créditos finais de Não Me Abandone Jamais. Enquanto tentava anotar a placa do caminhão que havia acabado de me atropelar admirava um filme simplesmente único e em minha singela opinião espetacular. Transitando entre o cotidiano e o filosófico, questionando comportamentos atuais e mostrando um alternativo caminho que a falta de humanidade atual pode gerar. O diretor Mark Romanek usa e abusa de um clima soturno, penumbroso e extremamente triste para moldar o melhor filme de 2011. Não Me Abandone Jamais é um grito de humanidade, e uma previsão possível para uma espécie que parece fadada a perder aquilo que a essencializa. Belo, tocante, gélido e preocupante, estas são as principais características do campeão de 2011.