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domingo, 15 de agosto de 2010

A ESTRADA


Ficha Técnica

Título Original:The Road
Gênero:Aventura
Duração:111 min
Ano De Lançamento:2009
Site Oficial:http://www.aestrada.com.br
Estúdio:Dimension Filmes / 2929 Productions / Nick Wechsler Productions / Chockstone Pictures / Road Rebel
Distribuidora:Dimension Films / The Weinstein Company / Paris Filmes
Direção: John Hillcoat
Roteiro:Joe Penhall, baseado em livro de Cormac McCarthy
Produção:Paula Mae Schwartz, Steve Schwartz e Nick Wechsler
Música:Nick Cave e Warren Ellis
Fotografia:Javier Aguirresarobe
Direção De Arte:Gershon Ginsburg
Figurino:Margot Wilson
Edição:Jon Gregory
Efeitos Especiais:Crazy Horse Effects / Invisible Pictures / DIVE / The Layersmith Digital / Space Monkey


Elenco

Viggo Mortensen (Homem)
Kodi Smit-McPhee (Garoto)
Robert Duvall (Velho)
Guy Pearce (Veterano)
Charlize Theron (Mulher)
Michael K. Williams (Ladrão)
Garret Dillahunt (Integrante da gangue)
Buddy Sosthand (Arqueiro)
Agnes Herrmann (Mulher do arqueiro)
Molly Parker
Bob Jennings
Kirk Brown


Sinopse

O mundo foi destruído há mais de 10 anos, mas ninguém sabe o que exatamente aconteceu. Como resultado, não há energia, vegetação ou comida. Milhões de pessoas morreram, devido aos incêndios, inundações ou queimadas que se seguiram ao cataclisma. Neste contexto vivem um pai (Viggo Mortensen) e seu filho (Kodi Smit-McPhee), que sobrevivem de quaisquer alimento e vestuário que conseguem roubar. Apesar dos contratempos, eles seguem viagem pela estrada, sempre rumo ao oeste dos Estados Unidos.


Premiações

BAFTA
Indicação
Melhor Fotografia



CRÍTICA



Poético, penumbroso, triste, depressivo, realista, cruel e por que não dizer mórbido relato do que ouso chamar de o "apocalipse do homem". A Estrada, não é um filme sobre o fim do mundo, sobre os problemas ambientais da Terra e suas consequências, ou essas coisas todas; mas sim sobre o homem. Porém não é um homem qualquer, mas o homem em seu estado mais cru, desprovido de normas ou de qualquer tipo de consideração de valores entre os mesmos, gerando uma disputa eterna entre os mesmos, onde a única preocupação (como diz o personagem central, sempre é comida, ou seja, basicamente a sobrevivência.

Todavia, esse medo não é do tempo, de outra catástrofe, mas sim, única e exclusivamente do próprio homem, que chega a deixar outros homens em cativeiro para ter o que comer o que nos coloca dentro de uma sociedade, que dadas às devidas proporções se assimila ao conceito do "homem como o lobo do homem", exposto no Leviatã de Thomas Hobbes. Em outras palavras, não há segurança, o medo é constante e não se pode confiar em ninguém. Em contrapartida, o filme mostra outra face, ao colocar toda a possibilidade de bondade ainda existente no homem, no personagem do filho, como se existisse uma tentativa de mostrar ao público, que o ser humano pode ser mal, mas ainda resta esperança, agora concordar ou não com isso, vai da opinião e da visão de cada um.

Tecnicamente o filme é pesado, principalmente devido à sua fotografia em tons de cinza escuro, predominante ao longo de todo o filme, e da forma forte e pesada como o diretor John Hillcoat carrega sua câmera, além de uma interpretação cheia de dramaticidade e tristeza de Viggo Mortensen que está ótimo, e constrói de forma única o personagem central.

O roteiro, ponto alto do filme é cheio de momentos duros, porém precisos e apesar de se desenrolar com certa lentidão (o que contribui muito com o fator "pesado" dito anteriormente), alcança seu objetivo, que muitas vezes não é compreendido. A intenção não é explicar o porquê aquilo aconteceu (já que o filme não o faz), mas sim verificar as consequências, e inserir o ser humano em um mundo novo, sem regras, sejam elas morais ou cívicas. As ações dos mesmos então se mostram como algo natural, porém com raras exceções (representantes da ainda restante bondade do homem), que as consideram um absurdo, mostrando uma certa luta da humanidade contra si mesma, o algo bom contra o algo ruim.

Resumindo, estamos diante de uma fita difícil, complexa e que tem muito a mostrar, porém este muito está bem escondido e cabe ao espectador encontrá-lo e apreciá-lo. Se você conseguir, parabéns, pois estará diante de um grande filme, cheio de bons argumentos, sem caráter apelativo e de uma maneira peculiarmente poética; agora, se você se negar a olhar nas entrelinhas e se contentar com uma visão superficial, estará diante de um filme pesado, agressivo, exageradamente depressivo, lento e chato, o que é uma pena, já que o filme não é nada disso que uma visão superficial pode julgar.


NOTA:  9,0

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