Ficha Técnica
Título Original: The Last Temptation of Christ
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 163 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1988
Estúdio: Universal Pictures / Cineplex Odeon Films
Distribuição: Universal Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Paul Schrader, baseado em livro de Nikos Kazantzakis
Produção: Barbara De Fina
Música: Peter Gabriel
Fotografia: Michael Ballhaus
Desenho de Produção: John Beard
Direção de Arte: Andrew Sanders
Figurino: Jean-Pierre Delifer
Edição: Thelma Schoonmaker
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic
Elenco
Willem Dafoe (Jesus Cristo)
Harvey Keitel (Judas)
Verna Bloom (Maria)
Barbara Hershey (Maria Madalena)
Andre Gregory (João Batista)
Peggy Gormley (Martha)
Randy Danson (Mary)
Tomas Arana (Lázaro)
Paul Herman (Filipe)
Leo Burmester (Nataniel)
Barry Miller (Jerônimo)
Victor Argo (Pedro)
Michael Been (João)
John Lurie (José)
Gary Basaraba (André)
Irvin Kershner (Zebedee)
Harry Dean Stanton (Saul / Paul)
David Bowie (Pôncius Pilatos)
Paul Greco (Zealot)
Steve Shill (Centurião)
Illeana Douglas
Sinopse
Jesus (Willem Dafoe) é um carpinteiro que vive um grande dilema, pois é quem faz as cruzes com as quais os romanos crucificam seus oponentes. Resumindo, Jesus se sente como um judeu que mata judeus. Vivendo um terrível conflito interior ele decide ir para o deserto, mas antes pede perdão a Maria Madalena (Barbara Hershey), que se irrita com Jesus, pois não se comporta como uma prostituta e sim como uma mulher que quer sentir um homem ao seu lado. Ao retornar, Jesus volta convencido de que é o filho de Deus e logo salva Maria Madalena de ser apedrejada e morta. Então reúne doze discípulos à sua volta e prega o amor, mas seus ensinamentos são encarados como algo ameaçador, então é preso e condenado a morrer na cruz. Já crucificado, é tentado a imaginar como teria sido sua vida se fosse uma pessoa comum.
Premiações
- Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Diretor.
- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Barbara Hershey) e Melhor Trilha Sonora.
- Recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro, na categoria de Pior Ator Coadjuvante (Harvey Keitel).
CRÍTICA
É o segundo filme de Martin Scorsese que aparece aqui no blog, e com certeza este é o mais atípico e polêmico de seus filmes. No primeiro adjetivo comentamos que ele se respalda no fato de que Scorsese não tem aqui todo aquele furor pela besta humana em si, mas apenas em segundo plano, além de mudar totalmente os pontos de vista de sua exploração, fazendo um filme extremamente particular. O segundo adjetivo pode ter sua força encontrada logo na leitura da sinopse acima, afinal, um filme que relata como teria sido a vida de Jesus se ele tivesse optado pelo "lado negro da força", com certeza não é muito bem visto em uma humanidade que maioritariamente abomina qualquer visão mais humana do nosso famoso filho do carpinteiro José.
O filme em si é realmente muito bom. O livro do grego Nikos Kazantzakis, que serve de base para o roteiro é preciso e fantástico e ganha um competente e carinhoso roteiro, filmado com a já constante maestria e genialidade de Scorsese, concretizado por uma envolvente trilha sonora, uma bela fotografia e uma maneira única e intrigante maneira de se contar e relatar a vida de um dos homens mais famosos da história da humanidade. Dafoe é um competente Jesus, entretanto é europeu demais para o papel quando falamos do âmbito físico, já que no artístico nada há do que reclamar, fazendo com que em alguns momentos tenhamos uma impressão de falsidade em sua performance.
A polêmica gira em torno dos momentos da fita , em que Scorsese vai ao ponto crítico do debate, e apresenta um Jesus única e exclusivamente humano, desprendendo-se totalmente do caráter "endeusador" que lhe é atribuído. Nada de palavras batidas, ou eventos que você já leu e viu centenas de vezes; encontramos aqui um Jesus que peca, que se rende aos desejos e sentimentos, que é fraco, que se machuca e que comete erros como qualquer um de nós. O Jesus-Deus abre espaço para a entrada do monstro humano, e é aí que mora o problema, e é aí que vemos um excelente filme ser duramente criticado e polemizado, simplesmente pelo seu caráter inovador e perspicaz de mostrar um história conhecida de todos e que faz parte da vida de milhares de pessoas de forma intensa.
A fita, ao contrário do que muita gente pensa, não é ateia, e se olharmos de forma bem bisbilhoteira pode se tentar afirmar que ela seria uma fita cristã; particularmente acredito que Scorcese não queria tomar partido, e levou ao cinema, as duas versões unidas em uma única história, mostrando como seria o cotidiano e as consequências da parte dessa história que não virou religião, e que consequentemente poucas pessoas pensam sobre, ou admitem que é uma possibilidade.
O filme fica na sessão Para Pensar Duas Vezes por motivos óbvios, ou seja, por motivos de acesso ao público, já que em nada perde no sentido artístico e técnico para vários filmes que estão na sessão logo acima. Entretanto, um filme que mexe com a crendice popular de forma tão forte e explícita, merece no mínimo um alerta para aqueles que pretendem assisti-lo, assim sendo, vale a dica, se você é um espectador que não possui lá muita fé, ou não possui nenhuma, ou um espectador que sabe diferenciar as coisas e sabe respeitar e analisar de forma consciente qualquer manobra de se contar uma história, pegue este filme e você estará de frente com um aperitivo e tanto. Agora, se você faz parte da outra turma, mais ortodoxa e que não aceita concepções diferentes ou tentativas de especulação "não-cristãs" sobre a vida de Jesus, passe longe, pois provavelmente esta fita lhe desagradará muito.
NOTA: 8,0
Cara esse filme parece ser realmente PHODA...se vc tiver me empreste qdo tu vier pra cá...abraços
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