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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

DISTRITO 9


Ficha Técnica

Título Original:District 9
Gênero:Ficção Científica
Duração: 112 min
Ano De Lançamento:2009
Site Oficial:http://www.d-9.com/
Estúdio:WingNut Films / Key Creatives / QED International
Distribuidora:TriStar Pictures / Sony Pictures Releasing
Direção: Neill Blomkamp
Roteiro:Neill Blomkamp e Terri Tatchell
Produção:Peter Jackson
Música:Clinton Shorter
Fotografia:Trent Opaloch
Direção De Arte:Emilia Rioux
Edição:Julian Clarke
Efeitos Especiais:Weta Digital / XYZ-RGB / The Embassy / Image Engine Design


Elenco

Sharlto Copley (Wikus Van De Merwe)
Jason Cope (Grey Bradnam)
Nathalie Boltt (Sarah Livingstone)
Sylvaine Strike (Dra. Katrina McKenzie)
Elizabeth Mkandawie (Entrevistadora)
John Summer (Les Feldman)
William Allen Young (Dirk Michaels)
Greg Melvill-Smith (Entrevistador)
Nick Blake (François Moraneu)
Jed Brophy (James Hope)
Louis Minnaar (Piet Smit)
Vanessa Haywood (Tania Van De Merwe)
Marian Hooman (Sandra Van De Merwe)
Vittorio Leonardi (Michael Bloemstein)
Mandla Gaduka (Fundiswa Mhlanga)
Johan van Schoor (Nicolas Van De Merwe)
Stella Steenkamp (Phyllis Sinderson)
Tim Gordon (Clive Henderson)
Hlengiwe Madlala (Sangoma)


Sinopse

Há 20 anos uma gigantesca nave espacial pairou sobre Joanesburgo, capital da África do Sul. Como estava defeituosa, milhões de seres alienígenas foram obrigados a descer à Terra. Eles foram confinados no Distrito 9, um local com péssimas condições e onde são constantemente maltratados pelo governo. Pressionado por problemas políticos e financeiros, o governo local deseja transferir os alienígenas para outra área. Para tanto é preciso realizar um despejo geral, o que cria atritos com os extra-terrestres. Durante este processo Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), um funcionário do governo, é contaminado por um fluido alienígena. A partir de então ele se torna um simbionte, já que seu organismo gera algumas partes extra-terrestres. Com o governo desejando usá-lo como arma política, Wikus conta apenas com a ajuda do extra-terrestre Christopher para escapar.


Premiações

- Indicado ao Oscar nas categorias de: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhores Efeitos Especiais.
- Indicado ao Globo De Ouro de Melhor Roteiro.
- Indicado ao Bafta nas categorias de: Melhor Diretor - Neill Blomkamp, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Edição, Melhores Efeitos Especiais.



CRÍTICA


Um dos indicados ao Oscar de melhor filme aparece aqui no blog, e provavelmente seja o mais inusitado de todos eles, já que é certo o fato de que se a academia não tivesse alterado para 10 (dez), o número de indicados ao prêmio máximo, ele não estaria presente na lista. Mas isso aconteceria por que o filme não é tão bom? A resposta é não, ele simplesmente não bate com a academia, e chegou aonde chegou devido a uma forte torcida da crítica; mas de onde vem tudo isso? Toda essa fama e alarde? Vamos tentar descobrir nos próximos parágrafos.

Existem dois modos de analisar Distrito 9, e isso também vai gerar dois tipos de espectadores, e posso queimar a língua com isso, mas vão existir os espectadores corretos e os incorretos, e a diferenciação é simples: Se você analisar Distrito 9 como um simples filme de ficção científica; desculpem-me, mas o filme não tem nada demais, agora se você se deixar levar pelo que ele realmente quer dizer, aí fica diferente; sendo assim não preciso mais dizer, creio eu, quais são os espectadores corretos e os incorretos.

Blomkamp faz de Distrito 9 um filme simplesmente bizarro em alguns momentos, porém cheio de uma envergadura moral e de um simbolismo muito cru e bruto, e não sei se fui só eu, mas em alguns momentos me pareceu até um pouco algum filme de Cronenberg, devido ao forte uso do elemento escatológico e grotesco para passar uma mensagem, e aqui a crítica é bem dura.

O roteiro se fertiliza em um ponto muito comum, principalmente em um país como a África Do Sul, que é a diferença e o conflito entre as raças, a intolerância e a tentativa de uma suplantar a outra. Todos os representantes desta disputa são representados de forma muito precisa por Blomkamp; temos os dominadores, os dominados e aqueles que se aproveitam dos dominados, e é aqui que entra a inovação: os alienígenas são os dominados, e vivem reprimidos dentro de uma favela, sendo explorados por traficantes e sofrendo sanções e abusos dos humanos a ponto de gerar protestos e ações de grupos de recursos humanos (ênfase na palavra humano (!!!)).

O diretor e toda a sua equipe viram um caldeirão que ferve no cinema há muito tempo, e se utilizam da ficção científica para passar uma mensagem inteligente e madura, coisa que há muito tempo não acontecia. A metamorfose da personagem principal já não é grande inovação, mas representa de forma precisa, o resultado da mistura, ou seja, uma criatura ensandecida e sem rumo, resumindo apenas em um personagem o conflito todo e fixando o nó que o filme procura dar o tempo todo.

A influência de Peter Jackson, produtor do filme é nítida (principalmente em alguns exageros nos efeitos especiais), mas ele também faz um bom trabalho, unido a um também interessante trabalho de Blomkamp na direção, e de um modo de filmar jornalístico, mostrando o filme quase que sempre do ponto de vista de uma reportagem, fazendo com que; a fita se reveze entre a visão de quem está na situação e de quem vê a situação, algo que me parece proposital, exatamente para gerar mais um situação clara de conflito.

Ficam algumas perguntas em Distrito 9, como por exemplo, eu não ter conseguido compreender como em alguns momentos os alienígenas se defendem tão bem e em outros simplesmente são massacrados, ou o fato de em alguns momentos dominarem de uma forma monstruosa tecnologias que os humanos não conseguem, e que seriam suficientes para uma mudança de posição, passarem de dominados para dominantes. As respostas apresentadas pela fita não me convenceu muito, mas aí vai do ponto de vista, ou talvez eu não tenha entendido a intenção de Blomkamp; vai saber né...

Distrito 9 é inovador, interessante e se respalda em temas muito bem colocados e explorados. Não vai vencer o Oscar de melhor filme, pelo contrário, não vai chegar nem perto (a não ser por uma "zebra" muito grande), mas é uma fita que deve ser encarada com muita seriedade, pois sua verdadeira força está muito além de um simples filmes de alienígena e feliz daquele que consegue enxergar isso, pois estará diante de um grande filme, e digo isso com alegria, pois a ficção científica merece



NOTA: 9,5

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