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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A ORIGEM


Ficha Técnica

Título Original:Inception
Gênero:Ficção Científica
Duração:148 min
Ano De Lançamento:2010
Site Oficial:http://www.aorigem.com.br
Estúdio:Warner Bros. Pictures e Legendary Pictures
Distribuidora:Warner Bros.
Direção: Christopher Nolan
Roteiro:Christopher Nolan
Produção:Christopher Nolan e Emma Thomas
Música:Hans Zimmer
Fotografia:Wally Pfister
Direção De Arte:Frank Walsh (supervisor)
Figurino:Jeffrey Kurland
Edição:Lee Smith


Elenco

Leonardo DiCaprio (Cobb)
Marion Cotillard (Mal)
Joseph Gordon-Levitt (Arthur)
Ellen Page (Ariadne)
Ken Watanabe (Saito)
Cillian Murphy (Fischer)
Tom Berenger (Browning)
Michael Caine (Professor)
Lukas Haas (Nash)
Tohoru Masamune (Segurança)
Tom Hardy (Eames)


Sinopse

Em um mundo onde é possível entrar na mente humana, Cobb (Leonardo DiCaprio) está entre os melhores na arte de roubar segredos valiosos do inconsciente, durante o estado de sono. Além disto ele é um fugitivo, pois está impedido de retornar aos Estados Unidos devido à morte de Mal (Marion Cotillard). Desesperado para rever seus filhos, Cobb aceita a ousada missão proposta por Saito (Ken Watanabe), um empresário japonês: entrar na mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), o herdeiro de um império econômico, e plantar a ideia de desmembrá-lo. Para realizar este feito ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page) e Eames (Tom Hardy), que consegue se disfarçar de forma precisa no mundo dos sonhos.



CRÍTICA


O que é uma ideia? Qual a sua força e sua função no ser humano e na construção dos aspectos e conhecimentos do mesmo? O que é isso que criou ideologias e idealismos? Para Platão, a idéia é algo que existe de forma quase que independente e se encontra em um mundo transcendente, possuindo uma essência real e imutável, sendo que todos aqueles que queiram o verdadeiro conhecimento, tenham que alcançar a ideia deste conhecimento. Entretanto, não me parece que Nolan trabalha com este ponto, mas sim com a ideia como forma de pensamento e como desenvolvimento do mesmo.

A ideia aqui adquire caráter primordial, já que é a partir dela que gira todo o aparato construtivo do filme. O argumento de Nolan não é fácil: um grupo de pessoas especializadas em extrair informações confidenciais do subconsciente das pessoas através dos sonhos. Entretanto a coisa muda, quando o grupo é contratado para inserir uma ideia e não extrair. A partir daí, Nolan nos coloca em um mundo simplesmente sensacional.

A mistura de sonho com realidade, a questão do molde do pensamento, através de modelos psicológicos, filosóficos e biológicos, se encaixa com um desenvolvimento que apesar de truncado se mostra muito convincente, sem buracos e totalmente interessante. O roteiro de Nolan é um prato cheio para análises mais fortes do inconsciente e do subconsciente humano, através da própria capacidade humana, visto que Nolan se utiliza de máquinas apenas para ligar o sonhador àquele que irá entrar em seu subconsciente, cabendo o resto apenas à capacidade do homem de se movimentar e recriar universos dentro dos sonhos.

Como se não bastasse, Nolan brinca com o tempo e com a Física, ao paralelizar espaços ou suprimi-los, ou quando insere a ideia de que o tempo corre de forma diferente, nos diferentes níveis dos sonhos; isso mesmo; nesse universo, cria-se um sonho dentro de outro, e quanto mais isso acontece e se ramifica, mais complexa fica a ação e mais devagar o tempo corre, aumentando a quantidade do mesmo. A direção de Nolan aliada a um trabalho de edição e efeitos especiais geniais nos proporciona um dos grandes momentos do cinema atual quando o assunto é movimento de câmera, na cena em que intercala os espaços dos níveis de sonhos com a diferenciação do tempo, alternando de um para o outro juntamente com as velocidades dos mesmos; ou seja; a câmera e a edição recriam de forma brilhante esse argumento de Nolan e consegue gerar uma sensação de êxtase no espectador que beira o indescritível, isso sem contar as várias minúcias que ainda ajudam a criar esse caráter anteriormente dito por nós.

O elenco está perfeito, com destaque para a jovem, porém promissora Ellen Page, o excelente Ken Watanabe e o brilhante Leonardo DiCaprio, que mostra mais uma vez o porquê é, senão o melhor, um dos melhores atores de sua geração, e se desvencilha cada vez mais dos jargões e preconceitos que o perseguem desde seu papel em Titanic. A parte técnica segue a perfeição do filme, com um bom destaque para a eficiente e discreta trilha sonora.

Agora, os méritos devem ser dados ao homem certo, e este é Christopher Nolan. Que ele é um dos grandes nomes da nova safra de Hollywood todo mundo já sabia, agora, aqui ele chegou ao extremo de sua genialidade. Seu roteiro e sua direção são de uma inteligência descomunal, o que faz com que nossas esperanças sobre o cinema e sua verdadeira função, que é desenvolver e colaborar com a construção de conhecimento e arte nas pessoas, volte com mais freqüência, e não apenas em momentos esporádicos de sua história. Se Nolan já havia nos proporcionado filmes de grande inteligência como Amnésia e O Grande Truque, e nos dado aula de direção como em O Cavaleiro Das Trevas, em A Origem ele uniu e potencializou tudo isso, em um trabalho que provavelmente se encaixe como o melhor filme do ano, isso se não for o da década, mesmo que esta última esteja apenas começando.

Em meio a Crepúsculos e Blockbusters da vida, A Origem surge como um oásis de inteligência e genialidade perante a ignorância e mesmice à qual o cinema se encontra atualmente. O verdadeiro cinema não está morto; apenas dorme para despertar de tempos em tempos na mente de grandes homens como Nolan e na produção de obras-primas como A Origem. Simplesmente brilhante.


NOTA: 10,0

2 comentários:

  1. com um bom destaque para a eficiente e discreta trilha sonora. (2)

    com a Edith Piaf ficou melhor ainda.

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  2. Cara, eu adorei o filme, mas lendo o post dele aqui eu me emocionei...

    Muito bom, meus parabéns...

    "...e o brilhante Leonardo DiCaprio, que mostra mais uma vez o porquê é, senão o melhor, um dos melhores atores de sua geração, e se desvencilha cada vez mais dos jargões e preconceitos que o perseguem desde seu papel em Titanic."

    Se a postagem fosse passível de nota com certeza também seria um 10,0... ^^

    ABraços...

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