“Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por compreendê-las.” (Baruch de Espinosa)
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
A CAIXA
Ficha Técnica
Título Original:The Box
Gênero:Suspense
Duração:115 min
Ano De Lançamento:2009
Site Oficial:http://www.thebox-movie.com/
Estúdio:Darko Entertainment / Lin Pictures / Media Rights Capital / Radar Pictures
Distribuidora:Warner Bros. Pictures / Imagem Filmes
Direção: Richard Kelly
Roteiro:Richard Kelly, baseado em história de Richard Matheson
Produção:Richard Kelly, Dan Lin, Kelly McKittrick e Sean McKittrick
Música:Win Butler, Régine Chassagne e Owen Pallett
Fotografia:Steven Poster
Direção De Arte:Priscilla Elliott
Figurino:April Ferry
Edição:Sam Bauer
Efeitos Especiais:Gradient Effects / Quantum Creation FX
Elenco
Cameron Diaz (Norma Lewis)
Gillian Jacobs (Dana Steward)
James Marsden (Arthur Lewis)
Frank Langella (Arlington Steward)
James Rebhorn (Norm Cahill)
Michael Zegen (Garcin)
Lisa K. Wyatt (Rhonda Martin)
Ryan Woodle (Lucas Carnes)
Basil Hoffman (Don Poates)
Michele Durrett (Rebecca Matheson)
Allyssa Maurice (Suzanne Weller)
Jenna Lamia (Diane Carnes)
Ian Kahn (Vick Brenner)
John Magaro (Charles Murphy)
Frank Ridley (Detetive Starrs)
Kevin DeCoste (Malcolm)
Evelina Oboza (Deborah Burns)
Mark S. Cartier (Martin Teague)
Donald Warnock (Dr. Y)
Kevin Robertson (Wendel James Matheson)
Al Conti (Dr. Powell)
Holmes Osborne (Dick Burns)
Sam Blumenfeld (Timothy)
Deborah Rush (Clymene Steward)
Celia Weston (Lana Burns)
Sinopse
Norma Lewis (Cameron Diaz) é uma professora casada com Arthur (James Marsden), um engenheiro que trabalha para a NASA. Eles têm um filho e levam uma vida tranquila no subúrbio. Um dia surge um misterioso homem, que lhes propõe a posse de uma caixa com um botão. Caso seu dono aperte o botão ele ficará milionário, mas ao mesmo tempo alguém desconhecido morrerá. Norma e Arthur têm 24 horas para decidir se ficarão ou não com a caixa.
CRÍTICA
Suspense com pitadas de drama e ficção científica que se utiliza de vários apetrechos para a construção de seu argumento. Esses citados apetrechos vão desde batidas posições morais unidas a reflexões filosóficas e éticas, com direito até as citações de teorias do filósofo Jean-Paul Sartre e o seu “o inferno são os outros”. Com um elenco de nomes bem conhecidos e um diretor que se tornou Cult principalmente no meio de cinéfilos que curtem um filme mais “quebra-cabeça”, A Caixa faz uma tentativa interessante, porém que se perde ao longo da fita e acaba se perdendo.
A premissa que envolve A Caixa é muito interessante, e o dilema enfrentado pelos personagens (se apertar o botão da caixa uma pessoa morre, porém quem apertou o botão ganha 1 milhão de dólares), coloca uma questão bem atual, e tenta fazer uma análise do egoísmo contraposto ao altruísmo das pessoas. O casal principal não tem necessariamente uma grande necessidade, suas prioridades financeiras envolvem coisas de uma classe média, e o filme parece querer mostrar isso de forma bem clara; ou seja; A Caixa chega até um casal que “precisa” muito de dinheiro exatamente nesse momento, já que aconteceram eventos inesperados em suas vidas, e é assim que caminhamos.
A ideia parece ter sido tão incorporada pelo diretor Richard Kelly (o mesmo do cultuado Donnie Darko), que ele a levou ao pé da letra. Até o momento em que a personagem de Diaz aperta o botão, o filme anda de forma sensacional, porém o filme morre (não resisti ao trocadilho), no momento em que a já acima citada aperta o botão. A partir daí, começa um negócio totalmente desenfreado e paranóico. Kelly perde a mão, tanto no roteiro quanto na direção, e começa a jogar as coisas de uma forma confusa, com muito pouca lógica, fazendo com que as poucas interpretações possíveis se tornem forçadas.
Filmes “quebra-cabeças” possuem um fundamento e uma lógica, ao contrário deste aqui, sem contar o fato de que existe uma exagerada velocidade na resposta de alguns elementos, que são importantes para o filme (como o fato de os empregados sangrarem pelo nariz). Tudo ficou muito esquisito, e algumas coisas poderiam ter sido claramente evitadas, como por exemplo, a ideia de uma conspiração alienígena, ou a viagem do personagem de James Marsden por um tubo de água.
O elenco principal vai do ruim ao excelente. Enquanto temos uma Cameron Diaz que nem mancar direito consegue, encontramos um Frank Langella perfeito e que nos proporciona os melhores momentos do filme. A frieza e a impostação que o mesmo constrói encaixam muito bem com a proposta do personagem. Para encerrar o quesito elenco encontramos James Marsden, que faz de sua atuação um caso curioso, já que ele vai muito bem, se esforça, mas é tragado pela inconsistência do roteiro, e acaba tendo sua boa interpretação prejudicada.
Salvam-se a primeira meia-hora de filme (se o filme ficasse apenas nessa parte e explorasse melhor o dilema moral e filosófico da escolha e das implicações que isso possui na sociedade e na vida dos outros, teríamos um filmaço), um bom movimento final, e a boa cenografia e direção de arte, que criou muito bem o clima anos 70 do negócio. A fotografia também é interessante, e deixa bem claro a idéia de dois momentos no filme: o primeiro, antes do botão ser apertado, com cores mais claras e leves; o segundo: após o apertar do botão com tons de vermelho e cinza, dão um caráter mais duro e sombrio ao filme.
Kelly não repete o bom trabalho de Donnie Darko (eu não gosto muito do filme, mas admito que é bom), e acaba caindo na sua própria armadilha, se enrolando nas dificuldades de seu roteiro, que acabam não se desenvolvendo. Mesmo com alguns bons momentos, A Caixa não consegue ser um bom filme, o que chega a ser lamentável, pois a ideia era boa.
NOTA: 5,0
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