Não vou aqui novamente comentar ou discorrer sobre o marasmo e a mesmice nos quais o gênero do horror tem se enquadrado ultimamente. Produzem-se muitos filmes, porém cada vez mais é difícil encontrar algo bom, e muito mais difícil encontrar algo original e que consiga sair da mediocridade, levando esta ao seu significado morfológico e não coloquial. Dito isto, dedico as próximas linhas ao comentário desta obra, que é uma refilmagem (mais uma!) de um filme homônimo de 1987.
Eu não vi o filme de 1987, então não possuo condições para um debate de comparação entre ambas, então manterei minha argumentação baseada apenas no filme atual. Confesso que o filme me animou no início, mais precisamente na sua cena inicial, onde temos o protagonista do filme preparando um simples café da manhã, em uma manhã aparentemente de Natal, com uma música natalina e calma ao fundo, e com cortes que intercalam o protagonista e sua família inteira assassinada e sangrando no chão. A combinação de simplicidade, paz e horror funciona muito bem, e se a fita mantivesse tal premissa, estaríamos diante de um filmaço. Todavia, não é bem isso o que acontece.
Após esta ótima cena inicial, O Padrasto cai na mesmice e no marasmo do gênero já tantas vezes denunciado neste espaço. Tudo segue um fluxo pré-determinado e muito bem sabido por aqueles que acompanham insistentemente o gênero, como este ser que vos fala. O filme não é ruim, mas também não é bom, é simplesmente mais um. Intercala bons e maus momentos, mas no final das contas é como um motorista de um carro atolado, que fica em vão acelerando o mesmo na esperança e arrancar e seguir seu caminho, a diferença que O Padrasto simplesmente não decola.
Possui duas boas atuações do casal protagonista (o psicopata e sua “esposa”), porém as intercala com dois jovens atores muito fraquinhos e sem força nenhuma (o filho da “esposa” e sua namorada). Possui cenas de romance desnecessárias ao mesmo tempo em que consegue criar um bom clima de suspense em vários momentos. Tem um firme trabalho de edição e de direção, mesmo que clichês, mas possui uma trilha sonora (com exceção da música da cena inicial) pavorosa (no mau sentido). Além disso, esbarra em alguns problemas de andamento, na verdade ele enrola um pouco no desenvolvimento da ideia e, devido a isso precisa correr no final para não alongar demais a fita.
Começa bem e depois cai para o mais do mesmo. No final das contas, O Padrasto é mais um filme de terror/suspense como vários outros que lotam todos os anos as prateleiras do gênero. Funciona como entretenimento, mas para gêneros grandes como o horror e o suspense é preciso um esforço a mais.
(The Stepfather de Nelson McCormick, EUA - 2009)
NOTA: 5,0
Eu daria a mesma nota. Não chega a ser um desastre ou ofender a inteligência do público, só não consegue causar os mesmos arrepios do original.
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