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segunda-feira, 7 de maio de 2012

FOOTLOOSE



Footloose – Ritmo Louco de 1984 é juntamente com vários outros filmes, incluindo outros do gênero mais voltado para o musical, um claro representante da juventude dos finais dos anos 70, dos anos 80 e das idiossincrasias da mesma. Peculiar como poucas outras épocas (talvez no máximo a juventude dos 50), a juventude acima citada era cheia de rebeldia e possuía um apreço por mudanças e vivências que moldaram grande parte das conquistas posteriores dos próprios jovens, e se, a juventude dos anos 90 (minha geração), não conseguiu dar prosseguimento a esta formulação foi por uma clara mudança de paradigma da própria sociedade que já não exigia tanta rebeldia, ou que a transformou em algo piegas. Fiz toda esta introdução, pois é exatamente neste aspecto o principal problema desta pífia refilmagem do clássico dos anos 80, ou seja, a juventude não precisa e, principalmente não quer e não se identifica com um Footloose.

Se nos anos 80 a dança e a música ainda representavam uma ala da juventude, e os mesmos viam nela uma chance de libertação, atualmente, quem olha para o cenário proposto pelo filme, se acalenta e se apega muito mais aos argumentos “arcaícos” dos líderes da pequena Bomont do que ao dos jovens. Pode parecer preconceito ou velhice precoce, mas com exceção de algumas danças que ainda se mostram como formas de arte e expressão corporal, a maioria das mesmas é pura depravação e o filme, infelizmente, acaba por escorregar aqui. A ideia de Footloose funcionou há quase 30 anos atrás, mas não funciona mais, fazendo com que o filme se torne desnecessário, despropositado e principalmente, frívolo e estúpido. O mérito que o filme tem de se manter, em grande parte, fiel ao original, é um tiro no pé, pois Footloose envelheceu, e se mantém vivo apenas através do saudosismo e da nostalgia nos fãs, não através de suas próprias qualidades.

Como se não bastasse os problemas acima listados que são de ordem muito mais subjetiva, vamos aos problemas objetivos do filme, e estes são muitos. As cenas de dança são bem filmadas e coreografadas, até que sim; os atores dançam bem, assim como os apoios, claro, afinal são bailarinos, mas isso, para um filme que se pretende musical e quase que uma ode à dança é o básico do básico, mas e o restante? O filme tem cerca de 110 minutos, sendo que destes a minoria são cenas de dança. No momento em que os atores tem que atuar ao invés de dançar, a falta de talento é gritante. Na atual cena cinematográfica, encontrar atores completos como havia antigamente, que sabiam cantar, dançar, atuar e coisa assim é coisa rara, ainda mais entre jovens, assim sendo houve a opção de escalar bons dançarinos que são péssimos atores. Repare na cena em que a protagonista (Julianne Hough) tem que dramatizar em uma conversa com seu pai (o quadrado Dennis Quaid) e sua mãe (a sumida e cheia de botox Andie MacDowell) após apanhar do ex-namorado, exemplo claro da falta de capacidade dramática da atriz.

As roupagens mais atuais das músicas e dos números de dança não me agradaram, os protagonistas são fracos e não possuem o mesmo charme e carisma dos originais e o argumento central não funciona mais, ou seja, esta é mais uma refilmagem que não deveria ter sido, pois não agrada em nada e não acrescenta em nada aos fãs antigos e com certeza, não fará sucesso entre os potenciais fãs da atualidade. Ao contrário do original que é sempre lembrado, e se tornou um clássico apesar de suas visíveis falhas, este aqui cairá em um merecido esquecimento. 


(Footloose de Craig Brewer, EUA - 2011)


NOTA: 3,0

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