“Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por compreendê-las.” (Baruch de Espinosa)
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
O NEVOEIRO
Ficha Técnica
Título Original:The Mist
Gênero:Terror
Duração:126 min
Ano De Lançamento:2007
Site Oficial:http://www.themist-movie.com/
Estúdio:Dimension Films / Darkwoods Productions
Distribuidora:Dimension Films / MGM / The Weinstein Company / Paris Filmes
Direção: Frank Darabont
Roteiro:Frank Darabont, baseado em livro de Stephen King
Produção:Liz Glotzer e Frank Darabont
Música:Mark Isham
Fotografia:Ronn Schmidt
Direção De Arte:Alex Hajdu
Figurino:Giovanna Ottobre-Melton
Edição:Hunter M. Via
Efeitos Especiais:LOOK! Effects / CaféFX / K.N.B. effects Group / Digital Dream / RotoFactory / HimAnl Productions
Elenco
Thomas Jane (David Drayton)
Marcia Gay Harden (Sra. Carmody)
Laurie Holden (Amanda Dumfries)
Andre Braughter (Brent Norton)
Toby Jones (Ollie Weeks)
William Sadler (Jim)
Jeffrey DeMunn (Dan Miller)
Frances Sternhagen (Irene Reppler)
Nathan Gamble (Billy Drayton)
Alexa Davalos (Sally)
Chris Owen (Norm)
Sam Witwer (Recruta Jessup)
Robert C. Treveiler (Bud Brown)
David Jensen (Myron)
Andy Stahl (Mike Hatlen)
Buck Taylor (Ambrose Cornell)
Brandon O'Dell (Bobby Eagleton)
Jackson Hurst (Joe Eagleton)
Sinopse
Após uma violenta tempestade devastar a cidade de Maine, David Drayton (Thomas Jane) e Billy (Nathan Gamble), seu filho de 8 anos, correm rumo ao supermercado, temendo que os suprimentos se esgotem. Porém um estranho nevoeiro toma conta da cidade, o que faz com que David, Billy e outras pessoas fiquem presas no supermercado. Logo David descobre que há algo de sobrenatural envolvido e que, caso deixem o local, isto pode ser fatal.
CRÍTICA
Bom, dessa vez acabei optando por um filme que saiu há uns dois anos atrás se muito não me engano, e se trata do último trabalho do competente diretor Frank Darabont, e mais uma vez amparado por um roteiro, que também tem sua participação, baseado em uma obra, no caso aqui um conto, de seu amigo pessoal e já duas outras vezes colaborador Stephen King. Entretanto dessa vez existe uma pequena mudança, já que Darabont se utiliza de uma história de King que se encaixa mais na parte do terror e suspense, enquanto que anteriormente preferiu filmar histórias um pouco mais puxadas para o drama.
Coisas como as ditas acima a parte, vamos para o que o filme em si nos traz. A história é bem típica de King, uma cidade pequena de interior, vários tipos de pessoas que quando percebem estão encarando algo juntas, e logicamente, este algo, é aquilo que vai dar todo o pilar da história e seus desdobramentos; agora o fato de O Nevoeiro ser mais uma “básica” história de King não muda em nada o resultado final, já que Stephen King consegue criar climas brutais de suspense e horror como ninguém.
Uma pacata cidade que de repente se vê cercada por um espesso nevoeiro, e que faz com que alguns dos habitantes fiquem trancafiados em um supermercado, já que segundo uma das pessoas que ali presa estava, este nevoeiro tem algo misterioso e assassino, o que será posteriormente comprovado pelos outros “seqüestrados”. Lá fora, monstros gigantes e mortais, liberados por um experimento militar secreto realizado nas áreas limítrofes da cidade, impedem as pessoas de saírem do local (no caso o supermercado) com vida.
Olhando por cima desse jeito, não parece nada demais certo? Certo; mas é aí que está o diferencial de King, já que toda esta parafernália narrada por mim acima, nada mais é, do que o pano de fundo para mais uma das duras análises que o escritor faz do ser humano e de sua capacidade de reação a situações de extremo risco de morte e desespero, e é isto também que transforma o filme de Darabont em algo interessante, já que o diretor segue King e se utiliza do “terror” em si apenas como pano de fundo, e dá ênfase a todo este arsenal da bestialidade humana.
A personagem de Marcia Gay Harden e o que ela provoca nas pessoas presas no supermercado é fascinante e preciso, e Darabont vai ao osso com ela, colocando-a quase que como um novo Messias, e transformando-a no grande trunfo e diferencial desta fita. A busca pelas respostas vê em vários momentos a incredulidade, a racionalidade, o fanatismo e a fé, sendo que todos vão caindo um por um, sem exceção, culminando em um final simplesmente impactante e por que não dizer imprevisível, pelo menos em sua maioria.
Darabont pesa um pouco sua câmera em alguns momentos, o que faz com que sua direção, mesmo competente, não tenha o mesmo brilho que teve principalmente no Cult Um Sonho De Liberdade. O elenco falha em alguns momentos, principalmente o secundário, e conseguimos encontrar atuações que por serem pequenas, soam displicentes, algo um pouco sem vontade. Além disso, acredito que em alguns momentos a aparição dos monstros poderia ser menos visível e crua, o que melhoraria o clima de suspense que o filme já consegue manter em bom nível.
“Pequenices” a parte, O Nevoeiro talvez não tenha agradado tanto, por ser tratar de um caminho diferente na parceria Darabont/King, mas não é um filme ruim, e consegue gerar boas sensações no espectador, principalmente quando busca se aprofundar no ser humano real e deixa de lado a questão do sobrenatural; logicamente que os dois andam unidos, agora Darabont mostra que o seu forte é o primeiro e não o segundo, e como ele parede saber disso, buscou o caminho certo, derrapou em uma curva aqui, rodou em outra ali, e pode até não ter vencido a corrida, mas a concluiu de forma competente.
NOTA: 8,5
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