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segunda-feira, 29 de março de 2010

A FITA BRANCA


Ficha Técnica

Título Original:Das Weisse Band - Eine Deutsche Kindergeschichte
Gênero:Drama
Duração:144 min
Ano De Lançamento:2009
Site Oficial:http://www.lerubanblanc.com/
Estúdio:Wega Film / X-Filme Creative Pool / Lucky Red / Les Films du Losange / Austrian Film Institute / Mini-Traité Franco-Canadien / Medienboard Berlin-Brandenburg / Mitteldeutsche Medienförderung / German Federal Film Board / Deutsche Filmförderfonds / Vien
distribuidora:Sony Pictures Classics / Imovision
Direção: Michael Haneke
Roteiro:Michael Haneke
Produção:Stefan Arndt, Veit Heiduschka, Michael Katz, Margaret Ménégoz e Andrea Occhipinti
Fotografia:Christian Berger
Direção De Arte:Anja Müller
Figurino:Moidele Bickel
Edição:Monika Willi
Efeitos Especiais:LISTO Videofilm


Elenco

Susanne Lothar (Esposa)
Ulrich Tukur (Barão)
Burghart Klaubner (Pastor)
Josef Bierbichler (Camareiro)
Marisa Growaldt (Fazendeira)
Christian Friedel (Professor)
Leonie Benesch (Eva)
Ursina Landi (Baronesa Marie-Luise)
Steffi Kühnert (Anna)
Gabriela Maria Schmeide (Emma)
Rainer Bock (Médico)
Maria-Victoria Dragus (Klara)
Leonard Proxauf (Martin)
Janina Fautz (Erna)
Michael Kranz (Hauslehrer)
Levin Henning (Adolf)
Thibault Sérié (Gustav)
Enno Trebs (Georg)
Theo Trebs (Ferdinand)
Sebastian Hülk (Max)
Kai-Peter Malina (Karl)
Aaron Denkel (Kurti)
Anne-Kathrin Gummich (Mãe de Eva)
Detlev Buck (Pai de Eva)
Ernst Jacobi (Narrador)
Birgit Minichmayr (Frieda)


Sinopse

1913. Em um vilarejo no norte da Alemanha vivem as crianças e adolescentes de um coral, dirigido por um professor primário (Christian Friedel). O estranho acidente com o médico (Rainer Bock), cujo cavalo tropeça em um arame afiado, faz com que uma busca pelo responsável seja realizada. Logo outros estranhos eventos ocorrem, levantando um clima de desconfiança geral.


Premiações

OSCAR
Indicações
Melhor Filme Estrangeiro
Melhor Fotografia

GLOBO DE OURO
Ganhou
Melhor Filme Estrangeiro

BAFTA
Indicação
Melhor Filme Estrangeiro

FESTIVAL DE CANNES
Ganhou
Palma de Ouro
Prêmio FIPRESCI

FESTIVAL DE SAN SEBASTIÁN
Ganhou
Prêmio FIPRESCI



CRÍTICA


A Fita Branca venceu aquele que, para mim, é o mais prestigiado e o mais valioso prêmio que o cinema oferece que é a Palma De Ouro em Cannes. Merecido? Sim! Ainda mais se levando em conta o tipo de filme que o festival de Cannes normalmente agracia com a famosa e singela palma dourada.

O filme é uma mistura de simbolismo e realidade, aliada a uma forte e perturbadora concepção de humanidade, que perpassa todo um modo de vida e de pensamento, e principalmente, que cruza todo o movimento de uma sociedade que se aproveita de prestígios e títulos para se livrarem de responsabilidades, mitos, pensamentos e reflexões sobre o universo em que se encontram.

O filme é extremamente complexo e totalmente não-popular. Filmado em um duro e macabro preto-e-branco em que o primeiro quase sempre se sobrepõe sobre o segundo, além de dirigido de forma extremamente penosa e brigante pelo diretor Haneke, em que podemos ver a câmera do diretor a todo tempo nos mostrando o quanto tudo aquilo é asqueroso e podre, contrastando com tentativas de bons momentos, em que o diretor solta um pouco mais a câmera e deixa as cenas um pouco mais claras. Alie isso, ao fato de a fita ser totalmente aberta, enchendo sua cabeça e perguntas e não respondendo a nada e contar uma história difícil e que vai contra os padrões tanto da sociedade leiga quanto da sociedade cinematográfica atual, no que diz respeito à narrativa, e temos cenário perfeito para um filme não cair nas graças do público.

Por outro lado, a crítica fez de A Fita Branca uma das grandes curiosidades dos cinéfilos para este ano, ainda mais por se tratar de um filme não-estadunidense, com atores desconhecidos, e de um diretor muito querido pela maioria dos cinéfilos (nesse caso eu não estou incluído). O filme em si, é realmente um grande momento, mas não pelas características citadas acima, mas pelo seu conteúdo em si. O filme deixa dúvidas na cabeça do espectador que vão muito além do que se pode imaginar, já que trabalha com elementos muito difíceis de levarmos em consideração, devido a pouca capacidade que temos de quebrar padrões, como pro exemplo imaginar que todos os crimes cometidos na pequena comunidade podem ter sido obras de crianças.

O grande achado de Haneke é mostrar como uma sociedade (no caso a Alemanha pré Primeira Guerra Mundial), pode se encaixar tão bem em um contexto de guerra, antes mesmo de ela ter ocorrido. A mensagem de Haneke é simples: a Alemanha já estava em guerra antes mesmo de 1.914, só que ninguém conseguia enxergar isto. A grande função de quem assiste a A Fita Branca é exatamente captar esta mensagem é perceber que a intenção tanto do roteiro quanto do diretor é esta, por mais simples ou óbvia que possa ser nas minhas palavras, já que no filme não é tão simples captá-la assim.

A Fita Branca pode até não ser o mais empolgante filme dos últimos anos, e pra dizer bem a verdade, em muitos momentos o filme cria uma melancolia tão grande ao seu redor, que chega a contagiar, deixando o espectador de certo modo sonolento, pra não dizer entristecido. Nada disso atrapalha, já que A Fita Branca é um filme brilhante, e brilhante como poucos foram até hoje, devido a sua originalidade e ousadia. Um achado de Haneke, que até alguém como eu, que não me encaixo entre os fãs do diretor tenho que admitir.



NOTA: 9,5

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