Já faz algum tempo que várias comédias românticas tem
apostado em uma fórmula básica: várias pequenas histórias, envolvendo vários
personagens, que às vezes se cruzam e outras não e que possuem um elemento ou
uma base argumentativa central, que norteia e que, muitas vezes de modo
indireto, situa as ações de toda a proposta escrita do filme. Noite de Ano Novo
é o mais novo (pelo menos até onde eu saiba) representante desta turma, que
entre umas e outras, não produz grandes filmes, mas se mostra até mais
interessante que a pieguice comum dos outros tipos de comédias de caráter
romantizado.
Este tipo de comédia romântica funciona sobre alguns centros
de força bem claros: o carisma das pequenas histórias, a capacidade do diretor
de entrelaçar e dosar o quanto de tempo e de espaço cada uma destas histórias
ocupará na trama e o quanto o elemento central interfere nestas mesmas histórias. Em
Noite de Ano Novo, o elemento central é o fato de todos os personagens estarem
envolvidos em algum tipo de sentimento, bom ou ruim, em relação à passagem do
ano. Assim sendo, dentro deste âmbito, vários personagens e várias histórias se
desenrolarão, sendo algumas boas e outras nem tanto. Entre as boas histórias, a
minha favorita é a disputa entre dois casais para vencer um prêmio em dinheiro
para o primeiro bebê a nascer no novo ano, se mostrando ao mesmo tempo
engraçada e com um desfecho bonito e terno sem ser bobo. Além disso, destaco
também a interessante química entre Ashton Kutcher e Lea Michele, que de modo
sutil, acaba funcionando; o casal formado por Jon Bon Jovi (o próprio) e
Katherine Heigl, o bom desempenho de Hilary Swank e a presença daquele talento
natural, na pessoa de Robert De Niro, que somente os grandes atores possuem.
Por outro lado, Sarah Jessica Parker continua um saco de atriz, o casal formado
por Zac Efron e Michelle Pfeiffer (com uma atuação de peixe morto) é um porre e
suas cenas são chatíssimas, além de Abigail Breslin como uma adolescente azucrinantíssima acompanhada de uma horrenda maquiagem.
A direção de Garry Marshall (o mesmo de Uma Linda Mulher e outras bobagens) é dosada e sabe intercalar bem
as histórias, sem deixar que algumas sumam por muito tempo ou que outras
apareçam demais, mesmo assim, algumas sub tramas poderiam ter sido melhor
exploradas, como a da personagem de Halle Berry, que acaba ficando muito
deslocada e a da relação entre os personagens de Robert De Niro e Hilary Swank,
tornando-a muito periférica e sem o devido respeito. Ao terminar o filme, minha
namorada inquirida por mim sobre sua opinião em relação ao tal me respondeu
da seguinte forma: “para um domingo a tarde está bom”; e é exatamente isso que
Noite de Ano Novo é um bom filme de entretenimento para aqueles momentos em que
o espectador só busca relaxar. Não é um grande filme e muito menos uma obra
inovadora, porém, não é melosa, nem apelativa e não subestima a inteligência do
espectador, o que para uma comédia romântica atual já é um grande lucro. Se
você não se incomoda com este tipo de
mais do mesmo e procura algo leve e sem grandes pretensões no mundo artístico e
cinematográfico, este aqui lhe satisfará sem problema algum.
(New Year´s Eve de Garry Marshall, EUA - 2011)
NOTA: 5,0
Consegue divertir sem ofender, mas jamais deixa de ser apenas mais um enlatado ruim de Hollywood.
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