“Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por compreendê-las.” (Baruch de Espinosa)
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
PI
Ficha Técnica
Título Original:Pi
Gênero:Ficção Científica
Duração:85 min
Ano De Lançamento:1998
Site Oficial:http://www.pithemovie.com/
Estúdio:Harvest Filmworks / Plantain Films / Protozoa Pictures / Truth and Soul Pictures
Distribuidora:Artisan Entertainment
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky, baseado em estória de Darren Aronofsky, Sean Gullette e Eric Watson
Produção:Eric Watson
Música:Clint Mansell
Fotografia:Matthew Libatique
Edição:Oren Sarch
Elenco
Sean Gullette (Maximillian "Max" Cohen)
Mark Margolies (Sol Robeson)
Ben Shenkman (Lenny Meyer)
Pamela Hart (Marcy Dawson)
Stephen Pearlman (Rabbi Cohen)
Samia Shoaib (Devi)
Ajay Naidu (Farroulk)
Kristyn Mae-Anne Lao (Jenna)
Espher Lao Nieves (Mãe de Jenna)
Joanne Gordon (Sra. Ovadia)
Lauren Fox (Jenny Robeson)
Clint Mansell (Fotógrafo)
Sinopse
Em plena Manhattan vive Max (Sean Gullette), um jovem gênio da matemática e computação que vive escondido da luz do sol, que lhe dá constantes dores de cabeça, e evita o contato com outras pessoas. Max conseguiu construir um supercomputador que lhe permitiu descobrir o número completo do pi, o que fez ainda com que compreendesse toda a existência da vida na Terra, já que percebeu que todos os eventos se repetiam após um determinado espaço de tempo. Com isso Max pôde adivinhar o que viria a acontecer no mercado da bolsa de valores, já que conhecia as tendências que se repetiriam, e passa a ser cobiçado por representantes de Wall Street e também por uma seita que busca decifrar os mistérios da matemática.
CRÍTICA
O que Darren Aronofsky consegue em PI é simplesmente um espetáculo. PI é um conjunto de todas as características essenciais que compõem um filme a frente de seu tempo e muito acima da compreensão da maioria das pessoas. Encontramos aqui um show a parte de tudo aquilo que sempre procuramos: cinema da mais alta e pura qualidade. Falemos então um pouquinho do por que esta obra do então jovem Aronofsky é assim tão grandiosa e cultuada entre vários círculos de cinéfilos.
Filmado em preto-e-branco, e com um orçamento baixíssimo, PI é mais um exemplo de tudo aquilo que o cinema independente pode realizar, e mais um representante da vitória do bom cinema contra o cinema comercial e popular (no sentido ruim do termo). O que tentarei fazer nas próximas é só basicamente comentar aquilo que todo mundo que gosta de cinema já deveria ter visto, já que estamos diante de uma obra totalmente obrigatória.
A história é simples: um homem isolado do mundo descobre por seus próprios esforços o número completo do PI, e desse modo, entende toda a vida na Terra, já que percebe que os eventos acontecem de forma repetida dado um determinado intervalo de tempo, isso faz com que problemas aconteçam e este passe a ser perseguido por várias facções e pessoas. Bom, a história em si já é bem original, mas a quebra de clichês do filmes está bem longe de acabar.
Aronofsky cria um universo quase que paralelo na cabeça de Max (interpretado de forma magistral por Sean Gullette), criando um clima frenético e perturbador, tanto no que diz respeito aos pensamentos e movimentações do personagem, quanto no que diz à sua relação com o mundo exterior. O filme tem pitadas totalmente acertadas de surrealismo, e mesmo não gostando do estilo, a trilha sonora com pegadas eletrônicas é essencial para a criação de todo o cenário de paranóia e confusão que assola o centro da fita.
A fotografia em preto-e-branco, com tons cinza bem escuros continuam a ajudar na criação do clima, mas o que fecha realmente a tampa desta caixa fenomenal é a direção do estreante (e hoje famoso) Aronofsky. Os movimentos de câmera são perfeitos e precisos e o diretor se move e se utiliza de planos bem fechados para criar ainda mais uma sensação de prisão no personagem central, além de manter a câmera a distância quando Max está em contato com o mundo exterior. Tudo muito bem premeditado e que se alia ao fenomenal trabalho de edição, que utiliza muito mais cortes do que em filmes comuns e que se tronará uma marca do diretor, já que este repete o estilo em Réquiem Para Um Sonho, seu filme mais conhecido.
O único problema de PI é o difícil acesso ao filme. Por se tratar de uma fita independente e por ter passado bem longe de cair nas graças do público e do pessoal do dinheiro, não possuiu tanta divulgação ou mesmo tanta produção, fazendo com que a fita tenha se tornado muito mais um apetitoso trunfo de debates entre cinéfilos do que qualquer outra coisa. Bom, a questão é simples, difícil ou não, se existir a chance assista, arrependimento não virá, pois você com certeza estará, pelo menos pelo período de uma hora e meia de sua vida, diante daquilo que o cinema pode produzir de melhor. Obrigatório.
NOTA: 10,0
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