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terça-feira, 10 de julho de 2012

ROBOCOP



Robocop é ainda hoje um dos mais famosos personagens da história do cinema, um dos filmes mais adorados pelos fãs ortodoxos dos anos 80 e um fenômeno cinematográfico dos mais intrigantes. A história do policial Alex Murphy que após ser fuzilado por um grupo de bandidos encontra-se em estado de morte certa e é transformado em um cyborg para trabalhar ao lado da polícia de Detroit encontra-se no hall absoluto dos cults eternos.

Dirigido pelo instável diretor holandês Paul Verhoeven, a saga de Robocop é um misto de drama, ação e ficção, que mistura desde perseguições em grandes velocidades e armas de fogo pesadíssimas a dramas existenciais rasteiros e a psicologismos furados e muitas vezes irritantes. Enquanto se concentra no primeiro ponto, Robocop é realmente um filme bom e interessante, contudo quando resolve se aventurar no segundo aspecto se torna simplesmente sofrível.

Os problemas do filme vão desde efeitos especiais na linha de Jaspion e de outros tokusatsus e sentais japoneses (que funcionavam nos anos 80, mas envelheceram e necessitam de uma enorme boa vontade do espectador para impressionar) até atuações sofríveis como a de Nancy Allen no papel do policial Lewis que é parceira de Murphy  (e lembra muito a Maggie Gyllenhaal). A trilha sonora é quase uma cópia de outras ficções de elementos futuristas e cheias de sintetizadores e o roteiro possui lacunas simplesmente incompreensíveis, incluindo um de seus nortes centrais, que é a permanência da memória de Murphy após ser transformado em cyborg ou a própria sobrevivência do mesmo. O filme não deixa claro em nenhum momento se Murphy morreu ou não, ou seja, Robocop é uma transformação ou uma ressurreição, mesmo que em forma diferente? Todas as respostas que eu ouvi até agora me parecem insatisfatórias, e após muitos anos, assistindo ao filme novamente não encontrei a resposta.

Como pontos positivos temos a mixagem de som perfeita, aliada ao figurino bem construído e muito característico do personagem que, para o bem ou para o mal, criou um ícone do cinema e a direção bem dosada e firme de Verhoeven. As cenas de ação são extremamente bem feitas, e mesmo nos momentos “drama” do filme, Verhoeven consegue não prejudicar ainda mais, em outras palavras, o diretor holandês conseguiu perceber os pontos fortes do roteiro e os potencializou, tentando ao máximo diminuir o constrangimento de cenas desnecessárias e muitas vezes fora de contexto.

Eu gostava mais do filme nos anos 90, quando ainda era mais jovem e não tinha tanta bagagem em minha vida cinematográfica. Robocop envelheceu em vários aspectos, porém continua firme e forte na mente dos nostálgicos fãs dos anos 80. Efeitos especiais toscos por efeitos especiais toscos eu ainda prefiro Jaspion e afins, mas não posso negar que o Policial do Futuro ainda possui seu lugar em minha mente. No final das contas, a nostalgia e as lembranças de criança superam a chatice de uma crítica adulta.


(Robocop de Paul Verhoeven, EUA - 1987)



NOTA: 7,0

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