A época do High School possui uma mística muito forte nos EUA. Prova disto, é a quantidade de filmes que destilam seu veneno no restante do mundo, baseado nesta época da vida dos jovens e todos os aparatos que o cercam, sendo assim, encontramos romances, comédias comportadas, comédias depravadas, suspenses, terrores e nesta linha; o que no final das contas nos leva a afirmar que praticamente todos os gêneros de filmes já passaram pela época do High School, que seria o equivalente ao nosso Ensino Médio aqui no Brasil.
Provas e Trapaças tenta seguir uma linha que se tornou conhecida por filmes como Sociedade Secreta e Segundas Intenções, ou seja, tem todo aquele clima de suspense, aquele clima de mistério, mas que não envolvem nada de sobrenatural, mostrando-se em posteridade apenas alterações e provisões joviais e que muitas vezes são cruéis e maldosas. Aliado a este suspense existe certa dramatização, e normalmente uma dose cavalar de humor negro para apimentar um pouco o andamento da situação. O escopo é este mesmo, contudo, ao contrário dos outros dois filmes citados acima, principalmente o segundo, Provas e Trapaças no final das contas não chegam a lugar nenhum, e acaba se mostrando mais infantil do que um filme deste gênero deve ser.
O roteiro da fita é cheio de mistérios na pior linha Scooby Doo, e as soluções para os mesmos chegam, em alguns momentos, a tatuar um gigante ponto de interrogação na testa do espectador, tamanho o despreparo daquilo. Situações surpreendentes são aquelas que ao longo da fita vão se ocultando nas brechas de nossa visão superficial e que de repente explodem em nossa face, e não uma coisa jogada para salvar um argumento que se mostra insuficiente. A saída final do filme é boba e não se sustenta, além da incrível previsibilidade da personagem de Mischa Barton, em atuação frígida e sem qualquer tipo de paixão.
De nomes conhecidos temos o veterano Bruce Willis no papel do diretor sádico e rigoroso do colégio, um personagem chatíssimo e que no final das contas, deve ter sido criado para se colocar no elenco um ator com nome, pois não tem função nenhuma. O elenco de coadjuvantes é fraco, mas se empenha ao máximo para tentar superar as limitações do projeto.
Filmes como este nos remetem àquela sensação de marasmo, de inutilidade e de incompreensibilidade que assolam os fãs de cinema, quanto estes se encontram diante de uma fita que não sabe de onde veio e nem o por que veio, diante de uma fita sem começo, sem meio e sem fim, diante de uma fita que na dureza do conceito praticamente não existe, tamanho o silêncio sepulcral que emana do mesmo. Um filme que passa pela sua vida sem lhe causa nenhuma sensação. Esquecido assim que terminado, ou seja, Provas e Trapaças não é uma experiência ruim, ele nem sequer é uma experiência.
(Assassination of a High School President de Brett Simon, EUA - 2008)
NOTA: 3,5
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